Like a Vampire escrita por NicNight


Capítulo 23
Capítulo 23- O reencontro familiar


Notas iniciais do capítulo

Wow, eu acho que esse foi o maior capítulo e o capítulo mais triste de LAV inteira!
Espero que gostem ♥



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Narração Lua

—E então?- Eu acordei de meu cochilo quando ouvi a voz de Sofie- Como foi o segundo dia de prova?

Fazia umas duas semanas desde que todo o problema com Cordelia foi resolvido. Desde então, as coisas tem sido mais... normais no nosso dia. Mas nada nunca é muito normal na vida de uma Herbert.

Isso devia até ser o lema da nossa família.

—Foi ótimo, eu acho... – Victoria respondeu, no meio de um bocejo- Sério, eu estou completamente acostumada a uma rotina vampiríca e aí a minha prova de vestibular é de manhã?! Isso é brutal pra minha pessoa! Eu estou morrendo de sono!

—Eu também acho que fui bem...- Marie se jogou no sofá ao meu lado

— E eu também estou morrendo de sono, Victoria. Mas você por acaso está me vendo dormir, Mah-chan?- Sarah disse ao mesmo tempo em que penteava outra de suas madeixas.

—Oy, Herbert!- Eu e minhas irmãs viramos ao mesmo tempo para encarar Ayato. O ruivo tinha uma das sobrancelhas arqueadas e seus olhos pareciam irritados- Os seus velhos ligaram. Eles falaram que querem se encontrar com vocês, então aquele seu irmão idiota vai leva-las até Okyo pra “família feliz e unida” de vocês almoçarem juntos- E depois ele fez uma cara de nojo fingida, o que fez todas nós revirarmos os olhos ao mesmo tempo.

Aquele cara só não conseguia deixar de ser babaca por um segundo!

Não que seus irmãos fosse muito melhor. O único lá que ficava na linha do “aceitável” era Subaru!

E é nesses momentos que eu agradeço aos céus por ele ser meu “noivo”

—Já estava mais do que na hora de nós sermos permitidas de ir pra algum lugar que não seja a escola- Eu ri com meus próprios pensamentos- Aquela coisa toda de “você pertence a mim” aconteceu numa narração da Victoria!

—Do que diabos você tá falando?- Nikki parecia confusa, eu somente dei de ombros.

Todas nós demos um pulo quando ouvimos uma buzina do lado de fora.

Eu corri até a porta da frente, sendo seguida pelas minhas irmãs. Quando meus olhos pousaram na rua que normalmente estava completamente vazia, me deparei com Jackson em sua (Ou de qualquer outra pessoa, já que ele é absurdamente novo pra poder dirigir) caminhonete velha. Seus olhos azuis- oceano ainda eram visíveis, mesmo com os óculos escuros. Com um sorriso no rosto, ele gritou:

—Vocês não vêm?

Eu olhei para todas minhas irmãs, elas pareciam extremamente felizes de ver Jackson de novo. Não era tão ruim que nem a gente imaginava ter mais um irmão na família.

—Adeus, Ayato!- Eu disse, sorrindo de orelha a orelha e acenando para o ruivo, que parecia extremamente confuso-  Diga para os outros meninos que sentirei saudades!

—Do que você tá falando, garota?-  Ayato resmungou, suas orbes verdes estavam arregaladas e não paravam de me olhar- Você só vai ver seu velho e depois vai voltar, muito pra nossa infelicidade. Por que diabos você está despedindo de mim?

—Considerando que já é novembro e essa é a primeira vez que vocês deixam a gente ir pra algum lugar que não seja a escola- Sofie disse, revirando levemente os olhos para seu noivo- Eu duvido muito que nós iremos voltar cedo.

E com isso, nós todas saímos do carro e fechamos a porta com força.

—Caramba, Sofie não ignorando e ainda respondendo mal o Ayato?- Jackson disse quando todas nós já estávamos no carro, se virando para o banco de trás para encarar Sofie- Essa é novidade, acho que você está passando tempo demais com a Nikki.

—Então significa que ela está aprendendo muito bem comigo- Nikki resmungou, se acomodando melhor em seu banco- Devemos ir agora, não?

—Como quiser, madame. - Então Jackson se virou novamente para sua posição inicial, deu a partida no carro e nós começamos a viajar pela estrada.

—Por favor, se nós formos viajar em silêncio, nem vale a pena viajar- Marie disse, seus olhos azuis-oceano encaravam Jackson de forma reprovadora- Precisamos colocar alguma música pra agitar esse carro!

Marie ligou o som e colocou no volume máximo. Jackson olhou assustado pra ela, mas depois sorriu e disse algo sobre ela ser extremamente maluca.

Eu não podia concordar mais com ele: Todos nós éramos extremamente malucos.

O primeiro som que eu ouvi saindo do rádio foi o solo de guitarra inicial da música Sweet Child of Mine

Eu dei uma risada quando comecei a imitar os solos que eu faria no meu violão no ar, como se eu tivesse uma guitarra invisível.

Nikki viu meu gesto e deu uma risada. Provavelmente ela me chamou de “Palhaça” ou algo assim no meio, mas a música alta demais não me deixou ouvir. E eu não importava, de qualquer maneira.

—Nossa, vocês lembram de quando a mamãe cantava essa música pra gente dormir?- Victoria praticamente gritou dentro do carro. Ela com certeza queria ser escutada, já que a música estava tão alta que qualquer frase que não fosse berrada não iria ser escutada, por mais que esse fosse o jeito normal em que Victoria falava.

Jackson então abaixou a música e colocou-a num volume “não tão alto para não explodirmos nossos tímpanos”, muito para o desgosto de Marie.

— Eu me lembro disso!-Sarah sorriu, provavelmente se deliciando mentalmente com a própria lembrança- Ela dizia que nós éramos as doces crianças dela...

—Quando eu estava na Tribo  Alphabetta, mamãe ia me visitar de vez em quando- Jackson disse, com timbre suave, porém um pouco triste- E ela cantava essa música pra mim sempre, assim quando o horário de visita dela estava acabando. Acho que nada tem mais significado emocional pra mim do que essa música.

Todos nós nos entreolhamos e sorrimos rapidamente um para os outros. Porém isso foi suficiente pra saber que todos nós sentíamos a mesma coisa naquela hora:

Saudade e tristeza por aquela mulher ter partido tão cedo nas nossas vidas, porém uma felicidade e gratidão eterna por aquela mulher ter cuidado da gente esse tempo todo (Ou pelo menos tentado)

Quando o carro finalmente parou, estávamos na frente de um restaurante. O cheiro de churrasco e batata frita fez minha barrica roncar, e só então eu percebi que eu estava faminta.

Saí do carro rapidamente, sendo seguida por diversas batidas de porta. Ouvi também Jackson reclamando algo sobre “Marie bater a porta do carro muito forte”, mas me limitei a apenas dar uma risada antes de minha barriga roncar novamente e eu entrar no restaurante juntamente de todos os outros.

—Eles estão logo ali. – Sofie apontou para uma mesa, onde Stephan, Ian e meu pai estavam sentados em silêncio.

—Boa tarde, papito!- Victoria foi a primeira a correr até a mesa, dando um abraço apertado em seu pai- Eu senti saudade!

—Eu também senti saudade de você, Victoria- A voz de Stephan era grossa, porém  também era suave- Marie, você também...

Marie parecia estar com olhos cheios de lágrima quando Stephan abraçou-a fortemente. Eu não a culpava, com tudo que havia acontecido na cabeça daquela garota nos últimos dias.

—Sarah, Sofie... minhas meninas...- Ian abraçou as gêmeas, que retribuíram o abraço como se esse fosse o último que elas poderiam receber na vida.

—N-nós também sentimos, papai...- Sarah gaguejou, mas apertou o abraço em torno de seu pai           

Sofie, por algum motivo, não parecia muito feliz em receber aquele abraço. Ela escapou do abraço do seu pai e se sentou numa das cadeiras.

—Lua?- Ouvi meu pai me chamando, ele passou uma madeixa de meu cabelo pra trás de minha orelha- Nikki... Minhas filhas... Vocês não tem noção da saudade que eu senti de vocês.

Nikki estava de braços cruzados, soltou uma bufada junto com “Eu também estava” antes de se sentar ao lado de Sofie. Eu, que não conseguia entender o comportamento das duas meninas, abracei com força meu pai. O abraço infelizmente durou pouco e meu pai deu um abraço forte em Jackson, que retribuiu timidamente.

Num piscar de olhos, todos estavam sentados á mesa quando Ian pediu para o garçom trazer o pedido.

—Então, como está indo na Mansão Sakamaki?-                Chronos perguntou, tomando um gole de seu refrigerante.

Em um segundo, como se os garçons fossem ninjas, batatas fritas estavam postas á nossa mesa. Talvez nossos pais tivessem pedido antes de nós chegarmos

—Ah, você está perguntando como vai a mansão que nossos próprios pais nos jogaram lá e ficaram sem manter contato com a gente por quase um ano completo?- Nikki resmungou, olhando com raiva pro nosso pai enquanto colocava duas batatas fritas na boca. - Se é isso que quer dizer, não se preocupe, está melhor agora que tudo acabou.

Ah, ali está o motivo de tanta raiva e desconforto. Não posso deixar de dar razão pra elas.

—Eu sei que as moças aqui estão nervosas e cheias de perguntas para serem respondidas- Ian respondeu, calmo como eu me lembrava- Mas pelo menos tentem entender nosso lado...

Alguns outros petiscos haviam chegado. Agradeci aos céus mentalmente pelo fato de que eram apenas lanchinhos provavelmente não-tão-caros. Essa reunião não parecia que ia durar muito, se dependesse de Sofie e Nikki.

Pelos olhos de nossos pais, percebi que eles sabiam pra onde essa reunião estava indo. Chronos estava até mesmo empacotando alguns lanchinhos em sete pacotes!

—Não tem “lado” nenhum, pai- Sofie o cortou, sua voz soava mais fria, ríspida e dura do que o normal- Vocês nos enganaram, nos mandaram pra uma casa cheia de vampiros para nós sermos sugadas até a morte. Vocês tem alguma ideia do que isso significa?

Victoria, Sarah e Marie pegaram várias batatas e colocaram na boca.  Elas somente observavam como todos os acontecimentos podiam ir de mal a pior.

As três mais velhas se encararam, como se preferirem a morte do que ter que enfrentar uma discussão no meio de um lanche tão gorduroso e gostoso que eu sentiria saudade assim que chegasse na Mansão Sakamaki.

—Vocês nunca poderiam morrer lá, em realidade. - Stephan disse, mas Chronos deu um forte soco em seu braço- Ai! Pra que isso, cara?

—Meninas, eu sei que vocês estão furiosas- Jackson começou, logo após um suspiro- Mas essa era pra ser uma reunião em família agradável, não era?

Jackson também pegou algumas batatas fritas e colocou na boca.

Eu preciso falar alguma coisa...

—Eu concordo com o Jackson!- Eu exclamei, atraindo olhares curiosos de algumas outras pessoas- Fala sério, não vemos nossos pais desde março! Isso é muito tempo! Nós temos que aproveitar todo o tempo que temos.

—Eu sei que tudo o que vocês dois estão falando é verdade mas...- Marie começou, puxando seu cabelo para um lado- Eu tenho que concordar com Nikki e Sofie. Vocês três foram completamente irresponsáveis nos mandando pra lá! Eu podia ter morrido! Nós podíamos ter morrido!

Sarah se afundou na cadeira com a boca cheia de batata frita quando a última frase foi gritada. Marie pediu licença e se dirigiu até o banheiro, deixando um silêncio completamente desconfortável na mesa.

—Perdoem elas, por favor- Victoria disse suavemente, parecendo tentar amenizar o clima tenso que havia ficado- Elas só estão... com raiva por conta das coisas que aconteceram.

—A mãe de vocês também era contra isso- Ian comentou, recebendo um olhar completamente reprovador de Chronos e Stephan- Sério, ela se recusou completamente a mandar vocês pra lá.

Um silêncio predominou na mesa por alguns segundos, antes que uma realização me atingiu com toda a força.

Mamãe morreu há cinco anos...

—Espera aí!- Nikki se levantou, batendo a mão na mesa com toda a força, mentalmente eu agradeci aos céus que o restaurante estava com pouquíssimas pessoas e nós já havíamos sido servidos. Então, sem sinal de ninguém pra ver essa briga- A quanto tempo nós estávamos destinadas a isso?

—Mamãe morreu há cinco anos- Sofie falava com uma raiva disfarçada assustadora,  estava praticamente rugindo- Eu tinha doze anos quando ela morreu. Eu sou prometida a ser um alimento pra vampiro desde quando eu tinha doze anos?!

O clima ficou ainda mais pesado quando Marie passou pela mesa com os olhos levemente inchados, correndo até o carro.

Provavelmente ela ouviu a conversa...

Nikki e Sofie, parecendo indignadas, saíram e seguiram o mesmo caminho que Marie fez.

—Eu já vou indo- Victoria parecia ter esquecido completamente de toda a batata frita que estava comendo e se levantou da mesa, mandando um beijo e fazendo um coração com as mãos pro seu pai- Lua e Jackson, vamos?

Eu me levantei, dei um beijo na bochecha de meu pai e me escorei na parede, esperando Sarah resolver se levantar.

Quando Jackson abraçou nosso pai e pegou os sete pacotes de comida em cima da mesa, Sarah se levantou.

—T-tchau papai...- Sarah deu um abraço forte em Ian, pegou um bombom que estava na mesa por sabe-se-lá-o-motivo e estava pronta pra ir, quando Stephan a chamou e a entregou uma caixinha verde pequena.

—Entregue isso pra Marie se acalmar- Stephan sorriu- Diga que vai ser entregue na semana do natal na frente da Mansão Sakamaki.

Sarah concordou com a cabeça e começou a sair do restaurante, guardando a caixinha na bolsa. Eu a acompanhei rapidamente.

—Essa foi a pior reunião familiar que eu já fui- Sarah suspirou fracamente.

—Eu concordo plenamente- Olhei pra ela de forma compreensiva e dei um abraço de lado na garota.

Nós então nos separamos pra entrar no carro.

—Vocês todas estão bem?- Jackson perguntou, olhando para todas enquanto passava alguns pacotes de comida pro banco de trás. Seus olhares demoraram mais em Marie, que estava sentada no banco do passageiro olhos azuis inchados de tanto chorar, porém também passaram com demora sob Sofie e Nikki, a última com a cabeça apoiada no ombro da primeira e ambas com uma cara horrível.

—Nós já sabíamos que isso tinha acontecido, por que isso nos afeta tanto?- Nikki tinha sua voz embargada. Achei estranho, eu vivi tempo demais com Nikki e não me lembro de uma vez que eu havia a visto chorar

—Eu não esperava que nossos pais sabiam disso antes da mamãe morrer- Marie não conseguia parar de chorar- Eu tinha catorze anos! Eu não sabia nem o que era beijar naquela época!

Quando ouvimos um barulho de choro vindo de Victoria, que estava com a cabeça encolhida entre os joelhos, todos nós nos viramos para encará-la.

—Vic...?- Sarah, que estava ao seu lado, a cutucou- Você está bem?

Quando Victoria mostrou seu rosto para nós, completamente vermelho e com olhos inchados por conta do choro, além do rastro preto em seu rosto por conta da maquiagem  borrada, tenho que admitir que fiquei chocada:

—Eu tenho um trauma desde a época que a mamãe morreu- Ela soluçava entre as palavras- Eu lembro como se fosse ontem... E-eu tinha acordado, olhado as horas no meu celular e visto que já havia passado do horário de acordamos pra ir pra escola. Eu me levantei da cama de casal, onde todas nós havíamos dormido juntas na noite anterior, pra procurar a mamãe. Mas assim que saí...Eu vi ela morta e caída ao pé da cama.

Percebi que Marie a olhou de uma forma compreensiva, como se já soubesse dessa história. Enquanto isso, todos os outros(incluindo eu) só podíamos ficar com a boca escancarada.

—Victoria...- Eu sussurrei, mexendo nas madeixas de trás do cabelo de Vic- Nós... não fazíamos a ideia que você tinha sido a primeira a ver ela... morta.

—O meu primeiro impulso foi cobri-la com um cobertor que estava no armário- Victoria continuou, não parando de chorar por um segundo- Ela estava fria e eu só tinha 13 anos... eu não entendi o que estava acontecendo. Eu fiquei meia hora do lado dela esperando ela acordar, e só depois disso eu acordei Marie... E n-nós chamamos a polícia e eles vêm nos falando que foi só um “ataque cardíaco”? Mamãe era saudável, como é possível ela ter um ataque cardíaco do nada, ao pé da cama onde estávamos dormindo?! Eu vivo com esse trauma de ter visto minha mãe morta primeiro do que todo mundo a cinco anos e então recebo a notícia de que meu pai... nossos pais sabiam de toda essa história dos vampiros antes mesmo da mamãe morrer?

Percebi que ela estava sem fôlego, e continuei a acariciar seus fios de cabelo enquanto Sarah apertava delicadamente sua mão.

Ficamos num silêncio desconfortável, todos chocados pelas descobertas de hoje.

—Pode só dirigir de volta pros Sakamaki, por favor?- Sofie perguntou,  sua voz baixa e amargurada quebrando o gelo- Eu acho que vou me sentir melhor dentro daquela maldita Iron Maiden, por uma vez na eternidade.

Eu não podia negar, eu também estava me sentindo muito mal. Primeiramente, eu não havia nem encostado na comida(Diferente de Victoria e Sarah, que não pararam de comer desde quando a comida havia chegado até nós irmos embora), e segundamente... Eu só me sentia mal de nós termos brigado com nossos pais logo depois de tantos meses sem vê-lo, mas eu não conseguia segurar a melancolia que eu sentia por termos sido entregues tão facilmente. E eu também ainda estava triste de me pôr no lugar de Vic... de ter visto nossa mãe morta.

—Eu acho que os meninos estão certos, por uma vez na eternidade- Nikki se pronunciou, o que assustou a todos- Nós somos apenas meninas fracas que se acham fortes.

Eu segurei a mão de Nikki:

—Tá tudo bem, irmãs. Não é nossa culpa e eu tenho certeza que nossos pais sabem disso também.  Nós temos todo o direito de ficar bravas com eles!

—A Lua tá certa- Sarah falava tão baixo que eu tinha que me esgueirar pra mais perto dela pra poder ouvir melhor- Depois a gente liga pra eles ou manda uma mensagem pedindo desculpas por esse reencontro ter sido um completo desastre.

—Eu sinto muito por vocês todas- Jackson disse, ele soava extremamente compreensivo, porém triste quando deu a partida no carro.

Eu somente olhava pra estrada pela janela enquanto o carro andava.

A nossa vida realmente não podia chegar nem perto da palavra “calma” ou “normal”

Depois de muito tempo, quando finalmente chegamos á Mansão Sakamaki, nos despedimos de Jackson e entramos na Mansão.

—Caramba!- Ayato exclamou, ele estava comendo Takoyaki no sofá- Pra quem falou que ia demorar, vocês estão ótimas! Vocês passaram praticamente uma hora e meia fora!

—Nós estávamos com dor de cabeça- Sofie bufou, olhando gelidamente para Ayato- Eu já vou me deitar, com licença.

—Por que a senhorita já vai deitar?- Reijii apareceu do nada, ajeitando seus óculos e nos olhando como se nos reprovasse- Está quase na hora do jantar, Victoria você poderia...

—Eu não estou com paciência nem vontade de te ajudar hoje, Reijii-  Victoria o cortou, subindo rapidamente as escadas puxando Sofie pelo braço enquanto colocava o cabelo na frente do rosto pra esconder as marcas de choro.- Boa noite.

—As Bitch-chans estão estressadas hoje~~- Laito disse, num sorriso levemente pervertido(Que novidade, não é mesmo?), mas esse sorriso desapareceu por uns segundos quando seus olhos pousaram em Marie- Ora, Ora, a minha Bitch-chan andou chorando?

—Fala sério...- Marie coçou os olhos inchados, bufando- Laito, perdoe meu linguajar... Vai ver se eu tô na terra da puta que te pariu.

E com isso Marie também subiu as escadas, ainda parecia estar chorando, e isso cortou todos os pedaços do meu coração.

—As meninas estão estranhas hoje- Kanato comentou, seus olhos lilases assustadoramente arregalados- Eu acho que elas estão naquela época do mês... Ne, Teddy?

Fala sério...

Sarah apenas abaixou a cabeça, sussurrou um “Boa noite” fraco com alguns gaguejos antes de subir.

—Vamos embora, Lua- Nikki envolveu um de seus braços em mim, me abraçando de lado e nós começamos a subir juntas

Quando estávamos no último degrau da escada, tombamos com Subaru.

—Huh? Vocês não estavam visitando os seus pais? O que diabos estão fazendo aqui?- Ele resmungava, fazendo perguntas retóricas sem parar- Jeez... E eu achando que eu teria paz por pelo menos três horas!

Subaru desceu o resto das escadas e nós continuamos subindo.

—Elas estão chateadas porque elas brigaram com os pais delas- Ouvi Shu dizer quando nós estávamos a uma boa distância deles.

—Huh? Por que?- Subaru questionou, sua voz parecia uma mistura de raiva e quem sabe até mesmo de preocupação.

—Eu sei lá, é alguma idiotice delas- Foi a resposta de Shu, completamente indiferente.

Nikki estalou a língua e me abraçou um pouco mais forte antes de me deixar na frente do meu quarto.

Quando entrei lá e fechei a porta atrás de mim, a primeira coisa que fiz foi tirar meus óculos e deixa-los em cima de uma mesa.

Por conta do grau de miopia alto, eu via tudo embaçado. Mas eu ainda identificava o caixão.

Eu estava triste por ainda ter que dormir naquilo, mas feliz ao mesmo tempo porque isso significaria que era mais um dia que eu tinha sobrevivido a essa vida que de um dia pro outro está se tornando mais infernal.

Soltei meu rabo de cavalo e deixei meu longo cabelo castanho ondulado bater nas minhas costas antes de eu me deitar.

—Obrigada, Deus- Eu disse, fechando os olhos e deixando uma única lágrima escapar pelos meus olhos sem querer- Por me deixar sobreviver mais um dia aqui.

E com isso eu adormeci.


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