Joana e a Teoria da Colcha de Retalhos escrita por Natfrança


Capítulo 2
Primeiro


Notas iniciais do capítulo

Livro Novo, tive está ideia dia dezenove de agosto desse ano e já vou liberar esse capítulo, espero que gostem e comentem.



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 Joana ainda tomava café, quando entrou dentro do Uber, vidrada no celular cumprimentou o homem brevemente, pelo retrovisor o motorista de aproximadamente quarenta anos a  avaliava, após alguns segundos o homem desviou sua atenção da menina, suspirou em um lamento, pelo menos foi o que Joana achou. Calça rasgada, unhas longas e pintadas, tênis brancos e sobrancelhas bem definidas, e cabelo verde que deixava dois dedos de raiz a mostra, mas não era falta de cuidado, era totalmente intencional, Joana era a cara da nova geração, os novos românticos que Taylor celebrava em seu novo clipe, Joana fazia parte dessa nova geração e tinha orgulho disso. Não que tivesse hábitos saudáveis, mas se preocupava o bastante para faze uma vez por ano uma pequena doação para Ongs que ajudam o meio ambiente, parece pouco para alguém que pega um Uber todas as vezes que sai de casa, mas é uma questão de estar com a consciência limpa.

Joana não era idiota, nem se deixava se manipular por qualquer coisa que a mídia dizia, mas ela sabia muito bem como escolher quais anúncios a manipulariam, ao menos era o que ela achava, mas a verdade é que quando Joana deixou sua cidade no interior do estado para se mudar para a Grande Maçã, ela sabia que vida queria viver, e ela estava vivendo, certo? Errado, ela ainda morava em um bairro afastado do centro, mal podia pagar as contas e ainda não tinha um livro físico publicado. Era ao que ela queria e um pouco mais, a verdade é que nossa geração se orgulha muito de corações quebrados, sexo casual, e likes nas redes, Joana gostava de como tudo parecia ser fácil, ser rica não significava glamour, a nova geração tinha uma nova definição de vida glamourosa, uma que ninguém entendia mas todos queriam, como quebra cabeça que não se encaixam e continuam espalhados, tudo era uma bagunça, mas todos amavam, o mundo agora era uma imensa e grande colcha de retalhos, era o que Joana gostava de pensar.

— Chegamos senhorita. - A menina se endireitou no banco e respirou fundo.

— Como estou? - O homem a avaliou novamente, e lembrando-se do que a filha adolescente sempre dizia, chegou a conclusão que sim, ela estava maravilhosa, até mesmo na moda, ele sabia que se a filha a visse iria querer ser como ela.

— Linda.

— Linda como?

— Como alguém que pode ser referencia de moda. - O homem declarou deixando Joana surpresa e feliz.

— Obrigado.

— Tchau minha jovem. - ele a cumprimentou com um sorriso aberto enquanto ela deixava o interior do carro, sorriso que foi respondido com um breve curvar dos lábio. 

Olhando para o imenso prédio, respirou fundo, tirou fez com que a tela do celular acendesse para chegar o o horário, estava quinze minutos adiantada, andou segura até a entrada do prédio mas antes de puxar a porta de vidro fez questão de se conferir através do reflexo do vidro, uma rápida olhada conferindo se seus cabelos cacheados ainda se encontravam definidos, tão rápido a ponto de ser quase imperceptível, Joana tinha pavor de pessoas que paravam para se olhar em reflexos de carros e lojas, achava vergonhoso, e não queria ser esse tipo de pessoa,

Ao andar até a mesa da recepção, um homem muito bonito, com um belo brilho nos olhos sorriu em sua direção.

— Posso ajuda-la.

— Eu tenho uma reunião na Editora Star. - Digitou algumas coisas no computador.

— Claro, Senhorita Joana, fica no Sexto andar.

— Obrigado. - A menina agradeceu, voltando-se de costas sem esperar uma repostas, gostava de chamar a atenção de homens bonitos, e sabia que ao fazer isso deixava eles intrigados, caminhou confiante até os elevadores passando em meio ao mar de pessoas engravatadas, mas era essa a realidade de um prédio comercial, varias empresas, vários estilos de pessoas trabalhando ali.

Entrou em um grande elevador lotado, os olhos na tela do celular lendo noticias, afinal ela não era um pessoa superficial que não se importava com o que acontecia na vida real, ninguém desceu no segundo nem no terceiro, mas quando as portas da grande caixa de metal decorada abriram-se todo o amontoado de pessoas se desfez, deixando um visão ampla de uma grande sala com vários cubículos, sua mãe queria que ela desistisse da ideia de ser escritora e trabalhasse em uma grande empresa, sua avó ates de partir a fez prometer que nunca faria isso, e el prometeu sem problemas. Ao olhar para a sala ela só podia agradecer a a avó por não ter deixado com que se quer considerasse tentar uma vaga em um lugar como aqueles. Ela não tinha nada contra quem trabalhava, mas ela não queria fazer parte daquele emaranhado de pessoas presas em suas rotinas, desde cedo essa ideia a incomodava, ter um emprego em que você faz as mesmas coisas, encontra as mesmas pessoas, acorda sempre no mesmo horário e odeia o seu chefe, aqui a sufocava.

As portas fecharam-se tirando-a de seus pensamentos, só ela e uma mulher muito bem vestida, bonita por sinal, uma beleza mais madura, mas ainda sim muito bonita, Joana se perguntava se algum dia seria assim, abandonaria as roupas da moda jovens e o cabelo colorido e começaria a se vestir como uma verdadeira mulher. A verdade é que ela gostava da ideia de ter quarenta anos e continuar usando seu cabelo verde, mas ela sabia que as opiniões mudavam, a apesar de odiar a ideia de crescer, ela não tinha muita alternativa.

As portas se abriram novamente no sexto andar, ela seguiu para dentro da recepção bem decorada, abandonando a elegante mulher sozinha na caixa de metal, andou até uma pequena mesa centralizada na recepção, uma mulher de uns vinte e três anos sentava-se ali , cabelos loiros e um leve rosado nas pontas, sentiu-se em casa.

— Vim para uma reunião. - Declarou fazendo com que a mulher desviasse a atenção do computador.

— Joana não é?

— Sim. - Joana afirmou incerta, vendo a mulher levantar e exibir seu corpo escultural, usava uma blusa branca com um saia midi, saiu de trás da mesa, revelando um tênis que havia sido lançado a quase um mês, Joana sabia disso porque queria, mas estavam todos esgotados.

— como você conseguiu? - A menina perguntou apontando para o tênis, enquanto seguia a jovem que ria.

— Meu namorado comprou na pré venda pra mim, você acredita?

— Isso é o máximo,  se vocês um dia terminarem, passa meu numero pra ele. - Joana afirmou vendo a loira rir.

— Pode deixar.

— Pararam diante uma porta grande e branca. - Joana respirou fundo.

A loira abriu a porta deixando com que ela passasse em sua frente, não era tão impressionante como joana achou que seria, mas a decoração simples parecia luxuosa com a vista da janela, uma mulher negra e alta que fazia com que a menina a associasse com nada menos que Naomi Campbell, uma das modelos mais bonitas do mundo, encarou a mulher em sua frente.

— Eu sei o que está pensando, mas eu não sou ela. - A mulher afirmou.

— Obrigado Deus, não sou só eu que acho isso. - A menina declarou aliviada, ouvindo a porta se fechar atrás dela, a loira tinha saído e agora elas estava sozinha.

— Eu Anitta Sparks, Vice-diretora da empresa. - A mulher ofereceu a sua mãos para um aperto.

— Eu sou Joana Moyes.

— Sente-se Joana.

— Obrigado por arranjar um tempo pra está reunião. - Joana, agradeceu sentando-se na cadeira, bonita, porém desconfortável, afinal é o preço da beleza.

— Eu te chamei aqui, porque gostei da sua escrita, você já tem bastante seguidores em suas redes sociais, pessoas que acompanham seu trabalho.

— Sim, e comecei bem nova.

— Eu gostei da sua escrita mas não  do seu livro.

— Ele é ruim?

— Não, mas sabe esse tipo de romance não vende mais, já temos nomes renomados para esse tipo de história, agora o que as pessoas querem é algo com o qual se identifiquem, fale de problemas reais, não algo como seu medo de relacionamento, ou se o menino vai te convidar para o baile. - Joana ouvia tudo de forma inabalável, já havia recebido muitos nãos.

— Mas então eu não entendo, que tipo de história que você está buscando?

— Alguma coisa que fale das realidades, vícios, doenças, essas coisas, que todo mundo tem.

— então você me chamou aqui pra recusar meu livro.

— Sim, recuso seu livro mas eu quero você. - A mulher afirmou encarando a menina nos olhos.

— Como?

— Você escreve bem, só precisa escrever sobre outra coisa.

— Como isso vai funcionar? - Joana perguntou arrumando sua postura na cadeira. 

— Você tem um mês par me mandar o primeiro capítulo de uma nova história, se for boa, fechamos contrato. - Joana nem pensou em recusar.

— Claro.

— Aqui está meu e-mail, meu telefone, se tiver alguma coisa para perguntar, sinta-se a vontade. - Anita entregou para a mais jovem seu cartão, e a levou ate aporta.

Joana saiu do prédio em êxtase, não acreditava que depois de tantas recusas, tinha conseguido em uma reunião com menos de meia hora, ela só precisava escrever um livro novo, e totalmente diferente do que estava acostumada a escrever, seu sorriso vacilou, mas ela não se deixou abater. Estava feliz e decidiu que ia recompensar o mundo, resolveu pegar o metro, porque o planeta merecia um descanso da sua poluição, andou andou duas quadras até entrar no metrô, tentando ter ideia, mas não conseguia. Respirou fundo e andou pelas plataformas lotadas, já arrependendo-se de desejar salvar o  meio ambiente.

Andou pelas ruas da cidade, Nova York, apesar de imensa, parecia pertencer a menina, que desistiu da ideia de ir para casa assim que conferiu a quantidade de pessoas a espera do transporte, fez uma aposta consigo mesma, entraria no vagão da próxima linha que chegasse e entrou, desceu em algum lugar do Brooklyn, quando chegou na cidade a menina sempre quis morar naquele distrito, mas os apartamento eram caros, ela não tinha dinheiro. Conseguiu um mine apartamento no Queens, com dois cômodos, mas era o que ela podia pagar para viver confortável.

Andou pela rua principal do distrito e se impressionou com a diversidade do lugar, os apartamento igual a que ela costumava assistir na TV, quando ela ainda morava no interior do do estado do Alabama, com dezoito anos decidiu vir morar na grande cidade, terminou a escola mais cedo do que as outras pessoas de sua idade, deixou o sonho da mãe de mandar filha pra faculdade e foi embora, levado consigo os sonho que sua falecida avó costumava a alimentar.

Olhava para as família passeado nas ruas, vários cafés com uma bela decoração, alguns jovens se divertiam, mas adiante, duas mulheres estavam sentadas em algumas mesas perto da calçada, elas riam, todos ali pareciam felizes, mas Joana percebeu um padrão, os jovens bebiam e fumavam, as familias andavam com sacolas de compras, as mulheres fumavam um cigarro que não tinha cheiro de tabaco. A alegria deles vinham de seus vicios, e era sobre isso que ela iria escrever. Andou até a estação e pegou o metro para sua parte da cidade, porque ela tinha livro para escrever. 


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