Uma Senhora Para Pemberley escrita por AustenGirl


Capítulo 18
Momentos de Felicidade


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde gente! tudo bem?

Aqui vai mais um capítulo cheio de amor pra vcs!

Obrigado pelos comentários no cap passado! Eu amei cada um! ♥

Sem mais delongas, desejo uma boa leitura a vcs!



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Era uma bela tarde de terça-feira e Elizabeth estava a sós na biblioteca pensando de que maneira poderia ajudar sua irmã a esquecer o senhor Bingley. 

Desde que ambas haviam conversado, no dia anterior, aquela ideia não saiu mais de sua mente.

Já havia se passado mais de seis meses desde que Charles havia partido do condado e nem mesmo esse tempo havia sido o suficiente para que Jane esquecesse dele. Então Elizabeth sabia que sua tarefa não seria fácil. Mas o que ela poderia fazer? Ela não sabia. Só tinha a certeza que precisava e ajudaria sua irmã. 

Sem ter nenhuma ideia até aquele momento, ela soltou um breve suspiro e recostou as costas sobre a poltrona a qual ela estava sentada. Ao olhar em volta, Elizabeth correu os olhos sobre os vários livros que tinha a disposição. Visto que os preparativos para o baile já estavam adiantados, ela pensou que poderia ler um pouco. Quem sabe isso a ajudaria a organizar a mente. 

Rapidamente ela foi até uma das estantes e começou a escolher que livro ela leria. Em uma prateleira um pouco mais alta, estava um exemplar do livro Otelo, de Shakespeare. Resolveu que leria esse então equilibrou-se na ponta dos pés para alcançá-lo. 

Pode tocar no livro e forçou mais um pouco para poder puxá-lo. Ela estava quase conseguindo, quando vários outros livros vieram junto com o que ela queria e todos caíram sobre a cabeça de Elizabeth. Com o susto ela soltou um pequeno grito e automaticamente levou as mãos até a cabeça para certificar-se de que não havia se machucado. Ao tocar a própria testa, sentiu um pouco de dor, mas como não havia sangue, deixou de lado e preocupou-se em juntar os livros que havia derrubado.

Indignada consigo mesma por ter feito aquilo, ela começou a empilhar os livros em cima de uma das mesas, porém quando pegou um deles na mão, um pequeno envelope caiu de dentro dele, chamando sua atenção. 

Elizabeth pegou o pequeno envelope e viu que tratava-se de uma carta para o senhor Darcy assinada por Lady Catherine de Bourg, datada do dia dois de Julho. Cerca de um mês depois que ela e o senhor Darcy haviam tornado oficial o seu noivado. 

Focou seu olhar no envelope por alguns segundos e a primeira coisa que passou pela sua cabeça foi abrir para saber o que estava escrito. Mas ao mesmo tempo que ela queria muito ler, sua consciência também lhe dizia que fazer aquilo seria errado. Afinal, aquela correspondência não era dela.

Contudo, depois de pensar por alguns segundos, sua curiosidade acabou vencendo e ela abriu nervosamente o envelope e começou a ler a missiva.

Senhor Darcy!

Ainda não consigo crer na notícia que acabou de me dar! Como você teve a coragem, e principalmente a falta de discernimento, ligando-se a Elizabeth, aquela moça petulante e sem fortuna alguma?

É óbvio que eu notei seu encantamento por ela enquanto ambos estiveram em Rosings, mas eu pensei que você não se deixaria envolver, que no máximo viveria uma aventura temporária com ela.

Me arrependo de não tê-lo alertado antes. Não o fiz pois realmente achei que você fosse mais inteligente e não se comprometeria com uma moça tão inferior a nós.

Não percebe que está manchando o nome e a reputação da nossa família? Estou muito desapontada com o senhor e tenho certeza de que seus pais estão se revirando no túmulo com esse seu comportamento deplorável.

Espero, meu caro sobrinho, que você agora use sua inteligência e desmanche este compromisso enquanto ainda está em tempo.

Se não o fizer, esqueça que sou sua tia!

Lady Catherine de Bourg, Rosings Park, 28 de Julho.

Ao terminar​ de ler a carta Elizabeth tinha uma expressão de espanto em seu rosto. Espanto não pelo conteúdo dá carta, e sim por que o senhor Darcy não havia contado nada para ela sobre aquilo.

Não era como se as opiniões de Lady Catherine sobre ela fossem alguma novidade para Elizabeth. Ela sabia que aquela senhora não a aprovava como noiva de seu sobrinho. Mas Elizabeth realmente nunca se importou com aquilo. Pelo menos não até aquele momento.

Ela não esperava que Lady Catherine fosse tão radical e mesquinha a ponto de renegar seu próprio​ sobrinho por causa do noivado. Então, o que preocupou Elizabeth não era o que Lady Catherine pensava, e sim como o senhor Darcy estava se sentindo diante daquela situação. Por que ele não havia lhe contado nada sobre aquilo? 

Lady Catherine, era a única irmã da falecida senhora Darcy e era uma das poucas pessoas da família dele que ainda estava viva. Só que agora por causa do noivado ele teria de se afastar dela, e por consequência de sua prima Anne também. Elizabeth sentiu um certo desconforto ao saber que o seu noivo estava se afastando da própria família por causa dela. Isso deveria ser horrível para ele, bem como para Georgiana, que nada tinha a ver com aquela história toda.

Por que ele não contou nada a ela sobre aquilo? Essa pergunta ainda dominava seus pensamentos e ela corria os olhos sobre a carta quando ouviu passos do lado de fora da biblioteca. 

Mais do que depressa ela tratou de colocar a carta de volta no livro onde havia a encontrado e rapidamente guardou os outros de volta no lugar, ficando apenas com um dos exemplares em mãos. Foi nesse tempo exato que o senhor Darcy entrou na biblioteca e surpreendeu-se ao encontrar Elizabeth ali sozinha.

— Elizabeth? O que faz aqui sozinha? — Perguntou ele olhando ao redor conforme aproximava-se dela. 

— Eu... Eu vim para pegar um livro! — Respondeu ela tentando disfarçar seu nervosismo, mas sua voz saiu mais trêmula do que ela gostaria. — Espero que não se incomode. 

— Claro que não. Já lhe disse para ficar à vontade. Essa casa em breve será sua também e... — Começou ele, mas parou de falar ao notar que havia um hematoma na testa dela. — O que aconteceu? — Perguntou ele preocupado e se aproximou dela para enxergá-la melhor.

— Oh... Nada de mais. Realmente​ uma bobagem. Eu fui pegar este livro, porém acabei derrubando todos os outros sobre mim. — Explicou ela fazendo um movimento displicentemente com as mãos querendo indicar que não era nada de mais, porém isso não o convenceu.

— Deixe-me ver. — Disse ele e colocou uma das mãos no queixo dela, fazendo-a erguer um pouco o rosto. Com cuidado ele tocou no machucado e automaticamente ela recuou e soltou um gemido baixo. — Acho melhor cuidarmos disso. — Falou ele olhando para ela e estava estampado em seu rosto o quanto estava preocupado com Elizabeth.

— Não deve se preocupar com isso. Nem deve ser algo sério. — Disse ela, mais uma vez tentando convencê-lo de que estava tudo bem, porém não adiantou.

— Sente-se aqui! — Ele falou e a conduziu até​ uma das poltronas fazendo-a sentar. — Me espere. Eu volto logo. 

Sem dar tempo para que ela dissesse qualquer coisa, o senhor Darcy saiu apressado para fora da biblioteca e a deixou sozinha. Ela não teve outra escolha a não ser esperar. 

Ele procurou pela senhora Reynolds e a pediu para que preparasse uma compressa de ervas. Quando ele e Georgiana eram crianças e se machucavam, era sempre a senhora Reynolds que preparava aquela receita para diminuir a dor. 

Dentro de poucos minutos ele já estava de volta a biblioteca e trazia consigo um pano e a tigela com a compressa preparada pela bondosa governanta. Assim que entrou no recinto ele se ajoelhou diante de Elizabeth e pressionou o pano úmido na testa dela. 

— Obrigada! — Disse ela enquanto involuntariamente fazia uma careta de dor quando o pano tocou o machucado.  — Mas não precisava se incomodar. Eu mesma poderia ter cuidado disso... 

— Eu sei que poderia. — Afirmou ele e retirou o pano da testa dela e mergulhou novamente na tigela. — Porém eu quero cuidá-la. 

Essas palavras tocaram o coração de Elizabeth mais do que ele poderia imaginar. Embora achasse que aquele machucado não merecia tanta preocupação, ela estava gostando se ser cuidada por ele. Ficaram em silêncio, e ele novamente colocou o pano na testa dela, mas desta vez doeu um pouco menos do que da primeira.

— Eu não sabia que o senhor tinha vocação para curandeiro. — Brincou ela e ele riu. 

— Na verdade esse mérito não é meu. — Disse ele. — Foi a senhora Reynolds quem preparou a compressa. 

— Depois vou agradecê-la.  

— Como conseguiu fazer uma proeza dessas? — Perguntou ele retoricamente e desta vez foi ela quem riu ficando momentaneamente constrangida. — Primeiro quase caiu da escada e agora derruba os livros na própria cabeça. Precisa tomar mais cuidado Elizabeth.

A maneira como ele falava parecia até que estava conversando com uma criança teimosa. Talvez ela fosse um pouco teimosa, mas criança ela definitivamente não era. Por alguns instantes ela se lembrou de como seu pai lhe falava quando ela fazia alguma traquinagem.

— Prometo-lhe que tomarei mais cuidado senhor Darcy! — Disse ela em um tom brincalhão. — Tem mais algum conselho ou advertência para mim? 

— Por hora apenas esse. — O senhor Darcy respondeu retirando o pano da testa dela e mergulhando novamente na tigela.

O silêncio dominou o ambiente e o Senhor de Pemberley continuava ajoelhado de frente para sua futura Senhora.

Isso fazia com que ele ficasse alguns centímetros mais baixo que ela. Aquele ângulo fazia com que ela tivesse uma visão privilegiada do rosto dele. Elizabeth o​ olhava atentamente, como se estivesse a guardar em sua memória cada detalhe do rosto dele. Suas pupilas se dilataram, assim como as do senhor Darcy, e de um segundo para o outro todo o clima do ambiente mudou e era como se não existisse mais ninguém no mundo além deles. 

Qualquer preocupação que ela ainda tivesse em mente, foi embora naquele instante. Sem quebrar o contato visual Elizabeth inclinou seu corpo de modo que seu rosto ficou bem próximo ao dele. Olhos nos olhos, sem pensar em mais nada, ela selou seus lábios em um beijo que foi prontamente correspondido. 

Desta vez o beijo era mais calmo do que da primeira vez, mas não menos intenso. Era como se através daquele beijo pudessem transmitir todo o cuidado e os sentimentos que um tinha pelo outro.

Quando o ar lhe faltou Elizabeth encerrou o beijo, no entanto continuaram perto um do outro e ela ainda segurava o rosto dele entre suas mãos.

— Agradeço pela sua ajuda... — Falou ela e sua voz saiu baixa, quase um sussurro. — Mas creio que devemos parar de ficar sozinhos nessa biblioteca, ou então isso se tornará um hábito. 

— Acho que eu não me importaria se assim fosse. — Disse ele e voltou a beijá-la, dessa vez com mais urgência do que antes. Porém isso fez com que ele encostasse no machucado dela sem querer e ela se afastou e soltou um suspiro por causa da dor.

— Ah por favor me desculpe! — Ele falou imediatamente e estava muito envergonhado por aquilo. — Eu a machuquei? 

— Não, não machucou. — Elizabeth respondeu e apesar da dor não conseguiu segurar o riso. — Mas talvez isso tenha sido um sinal para pararmos por aqui. 

— Sim. Com certeza foi um sinal!— Concordou ele e estendeu-lhe o braço para que saíssem da biblioteca.

(...)

Depois do incidente na biblioteca o senhor Darcy insistiu para que Elizabeth repousasse. Ela negou algumas vezes dizendo que aquilo não se fazia necessário, mas tamanha foi a insistência dele que ela acabou se dando por vencida e foi para o quarto descansar.

Depois de descansar por um pouco mais de uma hora, Elizabeth já estava entediada de estar sozinha em seu quarto. Já era meia tarde quando ela decidiu que havia repousado o suficiente e poderia sair para fazer alguma coisa. 

Contudo, antes que ela saísse, foi surpreendida por Georgiana Darcy que foi até o seu quarto para falar com ela.

— Lizzy, como está? — Georgiana falou assim que entrou no quarto. — Perguntei por você ao meu irmão. Ele me contou sobre o seu incidente. Está precisando de algo? — Falou ela e estava estampado em seu semblante a preocupação e a expressão dela lembrava muito a do seu irmão.

A jovem carregava consigo uma caixa de tamanho médio, e Elizabeth supôs que a garota trazia nela algum medicamento ou algo do gênero.

— Georgiana agradeço pela sua atenção e preocupação, mas como podes ver eu estou bem! — Disse Elizabeth lançando um terno sorriso para sua futura cunhada. — O senhor Darcy provavelmente deve ter exagerado um pouco sobre​ o meu estado.

— Realmente! — Falou Georgiana sorrindo aliviada ao ver que Elizabeth estava bem. — Da maneira como ele falou eu esperava encontrá-la convalescendo em uma cama. — Completou divertida e Elizabeth riu.

— Ainda bem que não foi tão grave assim! — Disse Elizabeth. — Só me preocupo que esta mancha não desapareça até o dia do baile. 

— De certo desaparecerá. — Georgiana falou e ficou alguns segundos em silêncio até voltar a falar. — Lizzy, eu lhe trouxe algo. É um presente. —  Ela disse animada e entregou para Elizabeth a caixa que carregava consigo.

Com grande curiosidade Elizabeth a abriu e tirou de dentro dela um belo vestido de festa. 

— Eu realmente espero que goste. Mas se não gostar, ele pode ser trocado por outro... — Georgiana começou a falar, porém foi interrompida por Elizabeth.

— E muito lindo! Eu agradeço de coração! — Disse Elizabeth olhando para a peça de roupa. Era realmente um lindo vestido. O tecido era leve e macio e embora fosse vermelho, uma cor forte e tivesse alguns pontos de brilho, ele não era extravagante. — Mas não precisava ter gasto seu dinheiro comigo! — Concluiu ela ao pensar que, com certeza, aquela peça deveria ter custado caro.

— Foi realmente um prazer para mim. — Disse Georgiana. — A algum tempo eu queria lhe dar algo. Então quando eu vi este vestido, imaginei que ele ficaria lindo em você. Além do mais, achei que seria uma boa maneira de expressar meu apresso e gratidão por tudo o que tem feito.

— Gratidão? — Perguntou Elizabeth intrigada. — Mas pelo quê? — Antes de responder Georgiana segurou a mão de Elizabeth entre as suas.

— Agradeço do fundo do meu coração por fazer meu irmão tão feliz. — Georgiana falou. — Desde que nossos pais morreram, Fitzwilliam sempre se preocupou tanto em cuidar de mim e dos negócios, mas nunca se preocupou em cuidar de si mesmo. Vê-lo feliz e apaixonado era o que eu mais queria. Creio que o vi sorrindo mais por você nos últimos meses, do que sorriu em uma vida inteira!

— Georgiana... — Murmurou Elizabeth e estava realmente tocada pelas palavras da garota. — Realmente não há o que agradecer. Não tenho feito nada de heróico, uma vez que seu irmão me tem feito muito feliz também! 

— Lizzy, eu posso perguntar-lhe algo? — Georgiana falou e parecia hesitante em continuar.

— Claro que sim! 

— Você ama o meu irmão? — Perguntou ela e a supresa por aquele questionamento era visível na expressão de Elizabeth.

Jane havia perguntado a ela a mesma coisas a algum tempo atrás. Na época a resposta havia sido uma negativa, porém agora seus sentimentos eram tão diferentes e intensos. Elizabeth sabia bem o que responder.

— Eu o amo! — Disse ela e Georgiana sorriu de contentamento. — Amo mais do que pensei que fosse possível amar alguém. 

Georgiana a abraçou forte e carinhosamente, desejando toda a felicidade do mundo ao casal.

Elizabeth havia prometido a si mesma que confessaria seu amor para o próprio Senhor Darcy antes de contar a qualquer outra pessoa, porém sentiu-se bem em revelar seus sentimentos para sua futura cunhada.

Colocar em palavras o amor que sentia tornava tudo mais real. A ansiedade em falar tudo a ele cresceu ainda mais em seu peito. 


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Notas finais do capítulo

Então amores, o que acharam?

Sei que muitas achavam que o baile já seria nesse, mas esse capítulo é importante para os acontecimentos futuros.

No próximo já teremos o baile e com eles fortes emoções kkk

Sobre a pergunta que eu havia feito no capítulo passado, a respeito da Lydia pedir desculpas, eu já decidi o que fazer e agradeço a opinião que vcs deram! ♥



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