Like a Vampire escrita por NicNight


Capítulo 24
Capítulo 24- Nem pensar


Notas iniciais do capítulo

Me atrasei algumas horinhas, pardon me queridos leitores ♥
Eu nem acredito que faltam só dois capítulos pra acabar Like a Vampire, sinto que comecei ontem ♥
Espero que gostem, não esqueçam de comentar sobre o que acharam do capítulo *u*



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Narração Marie

Abri meus olhos lentamente, me deparando com um quarto escuro

A realidade de que eu estava no quarto meu e de Laito apenas me atingiu quando eu senti o rapaz tentando se aproximar mais de meu corpo.

Revirei os olhos enquanto, com os pés escapando da coberta e parando no chão.  Quando eu finalmente consegui ficar de pé ao lado da cama, bufei quando Laito deu um suspiro quase que triste.

Tomando cuidado para não bater em nada, consegui sair do quarto.

Com passos delicados e cuidadosos, com atenção para não cair ou fazer muito barulho, desci as escadas e fui até a cozinha. O silêncio daquela casa estava me matando e aquilo só podia ser resolvido com comida.

Fiquei surpresa quando vi a luz acesa.

Fiquei mais surpresa ainda quando vi todas minhas irmãs sentadas nas cadeiras, comendo. As cinco também me olhavam surpresas, como se não esperassem que eu acordasse agora.

—Bom dia- Eu sussurrei lentamente, enquanto me sentava numa das cadeiras vagas- Por que estão todas acordadas a essa hora?

 -Eu não consegui dormir- Nikki foi a primeira a se pronunciar, revirando os olhos e bufando. - Eu estava me revirando na cama e incomodando o Sakamaki porque eu não conseguia dormir.

. -Vocês acham que nós exageramos no restaurante?- Sarah perguntou com voz fraca.

Quando seus grandes olhos castanhos entraram em meu ponto de vista, percebi que seus olhos estavam vermelhos.

Por que diabos ela pensaria isso? Eu entendo que nossos pais provavelmente não tiveram escolha... Mas não é a coisa mais feliz do mundo saber que desde crianças fomos criadas para sermos alimentos. Sinceramente, saber disso me fez sentir tão sem escolha sobre minha própria vida que me dava ânsia de vômito só de imaginar. Eu podia ter morrido. Nós podíamos ter morrido.

—Nem pensar, Sarah- Antes de eu ter aberto a minha boca pra responder, Sofie me interrompeu. Sua voz estava baixa e séria como sempre, mas sua carranca dizia outra história- Eu tenho certeza absoluta que nossos pais vão entender nossa revolta. É nosso pleno direito estarmos furiosas após tudo o que passamos nesse ano!

 -E pensar que ainda conseguimos passar de ano- Victoria começou, mordendo uma rosquinha que estava segurando- Num ano em que convivemos com vampiros, perdemos sangue, uma descoberta de irmão lobisomem, uma doida tentando entrar no corpo de uma irmã...

 -Ok, ok, Vic. Podemos parar com a lista por aí - Lua levantou as mãos, num sinal de rendição- Já entendemos que “Normal” não é uma palavra presente no nosso dicionário.

 Nós simplesmente congelamos quando ouvimos passos atrás de nós

Quando me virei, deparei-me com os Sakamaki: Todos ainda com seus pijamas e feições contorcidas de sono, mas eles pareciam... ter dó de nós.

 -Vocês falam alto demais- Shu resmungou enquanto se sentava ao lado de Nikki, que apenas revirou os olhos com a reclamação- Eu não sei o porquê de eu insistir em reclamar, vocês nunca mudam.

—Sakamaki, dá pra fazer uma compilação de uma hora de quantas vezes você reclama da altura da nossa voz- Sofie reclamou de volta, seu tom de voz levemente arrogante voltando á tona.- Além disso, nós estávamos falando baixo. Não podemos falar mais baixo só porque estamos incomodando sua audição vampiresca sensível.

Shu fechou os olhos, como se tivesse desdém de Sofie. Ele então abriu os olhos azuis e olhou Nikki, que não demorou pra revidar:

—Pode parar de me olhar desse jeito! Ela tá mais do que certa!

 -Enfim, por que vocês estão aqui?- Victoria disse, me pegando de surpresa com a grosseria que ela acabara de falar.

—Nossa, a garotinha tá de TPM?- Ayato provocou Victoria, com puro desdém em sua voz. É desnecessário falar que ele calou a boca após receber olhares mortais de todas as irmãs. - Ok, esqueçam meu comentário. Mas nós viemos pra cá porque esse aqui- Ele então apontou para Subaru- Ficou todo preocupadinho com vocês. De acordo com ele, ele achou a Lua chorando no caixão.

Lua, que estava mordendo seu pão com mortadela, pareceu surpresa com a menção de seu nome. Sua boca cheia de comida estava escancarada, porém Nikki fechou a boca de sua irmã, para a nossa sanidade.

—E-eu não falei nada!- Ele retrucou, no entanto, o leve tom rosa que aparecia em suas bochechas dizia uma história completamente diferente- A culpa não é minha que essa idiota fica chorando no caixão e atrapalhando meu sono.

 -Eu estava chorando enquanto eu dormia...?- Lua se perguntou baixinho após engolir a comida. Pude ver que Nikki segurou a mão de sua irmã mais nova e deu um aperto suave nela.

—Você ficou preocupado com a Lua?- Sarah sorriu delicadamente- Isso é muito fofo da sua parte, Subaru.

—Pelo menos um desses Sakamaki tem alguma porcentagem de humanidade dentro de si. - Sofie suspirou e falou baixo, mas não duvido que todos tenham ouvido.

—EU JÁ DISSE QUE NÃO FIQUEI PREOCUPADO COM ELA!- Subaru berrou novamente, porém foi ignorado por nós. Grande novidade.

—Pare de gritar, Subaru.- Reijii suspirou- Se as senhoritas quiserem ser teimosas e não falarem a verdade, saibam que uma punição é tudo que precisa pra vocês nos obedecerem.

Percebi que Victoria engoliu em seco. Sem pensar duas vezes, repreendi Reijii:

—Garoto, você literalmente não comandou nada pra nós obedecermos. E segundo, se quer alguém pra obedecer, vai comprar um cachorro. E eu sinto muito minha grosseria, mas tá pra nascer um homem que vai mandar na gente.

Sarah, Victoria e Lua começaram a aplaudir e assobiar meu comportamento. Sofie e Nikki, por outro lado, acenaram a cabeça como se dissessem “Mandou bem, irmã”.

—Sarah, é esse tipo de pessoa que você quer ser quando se tornar maior de idade?- Kanato perguntou, seus olhos lilases encaravam Sarah psicopaticamente- Que idiota.

—Qual o problema?- Sarah disse, apesar da frase soar grossa, ela continuava com seu tom de voz delicado e doce- Pessoas fortes e independentes são as que mudam o mundo, não é?

Uma pontinha de orgulho se acendeu dentro de mim.

—Mulheres fortes continuam sendo mulheres, Sah-chan- Laito cantarolou, seu típico tom de voz pervertido me fazendo revirar os olhos- Elas várias vezes acabam sendo as mais divertidas pra se mexer. - E então ele corou, soltando uma risada pervertida- A forma como elas negam os próprios desejos... Tão lindas...

Então ele segurou meu queixo e levantou meu rosto, me obrigando a olhar para seus olhos verde-esmeralda. Apesar dos olhos de Laito provavelmente serem os mais bonitos que eu já havia visto, a situação não me deixava confortável. Dei um tapa fraco na mão que segurava meu queixo e voltei pra minha posição inicial.

—Vocês... tem certeza que não querem falar pra gente o que aconteceu?- Subaru perguntou, e por mais que ele negasse, eu sabia que havia uma faísca de preocupação ali.

—Ah, só uma briguinha de família- Lua disse, colocando um bolinho de chuva que estava na mesa em sua boca- Eu acho que já esqueci que estava triste, na realidade.

—Como alguém consegue esquecer que está triste?- Ayato arqueou uma sobrancelha e olhou para Sofie, como se esperasse que ela respondesse.

—Sakamaki, tem perguntas que nem se eu fosse Deus eu saberia responder elas- Sofie arqueou uma sobrancelha de volta- Então pare de me perguntar todas as respostas do mundo.

—Quando é a formatura de vocês?- Reijii mudou de assunto de repente, o que nos assustou, ficamos em silêncio por alguns minutos- Senhoritas Marie e Victoria, estou falando com vocês.

—Semana que vem- Eu respondi, fazendo um highfive rápido com Victoria- Eu nem acredito que a gente saiu desse inferno de Ensino Médio.

—Nem me fale- Victoria suspirou- Três anos passam mais devagar do que eu esperava.

—Imagina pra nós, vampiros, que estamos presos há centenas de anos no Ensino Médio- Shu disse, antes de se deitar me cima do prato de Nikki.

—Esse cara tem alguma coisa com meu prato, não é possível- Ela resmungou, empurrando o loiro um pouco pro lado.

De repente, um cheiro delicioso invadiu a cozinha, parecia de chocolate derretido...

—Que cheiro é esse?- Kanato disse, e eu resolvi prestar mais atenção no odor que se espalhava pela cozinha.

Também tinha cheiro de massa de...

—Quem cozinhou cookies!?- Eu levantei da cadeira mais rápido do que o normal. Logo desliguei o forno e coloquei uma luva de cozinha na mão muito depressa, pegando a bandeja de cookies de chocolate.

—A Sarah!- Sofie apontou pra sua irmã, que colocou o capuz do kimiguri de unicórnio sob seu rosto pra esconder suas bochechas vermelhas.-  Parece que ela adaptou a receita de biscoitos da Yui.

—Enfim... quem aceita os cookies da Sarah?- Lua disse, já pegando um e mordendo- Deus, essa menina já pode abrir uma doceria!

Dei um sorriso quando senti o gosto de chocolate invadir minha boca quando mordi o biscoito. Não só por causa do sabor delicioso dos cookies, mas por outra coisa.

Finalmente tudo estava mais calmo. E eu não quero nem pensar em voltar ao nosso estado anterior.


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