Moiras escrita por Lucca


Capítulo 4
Escuridão




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Uma substancia radioativa foi aplicada em Jane para o interrogatório quando ela foi recapturada pelo team. Os estudos não eram conclusivos, a maioria dos interrogados não sobreviveu muito tempo após o interrogatório por circunstâncias que nada tinham a ver com o uso da substância. Os dados apontavam algumas consequências, a mais comum era infertilidade.

Eu sei que isso não aconteceu.” Jane respirou aliviada e se preparou para tentar acalmar Patterson.

—Jane, os estudos mostram mais coisas. No caso de gravidez, isso seria desastroso. A substância se armazena no organismo e causa danos irreversíveis ao bebê. Quando chegam a nascer, têm má formação e não vivem muito._ os olhos de Patterson estavam cheios de lágrimas. Jane estava completamente muda e sem ação. Ela não conseguia raciocinar._ Jane, eu sinto muito. Eu pesquisei muito antes de te dizer qualquer coisa...

Jane procuro controlar a respiração e organizar o turbilhão de pensamento e desespero que tomava conta dela. Kurt, o berçário vazio, a maldita injeção na divisão zero. Ela era uma prisioneira do FBI sob responsabilidade dele. Com certeza ele se culparia. Ela não podia deixar isso acontecer...

Tasha bateu pesado na porta do laboratório

—Patterson, sou eu._Patterson abriu a porta_ Assalta à mão armada com reféns no Brooklin. Estamos indo pra lá. Jane está aqui? Está tudo bem?

— Sim e... sim. Está tudo bem, eu só estou com um pouco de dor de cabeça. _Patterson percebe rapidamente a falta de reação de Jane._ Eu preciso que Jane fique aqui comigo pra resolvermos um assunto. Você avisa Weller?

—Ok...Eu vou indo, então.

Patterson fecha novamente a porta e se aproxima de Jane que parecia estranhamente apática diante da notícia

—Jane, você entendeu o que eu disse?

—Patterson, eu preciso que você me prometa uma coisa. Kurt não pode saber disso. Ele vai se culpar, não posso deixar que as escolhas erradas que fiz machuquem ele de novo.

—Jane, eu entendo que você queira poupá-lo, mas ele precisa saber para que não cobre nada de você...

—Patterson, por favor, eu estou te pedindo, me ajuda. Eu posso lidar com isso,  é a minha vida e o meu corpo. Kurt não precisa saber, por favor.

— Ok, ok. Eu prometo que não conto nada._ Patterson respondeu com o coração apertado e sabendo que não deveria estar prometendo algo que colocaria mais um segredo como outros que já haviam separados os dois.

Jane saiu do laboratório e sentou-se na sua mesa.

Do céu ao inferno em poucas horas. Seu pesadelo com Remi voltou a sua mente:

Isso não pertence à você!

Kurt e uma família... O que eu fiz? Agora nosso bebê está no meio disso tudo...Danos irreversíveis... má formação... não viverá muito.

Isso não pertence a você!

Sempre há uma saída.

Interromper a gestação o quanto antes.

A ideia não trouxe nenhum alívio, apenas aumentou seu desespero. Ela nunca tinha se sentido tão vazia, tão sem chão, nem quando criança naquele orfanato.

Crianças deveriam ser protegidas sempre! Kurt também precisava ser protegido das coisas horríveis que eu trouxe pra vida dele.

Vária vezes ela tentou levar as mãos até o teclado para procurar informações sobre como interromper a gestação. E perdeu a noção do tempo, do espaço...

Eu não posso.

Todos têm um limite. Jane encontrou o dela. Ela era incapaz disso. Era o filho dela e de Kurt. Como ela se sentia cruel por não conseguir levar aquilo adiante.

As portas do elevador se abriram e a equipe entrou barulhenta.

—É, vamos ver até quando você vai manter esse discurso quando Jane souber o que aconteceu_ Reade entrou dizendo.

—Eu não faço a menor ideia de que tipo de insinuação é essa. _respondeu Kurt.

Tasha logo chamou a atenção de Jane:

—Ei, Sra. Weller, por favor, venha dar um jeito nesse seu marido.

Jane se aproximou

—Deu tudo certo?

—Quase tudo, Jane. Weller levou um tiro de raspão no braço.

A notícia sacodiu Jane que se aproximou de Weller para verificar a lesão

—Está tudo bem. Os paramédicos já deram um jeito nisso.

—Isso é culpa sua, Jane. Weller não dorme mais à noite e agora está dormindo em serviço. _ o tom cômico de Zapata nem foi percebido por Jane. As palavras ressoavam em sua mente.

—Você dormiu?

—Claro que não! _Reade interrompeu a pergunta de Jane para Weller. _ Ele só sonhou acordado.

Jane ficou ainda mais confusa.

—Não é nada disso. Eu só me confundi, me distraí e então quase me acertaram.

—Mas você se distraiu com o que?

—É melhor você perguntar com quem, Jane. _Tasha disse com sarcasmo_ E é claro que a resposta é você!

—Eu?

—Você!

—Tasha, por favor! Jane, eu só me distraí.

—Você chegou a dizer o nome dela, Weller. _contrapõe Reade

—É paixão demais. Ele se preocupa com você até quando você não está lá, Jane.

—Meu Deus, vocês fazem isso parecer horrível. Nós já tínhamos cercado os assaltante e eles só tinham um refém.  Então, senti algo estranho e forte, como se você estivesse logo atrás de mim e ferida. Foi muito real. E eu virei a cabeça pra te olhar...

—E bum! Atiraram nele._Zapata completou.

— E ele disse te chamou antes enquanto se virava.

—Kurt..._ as palavras não vinham... Jane segurou a mão de Kurt sem saber o que fazer.

—Está tudo bem. Eu estou bem._ e sorriu pra ela. _ Agora tenho muita papelada para preencher. Mas você está bem? Parece pálida..

—Ah, não! Patterson também. não estava bem hoje pela manhã. Se for viral, vai pegar todo mundo.

— Jane, melhor você ir pra casa. Descanse. Se não se sentir bem, me liga.

Jane concordou com a cabeça, soltou a mão de Kurt e saiu.

Reade e Tasha ficaram pasmados se entreolhando e tentando evitar olhar para Weller.

Kurt olhou para Jane se afastando, coçou o pescoço e respirou fundo e foi para sua sala.

—Ei, você entendeu isso?

—De jeito nenhum. Mas é a Jane, Tasha, a esposa dele, e não devemos nos meter na relação dos dois._Zapata fez cara de poucos amigos._E nós também temos muitos relatórios para preencher.


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