Faltava pouco para o pôr do sol quando Arya, Jorah, Jaime, Arya e Bronn chegaram a Correrrio. Jaime havia insistido que aquele era o melhor lugar para começar a reunir homens a causa. Depois disso, partiriam para Pedra do Dragão. Enquanto estavam na estrada, foram recebidos pelos antigos soldados Lannister que Daenerys havia remanejado, os poucos que haviam escolhido lutar para ela, e que haviam sido escoltados por um grupo de Imaculados. A maioria permanecia em Pedra do Dragão. Correrrio era um terreno Lannister agora, e eles provavelmente precisariam do reforço.

Jaime foi anunciando nos portões e Arya pode notar a expressão de alívio do homem quando de cabelos dourados quando o portão se abriu para que eles entrassem sem nenhum ataque. Ela estava determinada a manter os olhos em Jaime, mesmo que ele vivesse cem anos como aliado, ela nunca poderia confiar nele. Nunca poderia confiar em nenhum Lannister. Assim que o grupo entrou no castelo eles foram recebidos por um homem careca e de barba muito branca, Arya imediatamente assumiu que aquele deveria ser quem tinha o comando de Correrrio. Ela lembrou-se do tio, Peixe Negro, e de suas histórias, do modo como os olhos da mãe brilhavam ao falar da Casa Tully, dos Rios ao redor do castelo, e lembrou-se ainda do ponto que mais gostava sobre aquele lugar: a possibilidade de inundar o terreno e manter os inimigos afastados.

—Jaime Lannister, eu pensei que meus homens estavam alucinando com o frio quando disseram que era você. - O homem disse quando se aproximou do grupo e apertando a mão de Jaime. -O que em sete infernos você está fazendo em Correrrio? Veio me trazer mais homens suponho?

—Não exatamente Sor Harys Swyft - Jaime respondeu. Arya ficou confusa com a cordialidade, talvez as notícias sobre a deserção de Jaime ainda não tivesse chegado a Correrrio.. -Mas os Deuses sabem que precisamos de bons homens no momento.

—Vamos, venha, vamos beber algo. - O homem disse.

Jaime desmontou do cavalo e Arya e Mormont fizeram o mesmo.

—A Lady virá junto?  -Sor Harys perguntou.

—Sim. -Jaime respondeu sem muitas explicações. O olhar dele para Arya parecia dizer “não cause problemas, por favor” e ela sentiu uma vontade gigante de sentir a lâmina de sua espada cortando os dois homens.

Eles seguiram até o refeitório, localizado em frente ao castelo. Uma vez dentro, Sor Harys ordenou que uma criada trouxesse pão e peixe, junto com cerveja inglesa.

—É tudo o que temos no momento. - Ele disse se desculpando pela falta de um banquete. -Parece que os Starks finalmente fazem sentido, não sabemos quanto tempo esse inverno. irá durar, então é melhor poupar.

—Tem razão. -Disse Jaime -E é justamente sobre este inverno que eu queria falar com você. Eu tenho um pedido estranho para fazer.

—E o que poderia ser? - Perguntou Harys

—Eu preciso que você e seus homens deixem Correrrio e marchem o norte -O loiro disse.- Quero que você me ajude e ao Rei do Norte ao lutar contra o Exército dos Mortos.

O cavaleiro mais velho ficou em silêncio, simplesmente olhando para Jaime com um olhar confuso. Depois disso, o homem olhou para Arya e riu, como se ele esperasse que ela também achasse graça da provável piada, mas quando ninguém na mesa se pronunciou, o homem pareceu perceber que o Regicida estava falando sério.

—Isso não é uma piada, você realmente quer que nós abandonemos Correrrio para lutar por um falso rei? - Harys indagou. Arya, que estava inclinada tomando um gole de cerveja, endireitou-se e pôs a mão na espada por baixo da mesa.

Sim. Fizemos uma promessa para ele em Porto Real. E eu pretendo manter essa promessa."

—Se fôssemos lutar com você no norte, como você acha que seríamos capazes de proteger Correrrio?

—Se aquelas criaturas chegarem aqui, este castelo não importará. - Jaime afirmou disse. -Precisamos lutar no Norte para continuar reivindicando e mantendo castelos, caso contrário, tudo que conhecemos deixará de existir.

—Ouvi dizer que esse Jon Snow prometeu fidelidade a Daenerys Targaryen. Ela não é apenas uma invasora estrangeira, mas também a filha do rei louco. Você está esperando que fiquemos todos do mesmo lado?

—Escute aqui, ela tem dragões. Eu tenho certeza que não preciso explicar o que ela fará com eles se todos sobreviverem à guerra com os mortos. O Sul pagará por sua traição e isso inclui você. Inclui todos nós.

—Uma guerra com os mortos, você não pode acreditar nessas coisas, Jaime?” Bufou Harys. -Claro que se fôssemos crianças eu acreditaria nisso, mas as coisas mais perigosas do Norte são os Selvagens.

—Meu Lorde, essas coisas existem. São mesmo reais - Disse um dos guardas que cercaram Harys na mesa.

Arya imediatamente se virou para encarar o rapaz, ele parecia ter a mesma idade que ela, talvez um pouco menos. O rapaz parecia assustado pela ideia de falar com lordes sem ter tido permissão para isso.

—Prossiga. - Arya ordenou.

—Eu estava lá, em Porto Real. Eu vi quando a criatura que o Rei do Norte trouxe junto coma a garota Targaryen tentou atacar a Rainha. Dois homens de Jon Snow a cortaram e, ainda assim, aquilo continuou se movendo.

—Eles quebraram parte da muralha Harys, eles estão vindo.  - Jaime insistiu.

Harys ficou quieto por um momento enquanto olhava para as mãos. Depois de alguns momentos, ele se levantou abruptamente caminhando até uma janela, suspirando antes de falar.

—Você entende que a Rainha Cersei já nos notificou que ela não estaria enviando recursos para o Norte. Ela ordenou que todos nós permanecêssemos no Sul pelo restante do Inverno.

—Sim, eu imaginei. -Arya  ficou surpresa com a retenção da informação por tanto tempo, mas de algima forma aquilo indicava certa inclinação do homem. Harys suspirou antes de se virar para Jaime. Arya notou uma mudança no comportamento do cavaleiro antes de falar. - Você também sabe que ela matou meu neto e genro no Septo de Baelor. Minha filha não é a mesma desde então.

—Eu prometo que não tenho nada a ver com isso - Disse Jaime. -Eu estava nas Gêmeas com Walder Frey, assim como você estava quando soubemos disso.

—Se você me jurar que é toda a verdade, então irei contra as ordens da Coroa. Eu ordenarei a todos os meus homens que abandonem este castelo e cavalguem pelo norte, esta noite. -Disse Harys.

Jaime levantou-se e foi até Harys. Os dois homens apertaram as mãos, confirmando sua nova aliança. Harys prometeu também procurar ajuda de outros senhores para cavalgar para o norte. Arya colocou os braços para trás enquanto caminhava, mantendo sua costumeira postura esguia, ela tinha consciência de como aquilo a fazia parecer, mas gostava de passar a impressão de alguém que não impunha perigo. Eles deixaram o castelo e voltaram a montar nos cavalos, havia um longo caminho até Pedra do Dragão.

—Obrigado. - Jaime disse a Arya. Enquanto cavalgavam, depois de ter compartilhado com Bronn e Sor Jorah as boas novas.

—Pelo que? - Ela quis saber curiosa.

—Por ter me deixado lidar com ele. Não deve ter sido fácil.

—É bem mais fácil do que controlar a ânsia de cortar sua garganta toda vez que eu te vejo, e ainda assim você continua respirando. - Arya disse. - Vamos esperar que você continue sendo útil Lannister. - Ela pontuou se afastando.

Ela mandou um corvo para Sansa avisando da partida dos mais de 2000 homens que estavam Correrrio, seriam um bom reforço. Em mais alguns dias eles estariam em Pedra do Dragão, e depois disso voltando para Winterfell com as tropas reunidas.

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Daenerys caminhou pelo quarto enquanto o Meistre fazia seus testes, aquela era definitivamente a coisa mais estranha da qual já ouviu falar, ganhando de qualquer costume Dothraki. Ela observou impaciente enquanto o homem, após examiná-la, colocou sua urina em dois pequenos potes, e depois foi adicionando diferentes substâncias. Em um deles, Dany poderia jurar que viu o homem colocar vinho. O Meistre havia explicado que aquela era a única forma de saber se ela estava grávida, considerando os problemas que a rainha tinha para conceber. Ela estava quase arrependida de ter deixado Jon esperando do lado de fora do quarto, mas não queria ver sua cara de decepção. Assim seria mais simples, poderia pedir para que o Meistre o informasse e assim focariam no que realmente importava, em vencer a guerra contra os mortos e voltar a disputar o trono de ferro.

O homem deu um suspiro e a olhou calmamente, e aquilo foi o fim de toda a paciência que Daenerys tinha.

—E então? - A rainha perguntou.

—O que aconteceu mesmo durante a primeira gravidez de vossa graça? - O Meistre perguntou interessado enquanto remexia o último potinho de vidro.

—Eu me machuquei em uma batalha, o que fez as dores do nascimento começarem antes da hora, foi difícil e meu filho, ele… o parto em si destruiu tudo. - Dany mentiu. Não queria dizer que uma bruxa a havia enfeitiçado, um Meistre, ainda mais do que Jon, acharia aquilo tudo uma grande tolice.

—Então é importante que não entre em nenhuma batalha. -O homem disse colocando tampa nos frascos e repondo-os em seu pequeno baú de madeira. Dany o encarou colocando a mão no estômago protetivamente.

—O que está me dizendo? -Ela precisava ouvir para ter certeza. E, talvez, nem mesmo ela assim ela fosse capaz de acreditar.

—Está esperando uma criança minha Rainha, isso é inegável. - O homem disse. -Precisa de algo mais? Está sentindo algum enjoo, tontura, posso indicar uma infusão de ervas.

—Não. -Ela afirmou sem acreditar. Dany sentou-se na cama de Jon e respirou fundo. A mão novamente correu até a barriga. O homem começou a caminhar vagarosamente em direção a porta e então Daenerys o interrompeu. -Tem certeza?

—Tanto quanto é inverno. -Ele respondeu com um aceno de cabeça. O homem abriu a porta e então Daenerys ouviu quando ele disse algo a Jon, que imediatamente entrou no quarto.