Knights Gods - Prisoners of Blood escrita por Luana Cajui


Capítulo 14
Tinha tudo pra dar certo, mas não deu.




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Sua respiração era suave, as expressões em seu rosto estavam serenas apesar da perda de peso, ele estava longe de ter a expressões angustiadas de poucos dias atrás, o que fazia Marcos se preocupar um pouco menos.

Sua sutil engenhoca havia salvado a vida de seu melhor amigo, hora simulando raios solares na outra criando densas sombras sob o corpo do Albino, só havia um problema, ele ainda não estava fora de risco.

Albafica havia ficado num estado de hibernação por semanas (semanas muito angustiantes por sinal) e quando finalmente despertou seu corpo não segurava nenhum tipo de líquido ou comida sólida, ele estava apenas vivendo de luz do "sol" e de intensa escuridão e Marcos tinha a suposição de que de luz e sombras não tivessem lá um gosto muito bom e ainda tinha os ferimentos físicos. O corpo de Albafica era repleto de cicatrizes e ferimentos. Havia ferimentos de projéteis, alguns cortes de facadas e alguns que ele tinha certeza que eram cortes de bisturi e marcas de seringas, mas sempre que Marcos tentava questioná-lo ele sempre desviava do assunto.

"Arkham deve ter sido um pesadelo para ele se quer querer tocar no assunto." — pensou o brasileiro terminando de fazer alguns curativos em ferimentos infeccionados ao terminar, Marco voltou a analisar o rosto do mais novo.

Albafica estava mais pálido que o seu normal, ele tinha hematomas em sua pele e alguns machucados em seus lábios, isso sem mencionar na violenta perda de peso que o tinha atingido, ele estava muito mau ainda e desta vez Marcos tinha certeza que o loiro não iria sobreviver se não tivesse acesso a toda uma estrutura hospitalar para que ele pudesse tratá-lo, no entanto os únicos lugares que ele conseguia imaginar que teriam tamanha estrutura seriam os laboratórios Star que ele provavelmente teria problemas com o Flash se o invadisse,tinha também um dos laboratórios das empresas Luthor mas isso significaria ter e arranjar problemas para sua irmã e isso ele já tinha aos montes, então a única alternativa que lhe vinha a cabeça era uma das mais absurdas e suicidas afinal todos em Gotham, principalmente as empresas Wayne tinham entrado em estado de alerta, qualquer tipo de movimentação suspeita seria logo abordada por seguranças armados, Marcos teria que ser muito cauteloso e pra isso ele montou um plano.

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Primeiramente antes de sair ele teria que ter certeza que Albafica iria ficar bem durante sua ausência, por isso ele se apressou em construir um pequeno autorobô para monitorar o loiro desde seus batimentos cardíacos até o estado de seu sangue, qualquer coisinha ele seria informado por qualquer mudança e tendo isso pronto, o segundo passo era conseguir arranjar um jeito de entrar nos laboratórios de maneira discreta, já que ele precisaria manipular substâncias que não se encontravam em simples farmácias de manipulação, afinal Dramim e outros remédios comuns não tinham efeito nenhum no loiro, Marcos precisava de algo muitas vezes mais forte para conseguir curar a maldita flor então ele resolveu dar uma de Hacker.
Marcos manjava um pouco de programação e de sistemas pois ele tinha que dar vida aos seus robôs, mas não manjava tanto quanto Agatha que conseguia invadir sistemas de segurança em poucos minutos, mas Marco precisou de quase duas horas para criar uma identidade falsa de um funcionário nas farmácias de manipulação mais avançadas do prédio, ele entraria logo pela manhã quando o movimento era menor tipo às 03h00 da manhã...,o quê? Alguns remédios demorariam pra ficarem prontos e eles não podiam "cozinhar" de menos ou não fariam o efeito necessário.

Tendo mais isso pronto, Marcos teria que programar um plano de fuga caso ele fosse pego, por isso ele estudou atentamente todas as saídas do prédio, cada uma delas no andar dos laboratórios e em demais andares memorizando cada porta, entradas para descarte de lixo e por fim ele só precisou dar uma última olhada em Albafica e terminar de imprimir a credencial falsa para passar pela portaria e por fim avisar Lena ou pelo menos deixar uma mensagem no whatsapp dela.

"Estou saindo pra conseguir remédios pra flor, vou estar monitorando de longe, mas se você puder dar uma verificada as vezes nela seria muito bom.
Infelizmente a Gata saiu, deve ter ido caçar alguns ratos, mas é certeza que ela foi na Varanda da Bruxa tentar conseguir remédios também, de qualquer maneira estamos ganhando, te amo beijos bregas do seu gêmeo idiota."


Marcos respirou fundo, ele tinha acabado de tomar banho e tinha os cabelos penteados para trás diferente de como ele se vestia habitualmente que era desleixado mas desta vez ele "parecia gente" como Agatha costumava dizer quando o via arrumado. Ele vestia uma calça social preta juntamente com uma blusa e jalecos brancos, sendo sua única desarmonia o par de all-stars pretos que calçava, isso junto é claro da credencial falsa pendurada em seu pescoço.

Agora era hora de colocar o plano em prática.

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Já dentro do prédio dos laboratórios Wayne o movimento aparentava tranquilidade apesar dos seguranças fortemente armados. Ninguém estranhou o fato dele andar com "tranquilidade" pelo saguão do prédio e se dirigir ao elevador então por enquanto estava tudo tranquilo.

Quando as portas se fecharam ele clicou no botão para o 13° andar, onde ficava o laboratório Farmacêutico, mas antes disso o elevador foi chamado no 20° andar na cobertura, algo que ele estranhou assim que seu andar já tinha passado e o elevador continuou a subir.

“Que porra é essa, velho?” pensou ele não podendo acreditar com ele havia dado de cara.

Bruce Wayne adentrou o elevador com sua expressão fria em seu rosto, mas apesar da expressão fria, abaixo de seus olhos se tinham olheiras profundas disfarçadas com uma certa quantidade de base e corretivo, como Marcos ele sabia disso? Marcos tinha uma irmã e ela era doida por maquiagem chegando a usar um frasco de base em menos de um mês, fazendo ele saber só de olhar quando alguém estava tentando disfarçar algo com maquiagem.

O dono das empresas Wayne arqueou as sobrancelhas assim que seus olhos se prenderam em Marco. O brasileiro gelou por dentro assim que se viu observado pelo mais velho, mas tentou disfarçar.
Sem dizer nada Bruce Wayne se colocou em pé ao lado dele e apertou no seu andar desejado.
O clima dentro do elevador se tornou tenso enquanto tocava "Wannabe" das Spice Girls, mas logo ele desapareceu quando Marco desceu em seu andar e deixou o ricaço para trás.

Assim que saiu do elevador, Marcos sentiu como se um peso tivesse acabado de sair de suas costas, ele caminhou pelo corredor até chegar numa parte com catracas, essas que dariam acesso aos laboratórios onde também havia um porteiro, um senhor bem velhinho.
O homem lhe mediu de cima a baixo por alguns instantes antes de dizer:

—Bom dia, quem é você?

Marco sorriu na maior cara de pau e mostrou a credencial ao mais velho.

—Bom dia senhor, eu sou o novo funcionário desse horário, Antony Stark.—Marco soava bem convincente, não deixando qualquer resquício de insegurança em sua voz.- Não te disseram que eu viria hoje?

O porteiro arqueou uma das sobrancelhas e pegou a credencial que Marco lhe oferecia.

Ele verificou no sistema e realmente havia um Antony Stark registrado como um funcionário novo, mas o homem desconfiou um pouco afinal o RH sempre avisavam quando alguém novo entrava para a Equipe.

—Aguarde um instante por favor. -disse o senhor discando um número no telefone

O jovem parado a sua frente o olhou um pouco confuso quebrando completamente a expressão relaxada e despreocupada que ele tinha em seu rosto.

—Algum problema? -perguntou o moreno.

O senhor negou.

—Quando algum funcionário novo chega no laboratório eu devo entregar todos os equipamentos de segurança.

"AH não velho! Eu me esqueci dos EPI'S"

Marcos teve que esperar por alguns minutos até que o senhor terminasse a ligação enquanto o brasileiro se xingava mentalmente por ter esquecido esse detalhe "Ameba mau desenvolvida", "Tripa Seca", "Calango de Asfalto".

—Você pode entrar. - disse o senhor por fim.

—Oi? -perguntou o brasileiro.

—Você pode entrar, a secretaria do laboratório já está disponibilizando os equipamentos, Já já ela trás eles pra você.

"Estranho"—pensou o Brasileiro passando pela catraca

—Eu espero aqui ou já posso ir ao laboratório que me designaram?

—Já sabe onde fica?

—Eu estive aqui semana passada, mas em outro horário, o porteiro era outro, um tal de Epaminondas.

Um certo brilho se expandiu no olhar do homem mais velho, que fez Marco agradecer por também ter conferido a lista de funcionários e ter decorado seus nomes.

—Pode ir aos Laboratórios, mas eles já te passaram sua função e o que deve fazer? Se sim, pode ir indo na frente, mais tarde eu levo os Epi's.

Marco sorriu.

—Já explicaram sim senhor, obrigado e tenha um bom dia.

Esse foi outro peso gigantesco tirado de seus ombros, assim que pode seguir com seu caminho no grande corredor.

O que mais irritou o brasileiro era que se ele não tivesse estudado bem as plantas daquele andar ele certamente não faria a menor ideia de para onde ir afinal todas as paredes e portas eram iguais e se ele passasse por mais uma curva ele teria certeza que iria encontrar as Gêmeas de "O iluminado", mas para a sorte dele ali não era um hotel possuído aos pés de uma montanha e graças ao seu magnífico senso de direção ele foi capaz de achar o laboratório certo.

Marcos usou a credencial para entrar, seus olhos se iluminaram e ele sorriu vendo todos aqueles equipamentos que fariam sua irmã dar pulinhos animada. Deixando esse pensamento de lado, era hora de trabalhar.

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Sabe, fabricar remédios não é lá algo fácil, tem que se misturar muita coisa, separar outras, tem até mesmo as fórmulas que deveriam ser feitas em temperaturas variantes, altas, baixas, deve-se misturar bem para que o efeito saia como o desejado e principalmente se você quer que um remédio fique mais forte se deve aumentar as substâncias e mais que o dobro de preparo e cuidado era necessário, por isso Marcos ficou durante horas no laboratório.
A cada hora ele checava seu relógio de pulso que monitorava Albafica e dentre uma olhada e outra o loiro tinha acordado três vezes mas logo voltava a dormir.


O senhor da portaria já havia lhe trazido os EPI'S e agora sim ele aparentava ser um cientista.

Já era de manhã quando ele havia terminado todos os remédios e dentre eles havia três frascos de 500ml de um líquido que faria o estômago de Albafica se acalmar e o ajudaria a digerir e absorver os nutrientes dos alimentos sem vomitar tudo, haviam também 30 ampoulas de antibióticos que Marcos aplicaria diretamente na veia para combater infecções e ele havia feito um dos fortes sem falar nas 5 bolsas de soro com nutrientes pois antes de comer qualquer coisa Albafica teria que recuperar o mínimo de forças e claro por último ele se viu obrigado a fazer pomadas para limpar e fechar os ferimentos superficiais.

"Se depois dessa eu não ganhar o prêmio de "melhor amigo do milênio" eu não sei o que me feria ganhar!"

O jovem resmungou ao ter a última ampoula de nutrientes em suas mãos, agora ele estava pronto para ir embora, ele pegou uma maleta vazia embaixo de um dos armários e colocou as embalagens de vidro e outros remédios lá dentro, tomando o cuidado de colocar algumas espumas e papel amassado para manter o conteúdo inteiro caso ele precisasse correr.

Levando a maleta consigo, o garoto começou a andar pelos corredores calmamente, vendo alguns funcionários chegando pela manhã, eles o olharam por alguns instantes para logo depois encararem a maleta que ele levava.
Um arrepio cruzou suas costas mas ele continuou seu caminho normalmente até a portaria ou pelo menos ele seguiria calmamente se na sua direção não tivesse vindo três figuras trajando terno preto ao estilo "Homens de preto" e logo atrás a figura implacável Bruce Wayne.

—EI VOCÊ AI, PARADO!

Fazendo a Egípcia, Marcos olhou de um lado para o outro fingindo confusão, assim que não viu ninguém apontou para si mesmo.

—Eu?

—Você mesmo! -gritou o segurança.

—Ah sim, eu.

Sem nem pensar duas vezes o garoto se colocou a correr de volta o caminho que havia percorrido até então.

Agora era o momento de colocar o plano de fuga em prática, já que naquele andar havia uma saída de emergência, mas para ter acesso a ela, ele teria que ter passagem livre pelo corredor que agora era bloqueado por seguranças e arranjar um jeito de voltar ou então ele teria que usar a lixeira como rota de fuga e essa era a rota mais tóxica já pensada e ele realmente preferiria deixar essa como última das opções, só lhe restava ter que passar pelos homens de preto e conseguir ir até os fundos do Laboratório para ter acesso as escadas.

Ao despistar os seguranças em uma curva ele voltou pelo corredor após se esconder numa sala de almoxarifado, Marcos correu o caminho de volta mas era claro que aqueles não era os únicos seguranças no andar ele ainda encontrou mais alguns no caminho, mas felizmente eles estavam mais espalhados o que fez o brasileiro conseguir derrubar um à um em seu caminho.
Quando Marcos entrou na sala que era sua rota de fuga ele se viu cara a cara com Bruce Wayne acompanhado de cinco seguranças, dois a sua frente e mais três as suas costas.
O brasileiro gemeu em frustração ao se ver naquela situação...complicada.

Antony Stark ou eu deveria chamá-lo pelo verdadeiro nome, Marcos, o que faz aqui?

—Iae sr.Wayne quanto tempo não? — perguntou o moreno, ativando o modo deboche — O tempo voa, né não?

—O que faz aqui? -perguntou o empresario de novo.

—Ah sei lá, tava sem nada pra fazer e vim fazer café, mas olha eu sinto na obrigação de te falar, se acredita que aqui não tem café?

Bruce Wayne suspirou e encarou o jovem com frieza enquanto seus seguranças se aproximavam por trás.

—Marco, da outra vez você me disse que não sabia onde Albafica tinha levado a minha filha, mas na mesma noite as câmeras de segurança do jardim botânico pegou os três lá juntos, então ao menos que me conte onde ela está, eu estou pronto para deter você aqui e chamar a policia por falsidade ideológica, invasão, invasão de sistemas e por roubo, pois com certeza a maleta que está segurando não lhe pertence e muito menos o conteúdo dela...

"Ih rapaz"

—...então não vou perguntar mais uma vez, onde Agatha e Albafica estão?

Desta vez foi a vez de Marcos suspirar, estava completamente cercado e ele não queria usar seus poderes o máximo possível, o tanto que desse pois isso significaria exposição.
Ele estava preste a se entregar, afinal ele não era X9, mas no mesmo instante seu relógio começou a apitar feito um louco e ao olhar o pequeno monitor, ele viu os batimentos ali registrados caírem drasticamente.

—Ah merda!

Bruce Wayne arqueou uma das sombracelhas ao olhar a palidez que tomou conta do jovem.

—Então Sr.Wayne, pelas leis das ruas X9 morre cedo e eu to afim de envelhecer numa casa de praia em Fernando de Noronha ao lado da minha amada esposa, nós dois deitados numa rede, comigo acariciando os cabelos dela, sabe como é em completa paz e nesses planos trair os meus amigos não está incluso...

Enquanto Marcos se pronunciava o clima no laboratório foi ficando mais hostil, os seguranças de Bruce estavam ansiosos assim como o próprio Wayne mas sua ansiosidade era por outro motivo.

—..então sr.Wayne eu pretendo chegar na minha velhice com todos os meus amigos vivos e pra isso você você vai me dar licença e sair do meu caminho.

—E se eu me recusar?

—Você não me da muitas opções.

Marcos avançou e como reação os seguranças foram pra cima dele. O primeiro tentou atingir um soco no rosto mas antes que ele pudesse acertá-lo, o brasileiro conseguiu desviar recuando o rosto e como reação Marcos segurou o punho dele e o puxou para a frente lhe acertando uma joelhada no estômago usando sua força sobre humana o fazendo gemer antes de ser jogado ao chão.

O colega do Guarda 1 que será chamado agora de Guarda 2 grunhiu de raiva e tentou atacar Marcos com um soco porém o brasileiro havia se abaixado bem a tempo fazendo o Guarda 2 atingir o coleguinha Guarda 3 que tinha tentando se aproximar por trás para imobilizar o brasileiro algo que não deu muito certo pois pelo barulho o soco deve ter deslocado o nariz no N°3.

Para se livrar da distração que era o Guarda 2, Marcos aproveitou a aproximação que o outro tinha dele e ergueu o braço acertando as partes baixas do cara com uma cotovelada fazendo um uso mais baixo de sua super força, fazendo o cara cair no chão gemendo de dor.

Três já tinham ido só faltava mais dois que para o azar de Marcos desta vez não teve lá muita sorte, pois assim que ele se levantou o segurança N°4 lhe passou uma rasteira e o fez cair no chão de costas, mas antes ele rolou pro lado antes que o N°5 tentasse imobilizá-lo.

—Para de dificultar as coisas garoto, isso não vai ajudar você —resmungou um dos guardas antes de ser atingido por um chute em seu rosto.

—Me poupe das broncas, já recebo o suficiente da minha irmã!

Cansado da situação em que se encontrava, Marcos fez aquilo que mais tentava evitar, usar os seus poderes.


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