P.O.V. Caspian.

Tanto eu quanto Charles decidimos ficar um pouco mais em Kingslanding. Felizmente sempre podemos usar a desculpa dos assuntos diplomáticos.

—E quanto ao cãozinho. Você o deu para uma das crianças do vilarejo como eu pedi?

—Sim querida. Eu dei. Sorteei entre os nomes das crianças e um garotinho chamado Vicerys venceu.

—Vicerys. Como meu tio avô Vicerys?

—Sim. A mãe o batizou em sua homenagem, em homenagem á nossa casa.

A confeiteira fez um doce especialmente para a Princesa. Mas, quando ela comeu sentiu-se mal.

A confeiteira chegou correndo, gritando:

—Não! Não Princesa não coma! Oh! Céus!

—O que está havendo? É veneno?

A Princesa Julieta respondeu sufocada:

—Amendoim.

Então, ela perdeu os sentidos. Felizmente o pai lhe deu algo, uma injeção e ela voltou a si.

—Perdoe-me meu Rei. Perdão Princesa, foi um acidente. Uma nova serva chegou e ela deve ter trocado os doces.

—Onde está essa nova serva?!

—Papai, foi um acidente. Ela não atentou contra minha vida.

—Isso é o que nós vamos ver.

—Querido, todos são inocentes até que se prove o contrário. Lembra?

—Chame a serva aqui Margareth!

—Sim, sua Alteza Real.

A moça era ruiva, usava um vestido da mesma cor de seus cabelos que tinham um tom alaranjado.

—Vós atentastes contra a vida de minha filha?

—O que?! Não! Eu só servi o doce como me foi instruído.

—Por quem?

—Pela confeiteira é claro. Ela estava muito atarefada a pobrezinha e pediu-me que servisse o doce á Princesa. Porque? Algo errado? Oh! Céus não me digam que a envenenaram!

—Não. A minha filha tem alergia de amendoim. Ela não pode comer amendoim.

—O doce que eu fiz para a Princesa, é doce de morango. Torta de morango com chantili.

—Oh! Eu servi o de chocolate! Oh meu bom Deus! Vossa Alteza está bem?

—Estou bem obrigado. Foi um acidente não é? Você não queria causar-me mal.

—Absolutamente alteza. Eu sinto muito, a confeiteira é inocente e eu assumo total responsabilidade pelo meu engano.

—Ótimo. Tenha mais cuidado na próxima vez. Como te chamas?

—Meu nome é Mina Carlton. Sou casada com o caçador de bruxas João Carlton.

—O João do João e Maria?

—Sim. Filhos de Adriana e Cesare. A grande bruxa branca Adriana, que Deus á tenha.

—E você é uma bruxa também?

—Sim. Mas, uso meus dons para curar, para salvar. Eu faço o remédio do meu marido ele tem a doença do açúcar.

—Lamento.

—Obrigado por sua misericórdia Princesa.

—Foi um engano e eu estou bem.

—Mina, nozes e amendoim a Princesa não pode comer.

—Certo. Nozes e amendoim.

—Aqui está Princesa, o seu suco de laranja.

—Obrigado. Estão servidos?

A cozinheira e confeiteira tinha mãos de anjo.

—Como estão os pés querida? Melhores?

—Ainda doloridos. A minha criada vai me fazer um escalda pés e logo estarão novinhos em folha.

—Princesa, a sua criada... ela está doente. É a peste. Teve que ser afastada por medida de segurança.

—Oh! Pobre Lisa. Bom, já sei! Como compensação pelo mal intendido de hoje eu gostaria de oferecer o cargo de minha criada pessoal a você Mina.

—Seria uma honra.

—Ótimo. Eu tenho uma rotina pregada num quadro. Todas as minhas aulas, meus horários e as minhas poucas horas vagas estão no quadro.

—Eu não desperdiçarei essa oportunidade.

—Eu sei. Desejo a você e seu esposo felicidades. Afinal, João e Maria foram responsáveis por terem acabado com a praga de bruxas das trevas.

—A infestação foi contida, mas ainda existem algumas por ai. Seguidoras de Muriel. Que Deus nos ajude.

—Julieta, não está na hora do seu treino de esgrima?

—Tem razão mamãe! Estou atrasada.

Ela limpou a boca com o guardanapo e saiu correndo.