Casamento forçado: A descoberta do amor escrita por LiraStar


Capítulo 4
Quatro




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Era o meu noivado. Eu estava em um terno preto acinzentado ajeitando a minha gravata em frente ao espelho. Penteei meu cabelo o modulando para um formal sexy deixando meu rosto todo à vista. Perfumei-me em locais estratégicos e então, alguém bate a porta – Quem é? – perguntei. – Oppa! – Ela me respondeu. Baek In-Ha. Suspirei alto por saber que era ela.

In-Ha era minha irmã postiça. Um dos investimentos que meu pai fez para eu não me sentir sozinho depois que minha mãe partiu. Uma perda de tempo e de dinheiro.

— O que você quer? – Falei com um pouco de rispidez depois que ela entrou em meu quarto.

— Oppa, me sinto triste hoje... – Ela caminhou em minha direção em seu scarpin preto em conjunto ao vestido da mesma cor. – Você vai ficar noivo, vai casar e irá me deixar.

— Finalmente me livrarei de você e de seu irmão idiota. – Falei suspirando. – Quando irá parar de extorquir meu pai e arrumar um trabalho?

— Eu não estou extorquindo ninguém! – Ela levantou o tom de voz. – Somos família, o Ahjussi que disse isso.

— Você nunca foi da minha família, afinal só esteve interessada em meu dinheiro. Você realmente acha que quando meu pai morrer, ele irá deixar algo além de algumas migalhas para você e seu irmão? Eu sou o filho, vocês não passam de meras marionetes na mão dele.

— Não precisava falar assim! – Ela estava com os olhos inundados em lágrimas. Marchou em direção à porta e a bateu com força saindo do meu antigo quarto.

— Garota insuportável!

Eram 19h50min. Dez minutos para minha tal noiva chegar. Eu suspirava cada vez mais sentado naquela cadeira enquanto observava os convidados bebendo e sorrindo. Não havia sinceridade em nenhum deles.

— Ela chegou filho. – Meu pai sussurrou em meu ouvido. – Levante-se, vamos cumprimenta-los.

Meu coração permanecia estável, afinal, isso eram somente negócios, nada além de transações comerciais.

Tudo o que eu vi foi um imensidão de azul escuro em conjunto a cabelos ruivos.

Ela estava adornada em imensidão de azul fosco com o brilho de pequenos enfeites. Era como se o céu encontrasse o mar em um final de tarde. Com seus ombros pálidos de fora e com a renda que formava pequenas flores brilhantes que se dissipavam na altura de seu peito e onde a sua cintura estava marcada, deixando o relevo de belas curvas e ali se expandia em tecido: tecido azul e caro. Eu ainda não havia visto o rosto dela, só tinha reparado no vestido, até que encontro olhos assustados procurando os meus.

— Elisa?! – Perguntei-me espantado. – Você, o que faz aqui?

— E-eu me pergunto o mesmo.

— Se conhecem? – O homem que estava a acompanhando se dirigiu a mim.

— Sim, fazemos faculdade juntos.

— Sério filho? – Meu pai interferiu. – Que bom! Ela é a sua noiva.

Meu coração que estava estável batia feito louco com a notícia: Eu e Elisa? Não pode ser!

— Que? – Elisa estava espantada. – Ele? Meu noivo?

— Estou feliz que já se conhecem! – O homem que estava com ela sorria. Sorrisos falsos é claro.

— Vamos para os seus lugares, afinal, são a atração dessa festa. – Meu pai andava em nossa frente enquanto somente acompanhamos.

Elisa e eu nos sentamos em nossos respectivos lugares. Seus olhos verdes claros estavam em choque, ela não esperava que eu fosse o filho de um chaebol e nem eu esperava que ela fosse filha de um empresário de sucesso internacional.

— Como acabamos aqui ein? – Ela falou baixinho.

— Noivos... Só no papel é claro.

— É eu sei...

Eu realmente não esperava que a Elisa fosse minha noiva. Eu não gostava dela. Ela era bonita e tudo mais, mas, algo nela me incomodava algo nela era falso, como o sorriso dessas pessoas presentes nesta festa: só aparência. Além de ser irritante.

Seguimos com o jantar de noivado que na verdade parecia mais com uma festa. Meu pai me entregou o anel de noivado que fez questão de comprar com um enorme diamante em cima, e eu o enfiei em um dos dedos esguios daquela pequena mão.

Bridaram ao nosso noivado, e terminaram a noite bêbados, enquanto a Elisa terminava a noite assustada.

— Amanhã nos encontraremos. – Falou o pai dela, que por sinal era o homem que a acompanhava. – O casamento de vocês será daqui a um mês, e, amanhã falaremos sobres alguns detalhes.

— Faço questão de que seja aqui, em minha casa. – Meu pai se ofereceu.

— Tudo bem. Já que eu não tenho uma residência aqui. Amanhã estaremos aqui para o almoço.

Os mais velhos se despediram enquanto Elisa e eu nem os olhares trocávamos.

Eu iria me casar com ela, com a garota irritante.

Ainda sem acreditar no ocorrido, fui em direção ao meu carro sem me despedir de ninguém. Precisava ficar só para simular o que estava acontecendo.

Eu, noivo da garota que morava ao lado do meu apartamento.

XXX

Domingo, o dia do almoço.

Eu cheguei à casa do meu pai e de cara vi uma BMW preta. Ela já estava aqui.

— Pai, Senhor. – Cumprimentei os mais velhos. – Onde está a Lisa?

— Ela está nos fundos, queria ajudar com o almoço.

Saí de lá em direção à cozinha. Perguntei aos empregados e ela não se encontrava lá.

Fui em direção aos fundos da casa e dentro da estufa da minha mãe vi uma garota com vestido florido.

— Você! O que faz aqui?

— Ah, oi, desculpe.

— O que faz com essa tesoura? – Tomei a tesoura da mão dela.

— Essa flor estava morrendo e quando passei a vi e resolvi tentar ajuda-la.

— Não se intrometa no que não lhe diz respeito.

— Calma, eu só queria ajudar! – Ela tinha lágrimas nos olhos. – Você é sempre assim? – Ela sai correndo pela porta. Eu a sigo.

— Para de ser chorona! – Eu agarro o pulso dela.

— Me solta seu cretino! Eu sabia que seria errado eu aceitar esse noivado.

— Eu também! Afinal, não é meu pai que está quebrado, será um prazer ver você e seu pai na miséria!

Ela congelou. Ela não sabia.

— O que você está falando?

Eu analisei a expressão que estava no rosto dela. Era de total desconhecimento do que estava acontecendo. Ela não sabia que o pai dela estava falindo?

— Ah, você não sabia? Ele veio aqui há uns meses atrás implorando para o meu pai que o ajudasse afinal, a ambição dele o fez perder milhões. – Eu dou risada da expressão triste no rosto dela. – E aqui estamos nós. Eu estou comprando você.

Após eu fechar minha boca ouvia-se somente os seus soluços devido ao choro e algo então estralou e ecoou fortemente pela sala.

— É divertido para você?

— Como ousa me bater? – Eu dou um passo para trás.

— É divertido brincar com a fraqueza dos outros seu imbecil? Eu vou acabar com esse noivado idiota agora! – Ela arranca o anel que eu dei a ela e o joga no chão com ódio.

Eu acho graça daquela cena.

— Você não pode acabar com isso. Só eu, posso rejeitar você. Eu dei a entrada do pagamento, 50 por cento para ser mais exato. Após o casamento, os outros 50 irão para a conta do seu querido pai. – Abaixo-me e pego o anel e o encaro. – Você nem vale isso tudo.

Deposito o anel em cima da mesinha e saio daquela sala. Quem ela pensa que é para me bater e me xingar? Eu que estou fazendo o papel difícil aqui. Eu que estou perdendo alguma coisa, ela só ganha.

Segui em direção à sala onde estavam meu pai e meu futuro sogro.

— Filho, onde está sua noiva?

— Ah pai, ela já vem. – Falo sorrindo um pouco.

— Como vocês se conheceram, jovem rapaz?

— Como eu disse ontem, ela e eu somos da mesma turma. A nossa professora pediu que eu a ajudasse na matéria, afinal ela chegou no segundo semestre. Ah, claro, também somos vizinhos.

— Que bom ótimo! Ah, filha que bom que chegou. – Os olhos dela estão vermelhos e ela tenta sorrir. – Houve algo? Parece que estava chorando.

Meu pai olha imediatamente para mim com desconfiança, enquanto eu, procuro o maldito anel em um dos dedos dela e consigo respirar aliviado por ver que ela o usava.

— Tive uma crise alérgica por causa de umas flores. – Mentiu. – Vi uma flor murcha em uma estufa e resolvi tentar ajuda-la, mas, quando toquei percebi que era uma orquídea e como o senhor sabe, eu tenho alergia. Acho que cocei os olhos. – Ela tenta rir novamente.

— Você gosta de flores? – meu pai pergunta.

— Ah, sim. Na minha antiga casa eu tinha um enorme jardim, claro, sem orquídeas.

— A mãe do Yoo Jung também amava flores, claro, as orquídeas também. Depois que ela se foi à única coisa que sobrou dela foi aquele jardim.

— Ah, sinto muito. – ela abaixa o olhar.

Minha mãe morreu em um acidente quando eu era criança. Até hoje, não consegui superar essa dor e foi por isso que meu pai teve a horrível ideia de adotar duas crianças: Baek In-Ha e Baek In-Ho. Foi a pior ideia que ele pode ter.

— Enfim, foi há muito tempo. – eu disse.

Falar sobre minha mãe era uma coisa triste. Sua morte trágica fez com que todos os momentos belos que tivemos fossem apagados instantaneamente.

Conversamos sobre os detalhes do casamento. Meu futuro sogro nos presentearia com um apartamento já mobiliado e também bancaria a lua-de-mel e o vestido dela. Meu pai resolveu pagar as alianças, a festa e a decoração da igreja.

Novamente retorno à minha casa. Não olho para ela no elevador e nem dirijo minha palavra à mesma. Separamo-nos ali. Uma parede é a distância entre nós dois.

 


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