Second Chance escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 6
Tentativa de Aproximação


Notas iniciais do capítulo

Edward/Belle p.d.v



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Edward p.d.v

 

– Edward! Não custa nada você tentar! – Alice já estava me dando nos nervos. Eu estava a ponto de correr até ela e estrangulá-la. Não que algo fosse acontecer a ela, mas pelo menos eu ficaria mais calmo.

– Custa e muito! Pra que me aproximar dela? Eu não quero nem olhar para ela, muito menos falar!

– Não seja cabeça dura! A minha visão mostrou...

– Eu não dou a mínima para a sua visão!

– Irmãozinho, você bem que podia tentar. Quem sabe assim você não sai da seca? Oitenta anos é muita coisa, não sei como você consegue.

– Cala a boca Emmet, que inferno! Eu não sou um pervertido que nem você!

– Você deveria. Acho que é até por isso que você virou essa pessoa nervosa, ficou retraído por tempo demais. Eu até entendia antes. Você era virgem e não sabia a diferença que fazia quando ficava sem se aliviar. Mas agora, eu to começando a achar que você tem problema. Você precisa relaxar cara e a melhor maneira é com uma garota. Vai por mim. A não ser... que você gosta de fazer isso sozinho.

– Eeecaaa! – Eu olhei para Nessie, ela estava muito vermelha. Enquanto isso Jake, Alice, Jasper, Rose, e até mesmo Carlisle e Esme, estavam tentando abafar uma risada. Eu dei um soco em Emmet.

– Ei!

– Isso é para doentes mentais que nem você Emmet. É você quem faz isso, não eu.

– Edward! Você disse que nunca iria contar pra ninguém! Foi só uma vez!

– Emmet!

– Que foi? A culpa foi sua Rose. Você estava com raiva de mim e não estava comparecendo.

– Eeeca tio Emmet! Que nooojo! – Todos estavam rindo agora e Emmet estava totalmente sem graça. Bem feito.

– Será que podemos esquecer isso e voltar ao assunto?

– O que foi Emmet? Ficou com vergonha das coisas que você faz quando está sozinho no banheiro?

– Eu já disse que foi só uma vez! Droga Edward! Você é um liguarudo.

– Isso é pra você aprender a não ser incoveniente.

– Ok, ok, agora chega. Então meu filho, por que você não fala com a moça? Sua irmã tem razão, não custa nada você tentar falar com ela. Se ela realmente não for a Bella, e você perceber que não existe nenhuma química, como vocês dizem, é só você se afastar. Vai ser apenas uma infeliz coincidência como Jasper disse. – Eu olhei nos olhos de Esme e só consegui ver uma coisa: Esperança. Na mente dela, ela estava quase implorando para que eu me aproximasse da garota. Esme queria me ver feliz e completo, e ela tinha esperança que aquela garota pudesse trazer isso para mim. Mas ela estava enganada, já que, a única pessoa que poderia fazer isso está morta.  Mas eu concordei mesmo assim com ela, só para agradar.

– Tudo bem mãe. Eu vou tentar.

– Obrigada meu filho. – Ela me abraçou carinhosamente e eu retribui, mas sem a empolgação que ela demonstrava. Eu disse que ia tentar falar com ela. Não quer dizer que eu vá conseguir ou ser bem sucedido. 

 

Eu me afastei dela e fui até a porta. Se eu iria ficar perto dela, eu teria que estar bem alimentado.

 

 

 

Belle p.d.v

 

Eu acordei antes do meu despertador tocar esta manhã. E a culpa é toda daquele miserável mal encarado de ontem. Eu passei a noite inteira tendo pesadelo com ele. Era o pesadelo mais idiota que eu já tive, mas era um pesadelo mesmo assim. No meu “sonho”, Edward falava para mim que me odiava e que não queria me ver nunca mais, que preferia que eu estivesse morta, e eu não fazia nada além de chorar. Acordei várias vezes à noite por causa desse maldito pesadelo e quando eu voltava a dormir ele começava outra vez. Sempre a mesma coisa. Que ódio! Não acredito que a reação daquele muleque me deixou tão abalada. Além de me deixar encomodada durante a aula, ele me fez sonhar com ele e acordar seis horas da manhã, sendo que minha aula começa as oito. Miserável! Odeio quando alguém pertuba o meu sono, mesmo que seja indiretamente.

 

Me levantei mal humorada e fui direto para o banheiro escovar os dentes. O meu cabelo estava pior do que ontem. Estava um verdadeiro ninho de rato, como diz a minha mãe. Eu resmuguei e, quando eu terminei de escovar, eu fui lavar o meu cabelo para ver se a “juba” abaixava. Tá certo que ele não estava exatamente “armado”, mas tinha bastante nó nele. Foi difícil até de passar os dedos na hora de lavar. Droga de cabelo fino! Saí do chuveiro e passei o meu creme de morango da Victoria’s Secret que minha mãe havia me dado. Lembrei da reação de Edward e fiz questão de exagerar ao passar ele. Sequei o cabelo com o secador e fui para o quarto vestir uma roupa. No caminho, eu topei com a minha mãe.

 

– Bom dia mãe.

– Já está de pé? Nossa, vai chover hoje!

– Mãe, aqui sempre chove.

– Ah, é. Isso é só detalhe. Por que você levantou?

– Não consegui dormir direito.

– Eu falei para você parar de ler esses livros de Terror antes de dormir. Tá vendo? Isso é o que dá não me escutar.

– Mãe, o livro não é de Terror ok? É mais um romance.

– Hum, sei. Desde quando vampiros se envolvem em romances?

– Desde Bram Stoker mãe. Agora, me dá licença que eu vou vestir roupa.

– Tá bom. Eu já vou, ok?

– Tá, tchau.

 

Não sei por que, mas minha mãe implicou com o novo livro que eu estou lendo: Vampire Diares. É até legal o livro, mas eu ainda acho Orgulho e Preconceito mais interessante. Minha mãe fala que meus gostos são pré-históricos e caretas. Eu acho que ela é uma chata e não entende nada.

 

Eu fui até o meu guarda-roupa e peguei uma blusa branca de manga longa com a estampa do Mágico de Oz, uma calça jeans, o meu bom e velho companheiro all star e uma jaqueta jeans. Eu estava parecendo uma daquelas meninas do primeiro ano, mas eu não dava a mínima. Eu gostava desses estilos tipo menininha. Minha mãe fala que eu pareço que nunca tive infância. A culpa é dela que não quis me levar pra Disney no meu aniversário de 12 anos. As camisetas, de preferência, sempre tinham que ter uma estampa de desenho animado ou filme infantil antigo. As minhas preferidas eram as do Mickey, Bela e a Fera, Mágico de Oz e Looney Tunes. Eu adorava todos eles. Desci para tomar café-da-manhã. Tomei só um copo de leite com medo de sentir nauseas. Eu sempre tinha nauseas quando tomava café da manhã. Como eu ainda tinha muito tempo, eu fui escovar os dentes novamente e verificar se meus materiais estavam em ordem. Tudo certo, tudo pronto. Ainda eram sete e vinte. Eu tinha dez minutos para arranjar algo para fazer enquanto esperava. Resolvi ler.

 

O tempo passou bem rápido enquanto eu lia. Eu logo escutei uma buzina anunciando que Jacob havia chegado. Eu entrei no carro e cumprimentei ele e Renesmee.

 

– Pode me chamar de Nessie se quizer.

– Eu sei. É que eu fico meio incomodada com isso. Não me leve a mal, mas Nessie me lembra O Monstro do Lago Ness. – Jacob gargalhou enquanto Renesmee fazia um biquinho. – Desculpe, eu não quis ofender.

– Tudo bem.

– Liga não Belle. A Nessie emburra por qualquer coisa. – Eu ri e Renesmee torceu o nariz para ele.

 

Chegamos bem rápido no Colégio dessa vez. Agradeci pela carona e fui para a minha aula. O professor ainda não havia chegado, felizmente. As minhas aulas foram tranguilas. Exceto a de Educação Física. Me fizeram jogar Handebol. Que ódio. Eu não levo o menor jeito para isso. Não que eu fosse descordenada ou coisa do tipo, é só que os meus membros não respondiam aos comandos do meu cérebro nessas horas. Eu simplismente travava. A conseguência disso? Uma bolada bem dada na cara! Era sempre no meu rosto, assim os roxos ficavam bem visíveis para todos.

 

Era a hora do intervalo. Chris me acompanhou até o refeitório novamente. Já vi que isso vai virar rotina. Eu imagino aonde esse garoto tira tanto assunto. Ele fala de mais. Não para um segundo, nem pra respirar. Eu fui para a mesma mesa que eu havia me sentado ontem e lutei para não olhar para a mesa aonde ele sentava.

 

– Hey Belle, eu acho que é pra você que estão olhando. – Natalie me tirou dos meus pensamentos e apantou uma mesa que estava a cinco metros da nossa. Renesmee, Jacob e Alice estavam sentados nela.

 

Quando Renesmee percebeu que eu estava olhando para ela, ela acenou para mim e fez um sinal para que eu me aproxima-se. Eu me levantei e fui até ela para ver o que ela queria. Eu pude sentir vários olhares em mim.

 

- Belle, quero que conheça uma pessoa. Essa é a minha “irmã” Alice.

– Muito prazer Belle! – A garota se levantou e estendeu a mão para mim muito empolgada. Eu estendi a minha mão para ela meio desajeitada. Sua mão era muito fira. Estranho. Deve ser por que ela tem pressão baixa.

– Igualmente. – Antes dela se sentar, eu reparei que ela era um pouco mais baixa do que eu. Isso elevou um pouco o meu ego. Mas quando eu realmente reparei nela, eu vi o quanto ela era bonita. O meu ego caiu drasticamente.

 

Ficamos o intervalo todo conversando. Foi até divertido. Me simpatizei muito com Alice. De vez enquando eu olhava para a mesa aonde Chirs e os outros garotos estavam sentados e via que eles estavam incomodados e, ao mesmo tempo, surpresos com a situação. O sinal tocou e, antes que eu pudesse me levantar, Alice chama a minha atenção.

 

– Belle, o que você vai fazer nesse final de semana?

– Sinceramente? Não sei! Mofar em casa, talvez.

– Quer ir até Seattle comigo? Eu quero ir até lá para fazer algumas compras. – Eu sorri com a sua proposta. Eu adorava fazer compras, era uma terapia e tanto. Mas meu sorriso desapareceu quando eu lembrei que não tinha dinheiro para comprar nada para mim. Pensei em não ir, mas acabei aceitando o convite. É melhor do que ficar em casa.

– Quero. – Ela pareceu um pouco surpresa.

– Você está falando sério? Você quer ir às compras comigo?

– Claro, por quê não? Eu gosto de fazer compras. – Alice deu um pulinho e me abraçou. O problema de pressão baixa dela deve ser bastante grave. O seu corpo inteiro era frio. Eu pude ouvir ela murmurar algo como “ ela é a versão melhorada”. Mas deve ter sido a minha imaginção, visto que isso não faz sentido algum.

– Eu te pego às dez da manhã no sábado, pode ser? – Eu disse que sim com a cabeça e ela sorriu para mim. Depois ela disse um rápido “tchau” e saiu de mãos dadas com um cara loiro. O nome dele era Jasper, se não me engano.

 

Disse tchau para Renesmee e Jacob e fui para a minha aula. Estava tudo indo bem, apesar do interrogatório que a Alex, a Natalie, o Jason e o Chris fizeram quando tiveram a chance. Mas aí chegou a hora da aula de Biologia e meu dia foi totalmente arruinado. Eu estava um pouco tensa antes de entrar na sala. Quer saber? Não to nem aí. Eu vou ignorá-lo por que é isso que aquele ser insignificante merece. Eu coloquei os meus materiais em cima da mesa e me sentei ao lado dele.

 

- Oi. – A voz dele era mágica e musical. Eu segurei um arrepio que começou a surgir na base da minha nuca e tentou passar por toda a minha coluna. O que ele está fazendo? Deu para falar comigo agora é?

- Oi. – Eu não sou sem educação, por isso respondi. Mas, se depender de mim, não abro a boca pra falar mais nada. Eu é que não iria iniciar uma conversa.

– Desculpe não ter me apresentado antes, eu sou Edward Cullen.

– Hum.

– Você deve ser a Belle.

– Aham. – Ele aparentava estar irritado agora. Ótimo. Ele parecia estar se forçando a falar.

– De onde você é?

– Bend, Oregon.

– Por que veio para cá?

– Problemas particulares. – Quando eu disse isso, eu olhei para os seus olhos e reparei que eles não eram mais negros. Eles estavam em um tom ocre meio dourado. – Você usa lente de contato?

– Ham... não.

– Cirurgia para mudar a cor do olho então?

– Não. Por que?

– Nada. Pensei ter visto alguma coisa diferente nos seus olhos. – Eu tinha certeza que eu havia visto os olhos dele em uma cor negra como carvão. Ele não passa de um mentiroso. Ele ficou me encarando por um tempo, e eu o encarei de volta. Eu não iria me esquivar que nem da outra vez. Eu estava com raiva e magoada o suficiente para ignorar a minha vergonha exagerademente“aflorada”.

 

Eu achei que ele acabaria desviando o olhar quando percebe-se que eu não iria desistir de encará-lo, mas ao invés disso ele continuou me olhando. Na verdade ele olhava diretamente para os meus olhos. Como se procurasse algo neles.

 

– Perdeu alguma coisa aqui?

– Não sei, ainda estou tentando descobir. – A resposta dele me surpreendeu. O que diabos ele quis dizer com isso?

 

O Sr. Smith começou a sua aula e eu me virei para prestar atenção. Ele continuou me olhando por um tempo, ele estava tenso. Mas depois relaxou e virou para frente. A aula hoje seria sobre Classificação dos Seres Vivos. Coisa mais chata. Eu já estava cansada de saber sobre aquilo. Peguei uma folha e comecei a rabiscar. Só parei quando percebi que tinha alguém me observando.

 

– O que foi?

– Não vai prestar atenção na aula?

– E desde quando isso é da sua conta?

– Senhorita Gray?

– Sim?

– Poderia nos dizer quais são as características dos poríferos?

– Claro. Eles são exclusivamente aguáticos e são animais filtradores com o corpo repleto de poros por onde a água penetra. Quanto à morfologia, podem ser de três tipos: áscon, sícon e lêucon. As esponjas do tipo lêucon apresentam uma maior complexidade e expessura da parede que permite maior contato entre os coanócitos e a água que traz nutrientes. Possuem o sistema digestivo ausente...

– Tudo bem senhorita Gray. Já vi que estava prestando atenção. – Eu sorri triunfante. Eu nã tinha ouvido nada que ele havia falado. Era só que eu já havia estudado isso.

 

Alguns alunos me olhavam com cara de idiotas, adimirados pelo o que eu acabei de fazer. Outros fizeram piadinhas me chamando de “nerdizinha”. Eu olhei para Edward e ele fingiu bater palmas. Ele estava meio que caçoando de mim. Era algo do tipo: “parabéns, estou surpreso por você ter um cérebro”. Idiota. Eu revirei os meus olhos para ele e ele deu uma leve risada. Ah, ele me paga! Agora vai ficar tirando uma com a minha cara é? Ótimo! Fassa isso por que eu não estou nem ai. Vou fazer de conta que você não existe. Vou te dar um gelo.

 

Quando a aula terminou, eu peguei os meus materiais e sai sem nem ao menos olhar para ele. Eu nem virei o meu rosto para olhá-lo quando ele veio falar comigo.

 

– Você realmente impressionou o professor. Ele não esperava que você fosse responder. – Não diga! Eu nem reparei que esse era o motivo dele ter me perguntado! Eu queria falar isso para ele, mas eu apenas pensei. Eu não iria mais lhe dirigir a palavra.

 

Ele pareceu reparar no que eu estava fazendo e, para a minha infelicidade, ele estava se divertindo com isso. Aquele CRETINO estava se divertindo às minhas custas.

 

– E aí, o que achou de ser a nova nerd da sala? – Ele estava claramente me irritando de propósito. Eu segurei firme em meus materiais por que a minha mão estava emplorando para dar um tapa nele. – Apesar de você parecer mais um garotinha da oitava série do que uma nerd, acho que o título caiu bem. Você parece ser aquele tipo de pessoa que não faz mais nada a não ser estudar. Mas isso não é culpa sua, é só por que você não tem amigos. Mas isso não é culpa sua. Não é culpa sua se você é tão anti-pática... – Eu tentei, eu juro que tentei. Eu até comecei a andar mais rápido em direção à Jacob, mas ele sempre me alcançava sem o menor esforço. Eu não aguentei e gritei com ele.

 

– POR QUÊ VOCÊ NÃO VAI À MERDA? – Ele ficou meio chocado no início, mas logo um sorriso torto começou a brotar em seu rosto. Ele estava achando tudo isso engraçado.

 

Eu percebi que havia algumas pessoas olhando para mim. Provavelmente achavam que eu era louca. Eu corei imediatamente e eu pude ver o seu sorriso desaparecer. O que foi agora? Eu levei um susto quando senti a mão de alguém no meu ombro.

 

– Belle... tá tudo bem?

– Está sim Jacob. Vamos embora. – Antes de sair acompanhada do Jacob, eu me virei para Edward e disse uma outra coisa que estava entalada na minha garganta. – Eu espero que você caia morto, idiota! – Ele pareceu surpreso com a minha reação. Eu não ligava se eu estava sendo mal educada e ignorante. Eu estava visivelmente magoada. Poxa, o que eu fiz para merecer isso? Eu mal chego e já acho um para me atormentar.

 

Antes de entrar no carro eu olhei para ele mais um vez, e pude ver um pouco de tristeza em seus olhos que logo desapareu quando Alice se aproximou dele. O meu coração ficou meio apertado quando eu o vi daquele jeito. Eu tive vontade de correr até ele e pedir desculpas pela minha grosseria. Uma vontade que passou logo quando eu lembrei a idiotice que ele havia feito comigo.

 

 

Edward p.d.v

 

O seu cheiro parecia estar um pouco camuflado hoje. Deve ser por causa do creme que ela passou no corpo. O cheiro forte de morango me ajudou a suportar a sua presença ao meu lado. Respirei fundo e me preparei para tentar ser sociável. Ela claramente não queria papo comigo. Ela foi até meio grossa. Mais uma prova de que ela não era a Bella. Quando a Bella estava na mesma situação que ela, ela conversou comigo. Toda desajeitada e envergonhada, mas conversou. Essa aí já não se deu nem o trabalho de me olhar. Acho que ela estava chateada pelo meu comportamento de ontem. Eu até entendo o lado dela. Bella teve uma semana para acalmar os seus ânimos, já ela teve apenas um dia. Mas isso não deixava de estar me irritando.

 

Eu estava tentando, eu merecia algum crédito pelo meu esforço. Em um determinado momento nós nos encaramos. Eu não tinha reparado antes, mas seus olhos eram em um tom de chocolate como o da Bella. Eram lindos. Eu continuei olhando para eles procurando mais algum vestígio de semelhança e acabei encontrando mais um. Como Bella, ela se expressava pelo olhar. E ela estava visivelmente encomodada.

 

 O Sr. Smith começou a sua aula e ela se virou para prestar mais atenção. Eu continuei olhand para ela por algum tempo. Ela não é a Bella, ela apenas se parece com ela. Era o que a minha conciência ficava me dizendo a cada segundo. Olhos iguais aos da Bella, até parece! Que bobagem! Parei com os meus devaneios quando percebi que ela rabiscava algo no caderno. Estava desenhando circulos para ser mais exato. Perguntei se ela não iria prestar mais atenção na aula, apenas por curiosidade e para tentar puxar assunto de novo. Ela foi sem educação mais uma vez. Argh! Pelo menos eu tentei. Alice e Esme nunca poderão se queixar disso.

 

O professor chamou a sua atenção e fez uma pergunta à ela. Ela deu uma resposta impecável surpreendendo o professor. Ele ficou ligeiramente irritado e vários alunos  começaram a falar mal dela mentalmente e a colocar o apelido nela de “nerdizinha”. Só para irritá-la, eu fingi bater palmas para ela. Ela percebeu que eu estava caçoando dela e ficou bastante irritada. Isso só estava me divertindo. Se ela não tinha a competência de tentar ser educada comigo, eu teria a competência de irritá-la. Assim eu descontaria as minhas frustrações nela e ela se afastaria de mim. Alice, Esme, Nessie, Jake e Emmet não poderiam me encher o saco se ela se afastasse por conta própria. E eu não precisaria gastar mais o meu tempo com ela. Não era justo, eu sabia, e isso ia totalmente contra os meus princípios, mas eu estava irritado de mais para levar isso em consideração.

 

O sinal bateu e eu fui atrás dela. Comecei a falar um monte de besteiras para deixá-la com raiva de mim. Eu estava sendo bem sucedido. Ótimo. Ela gritou comigo e isso me surpreendeu, eu não esperava que ela fica-se com tanta raiva. Que bom, o meu plano estava dando mais certo do que eu imaginava. Mas ela percebeu que pessoas estavam olhando e corou. Ela ficava linda quando corava. O que diabos eu estou pensando? Antes que eu pude-se responder à minha pergunta, Jacob apareceu e a tirou de perto de mim. Babaca! Não estava nem ai pra o que ele pensava. Ela se virou para falar algo antes de ir.

 

– Eu espero que você caia morto, idiota! – Ela estava visivelmente magoada e eu me arrependi na mesma hora quando vi aquele seu olhar triste. Eu não queria magoá-la, pelo menos não desse jeito. Eu não sabia que ela reagiria assim, se eu soubesse teria pegado mais leve.

– Não adianta você ficar triste agora, você mereceu. – Eu tentei disfarçar e fiz uma cara inocente para Alice.

– O que foi? Eu tentei, mas ela é muito sem educação.

– Ela tem razão sabia? Você é mesmo um idiota! O que aconteceu com você? Você não era assim.

– Você realmente quer me fazer lembrar o que me fez mudar tão drásticamente assim?

– Isso não é desculpa. Antes você só andava triste para todo o canto, agora você está nervoso e agindo como um idiota. Qual é o seu problema afinal?

– Ela me irrita.

– E por quê? Ela não te fez nada!

– O simples fato dela parecer com a Bella já é uma afronta. – Eu comecei a ir em direção ao carro. Os outros já estavam lá dentro esperando. Eu tinha esperança que a Alice fosse esquecer esse assunto. Mas ela não seria a Alice se fizesse isso.

– E daí! Ela não tem culpa! E ela não parece, ela é a Bella. Você está assim é por que você está irritado com você mesmo por não conseguir admitir que ela está de volta. Por que você tem tanto medo de ser feliz Edward? Você tem medo de se ferir novamente? Isso é simples de resolver é só você...

– Alice, cala a boca! – Eu liguei o carro e ignorei o soluço que a Alice deu enquanto tirava o carro do estacionamento. Jasper estava tentando acalmá-la.

– Você nunca falou comigo desse jeito. – Alice estava visivelmente magoada e, se ela pudesse, o seu rosto estaria coberto de lágrimas agora. Eu me senti mal por vê-la desse jeito.

– Edward, isso não se faz! Alice meu bem, eu te falei para deixá-lo em paz. Você não pode interferir nas decisões dele.

– Sinto muito Alice, eu não tive a intenção. É só que... as coisas estão difíceis para mim Alice. Não é fácil ficar perto de alguém que se parece com o amor da sua vida. Eu fico a todo segundo lembrando que a Bella está morta e comparando aquela garota com ela. É meio que... insano. – Tudo bem Edward. Eu te desculpo e vou parar de falar no assunto. Não vai adiantar nada mesmo, você é muito cabeça dura! Mas n já te aviso que eu não vou desistir da Belle. Eu apenas bufei. Já estava cansado de argumentar com a Alice.

 

Chegamos em casa e, poucos minutos depois, Jacob e Nessie chegaram. Eles estavam visivelmente nervosos. Valeu pai! Você com certeza a deixou chateada! Você não deveria fazer isso com a minha mãe... Você é realmente um babaca! Fala sério Edward! O que deu em você?

– Pela última vez Nessie, ela não é sua mãe. E Jacob, o que eu faço não é da sua conta.

– Pra mim ela é, não importa o que você diga. – Nessie falava isso apenas por que ela ansiava em ter a sua mãe ao seu lado. Ela não tinha noção do que ela falava.

– É da minha conta a partir do momento que você mecheu com a Bella. Ela é ainda a minha amiga. – Eu apenas revirei os meus olhos para ele. Não adiantava argumentar com eles.

– Nessie, o que foi querida? – Rosalie irradiava preocupação. O seu instinto maternal se aflorava quando a Nessie parecia estar chateada.

– O meu pai deixou a minha mãe triste. Ela estava quase chorando quando saiu do carro. Ela realmente ficou magoada. – Nessie terminou de falar fazendo um  biquinho. Era puro drama.

– Ora essa Nessie, não precisa exagerar. – Exagerar? Nessie me mostrou o momento em que a Belle saiu do carro com os olhos cheios d’água. Acabei ficando com um remorso ao vê-la daquele jeito. O suficiente para me fazer sair correndo dali para ver como ela estava.

 

 

 

 

Belle p.d.v

 

Passei o caminho inteiro para casa segurando para não chorar de raiva. Mas eu já não estava conseguindo me controlar mais quando chegamos na minha casa. Me despedi e agradeci rápido Nessie e Jacob pela carona e corri para dentro de casa antes que eles notassem a lágrima que escorria no meu rosto. Assim que eu puis meus pés dentro de casa eu comecei a chorar. Fui para o meu quarto, me joguei na cama, segurei o meu travesseiro e fiquei chorando sem parar. Eu me sentia profundamente magoada e, ao mesmo tempo, meu sangue parecia ferver de raiva. Idiota, imbecil, babaca, cretino, miserável, infeliz, filho da puta! Eu não acreditava que aquele miserável tinha conseguido me deixar chateada dessa maneira.

 

Tipo, não faz sentido algum. Ele nem me irritou tanto. Ok, ele me irritou bastante, mas ele não fez grande coisa. Eu senti como se tivesse levado um soco no estômago quando ele começou a me tratar daquela maneira. Eu passei meia hora ali chorando e depois acabei adormecendo. Eu acordei com o vento frio que entrava pela minha janela. Me levantei e fui até ela para fechá-la. O estranho era que eu não me lembrava de tê-la aberto.

 

 

Edward p.d.v

 

 

Vê-la dormindo em cima do seu travesseiro ensopado de lágrimas me fez sentir bastante culpado. Eu tinha sido um grande idiota. Eu tenho que concertar isso. Bom, pelo menos tentar me desculpar. Depois eu a deixaria em paz. Assim ela nunca mais teria que lidar com as minhas idiotices.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

É, hoje eu tava meio inspirada. Nove páginas do word eu não vou postar nem sábado, domingo ou segunda. Sábado é dia de sair e domingo e segunda é dia de estudar. Por isso eu estou compensando hoje com esse cap "pegueno" haha espero que gostem e obrigada a todos com comentam.