Second Chance escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 15
A Clareira


Notas iniciais do capítulo

O momento que muitas esperavam: o primeiro beijo! xD p.d.v inteirinho do ed



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Já estávamos quase chegando ao nosso destino e não havíamos trocado uma palavra desde que saímos do estacionamento do Colégio. Eu olhei pela milésima vez para a Belle e ela estava encarando as sua mãos que mechiam nervosamente. Já fazia quase dez minutos que ela estava assim. Eu não podia aguentar mais.

 

– No que você está pensando? – Ela levantou a cabeça rapidamente e arregalou os olhos por ter sido pega de surpresa. Ela me encarou por alguns segundos, corou e depois desviou o olhar. Ela estava me escondendo algo, eu podia perceber isso.

– Ah, bem... eu estava pensando no quão absurdamente rápido você dirige, então para não ser rude e mandar você parar, eu decidi prestar atenção nas minhas mãos. Eu também estava tentando supor aonde vamos e... hããm... – Ela estava formulando uma mentira. Estava bem na cara isso. – ... o que vamos fazer lá. – Suas boxexas ficaram absurdamentes vermelhas. Um tom lindo, delicioso e tentador. Isso é perigoso, ainda mais por quê estávamos em um local fechado, o que dobra a intensidade de seu cheiro. Minha garganta começou a queimar além do “normal” e eu desviei o olhar. Droga! Eu sou mesmo um monstro!

 

Mais cinco minutos se passaram e finalmente chegamos. Eu sai do carro e apareci ao lado da porta do passageiro na velocidade vampírica. Normalmente eu não faria isso, é claro, mas eu queria que ela começasse a se acostumar com isso. Além do mais, em alguns minutos eu estaria contando toda a verdade para ela. Isso facilitaria as coisas, pelo menos na parte em que ela vai acreditar no que eu vou dizer. Eu abri a porta e me deparei com Belle me encarando com os seus olhos arregalados.

 

– Você fez de novo!

– O que?

– Isso... desaparecer e aparecer do nada. Como...

– Você realmente quer estragar o suspense? – Uma ruga de indignação surgiu na testa de Belle e ela ficou me encarando. Eu não aguentei e sorri para ela. Ela corou e depois desviou o olhar. Isso está ficando mais frenquente ou é impressão minha?

– Por quê você não me diz logo?

– Eu quero fazer isso direito. Com calma. Além do mais, tem algo mais importante que eu quero te mostrar. – Belle me olhou e depois olhou para os lados como se busca-se algo.

– Aonde estamos?

– Estamos em uma estrada perto de Forks. – Ela revirou os olhos pela minha resposta óbvia e ri com isso. Eu não iria falar para não estragar a surpresa. – Venha comigo. – Eu estiquei a minha mão para ela e esperei até que ela a pegasse. Ela ficou encarando a minha mão por um momento. Isso fez o meu sorriso desaparecer. – Não se preocupe eu não vou fazer nada com você. Algum tempo atrás eu não poderia afirmar isso, mas agora eu tenho mais controle. Você pode confiar em mim... bem, se quiser. – Eu estava ficando nervoso e a demora dela para falar alguma coisa estava me deixando mais nervoso ainda. Eu comecei a abaixar a mão, mas fui surpreendido quando ela segurou a minha mão com força demonstrando determinação. Eu a ajudei a sair do carro e quando meus olhos se encontraram com os dela eu encontrei nervosimo neles.

– Eu confio em você, e sei que posso confiar, o problema não é esse.

– Qual é então? – Ela sorriu para mim de forma debochada. Eu aproveitei para me perder durante alguns segundos em seu sorriso e seus olhos achocolatados.

– Da mesma forma que você está me enrrolando para me contar o que você é, eu vou te enrrolar para te falar qual é o meu problema, que, diaga-se de passagem, descobri há apenas alguns minutos atrás. – Eu ri com isso. Ela está sendo vingativa, e o pior é que ela está sendo bem sucedida já que ela despertou, e muito, a minha curiosidade.

– Tudo bem, é justo. Vamos? – Ela acentiu com a cabeça e eu a guiei até uma estrada de terra. Enquanto caminhávamos, eu notei que meu nervosismo estava aumentando, e, em grande parte, por causa do contato que estávamos tendo. Eu me via como sendo um apaixonado de primeira viagem que quase tem um infarto por segurar a mão da garota que ama. Isso estava ficando muito estranho.

 

Comecei a imaginar se Belle estava sentindo o mesmo. Olhei pelo canto do olho e vi que ela estava encarando o chão como se estivesse envergonhada de algo. Seu coração estava acelerado. Apesar de estarmos caminhando, os batimentos cardíacos dela estão acima do normal, como se ela tivesse feito uma maratona. Não seja bobo, deve ser por que ela é sedentária. Minha mente continuava dizendo isso, mas eu não queria que isso fosse verdade. Que esse fosse o motivo.

 

– Quanto tempo vai levar? – Belle quebrou o silêncio e minha linha de raciocínio. Eu dei um sorriso fraco, mas não olhei para ela. Eu estava nervoso de mais para conseguir encarar os seus olhos.

– Só mais alguns minutos. Depois dessa estrada, temos que passar por algumas árvores. A partir daí não vai levar muito tempo. – Pelo canto do olho, eu a vi assentindo. Eu também vi que em momento algum ela olhou para mim.

 

Se essas reações todas são de nervosismo, eu me pergunto por que que com a Bella não foi assim. Bem, eu estava nervoso, mas não desse tanto. Também, eu e a Bella não estávamos caminhando de mãos dadas e ela já sabia do meu segredo. Eu esperava que a reação de Belle fosse tão “insana” quanto a da Bella.

 

Começamos a caminhar na mata e, algumas vezes, eu tinha que ajudar Belle. Não pude deixar de reparar que ela não é desastrada e possui um bom equilíbrio. Eu sei que é errado fazer comparações, mas eu simplismente não consigo evitar. Eu só espero não cometer um deslize uma hora e acabar falando dessas comparações para a Belle. Ela poderia não compreender. Ou melhor, compreender de uma forma errada.

 

– Aonde estamos indo?

– É um lugar especial. É o meu refúgio, ele me traz boas memórias.

 

Caminhamos por mais cinco minutos e, agora, estávamos bem perto da clareira. Eu puxei Belle para que ela andasse mais rápido e depois parei quando percebi que dali para frente não havia mais sombra alguma. Eu soltei a mão de Belle, algo que eu não gostei muito, e indiquei o lugar para ela.

 

– Chegamos. – Ela estava com os olhos arregalados e com um sorriso grande estampado no rosto. Ela caminhou em direção à clareira e começou a olhar em volta. Por sorte, ainda havia muitas flores por aqui, apesar de já estarmos quase no invernos, e isso deixava a minha clareira ainda mais linda. – Gostou?

– É linda. Não é de se espantar que esse lugar é o seu lugar especial.

– Ele pode ser o seu lugar especial também, se você quiser. – Ela olhou para mim meio desentedida e eu dei um sorriso sem graça.

– Sério?

– Claro. – O seu sorriso aumentou e eu suspirei aliviado por ela não ter achado o que eu disse uma besteira ou algo do tipo. Ela continuou olhando em volta e depois voltou a olhar para mim.

– Você vai ficar aí parado? Não vai vir até aqui? – Eu neguei com a cabeça.

– Por quê não?

– Eu prefiro conversar com você primeiro antes de te mostrar isso. Então, por que você não vem até aqui para que a gente possa conversar melhor? – Eu dei o meu melhor sorriso torto na tentativa de convencê-la. Mas ela sentou na grama e ficou me encarando.

– Eu acho que a gente pode conversar aqui mesmo.

– Belle, por favor, não seja teimosa.

– Eu só vou para aí se você me arrastar daqui. Isso quer dizer que, de qualquer maneira, você terá que entrar na clareira.

– Você sabe que eu posso te trazer para cá sem que você veja. – O sorriso da Belle despareceu e um olhar indagador tomou conta de seu rosto. Mas logo o olhar sumiu e um sorriso presunçoso surgiu.

– Você não conseguiria ser tão rápido.

– Quer apostar? – Enquanto o seu sorriso desaparecia, eu corri em velocidade vamípira até Belle, a peguei no colo e fui para onde eu estava antes. Quando eu parei, Belle estava com os olhos arregalados. Ela olhou para a clareira e depois para aonde estávamos e vi que ela estava um pouco atordoada.

– Eu estou... um pouco tonta, eu acho. – Eu ri e logo depois a coloquei no chão. – Como você fez isso?

– Você está melhor?

– Estou, minha cabeça parou de rodar, agora me responda. – Ela me deu um olhar sério eu percebi que já havia enrrolado o suficiente.

– Tudo bem. Antes de mais nada, eu preciso que você entenda que eu não vou fazer mal a você e que me escute até o final. – Eu tenho que evitar ao máximo que ela sai correndo gritando, não é verdade? – Como eu já disse, eu e minha família não somos humanos, bem, Nessie é meia-humana e Jacob é, de certa forma, humano.

– Fala logo Edward, o que vocês são? – Ela estava cada vez mais impaciente.

– Nós somos vampiros, Belle. Eu, meus irmãos e meus pais somos vampiros. Rnesmee é metade vampira e metadade humana, enquanto Jacob é um metamorfo. – Eu fiquei um tempo olhando para Belle esperando que ela absorvesse toda a informação e esperando por sua reação.

– Só para ter certeza... você não está curtindo comigo, está? – Eu tive que rir, depois de tudo que ela presenciou e viu, ela ainda achava que isso poderia ser mentira?

– Não, Belle. Eu nã estou curtindo com você. – Ela ficou pensativa por um tempo e isso chegou a me preocupar. Será que ela está pensando em se afastar? Bem, se isso fosse...

– O que é um metamorfo? – Belle interrompeu minha linha de raciocínio e isso fez com que eu levasse alguns segundos a mais para responder a sua pergunta.

– É alguém que pode assumir a forma de algum outro animal. No caso de Jacob, ele pode assumir a forma de um grande lobo marrom. No início nós achávamos que ele era um lobisomem, mas depois de um tempo analisando, eu percebi que na verdade ele é um metamorfo.

– Lobisomens existem também? – Belle me encarou e em seu olhar eu vi apenas curiosidade. Ótimo, ela ainda não quer sair correndo, o que é algo bom, eu espero.

– Existem, mas estão praticamente extintos.

– E por que a Renesmee é metade vampira e metade humana? – Eu dei um sorriso fraco. Esse era um assunto delicado.

– A mãe da Nessie era humana, ela engravidou em nossa lua-de-mel. Foi algo inesperado, não imaginávamos que isso era possível e, como consequência, não sabiamos como lidar com esse tipo de situação. Fizemos tudo o que foi possível e que estava ao nosso alcance, mas ela não resistiu. Renesmee estava se alimentando do sangue da Bella para se manter viva, e isso a estava deixando cada vez mais fraca. Eu acredito que por estar muito fraca ela não resistiu ao parto ou ao menos à transformação. – Eu agitei a cabeça tentando mater aquelas memórias desagradáveis bem longe. Percebi que eu estava encarando o chão, então olhei para Belle e vi que ela estava tentando secar algumas lágrimas. – Por quê você está chorando?

– Eu... eu não sei! – Eu a ajudei a secar as lágrimas e logo ela parou de chorar. – Isso foi estranho.

– O quê? Você começar a chorar do nada? – Eu dei um sorriso fraco para ela.

– Sim. Não sei por quê, mas essa história me deixou triste. – Eu a olhei sem entender o por quê dela ter sentido isso. – Ok, agora continua. – Eu sorri para ela e continuei.

– Bem, como eu dizia, nós somos vampiros mas nos alimentamos apenas de animais. Carlisle tem uma filosofia de vida em que devemos preservar a vida humana, e todos nós concordamos com ele.

– Então, nem todos são como vocês?

– Não. A maioria de alimenta de humanos, apenas a minha família e uma outra que mora no Alaska, se alimenta se animais. Pelo menos é o que sabemos. Veja, o sangue animal não é nem o pouco agradável e isso faz com que a maioria dos vampiros não aceite esse método. Ele também tem outros efeitos colaterais. Nós nunca nos sentimos satisfeitos. É como um humano se alimentando de tofu, te deixa forte mas nunca o satifaz.

– Ah, agora eu entendo o por que de vocês nunca comerem.

– Sim, nós não damos bem com comida humana. Renesmee pode se alimentar das duas formas, mas ela prefere quando saímos para caçar.

– E Jacob? Ele é como a Renesmee?

– Não. Jacob, não tem esse problema.

– Por quê é um problema? Vocês não se alimentam de animais? – Eu a encarei sem entender muito bem o que ela queria dizer.

– Sim.

– Então, vocês não matam ninguém, problema resolvido.

– Não é bem assim Belle. Nós nunca deixamos de querer mais sangue e estar perto de humanos o tempo todo não facilita muito as coisas. Nós não temos tantos problemas quanto a isso agora, nós aprendemos a nos controlar, mas ainda sim o cheiro dos humanos é convidativo e tentador. – Belle ficou refletindo sobre isso por um estante então depois me encarou.

– O meu cheiro é convidativo? – Eu tive que rir com a sua pergunta. O cheiro dela é bem mais do que convidativo.

– Especialmente o seu. Principalmente para mim. Você se lembra do seu primeiro dia de aula? Quando nos conhecemos?

– É meio impossível de se esquecer. Principalmente o dia seguinte a esse, que, se você não lembra, foi o dia em que você se comportou como um completo idiota. – Eu sorri sem graça. Dizer que eu agi como um idiota era até elogio.

– Eu lembro, foi o dia em que você disse que queria que eu caísse morto.

– Bem...

– Eu sei, eu mereci. Mas, como eu ia dizendo, naquele dia, quando você entrou na sala, o seu cheiro me atingiu em cheio. Eu queria me levantar e atacar você naquele momento. Eu te odiei naquele dia. Odiei por ter um cheiro tão delicioso e tentador a ponto de me fazer querer matar a todos na sala apenas para ficar sozinho com você só para mim, mas, acima de tudo, eu te odiei por que seu cheiro é mais forte do que era o da minha esposa. – Eu estava surpreso comigo mesmo por estar tão disposto a contar tudo. Eu olhei para Belle para ver a sua reação, mas ela estava perdida em seus pensamentos. Eu decidi esperar até que ela “voltasse”.

– Como assim mais forte do que o da sua esposa?

– Bem, Bella tinha o cheiro mais tentador que eu havia sentido em cem anos quando eu a conheci. Eu acho que tive praticamente a mesma reação que eu tive com ela com você. Quando eu a conheci, eu queria matá-la. Mas, com o passar do tempo, o cheiro dela não se tornou mais um problema significativo, se tornou suportável e eu adorava ele. Na verdade, eu fiquei viciado nele. Então eu achei um completo absurdo que o seu cheiro fosse melhor do que o dela, quase como um ultraje. Isso foi só um dos motivos que me levou a te tratar mal.

– Ah, sobre isso, por que você me tratou daquele jeito? – Eu sorri fraco para ela e depois voltei o meu olhar para a clareira. Eu estava envergonhado.

– Belle você é exatamente iqual a ela. Pelo menos na aparência. Toda vez que eu olhava para você eu pensava: Por quê ela é igual a Bella? O que ela está fazendo aqui? E como ela ousa ter um cheiro melhor do que o da Bella? Idiota, eu sei, mas entenda, eu perdi o amor da minha vida ha oitenta e um anos e há oitenta e um anos eu estou tentando superar, então, de repente, você surge e trás tudo a tona. Quando as coincidências começaram, eu achei que iria enlouquecer.

– Coincidências?

– Sim, e são mais do que você possa imaginar. Por exemplo: o seu nome é Belle, o dela era Bella; eu e Bella nos conhecemos na aula da Biologia, a aula em que nos conhecemos foi a de Biologia; eu não podia ler os pensamentos dela, eu não posso ler os seus. Então Esme, Jacob, Nessie, Alice e Emmet falaram para mim que essa era a minha segunda chance e que eu tinha que aproveitá-la, mesmo eu falando que eu queria ficar longe de você e, além do mais, isso tudo para mim era insano. Eu... eu fiquei com medo! Então eu agi da pior maneira possível para que você quisesse ficar longe de mim. Mas logo depois eu me arrependi. Nessie me contou que você saiu chorando do carro e eu me arrependi do que havia feito e fui ver como você estava. Eu te encontrei dormindo em sua cama com o travesseiro encharcado por lágrimas. Foi aí que eu percebi que eu estava te fazendo mal, então eu decidi me afastar. – Eu olhei para a Belle e vi que ela estava séria.

– Vocês acham que eu posso ser ela?

– Bem, não é bem assim. Rose e Jasper acham isso dificil de acreditar, mas acreditam que você seja a solução para os meus problemas. Nessie, Jacob, Esme e Carlisle esperam que sim. Já Emmet e Alice tem certeza. Principalmente a Alice.

– E o que você acha? – Eu achava que isso era cada vez mais possível, mas achei que ela não poderia gostar disso então decidi dar uma resposta vaga.

– Eu não sei, mas eu tenho que dizer que você me impressionou quando tocou aquela música no piano. – Belle arregalou os olhos meio surpresa e depois ficou pensando um pouco.

– Você cômpos a música para ela.

– Sim, e os únicos que sabiam disso era ela e a minha família. – Belle ficou mergulhada em pensamentos por instante e depois voltou a falar.

– Tudo bem, isso é sinistro.

– Bastante. – Nós rimos um pouco sem humor e logo depois ela continuou com suas perguntas.

– Por quê os seus olhos mudam de cor? – Eu sorri para ela.

– Bella dizia que esse era o nosso grau de fome. Quando estávamos com os olhos quase pretos, ou até mesmo pretos, isso queria dizer que estávamos com fome. Se estamos com os olhos dourados isso indica que estamos satisfeitos, digamos. – Belle ficou me olhando nos olhos por um tempo e depois sorriu.

– Está quase na hora de você ir caçar então. – Eu ri com isso.

– Sim, está.

– Todos os vampiros tem olhos dourados?

– Não. Os que se alimentam de sangue humano possuem olhos vermelhos.

– Ah. Você tem presas?– Belle me olhou curiosa e eu tive que rir. Os humanos possuem muitas superstições bobas sobre nós.

– Não, eu não tenho presas; não tenho problemas com cruzes, alho, água benta; eu tenho reflexo no espelho; eu não me transformo em morcego; não durmo em caixões, na verdade, eu não durmo, e muito menos queimo ao sol. – Belle ficou me encarando por um tempo e depois olhou para a clareira.

 

– Você já pode ir lá? – Eu olhei para a clareira e depois olhei para ela sorrindo. Eu acenti com a cabeça, levantei e estendi a minha mão para ajudá-la a se levantar. Caminhamos em direção à clareira. Belle foi na frente e ficou me esperando.

 

Aos poucos eu fui saindo da sombra e deixei que o sol me atingisse. Assim que a minha pele começou a brilhar, os olhos de Belle se arregalaram e eu vi ela piscar algumas vezes como se não acreditasse no que estava vendo.

 

– Fala sério! Você brilha? Isso é muito legal... não! É lindo! Parece que você tem milhares de diamantes na pele. – Eu ri com a sua reação e senti alívio por ela não ter se assustado ou algo do tipo. Ela se sentou no chão e eu fui até ela e me sentei ao seu lado.

– Ok, agora me conta, você pode ler mentes, certo? – Eu acenti e pude prever o que ela iria perguntar. – E o resto da sua família? São todos como você?

– Não. Alice pode prever o futuro...

– Ela pode!?!

– Sim, pode.

– Isso explica muita coisa. – Ela sorriu para mim e eu tive que me esforçar para continuar ao invés de ficar admirando-a.

– Jasper pode sentir e controlar as emoções das pessoas. Nessie pode colocar pensamentos e imagens nas mentes das pessoas. Quando ela era criança ela fazia isso com um toque, mas agora ela já consegue projetar sem precisar tocar. Carlisle consegue se controlar quando está perto de sangue. Ele chegou a tal ponto de não se incomodar nem mesmo com o cheiro. Emmet é bem forte, um dos vampiros mais fortes que existe.

– Rosalie e Esme?

– Elas não possuem poderes, exatamente. Esme é capaz de amar qualquer um, enquanto Rosalie possui a beleza. A maioria dos vampiros não possuem poderes.

– Humm... é interessante assim mesmo. E quanto ao... Will? – Eu respirei fundo antes de falar. Um ódio muito grande crescia em mim quando eu me lembrava do que ele havia feito com ela.

– Quando eu li na mente daquele verme o que ele estava planejando fazer com você, eu não penssei duas vezes. Eu corri o mais rápido que pude e quando eu me dei conta eu já o havia matado. Eu não sei o que aconteceu, eu estava furioso e vê-la naquele estado me deixou desolado. Os meus irmãos tiveram que me segurar para não ir atrás da família dele também. Eu queria matar todos que não haviam te ajudado e todos que ajudaram a criar aquele miserável.

– Como assim todos que não me ajudaram?

– As pessoas que você falou no colégio sobre isso...

– Espera aí! O Carlisle te contou isso?

– Não, na verdade, eu escutei. – Belle me olhava incrédula e eu tentava não demonstrar nervosismo. Eu esqueci que isso deveria ser um segredo entre os dois.

– Você estava escutando atrás da porta?

– Não, Belle. A minha audição, visão, tato, todos os meus sentidos são mais aflorados do que o de um ser humano normal. Eu estava na sala enquanto vocês conversavam.

– Na sala? Mas ela fica... WOW! Vocês realmente ouvem bem. Espera um segundo, quer dizer que todo mundo ouviu.

– Ah, bem, sim.

– Ai meu Deus! – Belle colocou a sua mão na cara tentando escondê-la. – Que vergoooonhaaa!

– Não precisa ficar com vergonha Belle, nós entendemos o que aconteceu. – Belle ficou encarando o chão em silêncio por um tempo e depois voltou a falar. – Ok, vamos mudar de assunto... você disse que estava me observando ontem à noite, como assim? Eu não te vi. E como você entrou na minha casa?

– Eu sempre entro pela sua janela e sempre vou quando você já está dormindo. Eu fico do lado de fora da casa ouvindo tudo o que acontece e, quando o seu batimento cardíaco está baixo e calmo, eu entro por que isso quer dizer que você adormeceu.

– E por quê você faz isso?

– Eu gosto de te ver dormindo.

– Só por isso?

– Na verdade... não. – Eu olhei para o chão e sorri sem graça. – Eu acho... na verdade, eu tenho certeza, que estou apaixonado por você. Eu só percebi isso há alguns dias atrás quando você falou o meu nome enquanto dormia. – Eu fiquei encarando o chão por mais alguns segundos e só voltei a levantar o rosto quando ela voltou a falar.

– Lembra que eu disse mais cedo que quando você me contasse o que você é eu diria qual era o meu problema? – Meu sorriso desapareceu um pouco. Será que eu estou sendo um problema para ela?

– Sim, eu me lembro. – Ela ficou encarando o chão e ficou mechendo as suas mãos nervosamente, como ela estava fazendo no carro.

– Então, o meu problema é que eu também estou... apaixonada por você. – Eu acho que meu sorriso não cabia em meu rosto. Se meu coração pudesse bater ele estaria a mil por hora.

– E por quê isso é um problema?

– Por que eu não sei como lidar com essa situação.

– Eu posso te ajudar se você quiser. – Eu levantei o seu rosto fortemente corado e fui me aproximando aos poucos. A sua respiração falou e seu coração acelerou, o que me mostrou que ela estava tão ansiosa e nervosa por isso quanto eu.

 

Me aproximei até ficarmos alguns centímetros distantes. Eu inclinei a minha cabeça um pouco e finalmente selei os nossos lábios. O beijo continuou lento e delicado então, aos poucos, os nossos lábios foram se partindo e pude sentir melhor o seu gosto em minha boca. Ela tem um gosto fantástico, tão doce e delicado como ela própria. Minha mão foi para a sua nuca e eu coloquei os meus dedos entre os seus cabelos macios e a puxei mais para perto de mim. Isso fez com que o beijo se tornasse mais exigente e logo eu estava pedindo passagem para explorar a sua boca. Para o meu contentamento, Belle permitiu. A sua respiração estava rápida agora e seu coração um pouco mais acelerado. Eu percebi que minha respirção também estava ficando um  pouco fora do controle. Minha mão deixou a sua nuca e foi para a sua cintura, trazendo o seu corpo mais perto para mim. Belle enrroscou as suas mãos no meu cabelo e me puxou para mais perto. O nosso beijo agora estava profundo e eu tinha que tomar mais cuidado para não machucá-la. Um desejo começou a surgir em nós dois e eu senti que estávamos começando a deitar na grama. Eu tomei conciência do que estávamos fazendo e do quão rápido isso estava sendo, então comecei a ser mais calmo com o beijo. Belle também foi se acalmando e nós fomos parando o beijo até terminá-lo com apenas um selinho. Nos sentamos de frente de um para o outro e Belle desviou o olhar envergonhada.

 

– Você fica linda quando cora, sabia? – Belle deu um sorriso e fraco e, como se fosse possível, corou mais ainda. Minha garganta ardeu e me forcei a retrair isso. Eu aguentei a um beijo que não foi tão calmo sem nenhum problema, por que eu não poderia aguentar isso?

 

Eu deitei na grama e Belle deitou ao meu lado. Eu fiquei alisando o seu cabelo e sentindo o seu cheiro enquanto Belle fechava os olhos para aproveitar o momento. Eu estava me sentindo estranho. Era como se, durante o beijo, eu tivesse voltado ao passado. Ela beija exatamente como a Bella, mas os seus lábios são completamente diferentes. Os lábios da Belle tem um sabor muito mais... tentador. Isso estava ficando muito estranho. Eu olhei para o céu e percebi que estava começando a escurecer, o que queria dizer que estava na hora de levar Belle para casa.

 

– Nós temos que voltar.

– Mas já? – Eu ri e percebi que eu estava próximo à sua nuca e que a minha respiração a havia feito arrepiar. Eu gostei de saber que provocava essa reação nela. Eu a ajudei a se levantar e depois sorri torto para ela. – O que foi?

– Se formos na minha velocidade, chegaremos mais rápido ao meu carro.

– Na sua velocidade?

– Suba nas minhas costas e feche os olhos. – Belle me olhou confusa, mas fez o que eu pedi. Olhei pelo canto do olho e vi que ela havia fechado os olhos. Comecei a correr. Em questão de um minuto, já estávamos do lado do meu carro.

 

Eu coloquei Belle no chão e me virei para ver como ela estava. Ela ainda estava com os olhos fechados e com as mãos na cabeça.

 

– Belle, o que foi?

– Eu estou tonta. O que acabamos de fazer?

– Você acabou de correr comigo.

– Já chegamos?

– Já.

– Me ponha dentro do carro então. – Ela estendeu a mão e ficou balançando ela como se estivesse tentando tocar algo. Eu a peguei no colo, coloquei o seu peso em apenas um braço e abri a porta. A coloquei sentada no banco de passageiro e inclinei o banco um pouco para trás para que ela pudesse deitar.

– Está se sentindo melhor?

– Estou. – Eu dei a partida no carro e dirigi em direção à casa de Belle. Após dois minutos, Belle abriu os olhos.

– Passou?

– Aham. – Belle olhou para mim e sorriu, eu não resisti e sorri de volta. Eu estendi a minha mão para ela e ela a pegou. Eu fiquei alisando a sua mão durante todo o trajeto.

– A minha pela fria a encomoda?

– Sinceramente? – Eu segurei a minha respiração com medo da resposta ser sim. – Nem um pouco. – Eu respirei aliviado e apertei a sua mão na minha. Eu estacionei ao lado de seu carro. – Ainda bem.

– O que?

– Minha mãe ainda não chegou. Ela iria ficar se perguntando aonde... – O estômago de Belle roncou e ela calou ao mesmo tempo totalmente sem graça. Eu tinha me esquecido desse detalhe.

– Eu acho que tenho sido meio negligente. Você quer que eu te leve para comer ou cozinhe algo para você? – Belle me olhou meio incrédula.

– Você sabe cozinhar?

– É, eu sei. – Eu a olhei meio confuso. Qual o problema?

– Achei que, como você não come comida humana, você não saberia cozinhar.

– Eu tive que aprender. Eu cozinhava às vezes para a Bella e, na maioria das vezes, sou eu que cozinho para a Nessie. É complicado, por que eu não tenho noção de como está o tempero, mas elas nunca reclamaram. Quer que eu faça algo para você? – Belle ficou calada por um momento considerando a minha oferta e depois sorriu.

– Quero. – Saímos do carro e eu entrei na sua casa.

– O que você vai querer?

– O sanduíche mais calórico que você conseguir fazer. – Eu sorri torto para ela e comecei a procurar na cozinha por algo que eu pudesse aproveitar.

 

Eu fiz um sanduíche com salsicha passada na chapa, bacon, ovo, alface, chedar e bife de frango empanado. Quando eu coloquei o prato na frente de Belle ela me olhou desconfiada e depois deu uma mordida no sanduíche e logo depois seus olhos se arregalaram.

 

– O que foi?

– Você bem que podia vir aqui todo dia cozinhar para mim. Isso aqui está ótimo!

– Se você quiser. – Belle parou de mastigar e ficou me encarando.

– Eu estava brincando. – Era engraçado vê-la falando de boca cheia.

– Mas eu não. – Ela balançou a cabeça como se não acreditasse que eu estava falando sério, o que eu estava. Quando ela terminou de comer nós ficamos conversando por um tempo na cozinha, até a mãe dela chegar.

– A minha mãe chegou!

– Eu devo ficar para me apresentar?

– Eu não sei. Ela pode ficar muito empolgada, ou ficar histérica e ficar imaginando coisas que não deve se te ver aqui comigo. Não sei! – Ao ver o seu nervosismo eu optei por ir embora. Fiquei um pouco decepcionado, mas se isso era o melhor eu iria fazer.

– Fica para a próxima então. – Eu sumi de sua vista e, pela janela da cozinha, eu a vi ficar olhando para os lados procurando por mim.

 

Eu ficaria ali, na mata perto de sua casa, observando e esperando pelo momento oportuno para ir vê-la.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que a espera tenha compensado eu nao postei terça como havia dito no vale das lamentações pq era meu niver e eu fiquei o dia inteiro fora, o mesmo valeu para quarta. Obrigada a todas que comentam amo cada review. Vou responder assim que der pq agora eu vou ter que desligar se nao minha mae me mata. Eu vou so avisar as leitoras que comentam do novo cap. Então amanha eu respondo a todos os meus amados reviews *---* Eu tbm tenho que ler uma fic que eu estou com saudades (When I look at you) eu recomendo ela, é muito boa Beijos amores, muito obrigada pelo apoio, pelos reviews e pela paciencia. Pra quem esta esperando pela continuação de veu de sangue, talvez eu poste o primeiro cap no domingo *--*

ps: amiga, me liga? meu pai está controlando o telefone, nem te conto o pq kkkk beijos flor