Moiras escrita por Lucca


Capítulo 23
Mancala


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai levar Jeller para um cenário diferente onde podem se curtir um pouco mais. Trouxe Mancala, um jogo da infância de Jane para termos mais elementos da série. Sim, fui totalmente influenciada pelas insinuações da Alê. O final abre para o desfecho da história. Boa leitura.



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Numa reunião informal do team na casa de Reade, Rich convidou a todos para conhecerem sua nova ilhota no Caribe. Primeiro veio o silêncio e a troca de olhares. Depois recordaram que ele agora também recebia os dividendos do império tecnológico de Zach Riley que estava na prisão. Foi uma forma de restituição após o milionário ter se apossado das fórmulas que desenvolveram juntos na universidade. Aliviados, todos resolveram aceitar o convite, afinal mereciam o descanso. Kurt e Jane mais ainda. Os amigos decidiram que fariam todo o possível para cuidarem das crianças e deixá-los curtir esses dias.

A viagem foi tranquila. Parte do trajeto foi feito a barco. Assim que chegaram à ilha, se impressionaram com a beleza paradisíaca do lugar. A casa não era luxuosa, mas era grande e confortável, o que os deixou ainda mais à vontade.

Rich era o mais ansioso de todos, empolgado com seu primeiro feriado prolongado junto ao team.

— Espero que a ilha agrade a todos vocês. Tenho certeza que teremos ótimos momentos aqui. Apesar da simplicidade das nossas instalações, temos todo o necessário para qualquer “criança” se divertir. _ disse piscando para Patterson.

— Você conseguiu nos deixar em conexão direta com nosso satélite?

— Oh, Patsy, assim você me magoa. Você acha que eu me afastaria de nosso bebê?

— Vocês dois têm um satélite? _ Tasha questiona

Patterson, meio constrangida, tenta contornar a situação:

— É... nós meio que temos um sim, mas não é nada assim tão espetacular.

— Patsy, deixe de ser tão modesta. Nada que nós dois façamos juntos deixa de ser espetacular.

Tasha olha para Patterson com caras e bocas que exigiam maiores detalhes. Mas é Rich quem continua:

— Mas podemos negociar parcerias, Madame CIA. Caso você se interesse, pode participar de todas as vantagens da minha relação com Patsy. Para isso, basta que eu participe da sua parceria com ...

— Stop, Rich! Não ouse continuar ou sua ilha vai se tornar seu túmulo.

— O que? Como você é estressada, Tash. Sinceramente, não sei como você consegue ser assim tendo aquele deus grego a sua disposição. E, falando em deuses gregos, você sabe que o forte deles não era a monogamia... Além disso, a culpa é toda do Roman. Quando ele tirou a camisa para levar Josh a praia até a Patsy suspirou comigo.

Tasha olha imediatamente para Patterson:

— Ah não! Não me coloque no meio de seus problemas, Rich. Eu estava suspirando por ver a empolgação de Josh, mais nada!

— Ok, ok, Patsy. Nós acreditamos._ e pisca pra Tasha.

Nesse momento, Reade entra na sala.

— Sobre o que estão falando?

— O assunto é a beleza mitológica de Roman e a vida sexual da Tasha._ Rich informa.

— Ok, melhor voltar para a cozinha. Houve um tempo que nós mantínhamos assuntos assim fora dos coms e das conversas...

— Fica, Reade, não estamos falando sobre isso. Rich é quem tem fixação pelo assunto.

— Fixação pelo assunto? Vamos lá, meu team favorito. Sei que gostam de ostentar conservadorismo sexual no trabalho, mas estamos numa ilha! Novas “experiências” são sempre enriquecedoras._ Rich completa correndo os olhos por Reade da cabeça aos pés.

— Fui _ Reade se vira e volta para a cozinha. Tasha e Patterson fazem o mesmo.

— É, pelo jeito vai levar algum tempo até que eu consiga fazê-los enxergar a vida de forma mais livre...

Enquanto Rich se serve de uma bebida no bar, Weller chega na sala:

— Rich_ cumprimenta sorridente

— Stuble! Venha, me acompanhe em uma bebida. Tudo em ordem com Jane?

Weller se aproxima, aceitando o convite:

— Sim, esse lugar é fantástico. Liz já dormiu, mas Aidan está um pouco incomodado com o novo quarto. Jane está com ele na cama. O garoto é teimoso, sempre luta para não adormecer. _ Kurt torce o pescoço ao descrever o filho, ostentando um sorriso orgulhoso no rosto por identificar semelhanças entre o comportamento do bebê e o seu._ Mas tudo já está em ordem no quarto.

— Ótimo! Eu estava esperando por um momento a sós com você, Stuble.

Weller estreita os olhos esperando as insinuações costumeiras de Rich:

— Para...

— Oh... bem, eu sei que vocês são muito “tradicionais” na sua vida sexual e não gostam que eu intervenha...

Weller interrompe, tentando demonstrar seriedade apesar da insistência de Rich estar se tornando cômica:

— Rich, nossa vida sexual não está em questão aqui.

— Mesmo assim, eu preparei algo para você e Jane. É um presente especial para meu casal favorito. Vocês precisam de um momento a sós.

— Rich...

— Não, eu faço questão. Do outro lado da ilha, depois das pedras, existe uma praia pequena onde foi preparada uma tenda. No frigobar de seu quarto você poderá encontrar suas bebidas favoritas. Na cozinha existem petiscos...Lembre-se de levar algo para acender o fogo. Ah! Fogo é um assunto interessante. Para o caso de ser necessário na sua vida pós 40, deixei alguns comprimidinhos útieis na gaveta de sua mesa de cabeceira.

Weller toma um grande gole de sua bebida e apoia as mãos sobre o bar:

— Rich, eu não preciso de nada além de Jane!

Rich dá uma piscadinha e conclui:

— Então, lembre-se de levar ela! Estamos todos aqui para cuidar das crianças durante a noite, desde que elas durmam, é claro!

Weller abaixa a cabeça, balançando negativamente e sorrindo. Rich era incorrigível, mas tinha uma percepção incrível sobre a química entre ele e Jane. Sim, eles precisavam daquele momento.

— Rich, obrigado!

— Não me agradeça. Aproveite!

Kurt esperou pacientemente anoitecer. Após as crianças terem adormecido, tomou um banho e vestiu uma camisa branca com a bermuda palha, uma roupa que havia sido escolhida por Jane alguns dias atrás. Ela estava deitada na cama quando ele saiu do banheiro

— Uau! Você vai sair?

Ele sorriu maliciosamente, se aproximou da cama se debruçando sobre ela e roubando um beijo.

— Sim, nós vamos sair.

A surpresa tomou conta da expressão de Jane.

— E aonde vamos, Sr. Weller?

— Hum, é surpresa, mas por favor, vista algo bem confortável. Tudo que eu posso dizer é que eu quero um momento que seja só... nosso!

Ela não precisava de outras recomendações. Em quinze minutos estava pronta. Escolheu uma saída de praia branca que combinava perfeitamente com a roupa dele.

Enquanto isso, Kurt pegou alguns petiscos na cozinha, além das taças e da bebida que estava no frigobar.

Quando seus olhares se encontraram, trocaram a cumplicidade para qualquer plano naquela noite.

— Vamos!

— Só mais uma coisa, Kurt. Três pra falar a verdade...

— Você confia em mim, Jane?

— Com a minha vida...

— Então, apenas me siga. Ok? – entregou as taças a ela, deixando uma mão livre que a envolveu pela cintura enquanto se retiram do quarto.

Na sala, encontraram os amigos ainda acordados. Todos tentaram disfarçar seu envolvimento nos acontecimentos. Apenas Patterson falou:

— Divirtam-se. Nós estamos aqui pra eles.

— Obrigada. - Jane respondeu timidamente.

Kurt a conduziu pela mão, percorrendo toda a praia até alcançarem as pedras distantes cerca de um quilometro à esquerda da casa.

— Aqui?

— Não.  Vamos atravessar para o outro lado. Tudo bem?

Jane sorriu com apenas o canto dos lábios e olhou desafiadoramente para ele:

— Acho que eu consigo. Essas pedras não parecem tão íngremes quanto as montanhas do Tibete.

Ele riu.

— Uau. Sempre procurei uma mulher capaz de me levar às alturas._ e piscou pra ela_ Eu sou um cara exigente.

Jane não resistiu aos comentários e respondeu se pendurando ao pescoço de Kurt para beijá-lo enquanto ria.  Ele correspondeu ao beijo, mas assim que se afastaram, lembrou:

— Para alcançarmos o paraíso, precisamos superar algumas pedras.

— Nenhum obstáculo me fará desistir de nós. - ela disse, abrindo caminho e estendo a mão para ajudá-lo.

Assim que ultrapassaram as pedras, Jane ficou congelada diante do cenário. A tenda estava armada na praia a poucos metros do mar. Não era algo simples. A estrutura era decorada com madeira adornada. Haviam tochas na entrada principal. O interior tinha tapetes e almofadas para garantir o conforto dos dois. Após recuperar-se da surpresa, Jane disse :

— Kurt é tudo tão lindo! Tão a nossa cara. Como você teve tempo para...- foi então que ela riu- Rich?!

— Jane, eu juro que adoraria ter feito tudo isso, porque você merece cada detalhe.

— Shsh! - ela disse cobrindo seus lábios com os dedos - Não importa quem fez. O que importa é que tudo isso é nosso agora.-  e começou um beijo suave que logo interrompeu_  Kurt, você acha que a nossa privacidade está assegurada aqui? Eu sei que Rich tem se esforçado em mudar, mas é que ele tem fixação por...- e limpou a garganta sem conseguir terminar a frase.

— Vamos descobrir agora. Acho que um diretor do FBI e uma agente mais que especial como você podem verificar isso em poucos minutos e desfrutar depois.

Imediatamente iniciaram o reconhecimento do local. Tudo em ordem. Então, Kurt se sentou na beirada da tenda acenando para Jane se juntar a ele, enquanto servia a bebida que trouxeram. Ela se sentou ao seu lado e comentou enquanto saboreava alguns goles:

— E a noite de amor na praia só acontece após a investigação detalhada do local. Mais um dia completamente normal em nossa vida._ estendeu o corpo ao longo do tapete, deitando no colo dele.

Kurt ri enquanto brinca com os cabelos dela e completa:

— Nada de monotonia, sem rotina previsível. Vamos ver pelo lado bom: em nosso relacionamento não existe a queixa mais comum dos casais que se separam.

— Estamos condenados a um relacionamento pra toda a vida _ Jane diz olhando para o mar e, então, se cala e continua observando.

Ele conhecia esse tipo de reação e se preocupa:

— Jay, o que foi?

Ela se senta rapidamente na borda do tapete. Depois, de joelhos, usa as mãos para limpar um espaço na areia, nivelando o chão. Então começa a abrir pequenas covas:

— Quando eu era criança, no orfanato, nós brincávamos de Mancala. Era uma das poucas formas de distração que tínhamos. Roman e eu repetíamos o jogo por horas. É um jogo de tabuleiro, mas dá pra jogar sem isso.

— O jogo que estava na pré-tatuagem de leopardo e que nos levou até a gangue de motoqueiros Viper Kings e a ex-namorada de Roman.

— Isso, esse mesmo.

Jane continuava improvisando o tabuleiro de mancala na areia. Kurt observou o cenário a sua volta: a tenda, o mar, a lua e as estrelas. Tudo parecia perfeito para uma noite romântica de um casal loucamente apaixonado e desesperados por alguns momentos a sós fora da rotina de três filhos pequenos. Entretanto, sua esposa resolveu falar de uma brincadeira de criança. A maioria dos homens descreveria isso como frustrante, mas não ele. Jane perdeu todo o seu passado com o ZIP, cada flashback, mesmo que desconexo de seu contexto era importante para ela e ela era muito importante para ele. Então, se concentrou em cada informação que ela passava sobre o jogo. Jane usou as uvas passas  que trouxeram como sementes distribuídas no tabuleiro.

— Essas 6 cavas são suas e as do outro lado são as minhas. São 4 uvas passas em cada cava do tabuleiro. Essas duas cavas maiores, sem uvas, é onde vamos guardar as sementes colhidas para tentar ganhar o jogo. Elas são chamadas de Kalah. Você vai apanhar todas as sementes de qualquer uma das suas cavas e distribuí-las, uma por uma, nas cavas subsequentes. Quando passamos pelo nosso Kalah, depositamos uma semente e continuamos a distribuição nas cavas do outro lado, mas não no Kalah do oponente. Ok?

— Ok. Até aqui está fácil.

— Tem mais duas regra: Quando você estiver distribuindo e a última semente cair no seu Kalah, você pode jogar de novo. E, se a última semente cair em uma cava vazia do seu lado, você captura as minhas sementes que estão na cava da frente. Isso ajuda a encher seu Kalah bem mais depressa.

— Você terá que me ajudar a lembra dessas duas novas regras.

— Claro, eu vou te lembrando. O jogo só termina quando um de nós não tiver mais semente para distribuir. E ganha quem tiver mais semente em seu Kalah. Está preparado para perder?

— De jeito nenhum. E você?

— Eu vou dar um incentivo a mais pra você nesse jogo..._ diz olhando maliciosamente dentro de seus olhos azuis.

— Esse jogo está começando a ficar melhor. Continue.

— Se a ultima semente cair numa cava vazia, além de capturar todas as sementes da cava da frente, você poderá capturar uma peça da minha roupa. E, de acordo com a quantidade de sementes que existe no seu Kalah, será a quantidade de carícias a que você tem direito antes da minha vez de jogar. O mesmo vale para mim.

— Mancala acaba de se tornar meu jogo favorito!

— O nosso jogo favorito!

E o jogo começou. As primeiras 5 rodadas transcorreram sem cavas vazias para a tristeza do casal. Em seguida, Jane conseguiu atingir o objetivo: cava vazia e quatro uvas no Kalah. Ela não esperou nem um segundo, aproximou-se e, devagar, retirou a camisa de Kurt, aproveitando para correr os dedos sobre sua pele.

— Ei, isso já conta como uma carícia?

— Não! Eu só estou tirando sua camisa. Ainda tenho direito às quatro!

Ela se colocou atrás dele, distribuindo beijos sobre suas costas até chegar ao pescoço e mordiscar sua orelha esquerda. Então, sem interromper os beijos por seu pescoço, envolveu seu corpo em seus braços, levando as mãos até seus mamilos e acariciando demoradamente dos dois. Kurt se deixou levar totalmente pelas sensações que essas carícias desencadearam, estranhando o momento em que ela as interrompeu e recuou.

— Sua vez de jogar.

Merda” ele pensou, mas fez a jogada. Foi difícil coletar as uvas na cava. Sua mão estava trêmula. Antes da jogada, ele avaliou cuidadosamente uma escolha que terminasse numa cava vazia. “Droga”, ele daria tudo para o sangue estivesse em seu cérebro agora e não em outras partes de seu corpo.

Jogada feita. Cava vazia. Seis uvas no Kalah. Nunca antes a vantagem num jogo de tabuleiro tinha lhe dado tanta satisfação. Ele levantou os olhos, encarando Jane:

—Seis!_ e avançou para cima de Jane devorando seus lábios de forma a deixar claro o quanto lhe custou a interrupção anterior.

Kurt puxou-a para seu colo e continuou a beijá-la de forma intensa enquanto suas mãos percorriam suas coxas, deixando apenas os dedos roçarem sua virilha contornando o final da calcinha. Então, ele começou a retirar sua bata, usando a mesma estratégia que ela para fazer desse momento uma carícia a mais.

— Acho que isso me pertence, Sra. Weller. _ disse segurando a roupa.

Em seguida, parou por um momento para admirá-la. Ela não estava usando sutiã. Nada era capaz de deixá-lo tão excitado quanto observar Jane nua. Ela era perfeita e cada tatuagem que a cobria estava no lugar certo. De certa forma, cada uma delas era pra ele. Só pra ele agora. Isso o enlouquecia.

Jane tocou seu rosto com os dedos e fitando seus olhos:

— Essa bata é sua e todo o resto também!

Ele desceu distribuindo beijos por seu pescoço até alcançar seu seio, onde se deteve por algum tempo, desfrutando do sabor do corpo dela. Cada som que ela emita era um convite a continuar. Relances de memória o levou de volta ao dia em que se conheceram: as tatuagens eram um mapa do tesouro para ele decifrar. O mapa do maior e melhor tesouro que ele sequer sonhava poder encontrar. Foi então que ele decidiu seguir esse mapa. Recuou por apenas alguns segundos para escolher algumas delas: a rosa em chamas e depois aquelas no interior de suas coxas. E então foi seguindo com beijos todo o percurso até o primeiro desenho.

— Eu quase te perdi com essa aqui.

— E eu quase perdi você.

Percebendo a direção escolhida por Kurt, Jane foi se reclinando para trás para facilitar o caminho para seus beijos. Propositalmente, ele demorou mais nas carícias em cada tatuagem de suas coxas, alternando os beijos com mordidas suaves enquanto seus dedos corriam sobre sua calcinha.

Jane estava totalmente tomada pela vontade de se unir a ele. Assim que Kurt parou e se ergueu, ela agarrou o cós de sua bermuda, forçando o botão para abri-la. Então sentiu as mãos dele sobre as dela:

— Nada disso. Sua vez de jogar.

Ela não tinha a menor condição de continuar o jogo. Sequer se recordava claramente das regras:

— Meu jogo, minhas regras._ ela se ergueu, colocando-se de joelhos a frente dele. Desabotoou e depois se livrou de sua bermudas e boxers. Delicadamente, ela o empurrou para o tapete e se colocou sobre ele.

Os momentos que se seguiram foram mágicos. Mais que dois corpos se unindo, duas almas se tocaram, levando-os ao céu. Os sentimentos de pertencimento e entrega continuaram latejando dentro deles depois que as sensações físicas terminaram. Sem aceitar completamente o momento da separação física, Jane se aninhou no peito de Kurt. Ele sussurrou:

— Sexo com você é fantástico, mas todos esses sentimentos que explodem dentro de mim nesses momentos depois também me trazem uma imensa satisfação.

Ela estreitou o abraço:

— Eu entendo. O mesmo acontece comigo. Acho melhor repetirmos a dose para tentar descobrir se preferimos o durante ou o depois, não acha?

— Com mancala?

— Não. Game Over pra mim!

Ele correu a mão por seus cabelos e percebeu o quanto ela havia transpirado. Então se levantou e a pegou nos braços.

— Kurt?

— Você está com calor. Hora do banho de mar.

A água estava agradável, mas ele não adentrou muito no mar. Kurt estava ansioso por ver a reação de Jane ao sentir as ondas e água salgada. Como ele já esperava, sua memória muscular promoveu reações imediatas ao vai vem do mar e ela se mostrou completamente confortável naquele ambiente, se encaixando nele ao envolver as pernas na sua cintura. Iniciaram um novo beijo.

O momento durou pouco, bem menos que os dois esperavam. Antes da quarta onda bater, Jane se afastou assustada:

— Tem alguma coisa me queimando._ ela se inclinou, demonstrando dificuldade em endireitar seu corpo e seu rosto foi se transformando pela dor e medo.

Kurt não raciocinou muito. Seu instinto o mandou tirá-la do mar imediatamente. Ele a levou de volta a tenda onde as tochas acesas e a lanterna que trouxeram garantiam um pouco de luminosidade:

— Onde, Jane?

— Aqui... _ com as mãos trêmulas apontou para a região abaixo de seu ventre onde estava a tatuagem do coliseu.

Kurt direcionou a luz da lanterna e tentou controlar o pânico que tentava invadir seu ser. A tatuagem estava se dissolvendo como se algum tipo de ácido tivesse sido jogado sobre a pele. Instantaneamente ele fez a luz da lanterna percorrer cada parte do corpo de Jane para verificar se o mesmo estava acontecendo com outras tatuagens. Infelizmente aquela iluminação não era suficiente para avaliar com certeza se aquele era o único local atingido.

— Jane, temos que voltar agora. Aqui não temos nada para eu tentar te ajudar._ ele foi em busca das roupas. Vestiu sua bermuda e trouxe a bata para Jane, ajudando-a a se levantar e vesti-la._ é melhor você não andar até avaliarmos melhor o que é que te machucou. Eu te carrego.

— Kurt, as pedras são escorregadias, você não vai conseguir passar comigo no colo. E, se cairmos nós podemos nos machucar muito mais do que esse ferimento de agora.

Ele foi obrigado a concordar com ela. Com os braços ao redor da cintura de Jane, caminharam tentando evitar movimentos bruscos e impactos. Transpor as pedras foi mais difícil do que pensavam, mas eles conseguiram.

Pelo resto da praia até a casa, Kurt levou Jane nos braços. Assim que entraram, ele acendeu a luz da cozinha e a colocou sobre a mesa para poder avaliar a extensão do ferimento. Para seu desespero a lesão estava mais profunda.

Eles precisavam de ajuda. Era hora de acordar o resto da família


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura. Espero que tenham gostado.



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