P.O.V. Mina.

A Princesa foi muito gentil em me oferecer o emprego como sua criada pessoal. Farei meu melhor para não desapontá-la.

Eu assisti seu treino de esgrima e ela não deixou a desejar. Ela derrotou o professor, foi uma bela duma surra.

Uma bela duma surra. Ela o desarmou e colocou ambas as espadas em seu pescoço formando um x.

—Muito bom. Treino encerrado.

—Por favor Mina, prepare-me um banho?

—Claro.

Uma nobre que pede por favor? 

—Pode olhar pra mim. Não se preocupe, eu não sou a Medusa.

Eu ri.

—Desculpe.

—Porque? Era pra você rir mesmo.

—Você não é como as outras nobres. As outras são tão...

—Metidas? Nariz empinado? Se acham melhor que todo mundo?

—Isso.

—Por isso eu prefiro fazer amizade com as servas do que com as nobres. Elas são tão ou mais vazias que árvore oca. Só sabem falar de dinheiro, propriedades, casamento, vestidos, jóias. O que ser bonita tem a ver com ser gentil ou generosa ou amável? Nada. Ou amorosa, ou respeitosa... nada.

—Mas, não pode negar que a filha mais jovem de Lady Sansa é belíssima.

—Por fora. Mas, não a conheço então não posso falar nada. Eu quero que me prometa uma coisa Mina.

—Claro.

—Que sempre será honesta comigo, sempre. E eu em troca vou fazer o meu melhor para que você tenha tudo do bom e do melhor e vou proteger você e sua família. Feito?

—Feito.

—Sabe o que é engraçado?

—O que?

—Como um caçador de bruxas casou com uma bruxa.

—É. Até irônico eu diria.

—Sem dúvida.

—Você toma banho completamente desnuda? Não fica embaraçada?

—De que? Você não vai contar pra ninguém o que vê e eu sinceramente estou muito confortável com o meu corpo. E tomar banho sem aquela camisola enorme é bem mais fácil de lavar o corpo.

—Sua mãe não fica brava?

—Ta brincando?! Minha mãe também toma banho sem roupas.

—Não creio!

—É verdade. Mas, agora mudando de assunto eu tenho que admitir que Lady Sibil é muito bonita, ela tem lindos olhos azuis e sedosos cabelos ruivos.

—Sim. Ela uma ruiva de Riverrun. Eu tenho cabelo cor de cenoura.

—Eu adoro cenouras. E coelhos.

Ela deu comida para o gato e leite.

—Porque misturar com água?

—Porque se não misturar eles passam mal. É muito forte pra eles, tem que diluir.

—Posso contar um segredo?

—Me conta.

—Eu vou ter um filho.

—Está grávida?! Ai Mina que felicidade! Meus parabéns.

—Obrigado Princesa.

—Ah, sem essa de Princesa, Alteza não quando estivermos só nós duas. Quando estivermos só nós duas pode me chamar de Julie.

—Julie?

—Meus pais e minhas amigas me chamam de Julie. Fora isso é tudo Alteza, Princesa, Sua Alteza real.

Quando ela saiu da banheira eu sequei seus cabelos, os penteei e ela começou a vestir-se.

—O que é isso?

—É uma calcinha. É uma coisa que eu compro quando vou pra Londres, é bem mais confortável do que as enormes ceroulas que se usa aqui. E isso é um sutiã, serve para colocar os seios pra cima. Ajuda a deixá-los empinados e durinhos por mais tempo. Agora é hora do que eu mais odeio, o espartilho. Me ajuda por favor?

—Claro.

Eu puxei as cordas do espartilho dela e ela ofegou.

—Aperta mais.

—Tem certeza?

—Tenho. Ai esse vestido machuca. Você tem sorte de não ter que usar um desses.

—Eu acho eles lindos.

—Diz isso porque não tem que usar um deles.

Disse a Princesa prendendo o colar no pescoço.

—É um belo colar.

—É. É proteção, impede que eu seja controlada. Está na minha família á gerações. Toma pra você, eu sei que como você é bruxa compulsão não funciona em você, mas mesmo assim proteção nunca é demais.

—Obrigado.

—De nada.