Second Chance escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 4
Olhar Fulminante


Notas iniciais do capítulo

Belle p.d.v



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O sinal, anunciando que o intervalo havia acabado, tocou e todos voltamos para as nossas aulas. Eu tive aula de espanhol, química e por último biologia. Chris e Natalie me acompanharam até a sala de biologia. O professor já estava na sala quando entramos, então Natalie e Chirs foram se sentar em seus respectivos lugares. Eu parei por um momento enquanto eu procurava algum lugar para me sentar. Todas as cadeiras estavam ocupadas, exceto uma. Havia uma cadeira vazia na mesa do canto que ficava no fundo da sala e sentado ao lado da cadeira eu reconheci Edward Cullen. Eu não podia ser mais azarada.

 

Eu me apresentei ao professor e ele mandou eu ir logo me sentar. Ele apontou para a cadeira do fundo o que confirmava a minha suspeita: eu teria que ser a parceira de Edward na aula. Quando eu olhei para ele eu percebi que ele notou isso também, sua cara não era das melhores. No momento em que eu passei ao seu lado eu pude ver o seu corpo todo ficar rígido e sua feição se tornou hostil e furiosa. Seus olhos pretos me davam medo e, quando eu percebi que ele não tirava os olhos de mim, eu fiquei ruborizada e um pouco chocada com a sua atitude. Eu estava totalmente desconcertada.

 

Em momento algum eu olhei para ele enquanto eu acomodava os meus materiais na mesa. Estava com medo da sua súbita e, aparentemente, inexplicável fúria. Me sentei na cadeira e por impulso eu o olhei pelo canto do olho. Pude ver que ele me encarava e se afastava de mim. Eu estava vendo pela primeira vez um olhar fulminante. Sempre achei que era exagero, mas esse tipo de olhar realmente dava medo. Eu podia sentir toda a sua fúria emanando para cima de mim. O seu nariz se contorceu como se ele estivesse sentindo algum fedor. Comecei a cherar o meu cabelo e a minha pele o mais discreto possível. Não tinha nada de mais. Tanto minha pele quanto ao meu cabelo cheirava à morango, o aroma do meu creme e shampoo preferido da Victoria’s Secret. Talvez ele seja alergico ou sensível a isso.

 

Voltei minha atenção para o professor que começou a falar sobre as novas descobertas da anatomia celular. Nada de mais, uma matéria bem fácil que eu já havia estudado graças a meu pai que é médico e me faz ficar por dentro de todo avanço da medicina. Ainda sim, eu comecei a fazer anotações. Apenas para manter a minha atenção presa à matéria e não ao garoto que estava surtando ao meu lado. Qual o problema dele? Mesmo assim, eu não conseguia evitar. Eu sempre acabava dando uma espiada e eu podia ver que em momento algum ele relaxou a sua postura rígida ou se aproximou um milímitro de mim. Na verdade, dava pra perceber que ele estava tentando ficar o mais longe possível. Os minutos pareciam não passar. Faltava apenas cinco minutos para tocar o sinal e, ainda sim, parecia uma eternidade. Isso não fazia o menor sentido. Ele nem me conhece então por que está agindo assim? Não deve ser pessoal. Bem que o Chris me avisou, esse Cullen é estranho.

 

Eu olhei para ele mais uma vez e dessa vez eu encontrei o seu olhar. Estava cheio de raiva e repugnância. Eu corei por ter sido pega olhando para ele e ele meio que... rosnou. Foi estranho. Eu sabia que esse era um aviso para eu não olhar para ele, mas, ao invés de responder ao comando, eu meio que o enfrentei. Continuei encarando-o e nisso toda a ruborização foi se dissipando. O que me surpreendeu. Eu não estava mais com medo. Eu estava apenas fascinada. Eu tinha a ligeira impressão que eu já o vira em algum lugar. Talvez nos esbarramos na rua um dia. O rosto dele não é do tipo que se esquece. Mesmo assim, eu sabia que isso nunca havia acontecido.

 

A sua expressão havia mudado para incredualidade agora. O que? Ele esperava que eu fica-se com medo pra sempre? Até parece. Com se ele pudesse me matar ou algo do tipo. O sinal tocou alto e eu dei um pulo com o susto. Eu olhei para o meu lado e ele não estava mais lá. Onde diabos ele foi? Olhei em volta procurando por ele e consegui vê-lo a tempo de passar pela porta. Como que ele fez isso? Foi tão rápido que eu mal pude acompanhar. Peguei os meus materiais lentamente enquanto eu pensava no que havia ocorrido. Isso não é justo. O que eu havia feito para ele me tratar assim? Aparentemente ele sentia tanta repugnância de mim que nem penssou duas vezes antes de correr para fora da sala. Eu pude sentir os meus olhos começarem a arder e as lágrimas começarem a lutar para escorrerem em meu rosto. Mas eu não as deixaria sair. Eu não iria me abalar por um acontecimento tão absurdo.

 

 Eu pude ver Natelie e Chris virem em minha direção com um olhar ... de pena, eu acho. Eu acenei para eles garantindo que estava tudo bem e fui para fora da sala. Fui à passos lentos até a porta da saída e só parei quando Chris me puxou.

 

– Você está bem?

– Sim, por que não estaria? – Fora o fato do garoto que estava sentado ao meu lado parecer querer me matar por um motivo que eu desconhecia, eu estava bem. Mas eu não iria dizer isso a ele.

– Achei que você poderia estar meio abalada com a reação do Cullen. Eu te disse que ele era estranho.

– Ele é assim com todo mundo?

– Bom... não. Ele não é amigável com as pessoas, nem muito sociável, mas essa foi a primeira vez que o vi agir assim. – Traduzindo: você é a única que ele odeia. O pior de tudo era que eu nem sabia o por quê. – Mas não fica assim não Belle. O Cullen nunca pareceu bater bem da cabeça mesmo.

– Eu não estou incomodada, sério. É só... estranho. – Era pura mentira, eu estava incomodada e muito.

– Tudo bem. O que você vai fazer hoje a tarde?

– Estudar.

– Ah. Bem, se você estiver a fim de fazer alguma coisa, me ligue. – Chis me entregou um papelzinho branco com alguns números anotados. Eu presumi que esse era o número do seu celular. – Eu, Jason e Natalie estamos penssando em ir a um cyber café matar o tempo.

– Alex não vai?

– Não, ela vai no médico ou coisa assim. – Eu olhei para o papelzinho e tive vontade de jogá-lo fora, pois eu sabia que eu nunca iria ligar para ele. Mas, apenas por consideração, eu guardei ele no bolso de trás da minha calça jeans. – Promete que vai pensar no assunto?

– Prometo. Qualquer coisa eu te ligo.

– Ótimo, nos vemos em breve então. Até logo senhorita Gray! – Chris me deu um empolgado beijo na bochecha e deu as costas para mim. Eu preciso ficar atenta a ele, tenho a lijeira impressão que ele está afim de mim.

Isso era lisonjeiro e ao mesmo tempo assustador. Eu só me envolvi com uma pessoa na vida e eu não guardo boas lembranças desse relacionamento. Eu não iria me envolver com alguém tão cedo, a não ser que eu estivesse realmente apaixonada. Algo que eu tinha certeza que não aconteceria tão cedo. Atravessei o estacionamente em poucos minutos e torci para que eu não me perde-se no caminho de casa. Eu não encontrei Jacob ou Renesmee na saída e eu não queria procurá-los. Temia encontrar Edward. O vento frio começou a se intensificar e eu me abracei em uma tentativa inutil de amenizar o frio. Eu já estava na estrada quando a Mercedes parou do meu lado. O vidro preto desceu e eu reconheci o rosto de Jacob.

 

– Aonde você vai?

– Para casa.

– Á pé?

– Sim.

– Eu não tinha te dito que iria te dar carona?

– É, mas eu não queria te encomodar então...

– Pelo amor de Deus Bella, larga de ser idiota e entra no carro. – Eu congelei quando ele disse isso. Esse nome soava tão familiar e ainda sim tão estranho. Por que ele me chamou assim? – O que foi?

– Do que você me chamou? – Ele parou para pensar um pouco e eu pude ver a mão de Renesmee dando um tapinha em suas costas como se o estivesse repreendendo por algo. – Oh, foi mal. É Belle não é? Desculpa, falha minha.

– Tudo bem. – Eu ignorei o ocorrido, afinal, Belle e Bella são realmente parecidos.

– Agora entra no carro antes que você congele ou fique doente. – Eu consenti com o que ele falou e entrei no carro. Eu agradeci pelo aquecedor estar ligado e voltado na minha direção. Eu realmente estava precisando me esquentar.

 

Em questão de minutos nós já estávamos na porta da minha nova casa. Eu os convidei para entrar, mas eles se recusaram dizendo que tinham que ir para casa logo já que todos estavam esperando por eles. Eu não argumentei sobre isso, mas, ao ver o carro se afastando, eu senti como se uma parte de mim estivesse sendo levada junto. Uma sensação estranha que durou pouco. Eu entrei em casa, preparei meu almoço e passei o resto da tarde estudando e tentando esquecer os acontecimentos de hoje. Só parei quando eram seis da tarde e Carol havia chegado em casa do trabalho.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos pelos reviws. Fico feliz que tenha gente curtindo a fic a próximo cap vai ser do ponto de vista do Edward. Beijos e obrigada pelo apoio