O grande confronto escrita por Emily Hardwell


Capítulo 5
Expulse-me se for capaz


Notas iniciais do capítulo

Oii, amores ♥ sei que eu devia ter postado esse capítulo bem antes rs, mas, por conta de falta de incentivos, a história ficou um pouco deixada de lado, mas, por favor, não deixem de acompanhar kkk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/740680/chapter/5

 

—Ah, não. De novo não! _Gabriel reclamou passando as mãos pelo cabelo curto. _Olha, aconteceu exatamente a mesma coisa quando você inventou de invadirmos a biblioteca, e agora cá estamos! Não vou cair nessa outra vez.

Amanda sentou-se, virou seus olhos para mim, se concentrou e um fleche de cores passou em seus olhos e, logo em seguida, arregalou-os.

—Duplo não _dirigindo seu olhar a Gabe, continuou _, você tem noção do que isso pode nos fazer? Escuta, eu concordei com todas as suas ideias ate agora, mas essa eu me recuso! _Eu acho que nunca vi a Amanda tão pocessa (ou com tanto medo).

Gabriel, por sua vez, ficou espantado ao notar a reação de Amanda, acabando por dizer:

—Se na ideia de invadir a biblioteca, ela ficou até animada, não consigo imaginar no que você pensou agora. _Ele me olhou indecifrável. Devolvi o olhar e sentei no chão como os outros.

—Ali tem uma janela bem grande sem grades e um pequeno sustento de tijolos. _Falei rápido e baixo e, no final, fiz um biquinho inocente e balancei os ombros.

Infelizmente, Gabriel tem boa audição e, com isso, ficou sabendo de meus planos. Primeiramente, sua cor deixou seu rosto e, parando por um tempo, analisou:

—Qual é a altura aproximada até o chão? _Fiz uma cara pensativa e respondi (ainda em voz baixa).

—Não sei... mais ou menos uns cinco metros, eu acho.

—Para onde o sustento leva? _E ele continuou, o que realmente me surpreendeu, afinal, achei que ele tinha me perguntado isso apenas para ter mais um motivo para surtar.

—Para outra janela sem grades.

—Ela está fechada ou aberta?

Acredite, Gabe não para de me surpreender esta noite. Sabe, talvez não tenha sido de todo o mal ele ter vindo aqui e ficar preso na biblioteca.

—Aberta.

—NÃO! De jeito nenhum vocês vão fazer isso! A Clear falou que seria uma queda de mais ou menos de cinco metro e vocês querem arriscar? _Amanda rogou com não só medo como também pavor, algo que ela nunca havia demonstrado. Não sabia que a famosa Amanda Eleonore Pepper sentia pavor. Era a vez de Gabriel se posicionar na discução, porém não se alterou e falou com a maior calma.

—Amanda, você tem medo de altura?

Ela olhou para com os olhos bem abertos, como se ele tivesse descoberto o maior segredo dela.

—O que? Nada a ver. Eu não tenho medo de altura _e, no fim, soltou uma risadinha forçada e sem nenhum humor.

Gabriel se levantou, foi até onde estava sentada e ajudou-a a levantar.

—Não te deixaremos cair e, se você ficar com medo, pode segurar em mim também.

Ela olhou para ele surpresa pela atitude altruísta que havia feito, o que acabou por me impressionar também (sem contar que eu não fazia ideia que Amanda tinha algum medo).

Eu já estava indo em dieção a janela, com Gabriel empurando Amanda levemente para andarfomos para o parapeito da janela na seguinte ordem:eu, Amanda e Gabriel, com um de cada vez foi passando para o lado de fora da instituição. Amanda havia ficado meio receosa em sua vez, mas como Gabriel estava a frente dela e ajudando-a, ela acabou conseguindo.

As vozes, como sempre, ficam mais forte a luz das estrelas, mas não deixei- -as me atrapalhar.

Amanda andava olhando apenas para cima, mas por não estar prestando atenção em seus pés, acabou tropeçando uma hora. Quase que imadiatamente, eu e Gabriel colocamos nossas mãos sobre ela, impedindo que fosse mais para frente, mas isso não a impediu de ficar desesperada, soltando um suspiro de dar dó.

Assim que chegamos a outra janela, entrei cuidadosamente no local escuro, como medos de ser surpreendida, mas Amanda compensou meus cuidados extras pulando do lado de fora para dentro e, quando eu falo pulando, digo que ela literalmente se jogou com tudo para a pequena sala, caindo com tudo e produzindo um barulho incrivelmente alto com as tábuas antigas de madeira (devo agradecer a Deus por estar um pouco mais para o lado, senão ela teria caído em cima de mim).

Gabriel entrou como eu, silênciosamente e de uma maneira graciosa, se juntando a turma. Observei a sala ao meu redor e vi que era de alguém perfeccionista, pois tudo estava tão bem organizado que até me deu um pouco de inveja e uma sensação de trâquilidade. Saímos do mesmo jeito que entramos, ou pelo menos como tentamos entrar, que seria na surdina. Soltei o suspiro que estava segurando dentro da sala assim que passei pela porta, mas, quando vi o que estava escrito na plaquinha logo acima, não havia mais ar em meus pulmões.

As letras preteadas realçavam a palavra em si, dando um ar ainda mais superior ao cargo de “Supervisora”.

Não acredito que, a um segundo atrás, estávamos na sala da pessoa que mais estamos tentando evitar. É quase engraçado, na verdade. Se a situação permitisse, eu riria agora.

Praticamente, eu já estava me jogando na escada, e quase teria conseguido descê-la se Amanda não tivesse segurado meu braço. “Nem pense nisso. Deve ter sido por essa escada que Lucy desceu.” Amanda falou dentro da minha mente e, com isso, balancei a cabeça positivamente e fomos em direção da escada que dava para a porta da frente.

No modo ninja, chegamos a um corredor que dava para o saguão interno, onde ficava os portões da frente e, mesmo com Amanda na frente, conseguimos chegar aqui sem preocupações. Bom, elo menos até agora, pois antes que ela saísse de vez daquele corredor, olhou algo que fez seus olhos se arregalarem e voltou imediatamente para o nosso lado e disse, ainda em nossa mente: “Droga! A supervisora Lucy está ali com uma lanterna.”. Vi Gabriel engolir em seco e, eu, coloquei uma parte da minha cabeça para observar a cena e, realmente, ali estava a famosa supervisora, com uma camisola extremamente grande (graças a Deus), seu cabelo preso em uma trança, seus pés descalços e, em sua mão direita, uma lanterna preta.

—Quem está aí? _Perguntou com sua voz rouca, mas não sei se era de cansaço ou se ela era realmente assim, pois confesso não ter percebido isso antes. Meu Deus!, essa mulher tem um radar para adolescêntes? Deve ter, só pode!

É claro que nenhum de nós sequer abriu a boca nem mexeu um músculo já que nos privamos até de respirar direito, para não emitir nenhum ruído indesejável, mas quando a luz da lanterna passou por uma parte da parede oposta do corredor, admito que meu coração parou por um segundo, mas rapidamente voltou a bater, pois quando escutei um barulho de passos, lembrei que não poderia ser vista, então, de uma maneira quieta, comecei a correr para o lado oposto e, mesmo sem olhar para trás, sabia que os dois já estavam em meu encalço. Em pouco tempo, já estávamos descendo as escadas de trás, saltando três degrais de cada vez.

Foi um verdadeiro alívio saírmos da construção e, como a parte de trás havia algumas árvores, poderíamos nos esconder sob elas caso alguém nos procurasse pelas janelas acima. Ficamos lá por, mais ou menos, cinco minutos, até ninguém aparecer e eu soltar um suspiro de alívio e caminharmos pelas sombras até a área dos chalés.

—Meu Deus, nunca me senti tão vivo! _Gabriel exclamou com um sorriso estranho no rosto.

—Sério? Porque nunca me senti mais perto da morte do que hoje. _Amanda confirmou, usando sua verdadeira voz novamente, o que, estranhamente, aabou gerando uma gargalhada sincera de Gabriel, o que foi diferente e, ao mesmo tempo, reconfortante, já que ele era o mais reservado de nós três.

Sabe, queria que ele risse assim mais vezes. Ele parecia tão inocente assim, tao infantil. Eu iria gostar disso e, para prolongar o sentimento, comecei a rir também e, ocasionalmente, Amanda se juntou ao grupo.

—Deveríamos invadir bibliotecas mais vezes. _Agora, isso, não sei se era tão inocente e também não sabia se ele havia falado brincando, pois sua expressão não demonstrava.

Não me importei, pois logo ele foi para seu chalé e eu não queria mais pensar nele por hoje.

Acho que mereço uma boa noite de sono.

 

Não, não era o sol que estava em meus olhos. O sol não abre meus olhos a força, mas Amanda faz e, era exatamente desse jeito que ela estava me acordando hoje.

—Vamos logo, Clear, senão a comida vai acabar. _Devo confessar, aquele foi o melhor jeito de me tirar da cama até agora e, de fato, a comida já estava quase no fim quando chegamos lá.

Pegamos um pouco de cada, quer dizer, eu peguei um pouco de cada, ela só havia pegado uma pilha de panquecaas, fomos para a nosa mesa de café da manhã do lado da árvore legal.

Não sei se Gabriel estaria lá, nem sei como reagiria a sua presença, afinal, ontem a noite nos damos bem, mas ainda temo deixar um clima pesado entre nós três.

Mas, é claro, meus pedidos não foram atendidos. Logo depois deu eu e Amanda sentármos, vi Gabriel vindo em nossa direção sem nenhum prato de comida. Sentou-se ao lado de Amanda e começou a roubar um pouco de suas panquecas. Amanda, indignada por ter suas panquecas comidas por outra pessoa, puxou seu prato para longe de Gabriel.

—Sem vergonha! Por que não trouxe seu próprio café-da-manhã?

—Porque eu estava em uma reunião com os outros coordenadores de atividades, a supervisora e o diretor. _Meu Deus! Quando escutei isso, quase que meu estômago sobe pela boca. Continuei a encará-lo, esperando que ele continuasse a falar o motivo dessa reunião. Ele me devolveu o olhar e ficamos nessa por um tempo. _Eles estavam falando de você.

Então, sabe a parte em que relatei que, quando escutei que Gabriel falando que tinha tido uma reuniuão com o diretor e a supervisora, meu estômago quase saiu pela boca? Agora foi meu coração que ficou preso na minha garganta.

—E...? _Amanda pediu para que ele continuasse, pois ele estava fazendo uma pausa dramática por tempo demais. Ele se endireitou no banco e prosseguiu com a explicação.

—O diretor falou que uma pessoa entrou na biblioteca nesta madrugada.

—E onde eu me ancaixo nessa história toda? _Amanda me lançou um olhar incriminatório e com um sorrisinho engraçado, como se dissesse “Você sabe exatamente em que parte dessa história você está.” _ Olha, eu sei que eu invadi a biblioteca, mas eles sabem?

—É aí que a supervisora entra. Ela simplesmente começou a falar que estava acoradada nesse horário, escutou um barulho na biblioteca, foi conferir, viu que o pequeno armário de vidro não estava trancado e correu para a entrada e viu uma garota de cabelos ruivos passando pelo corredor. _Ele sorriu e informou. _Eu perguntei se você estava sozinha quando foi vista e ela respondeu que sim. Ela estava mentindo, não nos viu.

—Mas não podemos contar com isso. Quando eu for chamada para a sala do diretor, ele vai querer me expulsar, então temos que fazer algo para me assegurar.

Eu estava levantando-me, para levar meus pratos (isso mesmo, meus pratos), Gabriel segurou minha mão, e nem preciso dizer o quanto isso me deixou tensa, mas não soltei.

—Clear, antes que você saia daqui, quero te entregar uma coisa. _Meu Deus! Será que ele acordou com a intenção de fazer meu coração palpitar? Não que coisas desse tipo façam meu coração palpitar, afinal, ele só havia feito aquilo no dia anterior para me fazer calar a boca, como ele mesmo falou. Ele colocou a mão não bolso traseiro e me entregou um gravador. _Você poderia gravar toda a conversa entre você, o diretor e a supervisora e, quem sabe, incriminá- -los mais tarde, assim você pode se defender.

Graças ao bom Deus ele só havia feito isso e, bem, parece que não é só Amanda que tem seus meios de conseguir o que quer.

—Hã... obrigada.

—Ahhhh, pelo amor de Deus, parem com isso, por favor! Não precisa nem ter poderes para perceber o climão entre vocês dois. Tá, vocês se beijaram, mas a vida segue! Façam um favor para todos e parem com isso ou se casem.

Gabriel puxou sua mão de volta imediatamente e se sentou, rápido como um relâpago, eu também me sentei, porém um pouco mais devagar.

—Qual é, vocês realmente acharam que eu não notaria isso? Eu não sou tão lerda quanto a Clear, sem ofenças. _Dei uma risada sem graça e respondi.

—Mas isso ofendeu.

—Querida, eu disse “sem ofenças”, então você não tem o direito de se ofender _”e boa ideia ao mudar de assunto.”. Completou a frase em minha mente, mas, mesmo assim, fiquei da mesma cor do meu cabelo.

 

Quase dei graças aos céus quando fui chamada para a sala do diretor.

Quase.

—Senhorita Clara... _Meu amiguinho, eu já falei quantas vezes que meu nome é Clear? Parece que não o suficiênte para você aprendê-lo.

—Clear. _O corrigi.

—Definitivamente. Senhorita Clear, chegou ao nosso conhecimento que, nesta madrugada, você foi vista saindo de um âmbiente arrombado e maculado e sendo uma área restrita para alunos depois do horário de recolher. Cometendo mais erros do que podemos tolerar. O que não nos dá outra opção a não ser expulsá-la.

Mesmo sabendo que, se eu fizer tudo certinho, nada vai me ocorrer, meu coração ainda se aperta de medo.

—E como vocês podem provar que foi eu?

—Eu vi seu cabelo ruivo e, como pode saber, você é a única com esse tom de coloração na escola. _A supervisora se manifestou, saindo do canto em que estava escondida. Quando ela falou isso, quase soltei uma risada.

—Poxa, que prova concreta! _Disse, usando a maravilhosa irônia. _Você não pode me acusar e me expulsar em base do que você acha que viu no meio da madrugada. Isso é uma acusação muito grave e, provavelmente, isso a faria perder o emprego.

Lucy sentou na mesa do diretor, cruzou as pernas e arqueou uma das sobrancelhas.

—Está me ameaçando?

—Não, _dei uma risadinha cínica e continuei _eu nunca faria isso. Só estou dizendo que você está mentindo.

—E como você pode ter tanta certeza disso? _Inclinou-se para trás com um olhar curioso e mortal.

—Porque eu sei do plano de vocês. _Me dirigi ao diretor também. _Então, perdida na floresta, levada por quatis, devorada por cães selvagens... cada uma é pior que a outra. _Rapidamente, Lucy descruzou as pernas, me encarou com olhos que poderiam sugar a alma de criancinhas inocêntes (mas continuo com minha alma por não ser tão inocênte assim), desceu da mesa e me rodiou, olhando-me com falsa surpresa.

—Clear, meu Deus, que linguajar é esse? Nossa escola é uma instituição de respeito e, com você se comportando assim, não teremos escolha senão expulsá-la.

Estreitei meus olhos e encarei-a.

—Eu sei o que você está fazendo, mas não vai conseguir. _Ela riu descaradamente e depositou-se sobre a mesa novamente.

—Em quem você acha que acreditarão? Em uma renomada supervisora de uma escola respeitada e reconhecida ou em uma garota rebelde, com descontrole de raiva, tendências a ser piromaníaca e esquizofrênica? _Ai, meu Deus! Chegou a parte mais legal da discução e que eu tinha me preparado a isso um tempinho.

—Hum... não sei. Que tal em provas? _Falei pegando o gravador que estava ligado desde que eu havia entrado na sala do meu bolso treseiro. Quando mostrei o objeto aos dois, a cor do rosto da supervisora sumiu, mas logo retornou e, com um gesto ligeiro, tentou pegá-lo de mim, mas eu fui mais rápida e tirei de seu alcance antes que pudesse fazer qualquer coisa e o recoloquei em meu bolso. _Não, isso fica sob meus cuidados até segunda ordem.

—Mas alunos não podem portar aparelhos eletrônicos. _O diretor comentou embasbacado.

—É sério que, depois disso tudo, o senhor ainda se preocupa em como eu conseguira o gravador? _Assim como ele havia me lembrado, aparelhos eletrônicos são estritamente proibídos para alunos, mas, felizmente, existem algumas formas de burlar algumas regras.

—Ela está certa, isso não importa agora. _Por um milagre da vida, a supervisora concordou comigo, mas logo depois disso, ela voltou ao normal. Virou-se para mim, inclinou seu tronco para frente, de modo que seu rosto ficasse mais próximo do meu e diminuiu seus olhos de forma ameaçadora. _Nossa, você não faz ideia do quanto eu queria te expulsar aqui e agora.

Ela começou a jogar um jogo que eu conheço bem e que, modéstia parte, sou muito boa. Posicionei meu corpo para frente também e deixei meu olhar virar apenas uma fenda azul.

—Vá em frente, _balancei os ombros em sinal de desinteresse _me expulse, mas eu estou aqui para tornar esse joguinho um pouco mais interessante e complicado. E não se preocupem, _dei uma pausa dramática para dar falsas esperanças a eles, o que certamente funcionou. Levantei da cadeira, empurrando-a para trás e continuei a frase _não irei bater a porta quando sair.

Terminei a frase dando as costas e andando em direção a porta.

Nossa! Uou! Nossa! Nunca me senti tão poderosa, tão incrível. Eu bati de frente com a supervisora e o diretor... e ganhei! Estou me sentindo tão bem e realizada. Só falta a explosão atrás de mim e a música de ação para completar a cena, mas, para terminar, ainda joguei meus cabelos para as costas. Talvez eu esteja exagerando um pouco, mas devo dizer que isso é extremamente justo depois do que aconteceu.

Enquanto saía da construção, comecei a pensar que, em uma situação normal, eu já estaria do lado de fora da escola com minhas malas em mãos, mas essa não era uma ocasião normal, porque se tratava de mim e, a propósito, eles estavam tão enrolados na corda quanto eu. Apenas o jeito como eu tinha falado com eles já poderia ser motivo da minha expulsão, mas, com a gravação, eles poderiam até serem presos. Se eles quisessem, poderiam me expulsar apenas criando uma pequena mentira, só não conseguiram porque eu havia seguido minhas falas e, também, graças os programas de TV sobre advogados que eu assistia com a minha mãe.

Saí de lá me sentindo vitoriosa.

 

Chegando perto daquela mesa, onde meus amigos combinaram de me encontrar depois da conversa com o diretor e com a supervisora, vi que só Amanda, que estava lendo um livro, permanecia lá, pois não havia sinal de Gabriel. Até entendo ele, depois de cena contrangedora de hoje mais cedo.

—Vejo que você ainda não foi expulsa. Conseguiu o que queria?

—Isso e muito mais. _Aleguei com um sorriso em meu rosto. Um longo fleche de cores passou pelos seus olhos e um sorriso de canto de rosto despontou em sua boca e mencionou um “Uau” sem som. _Mas, onde está Gabriel?

—Foi para a área da cavalaria. Está tendo um churrasco lá, mas como eu sou uma amiga maravilhosa, eu fiquei esperando você para não te deixar sozinha. _Amanda é uma menina estranha, algumas vezes ela é grossa e, em outras, ela é extremamente gentil. Cheguei perto dela, bati as duas mãos na mesa e falei:

—Então levanta daí que nós vamos nesse churrasco. _Não teria como evitar um lugar onde, só por ir, poderia ganhar comidas gostosas. Amanda sorriu e concordou comigo.

Chegando lá, vi que o grêmio de cavalaria era realmente muito bom no quesito festas, afinal, parecia que toda a escola estava lá e, a música, já conseguia escutar daqui uma pessoa tocando violão e uma voz cantando. Ao observar que o lugar estava lotado, me apavorei. Não era um lugar grande, por isso, ficou abarrotado de gente rapidamente e, devo confessar que não me sinto nem um pouco confortável com a multidão, então inventei qualquer desculpa para Amanda para ir até lá.

—Ah, quase me esqueci que tenho que devolver o gravador a Gabriel. Te vejo depois. _Assim que terminei de falar, virei-me e fui em direção aos estábulos. Percebi que Amanda havia ficada um pouco desapontada, mas quando analisei seu rosto, notei fingimento em sua feição. Logo irei tirar isso a limpo, porém, agora, tenho que fugir das muitas outras pessoas.

Embora a desculpa de ter que devolver o gravador a Gabriel havia sido apenas um pretexto para escapar de lá, realmente fui fazê-lo já que tinha saído de perto da Amanda, então fui andando pelo lugar a procura do meu amigo.

Quando o encontrei, lembrei do convite de uma festa da escola que eu tinha recebido ainda no segundo ano de esino fundamental, o qual eu tinha perdido e só fui me lembrar dele no dia da tal festa. Começei a procurar ele como uma louca, pois sabia que minhas coleguinhas iriam nessa festa, mas, quando achei-o, ele estava babado e rasgado graças ao cão que eu possuía na época. Nesse dia aprendi uma lição importante da minha mãe “Tudo o que procuramos, encontramos, porém nem sempre quando queremos ou como queremos.”.

E essa regra se aplica muito bem na situação em que me encontro agora, mesmo qua as histórias não tenham nada em comum, pois eu encontrei o que procurava, mas, definitivamente, não foi como eu queria.

Gabriel estava pressionando o corpo de Maria Eduarda contra uma das paredes dos estábulos, beijando-a desesperadamente.

Ao ver tal cena, fiquei com ânsia. Acho que, se continuasse ali, iria acabar vomitando de nojo. Então pensei comigo mesma “mas é claro que é normal estar assim, afinal, acabei de ver meu melhor amigo beijando Maria Eduarda, a Maria Eduarda”. Dei meia volta e fui para qualquer lugar que não fosse aquele. Ainda não sei o que fazer a respeito disso. Cara, aquela garota já tentou me matar!

Vamos ver o que pode me distrair. Fui passando pelos outros estábulos e vendo os cavalos e as placas que tinham em suas celas. Esmeralda, Tempestade, Rubi, Ventania, Saltitante, entre muitos outros, cada um tão bonito quanto o anterior. Parei quando cheguei a um cavalo com os pelos negros como o ébano, tão macios que pareciam ser de seda e olhos tão profundos como uma escura piscina. Tufão, admito que o nome combina com ele. Parecia ter uma personalidade forte, por isso me identifiquei com ele. Quando tentei passar a mão em sua cabeça, ele relinchou, recuou para trás e levantou as patas dianteiras, me assustando um pouco.

—Calma, garotão, eu não vim aqui para te machucar. Só quero ser sua amiga. _Ele parou de brigar, mas continuou a me encarar receoso. Será que ele realmente me entende? _Você gosta da sua estadia aqui? E o feno, é bom?

“Que idiota!”, ele estaria pensando (se o fizesse) “Acha mesmo que eu vou respondê-la”. A esta altura, já estava afagando-lhe a cabeça, pois ele havia permitido tal contato.

—Você é um belo cavalo, sabia?! Meu tio _sem ser o irmão do meu pai e sim o marido da minha tia _ André tinha um cavalo muito parecido com você, até que ele adoeceu e tivemos que sacrificá-lo. Eu gostava muito dele. _Infelizmente comecei a ficar melancólica, mas no momento que abaixei minha cabeça por vergonha de estar sentimental, ele fez um carinho estranho com sua cabeça em meu rosto. Naquele momento realmente fiquei surpresa com o gesto, afinal, ele é um cavalo e, até onde eu sei, cavalos não reconfortam as pessoas quando elas ficam tristes. _Você me entende?

Depois de um segundo em silêncio, escutei outra voz de dentro do celeiro.

—Você não pode estar realmente acreditando que esse animal te responderá, _olhei para a direção da voz misterosa e observei seu dono_ afinal, todos sabem que cavalos só respondem se não se tratar de uma pergunta de sim ou não.

A piada não me fez rir, mas conseguiu arrancar de mim um sorriso. Ele estava andando desde a porta até a cela de tufão. Era um garoto moreno, como se tivesse nascido bronzeado, seu cabelo era castanho e estava extremamente bagunçado, coisa que não poderia acontecer com Gabriel graças ao seu corte curto. Ele tinha um porte atlético, com uma blusa cor vinho e uma calça jeans. Ele estava sorrindo, o que, na verdade, foi a primeira coisa que havia notado, pois não era possível aquele sorriso passar despercebido, até porque, nem parecia real de tão bonito.

—Na verdade, estava tendo uma conversa muita profunda com Tufão. Ele estava me explicando as leis da astrofísica, pois, é claro, que perguntas como “Oh, grande cavalo dono dos segredos do universo, me explique os grandes mistérios de fora desse mundo.” ele pode responder por não terminar com respostas de sim ou não. _Ele deu uma pequena risada e, gente, nem a risada dele é estranha (o que é bem raro). _Agora, é sério que você me viu tentando conversar com o cavalo?

Ele alegou com a cabeça, mas não pareceu sentir a pena do tipo “Coitada, ela tem problemas mentais por achar que consegue conversar com cavalos.”, mas ele parecia apenas divertido com a cena

—Não se preocupe, não vim aqui te julgar. Na verdade, acho que é muito terapeutico conversar com animais, pricipalmente os tão inteligentes quanto os cavalos. Ah propósito, nem sei seu nome ainda. Qual é? Clara?

Aquilo me assustou, realmente, afinal, como é possível que todos daquela escola saibam meu nome? Recuei, com os olhos arregalados.

—Como você sabe meu nome? _Ele apenas deu um meio sorriso e respondeu:

—Você tem cara de Clara. Mas só acertei seu primeiro nome, tem que me dizer ele completo. _Ainda meio receosa, o respondi.

—Clear, porque ninguém me chama de Clara, Elizabeth Montgomery Santiago Bads. _Quando terminei de falar, ou melhor, palestrar meu nome, ele soltou um suspiro de surpresa, o que o fez ficar com uma cara engraçada.

—Caramba, seu nome é bem pequeno, hein. _Mas é claro que ele foi irônico quanto a isso, mas agora é minha vez de tirar satisfação. _Mas não se envergonhe por ter um nome desse tamanho, afinal, antigamente, as princesas possuíam nomes desse tipo.

—Que seja, já disse meu nome, agora quero saber o seu. _Ele endireitou suas costas e me encarou.

—Juan Sobrelano. Prazer em conhecê-la, garota que fala com cavalos. _Enquando fala, executava uma reverência para mim, o que acaba me arrancando uma risada. Mas eu também sei jogar esse jogo, então segurei as partes laterais do macacão em minhas pernas, para simular um vestido, e também fiz uma reverência.

—Igualmente, senhor bisbilhoteiro. _E, modéstia parte, saiu exatamente como eu esperava, até porque eu consegui fazê-lo rir também. _E como você argumentou sobre o meu nome, permita-me fazer o mesmo, afinal, porque Sobrelano?

—Oras, pergunte para meu anscestral. _Ele falara com um tom de piada, mas se voltara para o cavalo para não me fitar, porém o peguei olhando com o canto de olho para mim. _Estou brincando. Acontece que ele era mexicano e também ganhava a vida fazendo sombreiros. Daí veio o sobrenome Sobrelano, que seria uma adaptação para sombreiro. Mas aposto que a história dos seus sobrenomes sejam mais interessantes que o meu.

—Duvido, mas, já que você insiste, irei contar. O Elizabeth foi apenas porque minha mão queria marcar ela, apenas ela, em meu nome, para me lembrar que ela é uma parte de mim e eu sou uma parte dela, que nunca poderemos nos separar de fato e, esse, é uma dos meus sobrenomes favoritos. _O que não é nada mais que a verdade, já que o nome da minha mãe é Elizabeth. _Montgomery é o sobrenome que eu herdei pelo meu avô materno, já Santiago eu obtive graças a minha avó materna, que era espanhola, mas teve que se mudar para o Texas por algum motivo que eu desconheço, até que ela se tornou uma imigrante ilegal nos Estados Unidos e conheceu seu futuro marido. Uma verdadeira história de romance, não é mesmo?! Agora, por último, a história mais comprida, que seria a explicação do nome Bads. _Dei uma pausa de um segundo e soltei um suspiro (pois não estou exagerando quando digo que a história é longa). _Muito tempo atrás, houve um viking chamado Aidan e, definitivamente, ele era muito conhecido por dizimar frotas inteiras sozinho e também era temido por carregar “fogo”, como eles diziam, pois seus cabelos eram tão ruivos que várias pessoas já juraram que viram sua cabeça em chamas. Não demorou muito tempo para ser conhecido como “Aidan, o mal encarnado”, mas, para abreviar, ficou apenas “Aiden, o mal” e, com certeza, sua reputação o precedia. Infelizmente, isso também havia manchado sua família, pois ele havia tido duas filhas e, depois dele, toda sua linhagem ficou conhecida como “The Bads”. E cá estou eu, mas não herdei somente o nome como também o cabelo mesmo depois de séculos, só que tiramos o “The” para que meu nome não ficasse maior do que já é. Acho que isso é tudo. _Ele ficou apenas me encarando, perplexo.

—E o meu sobrenome veio de um sombreiro. _Ele disse finalmente. _Agora, mudando totalmente de assunto, vamos conferir o mito de que os cavalos não podem responder perguntas de sim ou não. Diga-me, oh, grande cavalo dono dos segredos do universo, essa menina é bonita? _Ele fez uma pausa dramática e, por fim, afirmou. _É, parece que acabamos de descobrir que isso é verdade por ele não ter respondido o óbvio. _O fitei, olhei para a cela de tufão, pensativa, tentando adivinhar qual seria a resposta que ele havia pensado.

—Só para deixar claro, qual seria essa resposta óbvia? É que eu sou meio lerda, então não sei se você acabou de me insultar ou me elogiar. _Ele me olhou, tentando ver se eu realmente estava falando sério e, quando percebeu que eu realmente estava perguntando isso, começou a gargalhar.

—A resposta seria sim. _Devo ter feito um “Ahh” bem vago, mas não demorou para meu rosto queimar e ficar praticamente da cor do meu cabelo, então tomei a única medida para aquela situação que eu conhecia: desviei a cabeça, entretanto, continuei a afagar a cabeça de Tufão (coisa que ele também estava fazendo).

—Por favor, não façam isso com Tufão. _Outra voz apareceu no estábulo, porém essa era feminina. Observei a garota que um uma hora estava perto de porta e, em um segundo depois, já estava quase na minha frente. _Ele é um bom cavalo e não merece ficar segurando vela.

Quando a analisei, lembrei que ela era da mesma sala que eu, mas nunca trocamos uma palavra entre nós, mesmo que já a vi conversando com todos que eu conheço.

—Christiane, aliás. Juan eu já conheço, mas quem é você? _Questionou se dirigindo para mim. Estiquei minha mão e me apresentei. Em um gesto recíproco, nos cumprimentamos e notei que ela me olhava de cima a baixo. _Há quantos segundos que eu te conheço?

Olhei para Juan, para tentar me ajudar com aquela resposta, mas ele só balançou os ombros, uma forma de dizer “não faço a mínima ideia”, então voltei meu olhar para ela respondi de uma forma muito incerta:

—Hã... provavelmente, menos que quarenta segundos, eu acho.

—Ok, te conheço a menos de que quarenta segundo e vamos ver o que já sei sobre você. Você não é muito experiente no quesito amor, mas ao olhar para os seus olhos, percebo já passou por muitas coisas em sua vida, talvez até por mais que a maioria dessa escola já passou. Você é um tanto lerda, mas a culpa não é sua, pois você já perdeu muitas pessoas em sua vida e tem medo de se apegar a outros e perdê-los também, por isso não tem muita experiência em conversações comuns, porém é muito apegada a mesma pessoa por muito tempo, provavelmente sua mãe. Agora me diga, eu acertei?

Céus... o que acabou de acontecer? Ela acabou de descrever minha vida! Como é possível? Será que ela também tem os poderes de Amanda?

—Como você sabe disso tudo? _Perguntei com medo da resposta, pois isso demonstrava que ela sabia mais sobre minha vida do que gostaria de admitir. Minha expressão devia estar muito engraçada, com os olhos arregalados, maxilar rígido e cabelo bagunçado por conta do vento.

Ela apenas riu, balançou a cabeça e falou:

—Minha mãe era cartomante e me ensinou como ler as pessoas para fazer alguns truques e, sem ofensas, mas é um tanto fácil ler você, porque você não tenta se esconder, é como um livro aberto. Mas eu também escutei um pouco da conversa. _ Terminou uma uma pequena risada. Não gostei muito daquilo, pois gostaria de ser um pouco mais reservada, mais misteriosa, mas aparentemente isso não dá para mim. _Pelo que eu consegui identificar em você, parece ser uma garota legal. _Ao escutar isso, dei um sorriso, porém não de agradecimento e sim de satisfação por ter encontrado uma falha em sua interpretação.

—Nisso, pelo menos, você errou. Não sou uma garota legal.

—Não te conheço direito, mas parece estar mentindo. _Juan interferiu, mas minha feição mudou e ficou quase sombria, no entanto, com um sorriso irônico no canto da boca.

—Como você mesmo falou, você não me conhece. _Assim que disse isso, ele apertou seus olhos e também demonstrou um sorriso em um canto do seu lábio, mas esse não era de irônia e, sim, de interesse, como se eu fosse uma nova raça de cão e ele quisesse me estudar e, ao ver aquela reação inesperada, levantei minhas sobrancelhas e respirei fundo, quase letargicamente, mas o porque não sei, já Christiane alargou os olhos e soltou um suspiro tenso.

—Agora vocês estão me fazendo de vela e, acreditem, isso não é legal. _Voltei meu olhar para ela, ri e expliquei a situação.

—Na verdade, isso é uma encarada mortal, não um flerte.

Ela revirou os olhos e suspirou.

—Ótimo, agora o clima ficou pesado, mas eu sei o remédio perfeito para isso. _Ela tomou impulso e se sentou em uma mureta de madeira quando, de repente, começou a recitar o trava-língua "um ninho de mafagafos" perfeitamente. _Pronto, agora quero ver se vocês conseguem.

Juan e eu nos entreolhamos com os cenhos franzidos, não sabendo direito o porque d'ela ter feito isso, mas ele me lançou um lindo sorriso branco, capaz de fazer todas as garota se derreterem (bem, pelo menos isso é algo que ele e Gabriel possuem em comum, fora isso, são completamente diferentes) e falou, ainda olhando para mim:

—Para mim será moleza, _então mordeu o lábio inferior, como se estivesse me provocando a ganhar dele (pelo menos acho que era por isso), virou-se para Christiane e repetiu o trava-línguas, com a pronuncia impecável. _Tente.

Levantei uma sobrancelha e comecei (quer dizer, tentei) falar o mesmo que todos fizeram tão perfeitamente. Mas, como eu sou diferente de todos, é claro que não consegui recitar direito como os dois, pois fiquei gaguejando e não passei da primeira frase.

Consequência do meu claro fracasso, os dois começaram a rir de mim.

—Tá certo, eu não consigo fazer isso, mas conheço outros que são mais fáceis. _E, assim, fomos brincando e rindo por um bom tempo, até não conseguir me lembrar de mais nunhum trava-língua, então mudei de assunto para algo muito mais interessante. _Querem saber, _sentei no chão e fitei os dois _eu acho muito injusto o fato de saberem tanto sobre mim e eu não saber nada de vocês, apenas que são incríveis oradores. _Ao acabar meu discurso, Christiane revirou os olhos e falou.

—Você está exagerando, afinal, não sabemos tanto sobre você.

—Mais do eu deixo todos saberem, pelo menos. Por isso os dois vão me contar o porquê de estudarem aqui. _Me dirigi, indicando para que ela falasse primeiro. Ela desceu de onde estava sentada e endireitou a coluna.

—Eu tenho o que a maioria que está aqui tem, que seria TEPT. Transtorno de extresse pós traumático porque, acredite se quiser, fui sequestrada por dois psicopatas e fui mantida em cativeiro durante uma semana. Foi isso que causou essas cicatrizes. _Falou levantado um pouco a blusa e mostrando grandes marcas de queimaduras, cortes e algumas que poderiam ser de agressões. _Ainda tem outras nas costas também. Clear, eu te conheço um pouco, mas não sei o motivo de você estar aqui.

—Bom, eu já estive em sete grandes incêndios, mas não me lembro de nada deles, o que indica amnésia dissociativa, mas o real motivo de estar aqui é que, por estar presente em sete incêndios, sou uma potêncial piromaníaca com descontrole de raiva e psicose alucinógena.

—E você queimou sua perna esquerda em um desses incêndios? _Encarei-a boquiaberta, afinal, como ela pode ter descoberto sobre minha perna sendo que eu estava de calça e que não contei isso a ninguém até agora? _Como descobriu?

—Pelo jeito que gesticula, dá para perceber que é ambidestra, mas, ao mesmo tempo, desde que cheguei aqui, você não se apoiou na perna esquerda em nenhum momento e, acredite ou não, por mais discreto que seja, depois de observar especialmente essa perna, consegui notar que você manca um pouco. _Outra vez, eu estava pasma.

—Você tem que parar com isso. Mas, para seu desagrado, não é uma quiemadura. O que causou isso foi outra tragédia. Juan, agora quero saber sobre seus problemas. _ Tratei logo de mudar de assunto, pois não queria prologá-lo de jeito nenhum, lembrando-me do que causou o grande machucado em minha perna, então Juan sorriu e se inclinou para mim.

—Estudo aqui desde antes da primeira reforma, então posso de assegurar que não tenho nenhum problema. _Sortudo.

Depois de um tempo sem ninguém abrir a boca, Cris olhou para cima e soltou um suspiro entediado.

—Agora um silêncio incômodo está sobre nós, que droga! Será que podemos voltar a recitar trava-línguas?

Seu pedido havia sido atendido, pois, enquanto saíamos do celeiro, continuávamos com aquela bricadeira.

Ao voltarmos para a área do churrasco, percebi que o tempo tinha passado e eu nem percebera, pois o sol já estava se pondo, mas alguém teve a brilhante ideia de fazer uma grande fogueira.

Olhei ao meu redor para procurar meus antigos amigos, mas Amanda tinha sumido e Gabriel estava sentado em um tronco com alguns amigos e poucas garotas, então pensei que ele estaria bem no lugar onde estava, por isso não fui até ele (pelo menos tentei me convencer de que era só por isso que eu não fui), o que, na verdade, foi até bem ofortuno para conhecer ainda mais meus novos amigos.

Outra brilhante ideia que tiveram foi pegar um violão e começar a tocar músicas que todos conheciam, resultando em um coro desafinado, desorganizado, mas extremamente alegre. Apenas algumas vezes direcionei meu olhar a Gabriel e, na maioria, ele estava olhando de volta, já Amanda, só foi aparecer novamente no final, quando estávamos indo embora e, em sua face, dava para satisfação e felicidade, o que significa que temos algo em comum, pois eu também estava feliz.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O grande confronto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.