Bastards and Queens escrita por kelly pimentel


Capítulo 17
Vida e Honra


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas queridas, sinto muito pela demora. Tive um probleminha de saúde + compromissos de faculdade e tudo ficou meio louco, mas enfim... estou de volta e espero que gostem do capítulo. Beijos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741053/chapter/17

Cavalgar novamente para o sul era algo que Arya não esperava fazer tão cedo, não gostava da ideia de deixar os irmãos novamente, principalmente não às margens de uma guerra, mas algo mais forte do que ela queria estar ali, vigiando Jaime Lannister. Ela queria enviar a cabeça dourada dele para a rainha, queria assistir o sofrimento dela enquanto o corpo sem vida do irmão e amante apodrecia. Aquela mulher era responsável por todas as coisas ruins que acometeram sua família, a queda de Bran, a ida do pai para o Sul, a morte de Lady, a morte do filho do açougueiro, a fuga de Nymeria, a morte do pai, o mal feito a Sansa, as mortes de Rob e da mãe também estava em suas costas, mesmo que indiretamente, assim como a de Rickon. Além disso, ela era responsável por um reinado de pobrezas e injustiças. Embora Arya, particularmente, não estivesse muito interessada em um futuro, ela não via um final feliz no seu destino, nem acreditava que mesmo aqueles que realmente merecem e desejam um, o teriam. Em sua experiência, o mundo é cruel, visceral, as pessoas estão sempre tramando algo, sempre lutando por poder. Ela podia contar nos dedos de uma só mão as pessoas boas e justas que conhecia. Ainda assim, pensou em Gendry, em seus olhos azuis e na sensação do corpo dele junto ao dela, dos lábios colados. Aquele era um consolo, mas tudo que realmente lhe importava era fazer Cersei pagar.

—Três dias na estrada e mais duas luas no navio. -Sor Jorah afirmou chamando a atenção de Arya. Não tinha trocado muitas palavras com o leal companheiro de Daenerys, conhecia-a muito pouco, sabia que era um nortenho e que seu pai o havia condenado à morte por vender escravos, e saiba ainda que ele era capaz de dar sua vida pela de sua rainha e que estava contrariado por ter de deixá-la. -Já esteve em Pedra do Dragão Lady Arya?

—Apenas Arya. -Ela corrige. -Nunca estive em Pedra do Dragão. Ouvi dizer que é bonito.

—É um castelo frio em cima de uma pedra gigante e cercado pelo mar, não há nada lá. -Jaime lannister afirma.

—Acho que deveria confiar na sua palavra então, sendo você quem é. -Ela retrucou sarcasticamente.

—Eu sei que você tem poucas razões para confiar em mim, mas quando vi aquela coisa morta que o seu irmão levou para Porto Real,  eu sabia que tinha que lutar. Eu já fechei meus olhos para coisa certa uma vez, quando deixei que o Aerys II fizesse o que bem entendesse, mas eu não pretendo mais tomar a rota dos covardes.

Arya estudou a expressão de Jaime, podia entender o sentimento, mas como confiar no homem que empurrou Bran daquela torre? Ela podia adotar o mesmo pensamento que Jon e Daenerys e concordar que o fato de que Jaime  viajou por semanas para avisá-los dos planos de Cersei testemunhava a seu favor, mas ela, apesar de mais nova que o irmão e a jovem rainha, não pretendia dar o braço a torcer com facilidade.

—Acha que algum lorde sulista além dos prisioneiros estaria disposto a lutar conosco? - Sor Jorah perguntou cortando a hostilidade que quase ocupava o lugar da névoa.

—Talvez. -Jaime respondeu. - Mas eles provavelmente estariam mais interessados em enfiar uma espada no meu peito, Cersei deve ter posto um prêmio por minha cabeça, ela não tolera traidores.

—Silêncio! -Arya disse. Os homens Dothraki também pareciam alarmados. -Tem alguém a frente.

Então uma flecha passou perto de Jaime Lannister.

—Achou que podia fugir sem me pagar o que me devia? -Uma voz gritou.

—Não ataquem! -Jaime disse. -Diga para eles não atacarem. - Falou olhando para Jorah, que passou a mensagem em dothraki fazendo os guerreiros recuarem. -Bronn, você quase me matou seu idiota! -Ele gritou.

—Eu teria acertado se tivesse a intenção. -O homem respondeu se aproximando.

—Suponho que sejam amigos. -Arya disse sem tirar os olhos do estranho. Usava roupas de um cavalheiro nobre, mas tinha algo em seu olhar que deixava claro que era um mercenário.

—Bronn é amigo de qualquer pessoa com ouro. -Jaime disse.

—Inclusive conhecia sua mãe. -Ele disse encarando o lobo branco no peito da armadura de Arya. -Você perdeu o juízo me deixando sozinho para lidar com a sua irmã psicopata em Porto Real? Você me deve um castelo!

—Pode ficar com um dos meus. -Jaime disse. -Talvez Rochedo Casterly. Estamos indo para Pedra do Dragão, pode me encontrar depois disso.

—Nós não temos tempo para isso! -Sor Jorah disse.

—Exatamente! -Pontuou Arya. -Solte suas armas ou não viverá para receber castelo algum.

Bronn deixou cair a espada e o arco levantando as mãos para render-se, embora não sem um sorriso malicioso em seu rosto.

—Deveríamos amarrá-lo? -Arya perguntou encarando Sor Jorah.

—Não que eu já tenha dito que uma mulher não deveria me amarrar se fosse isso que ela quisesse fazer, mas considerando que não estamos num bordel, isso é bastante desnecessário. -Disse Bronn.

—Você acabou de nos atacar, não tem direito de determinar o que é ou deixa de ser necessário. Virá conosco agora, não lhe darei a chance de voltar para Porto Real e entregar nossos planos a Cersei. - A loba rosnou de volta, ignorando totalmente o comentário sobre bordeis e as insinuações sexuais. Ela não iria ficar ruborizada pela língua dele, conheceu homens piores.

—Acredite em mim garota, - o mercenário afirmou sorrindo. -Se eu pôr os pés naquele o lugar novamente durante o reinado de Cersei, ela mesma vai arrancar minha cabeça.

—Bom, pelo menos você ficaria calado. - Arya disse encarando o homem e fazendo com que tanto Jaime quando Jorah rissem.

……………………………...x………………………….

—Como eles estão? - Jon perguntou entrando na tenda de campanha que separaram para cuidar dos feridos. Tormund e Berik estavam sendo cuidados por um dos soldados do Vale possuía experiência com ferimentos, mas Jon queria que Sam chegasse e pudesse assumir os cuidados. Ele observou enquanto o homem colhia um pouco de pus de uma ferida nas costelas de Tormund.

—Vivos, o que é dizer muito considerando tudo que passaram. - o homem respondeu. - O outro parece um pouco mais machucado -Ele disse apontando para Dondarrion -De qualquer forma, a maioria das lesões parecem ser fruto do desabamento das estruturas da muralha.

—Acha que vão conseguir? -Jon perguntou se aproximando de Tormund.

—Sim, eu acredito que sim. -Jon ficou aliviado ao ouvir isso. -Lorde Snow, pode ficar aqui por alguns minutos? Eu preciso encontrar um pano limpo para bandagens.

—Claro! - Jon respondeu.

Enquanto esperava o retorno do soldado Jon viu Tormund começar a se mover. Ele havia se esforçado para cavalgar depois que foram encontrados, tinha que chegar até o Rio Último para montar acampamento, mas assim que chegaram o gigante foi acometido por seus ferimentos. Jon segurou o homem para que ele não se movesse demais e rasgasse seus pontos.

—Me solte! -Tormund disse.

—Solto, mas fique quieto. Vai acabar abrindo suas feridas.

—Onde eu estou?", Perguntou Tormund olhando ao redor, obviamente, tentando entender o que o rodeava.

—Está no acampamento de batalha. Se lembra do aconteceu na Eastwatch?

—Claro, meio difícil de esquecer Jon Snow. Os malditos mortos derrubaram a maldita muralha. Minha cabeça parece ter sido rachada no meio, mas não fiquei idiota. -Ele afirmou. Jon riu encarando-o.

—Tudo bem, eu vou pedir para que lhe deem um pouco de Leite de Papoula.

—Papoula? Me traga leite de cabra! Um largo copo e uma noite de sono devem me curar.

—Você tem dormido por mais de um dia.

—Um dia? O que você acha que eu sou? Um maldito sulista? -O homem disse tentando levantar novamente, mas Jon o segurou firme impedindo-o, Jon pensou em como, se Tormund estivesse com sua força usual, ele não teria conseguido manter o amigo deitado.

—Vou pedir para que tragam comida. -Jon disse encarando-o.

—Jon… - Tormund disse ficando sério. -Eles estão vindo, e eles têm o dragão, o dragão da sua rainha de cabelos prateados.

—Eu sei. -Ele disse. -E nós estaremos prontos para destruí-los. “Ou morremos tentando”.— A última frase ele guardou para si mesmo.

……………………………….x…………...

Daenerys teve o mesmo sonho por duas noites, às vezes era ela e Jon no Bosque Sagrado de Winterfell, em outras eram seu irmão, Rhaegar, e Lyanna Stark, ou pelo menos a imagem que ela tinha deles em sua mente, de qualquer forma, o sonho seguia a mesma ordem: Eles se casavam, tinham um filho e então morriam. Em todas as diferentes versões (algumas com Robert Baratheon e seu martelo de guerra, outras com caminhantes brancos e Cersei Lannister) ela sempre acordava suada e trêmula, com uma sensação horrível de que as algo muito ruim ia acontecer.

Chegou então à conclusão de que seus sonhos tinham uma causa única: os comentários de Gilly e Missandei sobre uma possível gravidez. Havia se permitido sonhar quando a esposa de Sam falou sobre o assunto, e o sonho se transformou nos pesadelos constantes. Estava então determinada a ignorar totalmente essa esperança, permanecia com o argumento de que teria um filho de Daario se pudesse mesmo engravidar, e não seria apenas pouco mais de um mês compartilhando a cama com Jon que mudaria isso. Além disso, pesava a favor de sua racionalidade o fato de que não estava mais se sentindo cansada ou tonta como antes, o que fez com que a frequência de tais pensamentos diminuíssem.

Na primeira hora do dia, Varys, que tinha mais notícias sobre os avanços de Cersei, foi até o quarto de Daenerys. Segundo os passarinhos da aranha, o foco do ataque de Cersei seria Pedra do Dragão, ela planejava tomar de volta todos os castelos que agora tinham estandartes Targaryens.

—Não temos forças para duas guerras. -Daenerys disse olhando para Varys enquanto se vestia com ajuda de Missandei.

—Não, mas há algo que podemos fazer. Uni-la com alguém do Sul, alguém que esteja dispostos a deixar Cersei, isso faria com que os nobres sulistas ficassem menos inclinados para Cersei. Suponho que estava considerando isso quando declarou Jon Snow como sucessor.

Daenerys engoliu seco. Ela sabia que aquilo poderia acontecer, estava pronta para isso até conhecer Jon, mas, ainda assim, a possibilidade parecia dolorosa, mas a aranha tinha razão, ela não planejava casar-se com Jon, mesmo que o amasse, ele tinha outro propósito: continuar a linhagem.

—Quem? -Ela perguntou.

—Já temos o apoio do Norte com Lorde Snow como aliado e sucessor. Jaime Lannister seria uma interessante escolha, mas ainda podemos pensar em outras alternativas. Meu favorito antes era o agora falecido jovem Dickon Turly, mas o nome Lannister é o único sobrevivente entre as grandes casas, não temos mais Tyrels, Baratheons, o nome Arryn foi praticamente extinto, os Tully estão mortos, assim como o nome Martell.

—Bem, seria interessante ver a cara de Cersei, mas não pretendo me casar com o homem que matou meu pai.

—Seria uma ótima forma de mostrar que estamos pensando no futuro, deixando as mágoas para trás.

—O que Tyrion pensa disso? Tenho certeza que essa ideia não surgiu do nada. Deve ter falado sobre isso com ele.

—Ele acha que vossa graça não estaria disposta, mas entende que seria uma jogada inteligente.

—Me deixe pensar. -Ela disse indicando a porta para que o eunuco saísse.

Daenerys sentou-se na cama e pensou em Jon, imaginou como ele olharia para ela se soubesse, mas ela tinha um dever, uma dever que deveria ser maior do que qualquer outra coisa, e poderia seguir em frente com ele, tinha que ser capaz.

Ela se recompôs e seguiu para o grande salão, onde tomou seu desjejum acompanhada de Lady Stark.

—Majestade! -Sam disse entrando no salão acompanhado de Gendry, ambos pareciam satisfeitos por algo. -Lady Stark… - ele disse fazendo uma reverência para cada um delas. -Espero que tenham tido uma boa noite de sono -Gendry repetiu o gesto de forma desajustada, mas não disse uma palavra.

—Excelente, obrigada Sam. - Dany respondeu. -Devo supor que esteja alegre pois temos boas notícias?

—Sim! -Ele respondeu sorrindo. - Testamos as lâminas. Acreditamos que esteja tudo de acordo. E as lanças para o escorpião estão prontas, podemos partir assim que a nova leva ficar pronta, hoje à noite.

—Então partimos amanhã cedo. - Dany disse sorrindo para ambos.

Depois de se alimentar Daenerys recebeu um chamado de Bran, ela seguiu para encontrar o jovem Stark esperando por ela no bosque sagrado. Ela se perguntou que tipo de informação ele tinha agora, seu coração quase parou quando, por um minuto, ela imaginou que fosse algo com Jon.

—Está aqui. -Bran disse abrindo os olhos com a aproximação de Daenerys. -Excelente!

—Aconteceu alguma coisa?

—Precisamos conversar. Sobre o seu papel nessa guerra.

—O meu papel? -Ela repetiu com descrença, ela sabia muito bem qual era seu papel.

—Sim. -Ele respondeu olhando-a. -Você e seus dragões, são fundamentais de formas que eu ainda não entendo, mas que ficarão claras com o tempo, o que eu posso adiantar é que precisa convencer Jon a aceitar seu destino.

Daenerys se sentiu um pouco ofendida, negava-se a um destino cuja sua existência tinha como função motivar Jon a algo, não era uma donzela em perigo ou um personagem de apoio, era Daenerys Targaryen, tinha sua própria história, queria Jon como parte dela, mas não pretendia ser um auxiliar na dele.

—E que destino seria esse? -Ela perguntou.

—Ao seu lado, nos céus.

—Nos céus?

—Sim. Para que entenda, precisa saber que Jon é um Warg…

—Um Warg? -Ela quis saber curiosa.

—Sim. Ele é capaz de controlar animais, é uma recorrente habilidade entre os Starks. Quando desenvolvida podemos controlar animais, pessoas, podemos ver pelos olhos deles, agir por eles.

—Você pode fazer isso? Arya? Sansa? - Daenerys perguntou divida entre curiosidade e espanto.

—Bran Stark pode. - Ele respondeu. -Sendo assim, também posso, mas as garotas Starks não, não nessa geração, de qualquer forma.

—E Jon?

—Jon conecta-se com Fantasma. Eles podem ver pelos olhos um do outro, sentir o que o outro sente, mas Jon não tenha consciência disso. Apesar disso, essa habilidade permite que ele tenha maior facilidade para se aproximar dos dragões, além do fato de ser um Targaryen. Mas ele nunca vai se permitir estabelecer essa conexão com os dragões enquanto não aceitar seu lado Targaryen.

—Ele nunca vai usar esse nome. - Dany diz.

—Imagino que tenha razão, mas isso não significa que ele precisa repudiar tudo que vem de sua verdadeira descendência.

—E o que eu posso fazer? Não posso obrigá-lo a acreditar em algo.

—Temos algo para você, algo que pode usar. -Bran disse.

—Temos?

—Meera… -Ele disse. Uma jovem garota se aproximou. Daenerys perguntou onde ela estava todo esse tempo. -Essa é Meera Reed, filha de Holland Reed, ele estava com Ned na Torre da Alegria quando ele achou Lyanna. Meera trouxe algo que Jon precisa receber, algo que pode ajudá-lo a mudar de ideia, mas precisa vir de você. Ele aceitará com menos resistência.

Meera passou o pacote para Daenerys, havia uma carta, um pedaço de tecido e um colar. A rainha olha para aquilo tentando processar tudo.

—Rhaegar mandou essas cartas para Lyanna, as que ela deve ter enviando devem ter se perdido, mas Jon pode saber mais dos pais por elas. -Meera afirmou.

—Você as leu? - Ela pergunta segurando com cuidado o velho pergaminho.

—Não. -Bran responde. -Foi imprudente de Holland guardar isso por tantos anos.

—Não era dele para destruir. -Meera rosna. Daenerys olha para a garota com atenção pela primeira vez, ela tem os cabelos negros tipicamente nortenhos, cachos semelhantes do de Jon e olhos negros. -Meu pai disse que era um direito dele receber isso, já que sabe a verdade, e Lorde Stark nunca pediu para que fosse destruído, apenas guardado. Ele sabia que as coisas podiam mudar um dia, que Aegon teria direito de saber a verdade.

—Jon… - Dany a corrigiu. -Ele não gosta do nome.

Aegon Targaryen, o nome do irmão morto. É claro que Jon não gostava daquele nome, tinha todo direito de não gostar. Jon, por sua vez, foi dado por Ned. Escolhido em homenagem a Jon Arryn, que, pelo que Dany sabia, havia sido um bom homem. Mão do Rei, Protetor do Leste, mentor de Ned e Robert. Embora Dany não pudesse exatamente falar bem do trabalho que fez pelo segundo.

—Eu estava receosa quando ele— a mulher falou olhando para Bran, ela frisou o ele com certa raiva -disse que vossa graça deveria levar isso para Jon, já que o filho de Rhaegar, se me permite dizer, representa uma ameaça à sua reivindicação ao trono, mas ele também disse que eram ligados, que se importam um com o outro, então confio que passará essa carta para ele, assim como a manta e o colar de Lyanna.

—Irei. -Daenerys disse recebendo o pacote. Partiria para encontrar Jon no acampamento no dia seguinte, mas sabia que ele teria dificuldades em aceitar qualquer coisa vinda de seu passado, mesmo que das mãos dela.  

…………………………….x…………………..

Davos sentou-se perto de Tyrion, Jon e outros homens ao redor de uma das muitas fogueiras acesas por todo o acampamento, ele pensou em como estava ficando velho para tais situações, além disso, nunca teve espírito para guerras. Ainda assim sentou-se ali e ouviu as histórias sobre outras batalhas, muitos daqueles homens estiveram na batalha dos bastardos, alguns haviam lutado por Rob Stark, embora esses fossem mais escassos, principalmente considerando o insucesso do jovem lobo.

Davos notou que Jon estava mais calado que de costume, nem mesmo riu das piadas feitas pelos homens, e algumas delas não era totalmente horríveis.

—Está quieto Lorde Snow. - Tyrion pontuou. Não alto o suficiente para que todos na roda ouvisse, mas Davos, sentado a esquerda de Jon, enquanto o duende estava à direita, pode entender perfeitamente. -Com a cabeça Winterfell? - O homem provocou.

—De fato.

—Bem, eu também gostaria de saber se Sam e Gendry conseguiram. Acredito que seja essa sua preocupação meu Lorde. -Davos afirmou em um esforço para não dar espaço para animosidades entre os dois homens, havia percebido desde a estrada, enquanto caminhavam juntos, que Tyrion Lannister parecia disposto a tentar pressionar Jon, imaginou que aquilo tinha relação com o principal assunto que os dois tinham em comum: Daenerys Targaryen. Davos tinha a distinta impressão de que os homens estão sempre brigando por duas razões: mulheres e seus próprios egos. Por isso, sempre achou as mulheres de longe mais inteligentes. A prova disso era o fato de que as duas cabeças restantes na guerra pelo trono de ferro eram do sexo feminino. Cersei e Daenerys haviam ultrapassado Robert, Stannis, Renly, Twin Lanister, Rob Stark e tantos outros que tinham a pretensão de tomar o poder. Se ele pudesse apostar - e os deuses sabiam que ele tinha gosto por apostas - diria que Tyrion estava incomodado com a escolha de Daenerys para sucessão e ainda e ainda com a escolha de compartilhar a cama com Jon, um segredo que cada vez mais ficava óbvio pelos olhares que eles trocavam. Ele podia entender o medo da Mão da Rainha, ele mesmo havia advertido Jon sobre os riscos de misturar amor e política, mas uma coisa era alertar, outra, totalmente diferente e que não lhe cabia, era tentar ditar o comportamento de Jon.

—Vou patrulhar o perímetro. -Jon afirmou levantando e partindo.

—Os Starks se ofendem com facilidade. -Tyrion disse encarando Davos e tomando um grande gole de seu recipiente particular. Talvez estivesse bêbado, Davos pensou. -Suponha que entenda bem disso, eles compartilhavam tal traço com os Baratheons.

Davos permaneceu por alguns minutos e então seguiu para encontrar com Jon. Ele estava parado na escuridão, com uma tocha na mão e o brilho da espada como guia para sua identificação. Ele moveu-se rapidamente ao ouvir os passos e Lorde das cebolas rapidamente se identificou, estava ficando velho para se mover rápido o suficiente contra a habilidade de Jon.

—Ignore o que ele diz. O pobre homem está bêbado e não deve ter o costume de estar em batalhas, não no campo aberto. Vulnerável.

—Não me importo com o que fiz, me importo com a verdade que suas provocações podem carregar. Talvez eu seja um idiota por estar preocupado com qualquer outra coisa que não a sobrevivência. Eu fiz um juramento, anos atrás…

—Se bem me lembro, acho que se livrou dele ao morrer Jon.

—“Dou a minha vida e minha honra à patrulha da noite”. - O nortenho afirmou. -Talvez eu esteja isento da primeira parte, mas eu nunca vou deixar de fato de ser um patrulheiro, minha honra…

—Se vamos falar do que deveria ter sido, deveria lembrar que você nunca nem deveria ter entrado nela. Não é um bastardo, não é um criminoso, não é um terceiro filho. A patrulha nunca foi pra você.

—Vou colocar esse dilema na conta das coisas que me foram negadas por pais egoístas. -Jon disse com um sorriso triste.

—Meu rapaz, sobre a rainha, o que quer que esteja preocupando-o, está claro que ela te ama.

—Eu sei disso, mas pessoas em posição de poder não podem fazer o que bem entendem, agir com base em seus sentimento. Quando fazem, destroem dinastias seculares. Basta olhar para Rhaegar.

Davos sentiu que não havia muito que pudesse dizer a Jon, na verdade, ele estava impressionado com o fato de que o Lorde havia falado tanto, considerando que ele normalmente não conversa sobre qualquer coisa que não seja caminhantes brancos. E foi quando Davos ia sugerir que voltassem para o acampamento que algo surgiu na escuridão atacando-o. Jon rapidamente empunhou sua espada e cravou na criatura que se desmanchou, foi só então que Davos percebeu que era um dos mortos. Jon levantou a tocha e eles puderam ver que vários outros avançavam na direção deles.

—Corra! -Jon disse sem tirar os olhos da ameaça que se aproximava. -Acorde todos. Agora mesmo!

—Não pode com eles sozinho Jon, não banque o herói.

—Vou apenas criar distância para que você peça reforços. -Ele afirmou dando um passo à frente. -Davos, vá, agora!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bastards and Queens" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.