Bastards and Queens escrita por kelly pimentel


Capítulo 5
"Nunca se esqueça quem você é"


Notas iniciais do capítulo

Gente, capítulo novo. Um pouco maior para compensar que não postei no sábado.
Queria conseguir avançar com o andamento que planejei antes do episódio final da temporada, pois, sei que ver a série pode me fazer mudar de ideia sobre as coisas, mas enfim... capítulo novo postado. Espero que gostem!



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Jon passou pelos guardas parados na frente da porta de Daenerys, dois homens selecionados a dedo por Davos e os cumprimentou entrando no quarto da rainha. Assim que a porta se abriu Daenerys levantou o corpo da cama, parecia alarmada.

—Sinto muito, eu não queria assustar vossa graça. - Jon disse. - Posso entrar?

—Claro. - Ela afirmou. E ele fechou a porta atrás de suas costas. Se aproximando da cama.

—Eu só queria ver como você está antes de ir dormir.

—Estou bem. Sabe, não é a primeira vez que tentam me matar.

—Imagino que não. - Ele fala. Se sente triste ao imaginar a sensação com a qual Dany cresceu, a constante desconfiança de que alguém poderia matá-la, simplesmente por ser quem é.

—Robert Baratheon mandou me matar quando eu estava nas Cidades Livres, um vendedor de vinho tentou me envenenar. Sor Jorah me salvou. 

—É por isso que é tão grata a ele? - Jon quis saber. 

—Não. Sou grata porque sempre foi um amigo fiel, mesmo que não tenha sido sua intenção inicial.

—Eu sinto muito. Sinto muito que isso tenha acontecido antes, e que tenha acontecido novamente, aqui.

—Eu saí mais forte da última vez, mas obstinada a tomar os Sete Reinos. Foi nesse momento que Drogo decidiu me apoiar. Eu vou sair dessa mais forte.  Além disso, não é culpa sua, você não pode carregar todo o peso do mundo dos ombros Jon.

—De qualquer forma, eu prometo que vamos descobrir o responsável, e que essa pessoa vai pagar.

—Lady Arya acha que Mindinho tentou me matar. -Daenerys afirma. A afirmação faz Jon pensar novamente na conversa que teve antes com Davos e Tyrion, sobre se livrar de Lorde Baelish sem perder a força do Vale. Aquilo seria mais difícil do que o esperado, principalmente se ele pretendesse tentar novamente, ele não colocaria a vida dela em risco por um plano maior.

—Tyrion e Davos também acham que pode ter sido ele.- Jon contou. Não queria esconder nada de Daenerys.

—Arya também acha que eu baixei a minha guarda e que eu deveria aprender a lutar. - Ela afirma. A ideia de Daenerys empunhando uma espada, não era uma má ideia. -E eu acredito que ela está certa. Talvez Tyrion também esteja certo, acho que é hora de ir embora. Eu não posso agir como estou agindo, eu não tenho esse direito, eu sou uma rainha.

—Eu sei, é a minha rainha. - Jon disse pegando na mão de Daenerys. Ela recuou um pouco. -Deseja que eu vá embora? - Ele perguntou diante de tal reação.

—Não. - Ela responde. - Eu queria desejar Jon, mas se eu desejo alguma coisa é o contrário disso.

Jon então aproximou seu rosto do de Daenerys a beijou, foi um beijo muito mais intenso que os outros, mesclava a preocupação, a privação, representava o quanto eles queriam um ao outro. Quando separaram suas bocas, permaneceram com as testas encostadas, a mão dele segurava a parte posterior do braço da rainha, acariciando-a.

—Fique aqui comigo. - Daenerys pediu. Jon a encarou curioso. -Apenas fique aqui, do meu lado, pelo menos até que eu durma.

Jon deitou-se na cama e ela apoiou a cabeça em seu peito. Em pouco tempo Dany dormiu, mas ele continuou acordado, considerando fato que claramente estava se apaixonando por ela.

Na manhã seguinte, Jon sentiu a mão de Daenerys contornando seu que rosto.

—Bom dia, minha Rainha. - Jon fala abrindo os olhos. Há um charme no modo como Daenerys parece constrangida com o flagra.

—Bom dia. - Ela responde, então Jon puxa Daenerys para mais perto e a beija. -Você precisa sair daqui antes que Tyrion ou uma das serventes apareçam. - Ela fala sorrindo. - Ninguém acreditaria que apenas dormimos.

—Isso importa? - Jon perguntou.

—Não quero pensar nisso agora. -Daenerys respondeu se aninhando no peito de Jon. -Temos uma guerra para vencer e devo ouvir Tyrion agora, preciso voltar para Pedra do Dragão.

—Claro. – Jon disse. Ele não gostou do fato de que Daenerys disse que “precisava” voltar, sem incluí-lo, ele não queria ficar longe dela. -Eu sou grato por ter me trago para me recuperar em casa, mas acho que já gastou tempo demais comigo. Principalmente depois do que aconteceu ontem. Apenas me avise sobre Porto Real.

—Você não vem comigo Jon Snow? – A rainha perguntou encarando-o com profundidade. Jon pensou em como Daenerys Targaryen tem a expressão mais doce da face da terra, talvez seja isso que a torne não perigosa, talvez por isso será ela a sentar no Trono de Ferro.

—Eu vivo para lhe servir. – Jon disse. –Agora, se a minha rainha der licença, eu preciso atender as minhas maçantes funções como Rei do Norte.

—Parece que eu estou te fazendo um favor afinal de contas. – Daenerys disse sorrindo.

—Muito provavelmente. Ah, quase esqueci, marquei um compromisso para você.

—As pessoas não marcam compromisso para mim Jon Snow, eu sou uma rainha. As coisas funcionam da forma contrária.

—Sim, mas enquanto você não me deixar ajoelhar, eu ainda tenho que ser o Rei do Norte, e isso significa que, como minha convidada, não irá cometer a rudeza de não comparecer.

—Posso saber ao menos o que é?

—Não, mas você pode desistir se não gostar. Apenas procure Arya assim que puder.

Jon se despediu de Daenerys com um beijo e partiu para encontrar com os lordes nortenhos que o esperavam. Sansa tinha marcado aquela reunião, precisavam ser atualizados sobre os homens cedidos, provisões para o inverno. Jon sabia que a irmã era muito melhor em gerir Winterfell do que ele e, se pudesse, entregaria tudo nas mãos dela, mas algumas das decisões de Sansa era um pouco frias, como quando ela pediu para que castelos fossem tomados de membros remanescentes de famílias que não o apoiaram, principalmente quando esses membros era uma jovem um Lady e um garoto quase mais novo que Rickon era quando foi assassinado.

Ele não a culpava por não demonstrar piedade, não depois de tudo que ela passou, não podia simplesmente permitir que as coisas tomassem esse rumo. É fácil se deixar consumir pela raiva, pelo desejo de vingança, ele mesmo quis deixar a patrulha e vingar a morte do pai, mas as coisas nunca são simplesmente pretas e brancas.

Depois de tratados os assuntos listados por Sansa. Jon tinha um anúncio a fazer.

—Meus lordes e ladys, um tempo atrás, como todos sabem, eu parti para Pedra do Dragão para conseguir vidro de dragão para nossa luta contra os não mortos. Consegui mais do que isso, consegui o apoio da rainha Daenerys Targaryen nessa empreitada, e agora é hora de voltar para Pedra do Dragão e avançar até Porto Real, para tentar levar a causa para a mulher atualmente sentada no trono de Ferro. Tenho certeza de que Lady Sansa continuará seu bom trabalho em minha ausência, e conto com vocês para proteger o Norte.

Vários dos nobres acenaram positivamente, outros fizeram barulhos de aprovação.

—É verdade que ela está aqui? Daenerys Targaryen? Depois do que o irmão dela causou a família Stark? Depois que o Rei louco matou Lorde Richard e Lorde Brandon Stark?

—Um tempo atrás, eu disse que os filhos não devem ser culpados pelos pecados dos pais, e perdoei duas famílias que aqui estão, a Rainha Targaryen é uma aliada, e bem-vinda a Winterfell.

—Ela poderia queimar toda Winterfell em segundos com seus dragões. - Um outro lorde pontuou.

—Então é uma boa coisa que ela seja nossa aliada. - Jon disse.

Assim que a reunião terminou ele caminhou com Arya e Sansa.

—Você vai mesmo embora? - Arya perguntou. - Você mal voltou.

—E nem mesmo está curado! Ontem mesmo se sentiu mal- Sansa observou. - Qual o ponto de um Rei do Norte que não fica no norte.

—Você está aqui. É uma verdadeira Stark, e está fazendo um excelente trabalho comandando Winterfell. Já eu, sou mais útil lá do que aqui.

—Então parece que eu não posso mudar sua mente, posso? - Sansa disse deixando-os.

Arya e Jon continuaram andando até que se encontram de frente da sacada que dava uma vista ampla do pátio do castelo.

—Nosso pai costumava ficar aqui, observando enquanto vocês treinavam. - Arya disse parando. -Minha mãe também. E lembro que ela detestava quando você vencia Robb, já nosso pai dava um sorriso discreto.

Jon pensou em Robb Stark, era cruel que seu irmão estivesse morto e que ele fosse o único Stark considerado para assumir qualquer posto, seja como Rei do Norte ou Lorde protetor, Sansa ou Bran seriam melhor nisso, Robb foi criado para tal feito, desde o momento que abriu seus olhos.

—Você sabe que ele te amava do mesmo jeito que ao resto de nós, não sabe? Talvez mesmo mais. Nunca mais diga que não é um Stark, ou que Sansa, eu ou Bran somos “verdadeiros” em oposição a você. Eu posso ver muito dele em você e eu sei que ele estaria orgulhoso.

Jon observou a irmã com carinho, não sabia o que dizer. Aquelas eram palavras extremamente gentis, mas lembrava das palavras de Tyrion "Nunca se esqueça quem você é, o resto do mundo não se esquecerá" 

—Não deve culpar sua mãe por sentir-se do jeito que sentia ao meu respeito. Imagine-se no lugar dela, eu era um constante lembrete de uma traição.

—Eu não a culpo, mas nunca entendi. Você era só uma criança, como todos nós. Não tinha culpa de nada.

—É, claro, mas isso não torna as coisas mais simples. Você vai entender quando amar alguém. - Ele falou lembrando do ódio que pode sentir nos olhos de Ygritte quando ela descobriu sua traição aos selvagens. - Ele também estaria orgulhoso de você. - Jon afirmou tentando tirar a mulher beijada pelo fogo de sua cabeça.

—Não. Não estaria. Eu fiz coisas que nosso pai jamais aprovaria. Além disso, ele me repreenderia por meu comportamento a respeito de Sansa. Ele sempre me dizia que era preciso estar perto da família, brigar por ela e não com ela.

—Vossa graça. - Um escudeiro disse se aproximando. -Há um homem aqui dizendo ser seu amigo. - Ele olhou para baixo apontando uma carroça e Jon pode ver o distinto rosto de Sam Tarly.

—Quem é ele? - Arya questionou.

—Um dos meus irmãos da Patrulha. -Jon afirma sorrindo.

—Vou deixar você a sós. Preciso encontrar Daenerys. – Arya disse se retirando.

Jon desceu num passo apressado para encontrar Sam e lhe um abraço. Era bom ver o rosto de Sam Tarly novamente.

—Sinto muito por aparecer sem avisar, mas eu tive que deixar a Cidadela. Eu não podia ficar lendo livros enquanto você recebe todas as glórias dessa luta. Eu sei que disse que sairia como um meistre, mas...

—Seja bem-vindo meu amigo - Jon disse. - Meistre ou não você sempre seja bem recebido em Winterfell.

Jon cumprimentou Gilly e pegou no braço o pequeno Sam. O garoto havia crescido bastante desde a última vez que se viram.

—Venham! - Ele disse. - Vocês devem estar exaustos.

...............x.................

Quando Jon deixou Daenerys no quarto, ela não conseguia parar de pensar em como se sentiu ao acordar em seus braços. Dormindo, Jon Snow tinha uma expressão tranquila, longe da seriedade que transborda quando esta acordado, não que Daenerys não achasse o modo quase reprimido de Jon charmoso, ela achava, e muito, mas vê-lo tranquilo foi novo e parecia algo tão íntimo.

Ela só conseguia pensar em como estava começando a se perder nesse sentimento, e em como não podia deixar que isso acontecesse, mas não conseguia. Tinha tanto que ela não entendia sobre Jon Snow, ela não sabia porque ele tinha decidido se ajoelhar para ela mesmo depois de sua concordância em ajudá-lo na batalha, não entendia porque cada toque, cada beijo de Jon, fazia-a sentir como se sua pele estivesse em fogo. Tudo que ela sabia era que estava cada vez mais envolvida e que "minha rainha", vindo dos lábios de Jon, tinha um significado muito maior.

Seguida por Brienne, que agora estava com ela em todos os lugares, Dany reuniu-se com Tyrion para preparar seu retorno para Pedra do Dragão, a notícia agradou o Mão da Rainha.

—Acha que eu estou desviando meu foco? – Daenerys perguntou depois de pedir para que Brienne os deixasse a sós.

—Eu não vi o que havia atrás daquela muralha, não vi o meu matou o dragão, mas qualquer coisa que possa matar um dragão, não deve ser tomada como pouco.

—Eu perdi muita coisa para estar aqui Tyrion, meu filho, meu irmão, meu marido, um dos meus dragões, eu não vou recuar agora. –Ela disse. Em parte, estava mais tentando convencer a si mesma do que a Tyrion sobre suas intenções. Dany notou que o homem estava se contendo com relação à alguma coisa. - Você quer me dizer alguma coisa? Me lembrar que disse que eu não deveria ter ido?

—Não. Vossa Graça salvou aqueles idiotas, salvou Jon Snow.

—Eu não o salvei, ele ficou lá, caído naquele gelo.

—Você o salvou. Se ele está vivo, é porque você criou essa oportunidade ao chegar com seus dragões, mas o que eu estou tentando dizer é que, foi a coisa certa a se fazer, e o certo muitas vezes vem com consequências.

—Prepare tudo para nossa volta- Ela afirma ficando de pé.

—Devo contar com Jon Snow e Sor Davos nos acompanhando?

—Claro. Precisamos deles. É a luta deles que estamos levando para Porto Real afinal de contas. – Daenerys respondeu. Em seguida, a rainha saiu para procurar por Arya Stark e comparecer a tal atividade marcada por Jon Snow.

—Lutar? Jon quer que eu aprenda a lutar? – Daenerys perguntou encarando Arya Stark numa área externa mais reservada de Winterfell. Ela liberou Brienne quando notou que seu compromisso era com Arya, estaria segura.

—Sim. – Arya disse entregando-a uma espada de madeira. –Não é tão difícil quanto parece, e ninguém espera que você se torne um espadachim...

—Uma espadachim. – Daenerys corrige. A rainha detestava o modo como determinados títulos e posições pareciam ter sido feito para homens, exclusivamente. Arya revirou seus olhos parecendo cansada.

—Não me entenda mal, normalmente, eu poderia passar horas falando sobre como nós mulheres sobre depreciadas com relação aos homens nesse reino, e talvez em todos os reinos, mas agora eu realmente apreciaria se vossa graça pudesse prestar atenção no que tenho a dizer.

—Isso é absurdo. Jon não pode esperar que eu aprenda como usar uma espada magicamente.

—Apenas tente. –Arya disse. –Não achei que a rainha que fez dothrakis atravessarem o mar fosse ter medo de tentar empunhar uma espada.

Daenerys sabia que Arya estava tentando usar o desafio como argumento, mesmo assim, resolveu aceitar.

—Tudo bem. Me diga o que eu preciso fazer.

Arya ensinou a Daenerys como se posicionar, como segurar a espada, como usar seu corpo como vantagem, mas tudo que Dany de fato sentiu conseguir foi exaustão. Seus braços doíam e ela estava cansada de ter sua espada de madeira atirada longe por Arya, que era incrivelmente habilidosa, mas não parecia ser a melhor das professoras.

—Sinto muito. –Daenerys disse quando a espada voou outra vez. – Mas estou cansada. -“E preciso tentar matar seu irmão”, ela pensou consigo mesma.

—Talvez espada não seja seu forte. – Arya disse tirando a adaga de sua cintura. Aqui, apenas segure isso. –Daenerys pegou a adaga apreciando sua beleza. – Quando alguém te atacar, em situações como aquela o ideal é que você atinja-o aqui. – Arya disse colocando a mão na parte inferior de suas costas, um pouco depois das costelas, onde o aço terá mais facilidade para penetrar, enfie com o máximo de força que puder. Quando eu estava fora, em Braavos, eu andava com a minha adaga presa em minha bota. Mesmo com seus dragões e exércitos, é sempre bom ter um segundo ou terceiro plano.

Daenerys olhou para Arya agradecida e também um pouco curiosa sobre o que a garota foi fazer em Braavos, mas não perguntou nada.

....................x...............

—Então, os meistres na Cidadela não acreditam que a ameaça dos caminhantes é real? – Jon perguntou a Sam, eles estavam sentados em uma das mesas do salão principal de Winterfell, bebendo cerveja enquanto conversavam, na verdade, Sam estava liderando a conversa, contando a Jon tudo que aconteceu desde que deixou o Castelo Negro.

—Não. Eles acreditam que meistre Woljan pode ter ficado louco devido ao frio de Winterfell, ou que tudo isso seja parte do plano de Daenerys Targaryen para tomar o trono de ferro.

—Como isso faria algum sentindo?

—Eles acham que ela quer criar uma distração para que as forças não estejam disponíveis para Cersei Lannister quando chegar a hora de lutar pelo trono. Seria um bom plano, não posso negar. Tentei convencê-los Jon, mas eles não me ouviram. Quando decidi me tornar um meistre eu queria descobrir como vencê-los, como destruir os caminhantes, mas se os meistres não se importam, porque eu deveria ser um deles? Essa guerra, vivos contra mortos, isso é maior que qualquer outra coisa.

Jon tinha Sam como um irmão, não só um irmão pelo juramento da patrulha, mas alguém que poderia morrer por ele, e vice-versa, talvez Sam fosse até mesmo mais irmão dele do que Robb Stark tinha sido por tantos anos. O modo como Sam entendia as prioridades dessa guerra fazia apenas o seu apreço pelo antigo intendente crescer.

—Não se preocupe mais com isso. – Jon disse tomando outro gole de sua bebida. – Vou pedir para que um corvo seja enviado para Cidadela, eles podem ir para Porto Real se quiserem, podem ser por si mesmos que não estamos mentindo.

—E como eles irão ver isso?

—Temos um deles, um dos mortos. Ele está em Pedra do Dragão. Iremos leva-lo para Porto Real junto com Daenerys Targaryen.

—Daenerys Targaryen? – Sam perguntou parecendo chocado. – Espere, como você conseguiu um deles? Um dos mortos...

—Quase morrendo e a um preço muito caro para alguém importante. – Jon confessa. – Fomos além da muralha para isso, posso te contar tudo com calma depois, mas tudo que importa agora é que temos um deles, e que vamos leva-lo para Porto Real.

—Então você vai me dever essa história, junto com a história sobre como o Lorde Comandante da Patrulha passou a ser Rei de Winterfell.

As portas do salão se abriram e ambos se viraram para encontrar Daenerys entrando no salão, com Brienne não muito atrás dela. Jon levantou-se, aproximando-se da Rainha.

—Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – Ele quis saber.

—Vim apenas para avisar que estamos prontos para partir amanhã mesmo.

—Isso é tudo? – Ele perguntou. Ela claramente estava irritada.

—Você me mandou para aprender a me defender? – Ela perguntou parecendo irritada.

—Não. Você já sabe e defender muito bem sozinha, vossa graça. Eu só queria que recebesse um pouco de treinamento em combate. –Esquecendo-se de que estavam acompanhando por Sam e Brienne, Jon pegou na mão da rainha. -Eu não quero que o que aconteceu com você na noite passada aconteça novamente, mas se você não quiser isso, tudo bem, eu vou te dar cobertura do chão, e você faz o mesmo por mim dos ares.

—É melhor assim. – Daenerys diz soltando-se da mão de Jon e virando-se para deixar o salão.

—Espere, tem alguém que quero que conheça. –Jon afirmou – Venham, ambas. Sentem-se conosco, logo mais iremos todos aproveitar o banquete. – Ambas as mulheres sentaram-se junto a Sam e, em seguida, Jon fez o mesmo. -Este é Sam, um dos meus irmãos na Patrulha da Noite.

Antes que Daenerys pudesse responder ou Jon pudesse dizer qualquer coisa, Sam olhou para ela, os olhos expandidos em choque.

—Você é Daenerys Targaryen? O que ela faz aqui? – Sam questionou olhando de Dany para Jon.

—Eu acredito que você deveria me fazer perguntas diretamente. – Daenerys diz. –Sim, sou Daenerys, e estou aqui ajudando Jon, obviamente.

—Daenerys vai lutar contra o Rei da Noite conosco. – Jon disse. Daenerys  serviu-se com um pouco de cerveja, mas acabou cuspindo parte do conteúdo do copo, o que fez Brienne sorrir. 

—Isso é terrível. – Ela afirma. – Tem um gosto muito forte.

—Espere um minuto, talvez eu possa encontrar um pouco de vinho. – Jon disse ficando de pé.

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—Sinto muito sua graça. - Disse Sam -Eu nunca me apresentei de forma apropriada. Meu nome é Sam, Samwell Tarly.

Daenerys congelou, mas fez seu melhor para esconder o modo como se sentia. Ela levantou-se da mesa e pediu desculpas, disse que precisava de algo mediamente para tirar da boca o terrível gosto da bebida. Brienne tentou ir com ela, mas Daenerys disse que não, precisa encontrar Jon e precisava falar com ele a sós. Encontrou Jon voltando pelo corredor, com uma garrafa de vinho na mão, apreciou o modo como ele, mesmo sendo o Rei do Norte, levantou-se para pegar um vinho.

—Acho que é o melhor que temos, espero que você...

—Jon, seu amigo, ele é um Tarly? Dois membros da casa Tarly foram mortos depois do que aconteceu em Jardim de Cima, eu os matei. Você acha que ele sabe?

Jon parecia chocado, mas rapidamente se recuperou.

—Conversamos por horas e ele não mencionou o pai ou irmão. Deixe que eu conto, tudo bem? Eu e Sam já passamos por muitas situações juntos, ele vai entender melhor se isso vier de mim.

Os dois voltaram a caminhar em direção ao salão, mas antes que pudesse entrar ouviram alguém dizer: -Daenerys Targaryen? Sua mãe não disse que foi ela quem os matou?.

A mulher percebeu a presença de Jon e Daenerys, assim como Sam.

—Sam, eu sinto muito... – Jon começou a dizer.

—Jon, por favor... – Sam falou interrompendo o amigo. – Tenho certeza de que meu pai teve o que procurou, traindo a casa Tyrell em favorecimento dos Lannisters. – Dany respirou aliviada, mas se perguntou que Sam conhecia exatamente quais as circunstâncias em torno da morte do pai e do irmão.

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—Obrigado! – Jon disse mais tarde a Sam, enquanto apreciavam o jantar organizado por Sansa que parecia extremamente feliz depois que descobriu que Daenerys estava partindo no dia seguinte. – Obrigada por como você reagiu, e sinto muito por seu pai e seu irmão.

—Você sabe que eles eram terríveis comigo, não que merecessem morrer por isso, mas eles morreram por defender Cersei Lannister e seu reinado de misérias. Além disso, eu sei que o apoio dela é importante para nossa luta, e que ela é importante para você.

—Ela...

—Ora Jon Snow, acha que eu não o conheço o suficiente depois de tantos anos?

—Gilly parece contente. – Jon diz mudando de tópico. Ele olha na direção de Gilly que dança animadamente com o pequeno Sam. Daenerys está perto deles, parece encantada com o garoto.

—Ah, claro, ela estava entediada na Cidadela. Tanto que provavelmente leu mais livros do que eu. Sei que ela ficará bem aqui, ou posso mandá-la de volta para minha casa, onde estará segura com o garoto, sou o único herdeiro agora, afinal de contas, então tenho algo para pedir: Me deixe ir com vocês.

—Tem certeza? – Jon pergunta.

— Posso ajudar. – Sam afirma. -Além disso, eu preciso de um pouco de ação. Essa luta é a coisa mais importante de todas, é maior do que nós todos.

Sam era uma das pessoas que mais sabia sobre os caminhantes, é claro que ele adoraria ter o amigo junto.

—Claro, mas partimos amanhã. Daenerys precisa voltar para Pedra do Dragão. Iremos com ela, eu, você e Sor Davos.

Sam não foi o único a pedir a Jon para se juntar ao grupo indo em direção a Porto Real, Davos comunicou a Jon que eles levariam Gendry de volta.

O resto da noite passou rápido e Jon dispensou Brienne da tarefa de levar Daenerys aos aposentos naquela noite, ele mesmo faria isso..

—Acha mesmo que seu amigo está bem? – Dany perguntou encarando-o.

—Ele entende que foi necessário. – Jon responde.

—Ele parece mesmo uma boa pessoa. E Gilly, ela me contou um pouco sobre como vocês a encontram.

—Gilly acha que Sam é a melhor coisa que já aconteceu com ela. – Jon afirma caminhando. – Mas na verdade, ela é a melhor coisa que já aconteceu com Sam. Meu amigo se tornou uma pessoa mais decidida desde o momento em que encontrou com Gilly, e eu não mereço nenhum crédito por ajudar Gilly, eu questionei Sam sobre isso.

—Mas o ajudou mesmo assim? – Daenerys pergunta segurando o rosto de Jon assim que entram em seu quarto. –Você é um homem bom Jon, deveria saber disso e se dar mais crédito. - Ela afirmou beijando-o. 


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Ansiosos pelo episódio?
Eu estou surtando!
Beijos!