Knights Gods - Prisoners of Blood escrita por Luana Cajui


Capítulo 9
Eles deixam de ir ao hospital por causa disso.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus fantasmas, aqui está mais um capítulo saindo do forno para vocês



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10 anos atrás, logo após a Ipidemia no Orfanato de Gotham.


Fazia horas que ele estava naquela sala, completamente sozinho, nenhum dos policiais (homens) queriam se aproximar, temendo o mesmo fim que os outros garotos do Abrigo, sendo somente as mulheres a conseguirem chegar perto.
A detetive Decker foi a única disponível para o caso.
A mulher entrou na sala de interrogatório, acompanhada de uma outra, elas analisaram aquela criança sentada encolhida na cadeira.
—É sério que algemaram ele? Ele é uma criança, as mãos vão passar pelas algemas fácilmente. -disse a detetive, puxando uma cadeira para se sentar, o mesmo fez a outra mulher que fez questão de se sentar na frente do garoto.
Elas ficaram um tempo em silêncio, até perceberem que o garoto não iria dar o primeiro passo.
—Bom, Olá Albafica - Comprimentou a mulher a sua frente. -Acho que já conhece a Detetive Decker, mas eu devo ser um rosto novo para você, sou a Psicóloga Volskaya, é um prazer conhecer você.

A mulher sorria para ele, induzindo o garoto a usar um pouco da educação que sua mãe lhe dera.

—Albafica Isley, mas acho que você já sabe disso.

A detetive Decker olhou para a Psicóloga ao seu lado abismada, o garoto não havia dito nada para ela ou algum outro agente e a mulher não estava na sala nem a 10 segundos e já tinha conseguido arrancar uma apresentação vinda do garoto.

—Oh, você fala, tinham me dito que você era mudo, fico feliz, assim você facilita o meu trabalho. Posso explicar o que vou fazer? -ela pergunto puxando algumas pastas das mãos da detetive.

Albafica assentiu. Volskaya pegou algumas fotos e as colocou na frente de Albafica.

—Vou te mostrar três fotos diferentes e você me diz o que sabe delas.

A primeira foto era de sua mãe, ela parecia a mesma de sempre, só que tinha os olhos mais fundos,

—Você sabe quem é essa mulher, Albafica? -perguntou ela. O garoto a olhou ultrajado.

—A minha mãe é claro! -disse ele.

A mulher continuou a sorrir e mostrou a foto de uma mulher loira.

—É essa?

—Mamãe Harley -respondeu ele sério.

O sorriso da mulher sumiu.

—Sem pai? -perguntou ela.

—Eu não ligo pro doador de esperma, é irrelevante.

Volskaya assentiu concordando, ela puxou o pulso da detetive e sussurou para ela; "gostei do garoto".

—Muito bem querido, agora, você reconhece isso?

Ela mostrou uma foto de algum tipo de tubo quebrado. Albafica ficou um tempo sem responder, tentando lembrar o que seria aquilo, até ele se tocar que aquele foi o tubo que sua planta havia destruído momentos antes dele ser nocauteado pelo Sr.Destino.

—Ah você se lembra...sabe dizer o que tinha ali dentro?

Albafica fitou os olhos de Volskaya por alguns instantes, percebendo uma mensagem subliminar na sua pergunta e em seu olhar antes de responder.

—Não.

A partir daí o garoto se demonstrou menos colaborativo com a Psicóloga, focando toda sua atenção a Detetive Decker.

—Oi de novo, Albafica -disse ela, séria. Decker pegou algumas fotos de sua pasta e as colocou sob as fotos de Volskaya. -Como você demonstrou ter boa memória, você saberia me dizer quem seriam essas pessoas?

Nas fotos, estavam retratados os três garotos que se divertiam as custas de Albafica, que o maltratavam a seu belo prazer.

—Rick, Eric e George.

—Foi você que os matou? -perguntou a Detetive sem rodeios atenta ao rosto do menor.

Albafica fitou o chão, algo em seu olhar demonstrava culpa.

"Foi ele."

—Não era pra acontecer...-Ele disse em voz baixa.

—O que não era para acontecer, Albafica.?

—A morte deles...-Albafica encarou a detetive, como se ela fosse sua única salvação -Era apenas para causar uma diarréia ferrenha, mas...

—Você não tinha como saber que eles eram intolerantes a Lactose. -disse a detetive, o garoto assentiu.

—As duas coisas se somaram e acabou assim....morte por desidratação. -Completou
ele.

—Enquanto aos outros garotos do Orfanato, você matou eles também?

Desta vez o garoto encarou a detetive com convicção.

"Não?" -pensou

—Depois que eu fiz o tônico...eu queimei o que sobrou da flor, não tinha como eu fazer mais...

A detetive ouviu aquelas palavras, mas ainda não estava convicta das palavras do menor.

—Você nega ter matado o Rick, George e o Eric? -perguntou Volskaya

—Não. -disse ele

—Você nega ter matado os demais garotos do Orfanato?

—Nego. Eu não os matei!

A detetive Decker sorriu pela primeira vez e se levantou da mesa, guardando as fotos, Volskaya a acompanhou.

—Obrigada pela colaboração, Albafica, a Srta.Volskaya vai te trazer algo para comer, afinal ficar aqui por umas sei lá, sete horas não deve ser lá muito legal, quer ir ao banheiro?

O garoto negou com a cabeça e ambas as mulheres saíram da sala.

—_____________________________________

—Então, o que vocês dois acham? - perguntou a Detetive Decker aos dois homens na sala de escuta.

Nem ela nem Volskaya pareciam muito surpresas em ter o Batman ali na frente delas.

—O garoto não estava mentindo - argumentou a Russa, mexendo em uma mecha de cabelo. - Apareentemente ele pode copiar as enzimas tóxicas das plantas e soltar-las no ar de maneira inconsciente, como os ferômonios, só que mais perigoso no caso. Meu sensor indicou um alto nível próximo a ele, uma exposição mais prolongada pode causar a morte.
—E o que você sugere que eu faça? -perguntou o Detetive Gordon.
—Devolve ele para a Hera -disseram as duas mulheres.
—Ela é a única que pode ajudá-lo a controlar os poderes -disse Volskaya.
—É também o garoto não sabe agir em sociedade, foi só criado entre as duas e mais ninguém, no máximo ele era os olhos e ouvidos delas, para saber o que acontecia na cidade.
—Até vocês capturarem o garoto.
—Arkham não é o lugar mais apropriado para uma criança. -contrapós o homem morcego.
—Uma criança desacompanhada, e eu duvido que algum maluco chegasse perto dele com a "fucking mãe natureza" guardando seu filhote.
—Ela tem um ponto, em Arkham a Hera fica isolada em uma "cela" especial, tem capacidade pra mais um dividir o espaço como ela além das plantas é claro.
—Sem falar que tirariamos mais uma potêncial arma das máfias de Gotham, assim não poderam usa-lo como arma.
—Então, o enviamos para Arkham? -perguntou o detetive Gordon, tirando seus óculos e os limpando com um lenço.
—Sim -disseram as mulheres.
Batman demorou um pouco para responder, ele encarava os olhos do garoto do outro lado da parede.
—Tenham certeza de mante-lo longe de todos os outros.

—_____________________________________

—Ela está com ele ?! -Damian apontou para a foto no computador, a imagem era relativamente velha, mostrando um Albafica com quase nove anos de idade.
—Albafica Isley... -Murmurou Dick Grayson - Você nunca disse que a Hera tinha um filho.

Bruce Wayne olhou para os filhos com a cara amarrada,sem responder. Só havia se passado algumas horas desde que a figura loira havia "sequestrado" sua filha mais nova e ele estava furioso e questionando absolutamente tudo que ele podia sobre a garota.
Selina estava ali e ela parecia perturbada com alguma coisa, afinal ela tinha uma amizade de longa data com a Senhora da Natureza e com a Palhaça mais odiáda de Gotham.
— Ginásio de Gotham, Biblioteca municipal, Pistas de Skate e a antiga fábrica de Tecidos. - disse ela de repente
—O que ? -perguntou Bruce.
—Os lugares favoritos dela, ela sempre ia para alguns deles quando fugia de casa.
Bruce não disse nada por alguns segundos.
—Você sabia onde ela estava no dia em que ela fugiu?
—Agatha nunca fica num mesmo lugar por muito tempo. -Explicou- Eu prefiro deixar ela sozinha para evitar transtornos para nós duas, ela me avisava onde estava e eu deixava ela esfriar a cabeça, ela nunca voltava muito tarde porém...
—Quando ela não apareceu em casa você avisou para começarmos a procurar. -deduziu o garoto prodígio
Selina se encolheu em sua cadeira.
—Eu fui procurar ela no ginásio, mas ela já havia saído, pegou o ônibus pro subúrbio, mas eu não a encontrei no último ponto...
—Na fábrica de Tecidos?
Selina assentiu
—Agatha gosta de Gatos e bem as pessoas os abandonam muitos lá, e a fábrica é bem segura, estando sempre vazia, mas ela nunca chegou.
—Morreu a poucos pontos de lá.
—A quanto tempo ela fazia isso? -Bruce perguntou, desta vez, mexendo em um "mini" computador.
—Era algo rotineiro, por quase... cinco anos...É cinco anos, antes ela detestava ter que sair de casa, por que?

Em poucos minutos o homem mais velho revirou as câmeras de segurança dos lugares que Selina havia citado, em várias das imagens relevantes, nos primeiros meses a sua filha aparecia acompanhada por um grupo inteiramente feminino, todas da sua idade e que pareciam serem mais humildes, algumas carregavam skates outras mochilas, mas logo o grupo teve um crescimento, com mais dois integrantes, eles pareciam se esconder nas roupas que usavam e assim se seguiu com mais dois integrantes no grupo e depois, mais um, que não se importava de mostrar o rosto, era uma garota negra com vestimentas parecidas com algumas que Diana gostava de usar, de "estilo grego".
Apenas em um anos após isso, o grupo ficou mais ousado, deixando seus rostos amostra, haviam um casal que pareciam gêmeos, a garota negra e o que mais irritou Bruce, Albafica, não pela ousadia, mas sim por Albafica e Agatha estarem abraçados andando juntos e em uma gravação em especial o grupo estava acompanhado por Selina..

Damian olhou para as filmagens desacreditado.

—Você sabia que a Agatha andava com ele...

—Sabia -admitiu ela- Nenhum dos dois causavam encrenca, então, por que não?

—Selina, o garoto assassinou três pessoas.

—É daí? -revidou ela. -Eu tenho mais sangue nas mãos do que ele. Tive que fazer pior até.

Bruce a encarou em silêncio.

—Sim, eu sei que ele matou três pessoas no abrigo e mais algumas não intencionalmente, mas isso não é de longe a pior coisa que qualquer um na idade dele teria feito para sobreviver, ou você se esqueceu de tudo que eu tive que fazer?

Bruce suspirou, ainda se mantendo calado enquanto mexia em seu "computador".

—Como você deixou isso acontecer? -Questionou Damian olhando para Selina. - Ele é filho da Hera Venenosa, uma vilã!

Selina tratou de olhar para o afilhado com um brilho "vilanesco"

—Você é filho da Batman e mesmo assim não tem atitudes heróicas como ele. Julgar um filho pelos erros dos pais é tão sem sentido quanto achar que um dia você vai assumir o manto do Homem Morcego.

Um sorriso se formou no rosto de Selina, indo de orelha à orelha ao ver a fúria no rosto do adolescente, para que em seguida ela se levantasse.

—Vou procurar os dois, Albafica não deve ter ido muito longe.

—Como você sabe? - perguntou Bruce a encarando.

Selina revirou os olhos.

—Você acha mesmo que o garoto ia sair da cidade onde a mãe dele esta presa? Pff Bruce, algo te abalou pra você não ter sacado nada.

—__________________________

No final das contas, Selina acabou sendo acompanhada por Bruce na procura por Agatha. Os Waynes haviam se dividido em duas equipes, o casal principal e Damian e Dick, os outros membros da BatFamilia não foram informados do ocorrido.

O casal tinha acabado de sair do Uber em frente à velha fábrica, destino de Agatha na noite de sua "morte". Bruce analisou o local, que tinha uma fachada decadente tomada por trepadeiras e outras plantas.

—Agatha devia gostar mesmo desse lugar...-murmurou a mulher para si mesma.

—Por que ela viria para cá? -Perguntou o homem caminhando com Selina até uma pequena entrada lateral que estava aberta.

—Pode não parecer por fora, mas aqui é um bom lugar para jovens se reunirem regularmente e não estou dizendo o tipo de jovens "normais".

—De qual tipo?

—Do tipo "meus pais são vilões/cuzões/babacas e todos nós culpam pelos erros dele" e "meus pais são seres perfeitos/sem erros/ defeitos e todos fazem questão de eu seja um clone deles". Ia ser um ótimo lugar para procurar.

—Ah esse tipo de jovem... -disse ele, lembrando vagamente de sua juventude onde havia acabado de perder os pais.

—Vamos? -Perguntou a mulher, abrindo a porta e entrando logo em seguida.
Antes que Bruce pudesse impedi-lá, uma Saraiva de miados atingiu os seus ouvidos. Quantos gatos havia ali afinal? A resposta era muitos e muitos gatos.

O lugar estava lotado, os felinos estavam distribuídos pelos puff's no chão e pelas prateleiras nas paredes, vários deles se embrenharam pelas pernas de Selina, ignorando o outro adulto que estava ali.

—Parece que ninguém vem aqui a algum tempo.-observou a mulher.

—Os gatos estão bem cuidados -disse Bruce, indo para o centro da antiga fábrica, onde se encontrava a maioria dos Puff.- Se estivesse realmente abandonado, eles estariam mais ariscos. Observe que nenhum deles parece doente ou desnutrido, alguém deve vir aqui regularmente para alimenta-los.

—Lembra a parte dos "jovens vem aqui regularmente "? Pois é.

—Tão regularmente que até mesmo eles deixam de ir ao hospital por isso.

Selina franzio as sobrancelhas e encarou Bruce para depois arregalar os olhos para a toalha ensanguentada que ele tinha em mãos.

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—Olha sem querer criticar nem nada, mas até que ficou bom. -elogiou Agatha, ao ver os pontos no abdômen do namorado. -Ainda sente dor?

—É lógico! -disse o Albino. -Foi sem anestesia nem nada, ainda nem acredito que ele conseguiu controlar "isso".

—Temos sorte que Marco "estuda" medicina, do contrário acho que você ainda estaria apagado lá na fábrica.

Albafica assentiu, concordando com a menor em sua frente enquanto observava a cidade de Gotham.

—Por que as docas? -Perguntou ele

Agatha suspirou.

—Minha mãe sabe de todos os meus esconderijos, lembra?

—Não era só a fábrica?

—Ah não, era a Fábrica, a pista de Skate, a biblioteca e mais alguns lugares.

—Ir para qualquer um deles esta fora de questão então?

Agatha assentiu, enquanto terminava de enfaixar os ferimentos do loiro.

—Mas ainda temos um lugar que é seguro ir...

—SafeHouse? -Perguntou ele com um sorriso.

—SafeHouse! -afirmou a morena. -Da até para levarmos "ela".

Albafica concordou com a cabeça.

—Isso se a mãe dela não fizer nenhum drama.

—Se a mãe dela não fizer nenhum drama! -confirmou a garota com um sorriso no rosto.


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