Bastards and Queens escrita por kelly pimentel


Capítulo 19
Um acordo


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, depois de meio século, voltei. Espero que gostem, e que me perdoem pelo sumiço.



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No momento em que Daenerys deixou a tenda Jon queria ir atrás dela e pedir desculpas, mas em sua cegueira e presunção ele realmente acreditou que o assunto estava resolvido, obviamente, ainda havia muito que ele precisava aprender sobre Daenerys, não só como rainha, mas também como mulher, como sua mulher. E era exatamente isso que o olhar furioso de Missandei parecia dizer quando ela retornou pouco tempo depois da tempestuosa saída da rainha. Perto dos da conselheira de Daenerys, outro par de olhos o encara de forma semelhante, embora menos furiosa, era Tyrion, que também havia ido atrás de sua rainha.

—Bem, espero que tenha um bom plano Lorde Snow. A rainha acabou de deixar o acampamento montada em Drogo. - O duende disse.

—Ela o que? - Jon perguntou sentindo uma dor semelhante a uma das várias facadas que havia levado em seu peito, mas havia algo mais, vergonha, culpa. -Para onde ela foi? - É uma pergunta tão idiota quanto sua atitude com Daenerys, ele sabe disso, mas tinha esperança de que Dany estivesse apenas saído para espairecer um pouco.

—Você deveria saber que não se dá uma ordem a uma rainha, deveria saber que não se dá uma ordem a Daenerys, ela não é a Nascida da Tormenta por nada.  -Missandei pontuou. Jon queria dizer que entendia agora a dimensão de seu erro, e que navegar por um relacionamento de naturezas tão distintas como a mesma pessoa embora fosse obviamente conflituoso no plano da imaginação, era ainda mais complexo quando posto em prática. Daenerys era sua rainha, e ele a devia obediência e servidão, mas ela também era sua mulher, sua amada, e estava, muito provavelmente, carregando seu filho, ele sentia a necessidade de protegê-la, de mantê-la em segurança e esse sentimento parecia maior do que ele. Naquele momento, lembrou-se novamente de Ygritte, de como ela havia o mostrado diversas vezes a cegueira de sua falta de conhecimento, ela tinha razão, sua falta de tato com Daenerys poderia ter sérias consequências.

—Eu falei para não irritá-la Jon Snow, não é bom… - Missandei começa a dizer com sua voz firme, mas rapidamente se interrompe.

—O que estão me escondendo? - Tyrion pergunta olhando para os dois. -Deixem-nos a sós. - Ele ordena, e rapidamente os membros do pequeno conselho de guerra começam a deixar a tenda.

—Não temos para isso! - Jon disse levantando. -Precisamos ir atrás dela agora mesmo. Preparem os cavalos. Ele sabia que aparecer para tentar resgatar Daenerys era a pior coisa que poderia fazer momento, mas não podia perdê-la. Nem ele, nem a guerra que estavam travando poderiam continuar sem ela.

—É inútil. Nunca chegaremos lá a tempo. - Davos pontua.

—Bem… há uma forma - Missandei começa a dizer. -Rhaegal confia em você Jon Snow, deveria ir atrás dela com ele. A rainha o deixou. - A mulher afirma.

—Eu não sei ele confia em mim o suficiente para me permitir controlá-lo.

—Rhaegal sabe o que há dentro do seu coração, conhece o laço entre vocês. Confie nisso e poderá montá-lo, mas não espere poder controlá-lo, ninguém pode controlar um dragão.

—Você sabe que pode fazer isso Jon - A voz de Bran ecoa no salão. Jon olhou na direção da voz, primeiro viu Meera, parada em sua postura de guerreira, depois seus olhos encontrou os de Bran, ou melhor, os do Corvo, e então ele rapidamente entendeu ao que o homem se referia. Jon sabia que tinha mesmo uma conexão com Fantasma, seus sonhos se misturavam com a realidade, o gosto de sangue na boca, os olhos estreitados na noite fria, ele era o lobo em alguns momentos, ele sabia disso. Talvez pudesse ser o dragão, por mais que a ideia de assumir esse papel o amedrontasse, nada o assustava mais do que a ideia de perder Dany. Pois, mesmo que ele não duvide que ela possa lidar com tudo sozinha, ele nunca se perdoaria se algo acontecesse.

—Eu vou com você. -Sam disse.

—Eu também! -Gendry afirma.

—Não posso garantir que Rhaegal não vai nos jogar no chão, é melhor que vocês fiquem.

—Não. - A voz de Bran disse novamente. -Isso é algo que Jon precisa fazer sozinho. Ele tem razão, o dragão não vai permitir.

……………………………….x………………………..

 

Sansa andava em círculos segurando na mão o pergaminho recebido do acampamento, eram boas notícias, um primeiro ataque havia acontecido, mas os vivos saíram vencedores. Era uma alívio, mas ela sabia que precisava de um plano próprio como reserva, precisava estar pronta para caso as coisas dessem errado. Era uma loba, mas também era uma Tully, não estava pronta para desistir de nada, não depois de tudo que passou nos últimos anos.

—Lady Sansa. - Varys diz com sua expressão difícil de ler, ele se aproxima dela devagar  - Espero não atrapalhar.

—Não atrapalha. Estou apenas lendo as notícias sobre o acampamento.

—Boas notícias espero. - A aranha diz. Sansa tem sempre a impressão de que ele já sabe de tudo antes mesmo que alguém conte, mas responde mesmo assim.

—Sim. Estão todos bens. Houve um ataque antes da chegada da sua rainha, mas ficamos na vantagem.

—Talvez lidar com os mortos seja mais fácil do que lidar com os vivos.

—Bem, vamos esperar para ver o dragão congelado em ação antes de decidir isso. - Sansa pontua verdadeiramente preocupada. - Mas sim, os vivos podem ser muito mais traiçoeiros, mesmo quando declaradamente estão do nosso lado.

—Se me permitir um conselho…

—Não. -Ela afirma dando um passo para frente, aproximando-se do eunuco. - Eu passei tempo demais com pessoas sussurrando no meu ouvido, me dando ordens nas mais diversas formas, inclusive disfarçadas de conselhos.

—Como quiser milady. Mas sabe, o sofrimento pode ser frutífero, todas as coisas ruins que aconteceram comigo me fizeram mais forte, assim como claramente fizeram com você.

—Sim, mas no fundo você acredita que eu seja apenas uma nobre que teve um par de anos difíceis depois de crescer em um berço dourado.

—É muito mais inteligente do que recebe crédito Lady Sansa.

—Inteligente o suficiente pra saber que quer me contar algo Varys, deveria ser mais objetivo. - Sansa afirmou tirando os olhos do homem e voltando-se para o horizonte congelado. O inverno havia mesmo chegado e não era um inverno qualquer. Sansa pensou no pai, as palavras da casa Stark não eram palavras vazias, eram um aviso, um aviso passado de geração em geração.

—Precisamos de alianças com o Sul.

—Não foi para isso que enviamos o Lannister? - Sansa perguntou.

—Bem, sim, mas precisamos de alianças pacíficas, o tipo de aliança que apenas uniões podem trazer.

—E você acha que eu sou a moeda de troca perfeita? -Sansa pergunta irritada. Em momentos como esse ela invejava Arya por ser capaz de cortar a garganta de alguém. -Ouse levantar esse tópico novamente aranha, e não me importa se você é do conselho de Daenerys, mando enfiarem sua cabeça em um espeto.

—Na verdade, estava pensando em Daenerys, e queria a ajuda da Lady de Winterfell em convencer Jon Snow a se afastar.

Sansa respirou fundo e tentou organizar seus pensamentos. Com quem Daenerys se casaria? A maioria das importantes casas do Sul foram dizimadas por Cersei.

—Posso saber com quem pretende casar a rainha Lorde Varys? Não temos mais Baratheons, a casa Martell foi dizimada, assim como a casa Tyrell.

—Um Lannister. -Ele diz sério. Sansa o encara perguntando-se se o homem finalmente perdeu o juízo.  -Podemos ir além disso, casar um dos seus irmãos com Talla Tarly, unir sangues…

 —Achei que você fosse mais esperto que isso Varys. -Ela diz interrompendo-o. -Casamentos são para tempos de paz, para evitar guerras. Quando já se está em guerra o único sangue que importa é o que a ponta das lanças e espadas faz jorrar. - Sansa afirma se afastando.

…………………..x…………………….

 “É parte de quem você é” Bran disse antes que Jon se afastasse para encontrar o dragão. Ele estava receoso, claro, não só do contato com o dragão, seria a primeira vez que o fazia sem o olhar atento de Dany supervisionando-o, mas também pelo que aquilo significava em sua relação com o sangue dragão que, inevitavelmente, corria em suas veias. Ele fechou os olhos e pensou em sua rainha, na mulher que ama, ela era tudo que importava naquele momento, precisa ir atrás dela.

Ele se aproximou devagar e notou quando o inquieto dragão o encarou, aparentemente, Rhaegal era o mais selvagem dos dragões de Daenerys, em muitas ocasiões, pelas histórias contadas, ele mal obedecia os comandos de sua rainha. Sendo assim, Jon tinha quase certeza de que acabaria morrendo naquela tentativa, e talvez as chances contrárias tivessem finalmente fazendo algum efeito positivo, pois, lhe davam a coragem de tirar a luva e estender a mão para esfregar o focinho esculpido do dragão, que, para sua surpresa, não reagiu transformando-o em cinzas. Na verdade, em vez disso, o dragão fechou os olhos e recebeu o contato, Jon, por um momento, sentiu a relação que tinha com Fantasma, a relação de reconhecimento.

—Eu preciso da sua ajuda. - Ele confidenciou ao dragão. -Nós precisamos encontrar sua mãe, seus irmãos. Os dois irmãos. Drogon e o que ela carrega no ventre. - Jon afirmou esperançoso. A ideia de ser pai se aconhegava dentro dele, ele que nunca sonhou em ter filhos por medo de condenar uma criança ao fardo de ser um bastardo.

Algo nos olhos do dragão deu a Jon a certeza de que ele tinha permissão para montá-lo. Ele começou, cautelosamente, a escalar a gigante criatura, cravando-se no local no topo onde acreditou ser o mais seguro. Rhaegal espalhou as asas e levantou voo, então, instantaneamente, Jon sentiu o estômago gelar, havia algo nele sendo despertado naquele segundo, Jon se lembrou de quando costumava brincar com Robb em sua infância, dos momentos nos quais se permitia ser mais do que um bastardo, nos momentos em que era um dos lendários heróis conquistadores.

Pela primeira vez ele pode entender um pouco do sentimento de orgulho pelo qual os Targaryens eram conhecidos. Voar era incrível, ele sentiu como se pudesse conquistar o mundo naquele exato momento, mas a única coisa que ele realmente queria, o desejo mais profundo de sua alma naquele exato momento, era encontrar Daenerys.

Quando se aproximou de Karhold os níveis de apreensão de Jon ficaram ainda maiores, ele não sabia como se comunicar com o Dragão, como fazê-lo atacar ou qualquer coisa, nem mesmo como fazê-lo parar, havia contado com o fato de que Rhaegal poderia encontrar Drogon e a mãe, Daenerys havia dito em uma noite, enquanto conversavam nos braços um do outro, que os filhos sempre a encontravam.

Assim que a visibilidade permitiu ele pode ver os destroços por todos os lados, Karhold praticamente não mais existia, alguns poucos caminhantes restavam vivos e ele começou a gritar para que Rhaegal parasse, mas o Dragão não parecia disposto a ouví-lo, ele notou a presença dos mortos que se rastejavam em meio às cinzas e voou baixo, disparando rajadas de fogo, era como se ele soubesse muito bem que aquelas criaturas eram culpadas pela morte de Viserys, ou talvez ele soubesse algo muito pior, algo que Jon temia até mesmo imaginar.

—Onde ela está Rhaegal? Onde está Drogon? - Ele perguntou ao dragão, esperando que a criatura o entendesse. Rhaegal pousou e Jon desceu dele com garralonga empunhada. Era um risco, mas ele não se importava com nada naquele momento. Um morto veio em sua direção e Jon o chutou fazendo-o cair, em seguida, colocou a espada em seu peito destruindo-o. Ele continuou andando e se livrando das ameaças encontradas, havia um considerável número de pessoas mortas. No meio da neblina e das cinzas, uma sombra gigante se aproximou e Rhaegal emitiu um grito voando. Jon parou alarmado, mas o dragão amarelo ocupava totalmente seu campo de visão, foi só quando ele se afastou o suficiente que ele viu Drogo e os cabelos prateados de Daenerys. Ela estava no chão, com Drogo ao seu lado, Jon correu até Dany e encontrou-a olhando para o corpo de um menino, ele não deveria ter mais de seis anos.

—Dany…

—Ele está morto. -Ela disse encarando o pequeno nortenho. Ele tinha rebeldes cabelos pretos, com os de Bran quando menino.

—Você está bem? Eu estava….

—Estou. O que faz aqui? Como chegou aqui tão rápido?  - Ela perguntou interrompendo-o.

—Eu vim atrás de você. - Ele disse. -Ajudar…

—Ajudar? Eu não precisava de ajuda, como você deve ter notado. - Daenerys disse encarando-o. -Essas pessoas sim precisavam de ajuda, e eu era a única que poderia salvá-los, da mesma forma como salvei aqueles homens além da muralha. - Os olhos violeta de Daenerys refletiam sua fúria.

—E me salvou. - Jon adicionou encarando-a. -Eu sinto muito Daenerys. Você tinha toda razão, mas o que você precisa entender é que…

—Não, eu não preciso entender nada. Você é quem precisa lembrar que me jurou lealdade. Eu sou sua rainha, não pode me dar ordens. Toda aquela discussão foi perda de tempo, eu deveria ter vindo antes. Ter sido mais rápida. - Ela afirmou.

—Daenerys, eu não era o único discordando do seu plano. Não era um bom plano. É justamente por ser a rainha que não pode simplesmente decidir algo assim, algo que coloca em risco a sua vida. - Jon disse firmemente. Ele sabia que Daenerys queria brigar, mas tudo que ele mesmo queria era abraçá-la, sentir o seu corpo perto do dela, saber que ela estava bem e que, consequentemente, ele estava bem.

—Essas pessoas perderam seus lares. Isso é mais importante do que a opinião de um conselho - ela disse encarando uma pilha de cinzas.

 —Você está certa, mas, infelizmente, não se pode salvar todo mundo numa guerra.

—Jon, eu posso viver com o fato de que não vou conseguir salvar a todos, mas eu não me perdoaria se eu não tentasse salvá-los. - Ela afirmou. Jon pensou que, se possível, havia passado a amá-la ainda mais naquele momento. Sua rainha era forte, honrada e determinada. De fato merecia sentar no trono de ferro. -Agora me diga, como impedimos que ele vire um deles, que todos os que perderam a vida aqui virem novos soldados para o Rei da Noite. Temos mesmo que queimar todos, não é? 

—Sim. - Jon disse. Colocando a mão cuidadosamente no ombro de Daenerys. -Eu posso fazer isso, você não precisa...

—Claro que preciso. - Dany diz. -Eu preciso garantir que eles não se transformem. Além disso, posso fazer isso mais rápido. -Daenerys subiu em Drogo e fez sinal para que Jon fizesse o mesmo. Ele sentou-se perto dela e o dragão levantou voo. -Como foi sua primeira vez voando? - Ela perguntou  

Jon sentiu como quando era criança e Catelyn o encontrava com algo que pertencia a Robb. De alguma forma, parecia muito errado ter estabelecido qualquer tipo de relação com Rhaegal.

—Não se preocupe. - Dany disse. - Isso não te torna menos Stark, nem mais Targaryen. -Drogon levantou voo enquanto eles falavam e Daenerys gritou “Dracarys” fazendo o dragão cuspir fogo em direção aos destroços e corpos, Rhaegal rapidamente se aproximou fazendo o mesmo.

Eles voaram em silêncio até que começou a escurecer. Daenerys avisou que precisavam parar e Jon não entendeu o pedido até que viu os olhos da amada, ela estava exausta. Ele pediu para que Daenerys fizesse Drogon voar mais baixo e indicou Forte do Pavor.

Assim que os dragões pousaram Jon foi até os portões. Soldados de Winterfell deixados para que as terras não fossem invadidas estavam lá para recebê-los. Os homens saudaram o Rei do Norte.

—Os dragões vão ficar bem aqui fora? - Jon quis saber. Forte do Pavor tem grandes calabouços, talvez eles devessem ficar lá dentro.

—Não. Eles vão ficar bem. Eles não gostam de paredes. - Daenerys afirmou caminhando com Jon. - Forte do Pavor? É um nome interessante, a quem pertence?

—Bem, acho que tecnicamente pertence a Sansa. - Jon diz sem muita certeza. Ele havia derrotado Ramsay, mas não o teria feito sem Sansa, e, de qualquer forma, aquela criatura asquerosa havia sido casado com ela. - Pertencia a Ramsay Bolton.

—O homem com o qual ela foi forçada a casar? - Daenerys pergunta.

—Sim.

—Então esse é o palco da famosa batalha dos bastardos? A luta que o lendário Jon Snow ganhou contra todas as chances? As crianças falarão disso nas próximas gerações.

—Você acha mesmo que com a volta dos dragões, os caminhantes, e todo o resto, isso é o que vai ficar nas cabeças das pessoas? - Jon pontuou.

 Jon pediu para que um quarto fosse providenciado. Ele conhecia bem o castelo depois dos dias que passaram lá após a Batalha dos Bastardos. Assim que entraram no quarto ele pediu para que trouxessem alguma comida. Daenerys pediu água para um banho, e Jon não pode deixar de achar graça quando ela contou que havia muito tempo desde a última vez que tomou banho sem alguém ajudando-a, mas ajudou-a a se esfregar quando ela estava na tina de água pobremente aquecida fria.

—Você realmente cresceu com servos? Mesmo fugindo dos homens de Robert? - Jon perguntou enquanto Daenerys se enxugava.

—Meu irmão se recusava a receber um tratamento que não fosse o de príncipe, então as pessoas, uns por pena, uns por interesse nas joias que tínhamos, outros por de fato acreditarem nas bobagens que Viserys diza, acabavam nos oferecendo comida, abrigo, nos tratando como príncipes. Mas nem sempre foi fácil, nós roubamos para comer, vendemos a coroa de nossa mãe, a única coisa que eu tinha dela. Mas e você? Nunca teve servos que o vestissem?  

—Suponho que sim, quando muito pequeno, mas desde que consigo me lembrar, eu sempre fui o bastardo que não deveria receber o mesmo tratamento que os filhos legítimos de Lorde Stark, ou isso seria uma afronta para a Lady. Se meu pai, digo, se Ned, tivesse dito a verdade a Catelyn… talvez eu não tivesse crescido sendo assistido pelo ódio que ela me direcionava.

—Talvez… - Dany disse encarando-o. Seus olhos violetas pareciam mais calmos, afetuosos. - se você tivesse recebido amor da parte dela, se ela tivesse o tratado como um filho, talvez você não fosse quem é hoje. E eu gosto de você exatamente assim.

—Mas pretende se casar com outro. - Jon pontua sentando-se na cama. A frase faz Daenerys parar, ela olhou para o homem em sua frente, respirou fundo e, outra vez, a aparência de cansaço tomou conta de sua face.  

—Não quero falar sobre isso.

—Mas eu quero! - Jon fiz firmemente.

—Quando eu quis conversar sobre os seus pais, você não quis. Quando toco no assunto da sucessão você se esquiva. Então, se você pode escolher sobre o que conversamos, eu tenho certeza de que posso fazer o mesmo.  

—Ok, vamos falar sobre outra coisa então. Quando pretendia me contar que está grávida?

—Eu não estou grávida Jon. Eu não posso ter filhos.

—Por que uma bruxa disse?

—Ela me amaldiçoou. Você pode não acreditar nisso, mas eu acredito.

—Você só está assustada.

—Claro que eu estou. Estou aterrorizada. Eu já tinha me acostumado com a ideia de não ter filhos, eu sempre teria meus dragões, mas agora um deles se foi e a possibilidade de estar grávida… eu me permiti acreditar e agora, quando eu descobrir que não é verdade… eu não sei como…. Jon, é por isso que você precisa casar com outra pessoa, continuar o nome Targaryen. Isso é importante para mim, mas do que qualquer coisa.

—Tudo bem. - Ele disse encarando-a. O rosto de Daenerys se encheu de surpresa. Ele não sabia se ela parecia contente ou desapontada, talvez um pouco de ambos. -Você vai deixar o Meistre examiná-la, e se ele disser que você não está grávida, então eu me caso com quem você desejar, me torno seu herdeiro, faço o que ordenar, mas se estiver esperando meu filho, nunca mais vai falar sobre esse assunto comigo. Promete?

—Prometo. - Ela respondeu abraçando-o. -Eu prometo.

Jon sabia o que estava arriscando, mas algo dentro dele lhe dizia que acabaria tudo bem, que Daenerys estava grávida.


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