Blindfolded escrita por Berezi


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Nos capítulos futuros, o curso da história não será que nem o do jogo, e terá partes que focam na vida pessoal da "docete" que nesse caso é Chao Tae. Espero que gostem aonde a história está indo. Até mais~



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Segundo dia de aula, as mesmas pessoas, as mesmas aulas, o que em um momento havia sido interessante e divertido, já estava cansando sua beleza.

O professor de física não parava de falar sobre a transformação de energia cinética em energia química e como aquilo era absurdamente legal. Parecia um tanto interessante, mas ao olhar para a porta e conseguir ver o corredor, vazio, pensou como seria ainda mais legal se tivesse a liberdade de ficar andando por aí.

— Então, para o trabalho desse bimestre, todos vocês podem se juntar em grupos de pelo menos seis pessoas para fazerem uma bomba de hidrogênio!

Opa, o quê? Uma bomba? As coisas pularam de entediantes para demais muito rápido.

O único problema é que Chao Tae não conhecia praticamente ninguém da sua sala, e achar mais cinco pessoas para fazer um grupo não seria algo tão fácil para uma garota de 17 anos que nunca teve tantos amigos e sempre deu problema com a sala.

Chao estava perdida. Estava extremamente animada para explodir alguma coisa com uma bomba, mas também absurdamente desesperada para procurar pessoas para o grupo, ela olhou em volta rapidamente, mais da metade da sala já estava agrupada, conversando animadamente sobre como iriam fazer o projeto e quem iria trazer o que para a apresentação da escola, e ela só estava ali, sentada, sozinha, morrendo internamente, afogando em desespero e ansiedade.

Até que uma sombra aparece na frente de sua mesa.

Era uma garota ruiva, parecia amigável. Estava sorrindo como se já fosse sua amiga. Ela acenou e sorriu uma vez mais.

— Hey novata, eu sou a Íris... Notei que não estava em nenhum grupo, então, quer fazer parte do meu? Você é a última integrante que precisamos para fechar o projeto. – A tal de Íris continuou sorrindo, nossa, como ela era simpática. Na verdade, ao olhar para as pessoas do grupo dela, ela realmente parecia como um imã de pessoas.

— Uh... Claro! Chao Tae, prazer. – ela sorriu, tentando não parecer uma total batata social. – Então... Já decidiram o que cada um vai trazer?

— Ah, não todo mundo. Eu vou trazer os equipamentos de segurança para o grupo, Matt vai trazer o alumínio, Kelly vai trazer a água, Carly vai trazer o pote de vidro e os balões, e o resto do grupo vai ajudar a fazer o relatório... Você pode trazer a soda cáustica se quiser.

Soda cáustica. Uma coisa perigosa e corrosiva, que pode estragar a vida de muitas pessoas em uma jogada só. Era tudo muito perfeito. Chao sorriu maliciosamente ao ouvir que seria a responsável por trazer aquilo.

— Será um prazer. Eu trago no dia. – Ela sorriu, e se levantou ao ouvir o sinal. Hora do intervalo.

...

Chao em vez de se sentar no mesmo banco no pátio escolar decidiu dar uma volta pelos corredores, e surpreendentemente, deu de cara com a diretora.

— Chao Tae! Estava procurando por você! Estou com uma ficha de inscrição dos clubes que existem na escola, e estava querendo saber se você está interessada em algum deles.

— Clubes? Quais são as opções?

— Basquete e jardinagem. – A diretora sorriu um tanto desesperada, provavelmente queria que ela se juntasse a algum clube, de um jeito ou de outro.

 _ Basquete? Sério? Eu estou dentro!

Em nenhuma das escolas que Chao estudou havia um clube de basquete, claro que havia Educação Física e que ela sempre jogava quando podia, mas um clube dedicado a isso? Era praticamente um sonho.

— Ótimo! Por que não vê se seu clube precisa de ajuda ou algo assim? Isso vai no seu histórico escolar!

— Espera o quê? Eu nem sei onde ficam os clubes!

— Ah, mas você já é uma garota crescida não? Tenho certeza que vai dar um jeito de achar, só vá rápido, não quer que tenha uma anotação negativa no seu histórico, quer? – A voz quase forçada para ser amigável da diretora pareceu quebrar nesse momento, revelando sua verdadeira intenção. A senhora encarou Chao Tae com um olhar congelante, e um sorriso de desdém. Parecia ter um prazer ilícito de querer ferrar com a vida da ruiva.

A garota a encarou de volta por uns bons momentos... O que diabos aquela velha tinha contra ela? Era o segundo dia que ela vinha naquela escola e as pessoas superiores já estão de olho nela... Será que todo mundo que sabe de sua situação a trataria daquele jeito? Tá bom que o representante de sala foi meio legal no final, mas o jeito como ele falou para a loirinha foi... Nojento.

“Ambre... Não se meta com gente como ela... Vai deixar sua reputação pior do que já é, mas o motivo será diferente...”.

— Sem problema, eu sempre me virei com tudo mesmo. – com um tom de voz tão congelante quanto o dela, Chao se virou de costas em direção ao pátio. Não podia deixar sua guarda baixa nem por um momento.

“Eles não te veem do mesmo jeito que você tenta os ver... Não caia por um sorriso falso. Droga, você é idiota?” Pensou consigo mesmo, irritada.

— Hey, hey, por que a cara fechada? A Ambre mexeu com você ou algo assim?

Uma voz familiar. Chao ergueu a cabeça e viu o garoto de ontem na sua frente, com um sorriso de canto no rosto.

— Castiel?

— Não, Papai Noel... Fala aí, o que aconteceu?

— Ugh, a diretora... Disse para eu me juntar em um clube ou algo assim e eu fiquei super animada e tal, mas daí ela simplesmente jogou na minha cara que eu sou uma pessoa horrível e que se eu quisesse ter boas notas eu deveria ajudar o clube e blá, blá.

— Clássico. Qual clube você escolheu?

— O de basquete é claro! Mas, eu não faço a menor ideia onde fica... E o pior é que eu não sei quem faz parte do clube para me ajudar...

— Hah, fácil. Eu passo lá de vez em quando para jogar, eu sei onde é.

— Sério? Então você me ajuda? – Chao abriu um sorriso esperançoso, não pensou que seria tão fácil.

— Sério... Mas você pode passar depois? Eu tenho... Umas coisas para fazer. Mas depois da aula eu te levo lá, que tal?

— Oh... Tá. Claro, tanto faz. Mas valeu mesmo, te vejo depois Cas!

A garota acenou e virou de costas, voltando para a sala, o sinal já ia bater, porém, mesmo com essa saída suave ficou extremamente vermelha ao perceber que chamou Castiel de “Cas”. Que tipo de apelido era aquele? Ainda bem que não deu tempo de ver sua reação se não seria duplamente pior.

...

Final do dia, Chao Tae quase se esqueceu de encontrar Castiel no pátio da escola para finalmente ir para o clube.

Quando chegou lá viu Castiel sentado no banco que estavam sentados ontem, e se aproximou, sorrindo ao chegar.

— Hey, você realmente veio. – Ela riu.

— Achou que eu iria te deixar aqui e ir embora? – ele sorriu e se levantou. – Vem logo, é por aqui.

Depois de passarem por um caminho limpo de terra, chegaram até uma quadra fechada. Só que, como a escola já estava pra fechar, Castiel teve e destreza de pular sobre a grade para entrar.

Chao ficou o encarando do lado de fora, quase que sem piscar.

— O que está esperando? Não queria saber onde o clube de basquete ficava? Vamos aproveitar e pelo menos jogar umas partidas.

“Você não se esqueceu das regras, não?”.

“Não queremos que seja expulsa de mais uma escola...”.

Chao não queria se dar mal no seu segundo dia de aula, mesmo que as coisas tenham ficado tragicamente mais entediantes e que invadir uma quadra da escola depois de fechada para jogar basquete era literalmente a coisa mais excitante que poderia acontecer hoje.

— O que foi Chao? Com medo de ser pega por algum guardinha?

Do outro lado da grade, ela podia ouvir Castiel tirando sarro dela. Obviamente ele era do tipo delinquente, mas isso era uma decisão que realmente podia ferrar com a vida dela.

Mas...

Uma partida só não daria problema, daria?

Já estava ficando escuro, passando das seis horas, se alguém os pegasse, os dois poderiam rapidamente pular a grade do outro lado e correr até o muro, pulando para fora do território da escola, e não teriam problemas.

— Medo? Claro que não! – E com isso, Chao pulou a grade, pegando a bola de basquete e sorrindo maliciosamente para o outro ruivo. – Agora, vamos jogar ou não?

Depois de umas três partidas, com o céu já estrelado, um barulho pôde ser ouvido da trilha de terra que dava na quadra. Chao imediatamente parou de bater a bola no chão e olhou para trás. O barulho lembrava passos.

Ela olhou de volta para Castiel, que estava com o olhar fixo na trilha. Pronto para correr.

Uma luz surgiu da trilha, era um guarda.

— Olá? Alguém está aí? Essa área está bloqueada para alunos depois do horário de fechamento!

— Corre! – Castiel cochichou desesperadamente, pulando a outra grade e indo para o muro.

Chao largou a bola no chão e subiu rapidamente a grade, porém sua calça ficou presa quando estava no final.

— Droga-

Ela tentou se soltar, podia ouvir o guarda se aproximando da quadra por ouvir o barulho da bola de basquete batendo no chão.

— Castiel, eu estou presa!

O rapaz já estava de frente com o muro quando virou para vê-la. Se voltasse provavelmente seria pego pelo guarda, mas ele não poderia simplesmente deixa-la ali.

Relutantemente, Castiel voltou e a puxou pelas mãos tentando fazer sua calça se soltar da grade.

Uma luz forte veio na direção deles, o guarda os viu!

— Hey, vocês aí! O que pensam que estão fazendo?!

— Rápido! Ah- - Chao despencou da grade e caiu nos braços de Castiel. Porém, sem ter tempo de ficar envergonhada, rapidamente se livrou dele e em vez disso pegou em sua mão, correndo como nunca para o muro.

Castiel subiu primeiro, a ajudando em seguida e antes que o guarda pudesse ver quem realmente eram os alunos, eles já estavam do outro lado, são e salvos.

— Ufa... Essa foi por pouco. – Castiel disse, respirando forte.

— É... – Chao Tae respondeu, respirando na mesma intensidade que ele. – Desculpa por te atrasar... Sabia que aquilo podia acontecer, mas eu...

— Hey, relaxa... Foi mais emocionante do que eu pensei. E, eu não podia te deixar ali pra ser pega. – Castiel animadamente passou a mão nos cabelos da outra, bagunçando o mesmo.

Chao riu, ainda tendo um pouco de dificuldade para respirar.

— Ainda bem que meu cavaleiro de armadura veio para me salvar não é mesmo? – ela empurrou o garoto ruivo de leve, sorrindo.

— É, é... – ele riu, a empurrando de leve de volta. – Bem, isso foi divertido. Até amanhã!

— Até!

Os dois seguiram seus caminhos separados, até que a garota se lembrou de algo.

— Ah, Castiel? – ela se virou, o olhando nos olhos quando este também se virou para olhá-la. – Desculpa por ter te chamado de Cas antes, não sabia se gostava de apelidos ou não, então...

— Ah, isso? Você pode me chamar de Cas se quiser... Eu não ligo. – ele sorriu, voltando a andar em direção à sua casa.

Chao corou levemente, o observando por alguns segundos antes de voltar a andar.

— Até que para um delinquente... Ele não é tão ruim quanto eu...


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