Bastards and Queens escrita por kelly pimentel


Capítulo 11
Herança


Notas iniciais do capítulo

Voltei, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/741053/chapter/11

Depois que Jon recebeu a notícia sobre suas relações sanguíneas e deixou o salão, aos poucos, os presentes foram fazendo o mesmo. Arya permaneceu, passado o choque inicial de aprender que seu irmão, o irmão que ela cresceu amando e admirando, era na verdade filho de Rhaegar Targaryen, havia algo que ela queria saber. Ela encarou o rosto sem expressão de Bran Stark, e pensou em como sentia falta do menino com quem costumava implicar e aprontar por Winterfell, ela era apenas dois anos mais velha, o que fazia com que, apesar da diferença de tratamento que recebiam garotos e garotas, tivessem muito em comum.

—Deseja falar comigo? - Bran perguntou encarando-a.

—Há quanto tempo você sabe sobre Jon e Daenerys? -Arya perguntou sem rodeios. -Há quanto tempo sabe que eles são tio e sobrinha? - Arya sabia que Jon estava apaixonado pela rainha dos dragões, ele era bom em esconder seus sentimentos, era bom em compartimentalizar as coisas, sempre foi, e parece ter se tornado especialista com o tempo, mas ela o conhecia o suficiente para perceber a sutil mudança que a presença da mulher de cabelos prateados causava.

—Desde que eles estiveram aqui pela primeira vez, mas eu não sabia de tudo.

—E deixou que eles se envolvessem? -Arya quis saber.

—Não. Eu permiti que eles pudessem entender o que sentiam sem o peso da notícia, mas acredite, contar antes não mudaria nada. Eles já estavam apaixonados.

—E por que contar agora?

—Eu não sabia que ele não era um bastardo. Saber que ele tem direito ao trono mudou tudo, precisamos de alguém que possa nos guiar pela grande noite e depois dela.

—E você acha que Jon é essa pessoa? Não Daenerys.

—Eu não posso ver o futuro Arya, não sei o que vai acontecer, mas sei que duas boas apostas é melhor do que apenas uma.

Arya queria discutir com Bran, queria dizer que ele não tinha direito algum de controlar as vidas alheias, de fazer o que bem entendesse com as informações que possuía, mas ela sabia que seria em vão. Naquele momento, ela olhou para Bran e não considerou que aquele pudesse ser de fato o seu irmão. Naquele momento, ela considerou a possibilidade de que Jon e Sansa fossem tudo que restava de sua família.

Ela foi até o irmão mais velho naquela noite, mesmo que ele não quisesse ver ninguém ainda teria que ouví-la. Encontrou Jon em seu quarto, de pé, encarando a grande janela de vidro. Arya se aproximou e pode ver as sombras do acampamento dos Imaculados, o máximo que se podia ver, mesmo com todas as tochas acesas lá embaixo.

—Vim ver como você está. - Ela afirmou encarando o irmão, Jon não se moveu, continuou encarando a janela. - Posso perguntar no que está pensando?

—No Rei da Noite - Jon disse. -Seu exército já está pronto enquanto nós esperamos pelos Lannisters.

Arya queria dizer que também imaginava a chegada dos Lannisters, mas por outra razão, ela mataria todos eles se pudesse, mas aquele não era o momento para olhar para suas próprias feridas.

—Você está usando o Rei da Noite como um mecanismo de fuga. - Arya pontuou, aquilo fez com que Jon se virasse para encará-la. -Jon, você precisa falar sobre isso. Precisa contar a verdade a Daenerys.

—Ela não pode saber, não agora. De todas as coisas ruins que aconteceram nos últimos meses, essa pode ser a pior de todas as coisas. Daenerys merece ser rainha, não quero que ela se sinta ameaçada pelo direito sanguíneo que aquele papel representa. Ela já perdeu muito por minha causa.

—Talvez você devesse dar mais crédito a ela. Tenho certeza de que vai ficar tudo bem.

—Como? Como você pode ter certeza? Por acaso também é o maldito corvo de três olhos? - Jon perguntou. Arya não pode deixar de rir, o que fez com a expressão no rosto de Jon perdesse um pouco da dureza apresentada.

—Não, claro que não, mas eu vi o jeito como ela olha para você. Ela te ama.

—E é por isso mesmo que eu não posso contar.

……...x……...

Nos dias seguintes à descoberta sobre sua descendência, Jon conseguiu manter-se distante de Daenerys. A rainha estava indisposta e por mais que ele quisesse estar lá, sentado ao lado dela, esperando que ela se sentisse melhor, não podia. Não iria conseguir passar muito tempo ao lado dela sem tocá-la, sem beijá-la, e não podia fazer isso sem contar a verdade. Então precisava se manter afastado. Seu único consolo era o fato de que Daenerys tinha apenas um resfriado, havia sido cabeça dura o suficiente para fazer questão de não se proteger contra a neve enquanto seguiam pela Estrada do Rei. Então ele passou seus dia treinando soldados nortenhos, ajudando na distribuição das armas feitas com vidro de dragão e simplesmente se negando a enfrentar a realidade.

Com uma espada na mão, treinando os homens, ele podia ser apenas Jon, sem sobrenomes ou títulos. Aquilo o levava de volta a momentos mais simples, a seus primeiros dias no Castelo Negro, quando ajudava Green e Pyp a se tornarem melhores soldados, treinando golpes laterais, técnicas de defesa, ensinando-os a usar o que tinham de melhor, a explorar as fraquezas dos adversários. Lembrou-se do dia em que conheceu Sam, de como ele estava sendo chamado de Sor Porquinho e de como Sor Alliser poderia ser cruel. Ele nunca pensou que desejaria ser de fato um bastardo, sempre odiou o nome Snow, sempre pensou em como nunca passaria isso para seus filhos.

Eram tempos mais simples, seu pai ainda estava vivo, era a Mão do Rei, seus irmãos estavam todos seguros, Robb estava vivo, sua única preocupação era saber se Tio Benjen voltaria para a muralha. Agora o tio estava morto por causa dele, seu pai tinha morrido, Robb, Rickon, muitos de seus irmão das muralha, e até mesmo Jon Snow estava sendo assassinado, substituído por Aegon.

—Essa é sua estratégia? - Davos perguntou se aproximando de Jon enquanto ele voltava para seus aposentos no final da noite- Evitar conversar com qualquer um de nós?

—Não há nada para se falar. - Jon afirmou severamente. - Eu não quero ouvir mais uma palavra sobre o assunto Davos.

—Mas deveria, você tem direito a….

—Você lembra de quando nos conhecemos? Você e Stannis me ofereceram a coisa que eu mais queria na minha vida, o nome Stark. E eu não aceitei, acha mesmo que eu vou aceitar isso? Eu nunca quis ser um príncipe, nunca quis nada disso...

—É a sua história, você precisava saber.

—Tem razão, eu sempre quis saber, mas acho que a partir de agora vou ser mais cuidadoso com os meus desejos.

—Você acha mesmo que voltou dos mortos para nada? Você é o herdeiro do trono..

—Eu não sou nada além de Jon, Davos. Eu não mereço aquele trono e, acima de tudo, eu não o quero.

—Não é sobre o que você quer Jon. Você nunca foi um bastardo, pode se chamar de Jon, ou de qualquer outra coisa, mas você não é um Snow. É um Stark, é um Targaryen.

Jon lembrou-se da conversa que teve com Theon Greyjoy ainda em Pedra do Dragão, quando disse que ele era tanto Greyjoy quando Stark, que o sangue não muda uma pessoa, ele não era um Targaryen, nunca foi criado como um, poderia aprender a conviver com isso se preciso, mas a única coisa que realmente não podia era encarar o olhar de Daenerys quando ela soubesse a verdade.

……..x…….

—Então você nunca chegou em Castelo Negro? - Gendry pergunta para Arya. Ele está ajudando a afiar algumas das muitas espadas que precisam estar prontas para batalha.

—Não. -Arya respondeu testando uma das espadas prontas. Não era uma das melhores armas de todas, mas era boa o suficiente para o combate grosseiro que imagina necessário para lutar contra os mortos.

—Isso é tudo que ganho? É tudo que vai me contar?  - Ele perguntou.

—Vai me contar o que aconteceu com você depois que resolveu me abandonar? -Ela questionou encarando-o. Arya ainda tinha a espada em sua mão, nivelada com o braço. Muitos anos se passaram desde quando haviam se separado.

—Você é boa com elas. Com as espadas.

—E você é bom em mudar de assunto. - Ela respondeu fazendo-o sorrir. Arya gostava do sorriso de Gendry, ele tinha um sorriso sincero, como alguém que, mesmo tendo sofrido, ainda gostava de sorrir. Ela lembrou do Rei Robert, ele também sorria com gosto, quando sorria”. Além do sorriso, eles compartilhavam a fúria. “Nossa é a fúria” é o lema da casa Baratheon e Gendry poderia não ter o nome do pai, mas sabia que o que cochichavam sobre infidelidade de Cersei tinha razão, “a semente é forte”, todos os Baratheons tinham os cabelos negros, a mesma estrutura forte. Gendry tinha o mesmo olhar de fúria do pai, talvez um pouco da bondade de Renly, e Arya pensou em como ele poderia ter sido menos infeliz se tivesse a cautela de Stannis. De qualquer forma, era o último Baratheon vivo.

—Eu gostaria de nunca ter ficado com a irmandade. - Gendry afirma. Aquilo faz com que Arya sentisse uma sensação estranha no peito.

—No fim das contas, você agora poderia estar morto se tivesse ido comigo. Eu não encontrei Robb, não vivo, mas não adianta de nada olhar para o passado assim. - Arya disse. - Coisas horríveis aconteceram com todos nós, mas não falemos do passado.

—Tudo bem, me conte o que vai fazer agora que é novamente um lady?

—Eu nunca fui uma Lady. - Arya respondeu.

—Sempre foi uma lady para mim. Gendry respondeu. Ela lembrou de quando Gendry a chamava de “my lady”.

—E você sempre foi um touro idiota. - Ela respondeu a provocação, fazendo-o sorrir.

—Seria um péssima Lady. O inferno pessoal de qualquer marido. -Ele pontuou encarando-a. Arya deve ter deixado algo escapar em sua expressão, pois, Gendry fez questão de se retratar - Não me entenda mal, é só que, bem... faz sentido que o símbolo da sua casa seja um lobo, você é mais lobo do qualquer outra coisa. É... voluntariosa.

—Meu avô chamava isso de “sangue de lobo”, meu pai dizia que eu o tinha mais que meus irmãos. Acho que você prefere as pessoas que fingem concordar com você, talvez seja um tolo como seu pai.

—Não. -Ele responde. -Não mais.

Arya queria abraçar Gendry novamente, em todos esses anos, ele sempre foi o único homem que lhe despertou interesse, ela admirava seu jeito simples, sua dedicação ao trabalho, gostava de como a linha dura de seu maxilar ficava quando ele sorria, gostava de seus olhos azuis, mas ele já havia deixado claro em outras ocasiões que eles não eram um para o outro.   

—É você? O que vai fazer?

—Bom, lutar contra os mortos. Devo isso a Davos por ter salvo a minha vida em Pedra do Dragão. Além disso, gosto do seu irmão. Ele é um bom homem. -Arya pensou em Jon, na dor com a qual ele deve estar lidando desde que descobriu a verdade sobre suas origens. Aquilo deveria ser terrível, gostaria de poder compartilhar aquilo com Gendry, mas precisava respeitar a vontade do irmão. -Também admiro a rainha dos dragões, ela é justa. Por sinal, sabe se está melhor?

—Apenas um resfriado, já está se recuperando. - Arya conta.

—Ótimo! Então é isso, se eu sobreviver aos mortos, penso no que fazer.

Arya ouviu aquilo encarando os olhos de Gendry pensou que, talvez, ele fosse mesmo agora mais sensato. Todos deveriam pensar o mesmo, em viver primeiro, planejar depois.

—Arya… - Gendry começou a dizer, mas foi interrompido por uma voz estranhamente familiar que disse “Fiquei sabendo que está viva, mas eu tinha que ver”.  Arya passou seus olhos de Gendry para direção na qual a voz vinha e encontrou o Cão de Caça parado. O homem tinha uma aparência um pouco melhor do que na última vez que se viram, quando ele lutou com Brienne e Arya fugiu, negando-se a matá-lo.

—Eu achei que você estivesse morto! Acho que somos ambos difíceis de matar. - Arya disse sorrindo. Apesar de tudo, era grata ao homem. Teria morrido durante o casamento vermelho se não fosse por ele.

………...x……….

Depois de dias seguidos de cama, Daenerys acordou sentindo-se melhor, estava mesmo esgotada da viagem. Fez sua refeição pela manhã em seu quarto, acompanhada de Tyrion que contou a ela sobre a inquietação dos seus irmãos de sangue. Ela teria que conversar com os homens mais tarde, em breve estariam indo para guerra. Recebeu a visita de Arya no dia anterior, assim como a Sansa, foram as únicas Starks ao alcance de seus olhos, não via Jon desde quando saíram juntos do bosque, desde quando ele tinha dito que a amava. Em vez disso, apesar da ausência do dono, Fantasma não saiu do seu lado por muito tempo. Daenerys notou que o lobo era muito parecido com o homem, vigilante, sempre atento, mas ainda assim discreto. Missandei contou que, mesmo quando ela estava dormindo, o lobo esteve de sentinela, olhando-a fixamente.

Saiu do quarto no começo da tarde, e seguiu para o salão com Missandei. Elas comeram juntas, acompanhadas por Sansa Stark, que parecia menos severa do que de costume, embora suas palavras saíssem com o mesmo tom de dureza e inexpressão de sempre. Depois de deixar claro sua satisfação com a melhora de Daenerys, Sansa compartilhou com ela o que aconteceu envolvendo Lorde Baelish.

—Ele nunca confessou ter mandado que a atacassem, mas ele nunca confessou nada. Ele nunca confessaria. - A loba contou.

—Acho que o importante é que ele está morto, e que não conseguiu abrir um abismo entre você e Arya, Lady Sansa.

—Não, não conseguiu. Minha irmã pode me odiar, mas também me ama na mesma medida.

—Não acredito que ela a odeie.

—Deveria acreditar. Arya é tão temperamental quanto Fantasma, e tão protetiva ao redor dos que amam quanto ele. Quando eu estava em Porto Real, presa pelos Lannisters na minha gaiola dourada, eu fiz algo que ela considera imperdoável. E Arya nunca esquece nada, e leva o tempo que precisar, mas eventualmente ela cobra o preço.  

—Lady Sansa, se me permite dizer, você também não me parece alguém que costuma esquecer.

—Talvez vossa graça. Você não comete o mesmo erro duas vezes com um Stark, mas eu passei a maior parte da minha vida querendo ser mais peixe e menos lobo, mais Sul e menos Norte. Primeiro eu queria ser uma Baratheon, acabei me tornando uma Lannisters, depois uma Bolton.

—Foi casada com um Lannister? - Daenerys perguntou curiosa.

—Com a sua Mão. Lorde Tyrion. Eu só tinha catorze anos, mas não se preocupe, ele foi o melhor dos meus maridos. De qualquer forma, nosso casamento foi anulado. E agora eu sou viúva.

Daenerys não estava impressionada, tinha casado mais cedo do que Sansa. Estava grávida no décimo quarto dia de seu nome. Entendia dos horrores de ser mulher quando os homens dão as cartas, mas sabia que algo terrível havia acontecido com Sansa, Jon havia comentado, embora, obviamente, não tivesse entrado em detalhes.

—Quando isso mudou? Quando quis ser mais loba do que qualquer outra coisa?- Daenerys perguntou encarando os olhos profundamente azuis de Sansa.

—No fim das contas, não podemos escapar de quem somos, podemos? Cedo ou tarde temos que aceitar, e às vezes precisamos ser forçados a isso.

—Não. Acho que não. - Dany respondeu tentando não ler demais no que a mulher de cabelos vermelhos disse.  -Não vi Jon o dia inteiro. - Ela pontuou mudando de assunto. Daenerys estava furiosa com o fato de que Jon não havia ido vê-la, mas não queria deixar aquilo óbvio. Sansa tomou uma grande gole de vinho antes de responder.

—Também não o vi. Jon sempre foi bom em se sumir por Winterfell, ele aprendeu a fazer isso para evitar o olhar da minha mãe.

—Deve ter sido difícil para ela.. - Daenerys pontuou. - Mas, por outro lado, ele era só uma criança.

—Sim, tenho certeza de que ela estaria arrependida se estivesse viva. Principalmente se soubesse de toda a história - Sansa afirmou. - Daenerys achou que havia algo por trás daquela afirmação, mas não sabia o quê. - Gostaria de caminhar um pouco comigo, vossa graça? - Ela perguntou. - A sós.

—Claro. - Daenerys respondeu levantando-se. Missandei olhou para a rainha deixando evidente a desconfiança, mas Daenerys considerou que não tinha o que temer.

As duas deixaram o grande salão e partiram em direção a uma das torres laterais do Castelo. Sansa contou que Bran havia sido jogado daquela torre. Daenerys olhou para cima, era uma queda alta para um garoto de nove anos.

—Não me chamou para um passeio pelos pontos macabros de Winterfell. O que deseja Lady Sansa? - Daenerys perguntou firmemente.

—Mostrar isso. - Ela respondeu passando a Daenerys um pergaminho recém retirado do espaço entre seu cinto, por baixo da capa da loba. A rainha abriu o papel e encontrou um documento que provava o casamento de Lyanna Stark e Rhaegar Targaryen. Ela olhou para aquilo e não pode deixar de sorrir, se eles se casaram, por mais irracional que isso possa parecer, deveria ser um sinal de que se amavam e de que a versão da história que contavam sobre seu irmão era falsa.

—Onde achou isso?

—Essa é a pergunta errada. - Sansa disse. -Comentou que não viu Jon o dia inteiro, assim como sei que ele não foi vê-la nos últimos dias, enquanto este doente. Jon está se mantendo afastado por causa deste papel. Ele descobriu que é filho legitimo de Lyanna e Rhaegar, ele descobriu que é seu sobrinho e herdeiro do trono de ferro.

…………..x…………,

Jon passou a mão pelo focinho do dragão, a pele gelada de Drogon era impressionante, havia algo no olhar do animal, uma afeição. Ele imaginou se aquilo era algum tipo de conexão Targaryen, mas talvez fosse outra coisa, ela sabia que a conexão que tinha com Fantasma não era comum, sentiu isso em vários momentos. No dia em que Daenerys foi atacada, era como se ele fosse o lobo.

Ele tirou aquelas ideias da cabeça e imaginou como seria voar. Pediria a Daenerys por permissão em algum momento, isso se ela fosse perdoá-lo quando contasse a verdade. Rhaegal e Drogon se agitaram e Jon olhou ao redor, ao longe, podia ver alguém se aproximando num cavalo, aos poucos, ele pode perceber que era Daenerys. A aproximação da rainha fez seu coração doer. Ele queria estar perto dela, mas precisa se manter distante, a dualidade controversa da situação o estava matando.  

—Você não deveria estar aqui fora, não com esse tempo. Vai acabar piorando. - Ele afirmou encarando-a no momento que ela desmontou do cavalo, mas então Jon notou que havia algo em seu olhar, uma expressão de choque. Ela sabia, mas como?

—Quando pretendia me contar? -Dany perguntou.

—Eu não sei. - Ele disse sendo honesto. - Eu mesmo gostaria de esquecer. Acha que é fácil descobrir que toda a minha vida foi uma mentira?

—Não, claro que não, mas, Jon, isso muda tudo.

—Não. Isso não muda nada Daenerys.

—Como não muda nada? - Ela pergunta. -Você sabe o que isso significa, certo? Você é filho do meu irmão, é o verdadeiro herdeiro do trono.

—Eu sei o que isso significa! Eu entendo como a linha de sucessão funciona, mas eu não quero isso. Quando eu aceitei ser Rei do Norte, eu fiz porque seria a única forma de ser ouvido com relação aos caminhantes, e porque o Norte é a minha casa. Eu nunca quis um torno, principalmente um que fica no Sul.

—Não é tão simples assim.

—É. Eu não preciso aceitar. Ninguém nem precisa saber que eu sou um Targaryen, nunca.

—E o que isso significa para nós dois? - A rainha pergunta encarando-o. Jon pensou muito sobre isso nos últimos dias, ainda assim, não tinha uma resposta. Daenerys ser sua tia era uma ideia que não entrava em sua cabeça.

Antes que Jon pudesse responder um cavalo se aproximou. Jon observou Gendry parando perto deles, mas mantendo sua distância dos dragões.

—A muralha…. - Gendry disse. Sua respiração estava ofegante - Eles a derrubaram!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, prometo que o impasse entre Jon e Daenerys se resolve no próximo capítulo. Eles não vão ficar muito tempo distantes. Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bastards and Queens" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.