– Vai logo Edward, me da essa chave! – Eu estava com a chave do carro novo do Black, que eu e Nessie haviamos dado de presente, fechada em punho e, para frustrá-lo mais ainda, eu cologuei o meu braço para trás impedindo que ele a pega-se. – Você vai me dar ou não? – Irritar Jacob era uma das poucas coisas que eu achava divertido. Depois da morte de Bella eu havia perdido o meu bom humor. Eu só ainda estava vivo e tentando ser feliz por causa da minha filha. E é por causa dela que eu tolero a companhia de Jacob. O problema é que a parte de ser feliz estava difícil.

– Aqui cachorro, vai pegar! – Eu joguei a chave no ar para longe de seu alcance. Ele soltou um palavrão e saiu correndo atrás da chave. Igual a um cachorro quando corre atrás do disco. Era hilário.

 – Pai! Não seja tão mau com o Jake!

– O que foi? Não fiz nada de mais.

– Humpf. – Nessie bufou e revirou os olhos para mim. Eu adorava quando ela fazia isso. Me lembrava a sua mãe.

– Sabia que a sua mãe fazia do mesmo jeito quando ficava irritada?

– Você já falou isso umas mil vezes pai.

– É mesmo? Eu não tinha percebido. – Eu dei um beijo carinhoso em sua testa e entrei dentro de casa. Passou-se dois minutos e Nessie, acompanhada de Jacob, entrou para pegar os seu materiais. – Vocês já vão?

– Eu tenho que passar na casa de uma garota antes. Prometi à mãe dela que daria carona para a sua filha enquanto ela não compra um carro para ela.

– Ah, então te vejo na escola filha. E se cuida. – Eu disse isso mais para Jacob do que para ela. Eu deveria ir junto para não deixar os dois sozinhos no carro, mas eu não queria bancar o pai chato. Nessie me deu um beijo de despedida e acenou para os outros.

Eram oito horas quando chegamos no colégio. Jasper, Alice, Rose, Emm e eu descemos do carro e fomos direto para as nossas respectivas aulas. Eu olhei ao redor e percebi que Nessie e  Jacob ainda não haviam chegado. Eu esperava que tudo estivesse bem e que eles não tivessem inventado aquela história para dar uma “escapada”. Minhas aulas foram chatas e tediosas como sempre. Não havia nada de novo. Todas as fórmulas de física e química, que os professores alegavam ser novas, eu já havia estudado a dez anos atrás. E devo dizer que eram bem simples, não sei por que a maioria dos alunos não dava conta de responder.

– Muito bom Edward. Mais uma vez você nos impressionou com a sua rapidez no raciocinio.

– Obrigado Sra. Dalton. – A Sra. Dalton me deu um sorriso e eu pude ouvir a malicia que ecoava em seus pensamentos. Ela era uma mulher de quarenta anos que adorava dar em cima de rapazes mais novos. E, aparentemente, eu era o seu mais novo alvo.

– Aprendam com Edward, classe. Prestem mais atenção nas aulas e talvez um dia, quem sabe, vocês seram tão iteligentes quanto ele. – Mas com certeza não chegaram perto de sua beleza. Meu Deus que corpo! Aposto que ele poderia acabar comigo na...

Eu me recusei a ouvir o resto. Comecei a prestar atenção nos pensamentos dos outros alunos. Isso era totalmente nojento e doentio. Essa mulher tem idade para ser a minha mãe. Na teoria pelo menos. Foi analisando os pensamentos dos demais alunos que eu percebi que havia uma comoção na esola. Uma aluna nova pelo o que eu pude perceber. A maioria dos pensamentos estavam direcionados à ela, especialmente a dos garotos que estavam anciosos para se apresentarem à ela. Eu logo ignorei os pensamentos confusos que estavam à minha volta e direcionei a minha atenção para a tediosa aula. Depois da aula de Química, eu fui para a sala de Espanhol. Fingi que prestava atenção no filme que a Srta. Gomez estava passando e no final eu fiz um relatório em um minuto sobre o filme e entreguei à ela.

– Perfecto! Está dispensado señor Cullen. – Eu ri internamente pelo péssimo sotaque da Senhorita Gomez. Ela dizia ser do México e ter vindo com a família para os Estados Unidos quando pequena. Mas nós dois sabiamos que ela era de Seattle e tinha aceitado esse emprego por falta de coisa melhor.

Eu encontrei com o restante da minha família no corredor. Entramos no refeitório, pegamos nossa comida e nos direcionamos à nossa mesa como de costume. Mas no caminho até a mesa, Nessie se virou para trás, sorriu e acenou para alguém. Por curiosidade e impulso, nós nos viramos para ver quem era. Eu não acreditava no que os meus olhos estavam vendo. Eu estou ficando louco ou aquela garota é idêntica à Bella? A garota correspondeu ao gesto de Nessie provocando uma comoção geral. Tanto por parte de seus amigos quanto pela minha família. Eu sai do meu estado de choque e andei em passos humanos até à mesa. Eu estava bastante atordoado por causa do que estava havendo.

Não é possível! Ela conhece os Cullen?.... O que ela está pensando? Ela ficou maluca?... Por que ela está acenando para eles? Oh, vai dizer que ela conhece eles?... Ela bem que poderia me apresentar à eles. Quem sabe assim o Edward não me nota... Eu não acredito.... Eu bloquiei a onda de pensamentos confusos e inuteis que estavam invadindo a minha mente e direcionei apenas para as mentes da minha família. Meu Deus era a Bella... mas como ela sobreviveu... é mesmo ela?... o que diabos está acontecendo?... Foi mal Edward, eu deveria ter te contado antes. O último pensamento me chamou a atenção. Eu olhei para Jacob e eu pude sentir o meu olhar ficando estreito.

– Me contado o que Jacob?

– Sobre ela. Eu fui buscá-la hoje de manhã. Eu não fazia idéia, juro. Quando eu a vi saindo da casa eu achei que estava vendo coisas. Mas quando ela entrou no carro eu tive certeza de que era ela. Edward a semelhança é incrível! Até mesmo o cheiro se parece!

– Vocês acham que ela pode ser a minha mãe? – Nessie estava extasiada de tanta felicidade. Ela realmente acreditava que aquela garota poderia ser Bella. Eu duvidava fortemente disso. Ninguém poderia ser igual a Bella. Ninguém, jamais, poderá substituí-la.

– Claro que não Nessie, não diga bobagens.

– E por que não? Eu acho...

– Sua mãe morreu Nessie! Fim do assunto.

– O que mais você sabe sobre ela Jake? – Como se não bastasse a Nessie, agora a Alice estava feliz com a presença da infeliz que ousou se parecer com a Bella. Isso parece uma maldição. Será que o destino estava me pregando peças de novo?

– Bom, eu sei que o nome dela é Isabelle. Mas ela gosta que a chamem de Belle. – Agora eu tinha certeza que isso era uma peça do destino. O que eu fiz para merecer isso? Como se não basta-se as feições, o nome também era parecido. – Ela está morando na antiga casa que foi da Bella. Eu a vendi para a mãe dela. Ela mora com a mãe que acabou de se separar do marido.

– Uau, até a história é meio parecida. Se fosse o pai ao invés da mãe então...

– Cala a boca Emmet! Jacob, como você ousa vender a casa? Você disse que nunca a venderia! – Eu sei que o Charlie deixou a casa para ele e ele pode fazer o que bem entender com ela, mas ele tinha jurado que nunca iria se livrar da casa!

– Eu sei que eu tinha prometido Edward, mas quando eu vi a mãe dela procurando desesperada por uma casa eu não consegui dizer não. Eu deveria ter feito o que? Deixado ela na rua?

– Você vai me desculpar Edwrad, mas ela se parece muito com a Bella. Você não acha que a gente deveria ir lá e... – Alice já não estava se aguentando. Ela queria correr até a tal de Belle e abraçá-la, sem falar na parte de arrastá-la até aqui para ficar próxima da gente. E eu percebi que a Nessie estava do mesmo jeito.

– Não inventa Alice! Ela não é a Bella e ponto final! – COMO VOCÊ PODE TER CERTEZA? Alice estava gritando desesperada em sua mente agora. Isso só me irritava mais ainda. É ELA EDWARD! VOCÊ NÃO VÊ? ELA VOLTOU PARA NÓS! TALVEZ BELLE.... – Pare Alice! A Bella morreu e você sabe muito bem disso. Ela não pode ser e não é a Bella! Isso não faz sentido. Isso não tem lógica. Isso é bobagem! – Alice ignorou o que eu disse, se levantou e eu pude ver em sua mente o desejo de correr até a garota para falar com ela. Ela estava pensando em coisas absurdas como se apresentar à garota e esperar até que ela a reconheça.

– Alice, você ficou louca? Você realmente espera que ela saiba quem você é? Isso é loucura Alice, isso é pura bobagem!

– Bobagem? Apenas olhe para ela Edward! É muita coincidência... – Quando Alice disse para olhar para ela, todos nós viramos para observá-la e nós a pegamos nos encarando curiosamente. Ela percebeu que foi pega e abaixou a cabeça. O mesmo movimento que Bella fazia quando estava constrangida, mas o pior não era isso. O pior era ver o seu rosto ficar em um tom avermelhado por causa do excesso de sangue que foi mandado para as suas bochechas. O mesmo tom lindo e delicioso de Bella. Isso estava começando a ficar estranho. Quem é essa garota? Por quê ela está aqui? O que eu fiz para merecer isso?

– Desculpe irmão, mas eu sou forçado a concordar com a baixinha. É muita coincidência. – Eu rosnei para Emmet e sai do refeitório de tanta raiva que eu fiquei.

Não era ela. A minha Bella morreu a oitenta anos atrás. Eu vi o seu corpo ser interrado. Eu vi o seu corpo ficar sem vida. Eu tinha certeza de que isso havia acontecido pois eu passei longas horas abraçado ao seu corpo chorando sem lágrimas desesperadamente. Ela não poderia estar viva. Ela não está viva. O meu amor está com os restos mortais decompostos. Isso é apenas mais um truque do destino. O maldito destino que me fez sofrer, me faz sofrer e agora estava acabando de vez comigo. Ela não era a Bella. Ninguém jamais seria como ela, ninguém jamais a substituiria, jamais alguém poderia chegar aos pés dela. Eu devo admitir que a semelhança era incrível, mas daí a achar que ela é a Bella aí já é um absurdo sem tamanho. Por quê meu Deus você faz isso comigo? É uma espécie de castigo por eu ter cobiçado algo tão puro e perfeito que eu não poderia ter? Por que você faz isso comigo? Todas as lembranças que eu tinha da Bella passaram em minha mente como flashs rápidos de memória. Tantos momentos bons e difíceis eu passei ao lado dela. Até mesmo os difíceis foram bons momentos por que ela estava viva e estava ao meu lado. Eu andei durante algum tempo na mata perto do colégio e retornei apenas  para a minha última aula. Eu não deveria ter retornado.

Como se fosse mais uma brincadeira do destino, eu vi a tal de Belle entrar na sala acompanhada da Weber e do Newton. Ela foi até o Sr. Smith e se apresentou, ele a cumprimentou e falou para que ela fosse se sentar no único lugar vago da classe: a cadeira que estava ao meu lado. Só pode ser uma piada, e, ainda por cima, das mais sem graças. Essa infeliz ousava repetir a cena em que eu e Bella tivemos o nosso primeiro contato próximo. Mas esse contato não seria algo agradável. Não foi para a Bella e muito menos será para ela. Não seria difícil mostrar à ela o quanto ela não é bem vinda. O cheiro dela lembrava o da Bella, mas era pior. Muito pior. O seu cheiro era mais doce e tentador. Se eu não tivesse aumentado tanto o meu auto-controle depois de passar tanto tempo ao lada da Bella, eu tenho certeza que eu já a teria matado. Eu queria matá-la e muito. Minha menta começou a calcular todas as possibilidades de arrancá-la da sala e acabar com sua vida insignificante. Mas eu não iria me corromper por ela. Ela não merecia tanto. Eu não vou estragar anos de auto-controle por causa dela. A garotinha infeliz que tem a ousadia de se parecer com a Bella.

No momento em que ela se aproximou, eu imediatamente parei de respirar. Enquanto ela arrumava os seus materiais, eu fiz questão de afastar ao máximo a minha cadeira. Como ela ousa querer imitar o cheiro da Bella? Como ela ousa querer ser mais tentadora para mim? Eu estava nutrindo um grande ódio por essa garota nesse momento. Eu sabia muito bem que tudo isso era feito pelo seu inconsiente, mas eu não estava nem ai. Meu ódio aumentou ainda mais quando eu percebi uma coisa: eu não ouvia os seus pensamentos. Aí já é demais. Isso só fazia com que o meu repúdio aumenta-se.Ela estava desconfortável, eu podia sentir isso. Ótimo, eu quero que ela fique assim mesmo. Eu quero que ela fique o mais longe possível de mim.

Eu passei a aula inteira tentando demonstrar o tamanho do meu desprezo para ela atravéz do meu olhar. Eu queria matá-la. Ela sempre dava uma leve olhada e depois desviava o olhar. Aparentemente ela estava com medo, o que era ótimo por que era isso o que eu queria que ela sentisse. Em uma dessas suas olhadas ela olhou para o meu rosto e eu resolvi retribuir a sua encarada. Ela corou de vergonha e eu rosnei de raiva. Como ela ousa corar desse jeito? Pois ela não fica tão bonita quanto a Bella ficava quando corava. Nem ao menos chega perto. E por que ela ainda continua olhando para mim? Isso já é uma afronta! Uma provocação sem tamanho! Eu não quero que ela me olhe! Isso só aumenta a minha raiva. Mas algo que eu não esperava aconteceu.

O seu rosto foi perdendo o tom escarlate e foi aos poucos voltando ao normal. Ela me olhava de um jeito estranho. Isso era... fascinação? Eu estava surpreso. Não era esse tipo de reação que eu esperava. Eu esperava que depois do meu olhar de ódio e desprezo intensificado, ela se volta-se para a aula e não presta-se mais atenção em mim. Não era isso o que ela estava fazendo. Concerteza ela possui algum problema. O sinal tocou e ela pulou com o susto, enquanto isso eu peguei os meus materiais e corri o mais rápido que a minha “condição humana” permitia. Confesso que eu fui mais rápido, mas eu não me importava. Eu queria ficar longe dela. Eu não olhei para trás.

Fui até a minha BMW prata e fiquei esperando a minha família chegar. Nessie e Jacob foram os primeiros a aparecer. Logo atrás deles vinham os outros.

– Oi pai. O que foi? Algum problema? Você parece... nervoso.

– Não é nada. Vamos embora logo. – Pai, você sabe muito bem que não me engana. Mais tarde conversamos sobre isso, pode ser? – Não. Não pode ser Nessie. – Você sabe que a gente vai falar sobre isso de qualquer jeito. – Tudo bem! – Eu rangi os meus dentes para ela. Eu não podia acreditar que ela realmente acreditava que a tal Belle pude-se ser a mãe dela. A mãe dela morreu! Ela nem ao menos chegou a conhecê-la direito. Alice deve estar enchendo a cabeça dela com baboseiras. – Será que dá para vocês entrarem no carro logo? – Eu disse para Alice, Emmet, Jasper e Rose que ainda não haviam entrado no carro.

– Ei mano, calma ai. Já estamos indo.

– Pra que toda essa pressa Edward? Vai fugir como da última vez?

– Cala a boca Rose! – Eles entraram no carro e eu comecei a tirar o carro de onde ele estava estacionado. Até eu reparar que Jacob estava procurando por alguém. Mas cadê ela? Eu parei o carro ao lado dele. – Jacob, o que você está fazendo?

– Estou procurando a Belle. Prometi levá-la de volta pra casa. – Eu dei um rosnado baixo e trinquei o meu dente quando ele disse isso. Eu ia saindo quando Jacob resolveu abrir a boca de novo. – Não tem como você localizá-la para mim não? Usa esse radar embutido que você tem na cabeça e...

– Eu não... posso. – Eu falei tão baixo que eu duvido que até a Rose, que estava sentada no banco do carona, tivesse ouvido.

– Como é? Eu não escutei?

– Eu não posso.

– Fala alto Edwrad! Minha audição é boa mas nem tanto.

– EU NÃO POSSO! DEU PRA VOCÊ ESCUTAR AGORA?!? – Eu estava frustrado. Muito frustrado. Eu pude ouvir a surpresa que emanava da cabeça de cada um deles. Me concentrei na mente de Mary Able. Uma nerdizinha que não pensava em nada além de estudar. Era um bom jeito de eu me distrair nessas situações. Me pergunto quando que vamos estudar os artrópodes. O professor disse que ia passar um filme, mas até agora nada! Será que ele...

– Edward estou falando com você!

– O que foi Alice? – A essa altura, eu já estava distante do Colégio e a mente de Mary não era nada mais do que um susurro agora.

– Como assim você não pode? Vai me dizer  que você não pode...

– É, eu não posso. Está satisfeita? Eu não posso ler a mente dela! E isso não quer dizer que ela é a Bella ouviu bem? Por favor não insista nessa história. – Tudo bem. Mais cedo ou mais tarde você verá que eu estou certa de qualquer jeito mesmo. Eu rrevirei os meu olhos para os pensamentos insanos de Alice. Ela era absurda.

– Eu vi que você estava planejando matá-la na aula de Biologia hoje... – Igual à primeira vez que vocês se conheceram. – qual foi o motivo dessa vez?

– Nada de mais. Eu só não gosto dela. E, pela última vez Alice, ela não é a Bella.

– Até parece que foi por causa disso. Você pode achar que não, mas eu tenho certeza que é ela. Seu burro, você não vê? Ela voltou pra você! Ela voltou pra nós!

– Acredite no que quiser. – Eu não estava nem aí para o que a Alice achava. Não fazia a menor diferença para mim.

– Você vai me desculpar Edward, mas eu concordo com a Alice.

– Emmet! A Alice eu tolero por que ela é louca... – Alice soltou um rosnado por causa do insulto da Rosalie. Eu concordava plenamente com ela. – ... mas agora você já é de mais. Querido, o Edward tem razão, isso é impossível!

– Eu não acho. Vampiros, metamorfos e lobisomens existem. Por que isso também não pode ser possível?

– Eu concordo plenamente com o Emmet. Quem disse que isso é impossível hein?

– Amor...

– Ah não Jasper! Até você? Eu achei que você ficaria do meu lado.

– Deculpe querida, mas eu penso extamente como Rose e Edward. Isso não tem lógica. É apenas uma infeliz coincidência.

– Obrigado Jasper e Rosalie. É realmente bom saber que alguém aqui me compreende. – Eles responderam com um “de nada” mentalmente. Era realmente bom saber que alguém aqui é racional além de mim.

Eu entendia o lado da Alice, sério. Eu sabia que ela queria Bella de volta tanto quanto eu. Ok, talvez nem tanto quanto eu, mas ela a queria muito. Bella foi sua única melhor amiga. Eu também entendia o lado do Emmet. Ele era idiota de mais para enxergar a lógica nas coisas. Então era bem provável que ele aceita-se a coisa mais irracional como racional. Como sempre.

– Eu ainda não me convenci, eu... – Alice se calou derrepente enquanto ela olhava para o vazio. Ela estava tendo uma visão.

Estávamos em nossa casa. Estávamos rindo e nos divertindo. Eu estava rindo e me divertindo. Algo que era raro. Estávamos vendo alguns albuns e videos antigos da Nessie quando criança.

– 3...2...1... E ela cai de novo! – Emmet soltou uma risada estrondosa enquanto ria da queda que a Nessie teve no seu aniversário de um ano. Queda provocada por seus próprios pés. 

– Ó Deus, eu era tão desastrada!

– Acredite filha, sua mãe era pior.

– Hey! Eu não era desastrada quando eu era humana! – Ela estava sentada do meu lado com um olhar indignado para mim. Ela era a vampira mais linda que eu já vi.

– Eu sei querida. Eu estava me referindo a sua outra vida.

– Ah sim. É. Eu era um desastre.

– Você conseguia tropeçar em seus próprios pés que nem a Nessie nesse video. – A visão terminou com Emmet rindo da sua própria piada. Eu nem tinha reparado que eu havia freiado o carro.

– Edward o que foi? Alice fale comigo querida!

– Edward o que diabos está acontecendo? Por que parou o carro? – Rosalie me olhava intensamente enquanto esperava pela resposta. Eu não sabia o que dizer.

– É algo grave? – Eu apenas neguei com a cabeça para responder a pergunta de Emmet. Mesmo assim, isso não foi o suficiente para ele. – Jasper, o que está havendo?

– Eu não sei direito... –  Jasper revezava o seu olhar da Alice para mim enquanto analisava as nossas emoções. – Mas posso afirmar que não deve ser nada ruim. Edward está apenas confuso enquanto Alice está muito feliz e... cheia de amor? Querida, explicações por favor.

– Mais tarde. Eu quero contar sobre essa visão na frente de todos lá em casa. Eu te disse que era ela!

Alice podia dizer o que quisesse, mas eu ainda não conseguia aceitar isso. Eu pisei no acelerador e fomos para casa. Alice não parava de gritar em sua mente “é ela, é ela, eu sabia, eu sabia” e eu não parava de pensar em uma coisa: isso é impossível e, pela primeira vez, eu não acreditava na visão da Alice.