Moiras escrita por Lucca


Capítulo 21
Chegada


Notas iniciais do capítulo

Na última quarta-feira, ganhamos nossa primeira sobrinha-neta. Então, esse capítulo é em homenagem a nossa pequena Alice.
Boa leitura!



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— Bom dia _  Kurt disse se aproximando para envolvê-la num abraço finalizado com o beijo matinal. A tarefa estava mais difícil a cada dia. Os gêmeos cresceram rápido e o tamanho da barriga de Jane o surpreendia a cada manhã.

— Bom dia. _ ela retribuiu o beijo como sempre acompanhado de um sorriso. _ Temos um delicioso café da manhã, apesar de quase tudo ter vindo de um supermercado.

Kurt sorriu da mesa posta para o café: só havia produtos industrializados. Nos primeiros meses, ele acreditava que a falta de habilidade de Jane na cozinha seria superada em dias, mas não. Esse era definitivamente o ponto fraco dela. Nada comparável à desastrosa Sarah, mas também nada muito acima dela.

— Ainda é muito cedo _ ele diz, observando a expressão de cansaço no rosto da esposa _ você devia ter dormido um pouco mais.

— Eu adoraria, mas seus filhos não concordam com a ideia.

Eles estavam quase completando a 36ª semana de gestação. A partir daí, os bebês já poderiam ser considerados à termo o que espantava o fantasma de enfrentarem uma UTI Neonatal. As três últimas semanas não tinham sido fáceis. Era difícil para Jane encontrar uma posição confortável na qual pudesse permanecer por mais que alguns minutos. Nas noites, então, o problema triplicava. O máximo que ela conseguia fazer era tirar alguns cochilos longos entre as inúmeras idas ao banheiro ou a agitação dos bebês. A pequena dilatação precoce forçou-os a mudanças radicais na sua rotina. Ela já estava afastada do trabalho, tomando injeções de corticoides para acelerar a maturação dos pulmões dos bebês e procurando fazer o máximo possível de repouso.

— Jane, você tem certeza sobre hoje?

— Absoluta! Nós já discutimos isso e eu vou, Kurt.

— Sei o quanto Josh tem esperado, fiz de tudo pra alterar o dia dessa reunião, mas foi impossível._ ele se sentia tão culpado por não poder estar presente nesses momentos.

Ela se aproximou e roçou seus lábios nos dele:

— Nós entendemos e nós te amamos.

— É só que..._ ela o interrompe colocando os dedos sobre seus lábios.

— Sem mais, Kurt Weller. Você vai trabalhar e eu vou com nosso filho na excursão da escola, afinal, é a vez da família de Joshua Weller acompanhar a turma. Estou bem. _ e acaricia a barriga _ Nós três estamos bem. Não houve sequer meio dedinho a mais de dilatação nas últimas semanas. Sem contrações, sem alteração da pressão. Amo o quanto você tem feito de tudo para cuidar de nós até aqui, Kurt, mas vai ter que controlar essa vontade enorme de nos proteger._ela diz acariciando seu peito_ Além disso, o passeio ao Museu de História Natural não vai durar mais que duas horas. Antes do final de sua reunião, estaremos em casa.

Kurt balançou a cabeça e coçou a nuca num gesto claro de incômodo com a situação. Impossível lidar com a teimosia de Jane diante desses argumentos. Então, ele apenas expirou.

— Vou acordar o Josh e prepará-lo para o passeio. Alimente-se bem e relaxe enquanto isso.

— Agora sim, você está sendo o melhor marido do mundo! _ e pisca para ele._ ah, Kurt, só mais uma coisa: Roman vai conosco.

Weller nunca imaginou que a presença de Roman seria um dia capaz de trazer tanto alívio a ele. A expressão no seu rosto mudou completamente.

— Roman vai? Isso é bem melhor. Por que você não me contou antes?

— Às vezes, eu ainda fico insegura com sua reação. Ian faz parte da família de Josh, mas ele não é um Weller... Mesmo asim, eu também preciso garantir que haverá alguém lá se nós precisarmos.

Kurt volta para um beijo rápido.

— Você sempre me surpreende.

Joshua acordou totalmente tomado pelo entusiasmo do passeio. Jane observou com carinho e alívio Kurt cuidando do garoto. Era incrível a sintonia dos dois e a paciência e amor com que ele lidava com cada situação, desde as mais rotineiras até aquelas excepcionais. Ela tinha certeza que jamais se cansaria de ver Kurt sendo pai, era tão perfeito. “Como ele pode ter duvidado disso algum dia?” pensava.

Ficaram prontos dentro do previsto. Jane e Joshua encontraram o Tio Ian na escola. Foi preciso que Jane e Roman intervissem a favor da professora para os pequenos escutarem a todas as orientações para o passeio. Ao contrário dos adultos que lançavam olhares de reprovação às suas tatuagens, as crianças da turma de Josh ficaram encantadas com os desenhos e queriam tocá-los. Não foi diferente com a cicatriz de Roman. Num determinado momento, ele tinha três crianças no colo com suas mãozinhas tocando seu rosto. Perdido naquela situação, ele lançava um olhar suplicando por socorro à Jane que retribui com outro olhar de “Seja gentil”.

— Tio Ian já foi um pirata! _ Joshua declarava orgulhoso.

— Uau! _ crianças disseram por toda a sala.

 O passeio pelo Museu transcorria normalmente, quando Roman se aproximou:

— Vai demorar muito mais?

— Nem meia hora e você estará liberto de sua função de tio!

— Jane, eu adoro esse garoto, você sabe. Vou pra casa com vocês e passo o resto do dia lá com ele. Mas tem uma garotinha ali que está me beliscando!

Jane se divertiu demais com a situação.

— Retribua com um sorriso. Logo ela estará te abrançando.

Roman sacudiu a cabeça sorrindo e voltou a seu posto.

Minutos depois a agitação tomou conta da instituição. Um grupo armado invadiu o local. Todos foram forçados a entregarem seus celulares. Roman e Jane se entreolharam concordando que o momento era de observação.

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Weller foi o primeiro a chegar no SIOC, como sempre. Preencheu os relatórios costumeiros enquanto se preparava para reunião.

“Um ano e meio no máximo!” Esse pensamento não saia de sua cabeça ultimamente. Desde que descobriram a gravidez de Jane, decidiram que a família merecia uma redução no trabalho de campo. O trabalho burocrático era tedioso e não lhe trazia nenhuma satisfação, mas era mais seguro. Agora seriam quatro crianças dependendo dele. Ele não podia se dar ao luxo de arriscar sua própria vida.

Não foi uma única vez que ele rompeu com seu pacto pessoal e familiar. Se sua presença em campo se mostrava necessária, ele esteve lá. Afinal, como Diretor Assistente do FBI, ele era responsável por sua equipe e não suportaria deixá-los enfrentar sozinhos determinadas situações de risco.

A ambiguidade de seu posicionamento quando pensava em sua família e na sua equipe levou-o a considerar deixar o FBI. Ao longo dos último meses, ele fez planos para um futuro diferente com sua família. Deixar Nova York, mudar-se para o oeste para ficar mais perto de Bethany também.

Ele e Jane discutiram isso várias vezes, sempre com incerteza. Os dois sabiam o quanto gostavam de trabalho que realizam, mas os momentos que colocavam suas vidas em risco pareciam dissipar as incertezas e algo forte, lá no fundo do peito, pedia uma mudança que garantisse maior segurança à família.

Outro fator que pesava na decisão era a questão financeira. No momento era impossível recusar a segurança de seu salário e seguro saúde. Porém, pouco mais um ano e eles teriam poupado o dinheiro necessário que, somado à venda do apartamento, seria o suficiente para garantir uma transição tranquila para a família.

Weller entrou na reunião e expôs por mais de uma hora seus recursos e despesas, mostrando os aspectos do SIOC que mereciam mais atenção. Depois ouviu, por mais uma hora, os contrapontos da equipe de finanças. Por duas vezes, ele considerou se imprensar aqueles homens pelo colarinho contra a parede os fariam entender que não se tratava apenas de números, mas de vidas humanas por trás de cada uma de suas decisões. Hirst sempre o apoiava, isso era o que o mantinha no jogo.

“Um ano e meio!” pensou e respirou.

Nesse momento, Reade interrompeu a reunião.

— Com licença, me desculpem a interrupção, mas temos uma situação de emergência.

— O que aconteceu?

— Um grupo armado está mantendo reféns e exigindo libertação de prisioneiros em outros países.

Weller não relutou:

— Senhores, continuamos outro dia. Brianna, por favor, recolha meus relatórios. Reade, onde é isso?

— Museu de História Natural.

A cor sumiu completamente do rosto de Weller.

— Weller, você está bem?

— Jane e Joshua estão lá. Vamos!

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Ao todo, dentro do Museu, haviam quatro excursões escolares com cerca de vinte integrantes cada uma. Mais oito visitantes foram trazidos e colocados num canto no extremo exposto do salão principal.

Todos estavam muito assustados com a situação. Jane pediu autorização para tentar acalmar os grupos. No início, recebeu apenas uma ameaça como resposta. Ela e Roman se comunicaram por olhares, sinais e sons, decidindo que o melhor era procurarem manter o grupo calmo. A instabilidade dos sequestradores levou os irmãos a evitarem  enfrentamentos.

Ao final da primeira meia hora, as contrações começaram. Eram leves, vinham a cada quinze minutos.

Mais uma hora se passou. As contrações foram se tornando mais próxima e ritmadas, além de bem mais intensas e dolorosas. Jane fez o impossível para não demonstrar que estava em trabalho de parto. Alguns adolescentes do outro grupo escolar já davam claros sinais de estresse. Temendo o pior, Jane decidiu interver novamente:

—Por favor, são crianças, precisam ir ao banheiro e comer seu lanche. Se vocês nos fecharem num local com acesso ao banheiro e onde eles não podem visualizar as armas, será bem mais fácil controlá-los.

Após alguns minutos de conversa, os sequestradores cederam. Todos foram levados ao banheiro e depois transferidos para a sala com a exposição sobre Pré-História humana. Jane aproveitou para tentar acalmar a todos e trocar mais informações com Roman.

— Você disse que seria um passeio tranquilo e rápido ao museu.

—Engraçadinho..._ antes que ela completasse, uma forte contração a calou.

— Jane, por favor, não me diz que...

Ela respirou fundo ao final da dor e respondeu:

— Estou fazendo o possível para não te dizer nada.

— Você acha que temos tempo?

— Acho que sim, não é tão rápido assim. Você observou a movimentação no fundo do museu?

— Sim. Não eram apenas esses caras que estavam conosco. Tem mais gente lá. Roubo de alguma peça valiosa?

— Acho que não. Um sequestro chama a atenção, o prédio já deve estar cercado.

— Se não querem roubar nada, as outras possibilidades não são muito otimistas para nós, Sis.

— E trancados aqui não vamos descobrir. A instabilidade deles me assusta. Parece que..._ Jane é interrompida por outra contração.

— Parece que não se trata apenas de exigir o resgate. Acho que vão explodir o prédio. Temos que tentar contatar Weller. Eles precisam invadir antes dos explosivos estarem montados.

Jane tentava respirar e se recuperar da contração antes de prosseguir:

— Eles matam todos nós se o FBI invadir. Precisamos tirar as crianças daqui. Eles estão concentrados no subterrâneo. Estão instalando os explosivos lá. Isso vai levar tempo, por isso a exigência de prisioneiros internacionais. Devem ter um ou dois nas escadas de incêndio.

— Primeiro teremos que derrubar nosso vigia. Quebro o pescoço dele fácil, mas e as crianças?_ Roman tentava encontrar uma possibilidades nas novas regras que tinha para jogar.

— Sem chance! Não podemos fazer isso. Precisamos dominá-lo e amordaçá-lo sem barulho.

Roman sorriu, olhando pra Jane pelo canto dos olhos com a cabeça abaixada:

— Você sempre me traz novos desafios, Sis.

Jane não conseguiu encontrar um sorriso para retribuir:

— Por favor, vamos sair com todos vivos daqui e com esses bebês ainda dentro da minha barriga.

Por mais uma hora, eles observaram, até perceberem um momento de vulnerabilidade do sequestrador. Foram rápidos e precisos, em menos de um minuto o cara estava amordaçado e tinham sua arma. Para completa alegria dos irmãos, todos assistiram aquilo em completo silêncio, sem alarmar os outros sequestradores. Ao final da ação, as contrações de Jane viam como ondas violentas a cada dois minutos. Nos intervalos, ela se concentrou em mobilizar os adultos em grupos de vigia enquanto os adolescentes ficaram responsáveis pela crianças. Depois de tudo organizado, ela disse:

— Eu vou fazer a varredura do corredor. Quando tudo estiver limpo, volto pra buscar vocês.

— Não mesmo, Sis. Você sabe que não tem condições de fazer isso. Eu vou.

Ela segurou seu braço:

— Ian, cuidado.

— Terei. E também terei cinco filhos e você vai acompanhar excursões escolares com todos!

— Eu acho uma ótima ideia. Mas é melhor vocês começarem logo, a avó dela está ansiosa por bisnetos.

Roman corou.

— Tasha falou com você sobre isso? Ela quer ter filhos comigo?

— Ela ainda não falou, mas o amor por você está estampado nos olhos dela. Talvez seja preciso você tomar a iniciativa.

Roman sorriu maliciosamente e deu um beijo na testa de Jane:

— Eu volto logo. Tente relaxar e não faça força.

Jane revirou os olhos e o empurrou em direção à porta.

Demorou bem mais do que Jane imaginava. Só quarenta minutos depois Roman apontou na porta e os convidou a segui-lo. Estavam no quinto andar e seria uma longa descida. Durante a ausência de Roman, os adultos construíram uma barricada na porta para dificultar o acesso dos sequestradores. Ao final dos primeiros lances de escada, Jane percebeu que não tinha condições de caminhar mais. Roman se propôs a carregá-la.

— Isso vai atrasá-los. Nossa melhor chance é se eu ficar. Você tira todos do prédio e volta com ajuda.

Roman olhou em volta e viu um quartinho de despejo. Abriu a porta e carregou Jane até lá:

— Eu prometo que volto. Por favor, fique bem.

— Depressa, por favor..._ e outra contração veio.

Todos desceram o mais rápido que puderam. Quando chegaram à rua, foram acolhidos pelas forças do FBI que cercavam o local. Enquanto o prédio era tomado, Weller alcançou o grupo, agarrando Joshua com muita força e procurando Jane desesperadamente. Roman, exausto, veio ao seu encontro:

— Weller, ela ainda está lá dentro. Precisamos dos paramédicos, ela está em trabalho de parto. Venha!

Joshua foi deixado com a professora e subiram pelas escadarias correndo. Kurt não conseguia raciocinar. Era capaz de sentir cada batida acelerada de seu coração. Ele só precisava chegar até onde Jane estava. Quando chegaram ao terceiro andar e abriram a porta do quartinho de despejo, viu o pânico estampado no rosto dela se transformando num sorriso. Sua voz saiu como um gemido:

— Kurt...

Ela estava molhada de suor. O líquido da bolsa encharcando sua calça e o chão. Apesar da vontade de puxá-la pra ele no mais forte abraço que já tinham compartilhado, ele apenas tocou seu rosto e tentou sorrir, seu coração estava em pedaços ao ver o sofrimento no rosto de Jane:

— Ei, você disse que estaria em casa antes do horário do almoço.

As lágrimas molharam o rosto dela:

— Isso dói muito...queima...Eu estou com medo, não devia ser agora nem aqui. _ e outra contração a fez calar e se contorcer.

— Calma, nós vamos chegar ao hospital a tempo._ ele levou sua mão até a dela e entrelaçou seus dedos.

 _ Não..._ ela tentou respirar_ um bebê já está quase aqui.

Weller sentiu um turbilhão de medo dentro do peito. Ver Jane se queixando de dor e admitindo medo era algo pesado demais até para ele.

Os paramédicos entraram e cortaram a calça de Jane em segundos. O bebê já estava mesmo nascendo. Pediram para Kurt se posicionar atrás dela e a orientaram a fazer força quando a próxima contração viesse. Jane fez o que pediram e, mais duas contrações bastaram para que ela pudesse receber o bebê em seus braços. Era um menino bem pequeno, mas chorou forte e alto, mostrando que seus pulmões estavam prontos para o nascimento. Após o primeiro contato, os paramédicos o levaram para ser avaliado e receber os cuidados necessários.

Cinco minutos depois as contrações voltaram, mas fortes e mais dolorosas e se seguiram por mais meia hora. O segundo bebê estava em posição pélvica, o que dificultava seu nascimento. Os paramédicos decidiram transferir Jane para um hospital. Provavelmente, seria necessário fazer uma cesariana. A única boa notícia naquele momento é que seu coraçãozinho continuava batendo forte.

Os quinze minutos até o hospital pareceram horas. Jane sentia muita dor, cada curva ou leve tranco da ambulância disparava uma nova contração. Chegaram à emergência do hospital e rapidamente foram levados para uma sala onde iriam prepará-la para a cirurgia. Jane pediu que Kurt a ajudasse a sair da cadeira de rodas onde estava e para sentar-se na cama. Assim que envolveu os braços ao redor do pescoço dele, outra dor forte veio, forçando-a a gritar. O médico plantão se aproximou e confirmou:

— Não temos tempo pra cirurgia, o bebê está vindo.

E o segundo bebê, uma menina, nasceu com Jane agarrada a Kurt. Ela era ainda menor que seu irmão, mas chorou tão forte e alto quanto ele para alívio de seus pais.

Meia hora depois, a família estava no quarto da maternidade. Os bebês nos bercinhos e Jane na cama, exausta, sem conseguir conciliar o sono. Ela acordava a cada cinco minutos, se remexia demonstrando incômodo. Kurt se aproximava, a beijava, trazia água, mas tudo que ele queria era vê-la descansando.

— Está tudo bem agora, Jane. Você pode relaxar e descansar. Vai ser bom pra você.

— Por favor, só mais uma vez, olha se estão respirando direitinho.

Kurt foi até os bercinhos, verificou os dois bebês e beijou suas mãozinhas. Então se voltou para Jane, levantando as sobrancelhas:

— Estão bem._ e se aproximou da cama_ eu vou ajudar você a se acomodar melhor.

Ele realocou os travesseiros e a ajudou a se deitar de lado na extremidade esquerda da cama. Então voltou até o bercinho do filho e o pegou no colo, carregando-o até os braços de Jane:

— Ei, cara, você precisa dormir com sua mãe.

Os olhos de Jane não conseguiram conter as lágrimas.

— Ele é tão lindo!

Kurt buscou sua filha também. Como os dois eram bem pequenos, cabiam juntos no braço estendido de Jane na cama:

— Vocês dois querem a mamãe, não querem? Ela quer e precisa de vocês.

— Olá, princesinha._ Jane tocou o rosto da filha suavemente com os dedos._ Obrigada. Eu te amo.

Kurt se inclinou roçando seus lábios nos dela.

— Eu também te amo. Agora descanse.

Em segundos, Jane estava dormindo tranquilamente. Ele, então, se acomodou na poltrona do quarto, observando aquele tesouro que dinheiro algum poderia comprar. Era a imagem mais linda que já tinha visto. Puxou o celular. Aquele momento precisava ser eternizado.


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