O grande confronto escrita por Emily Hardwell


Capítulo 4
O melhor lugar do mundo: a biblioteca


Notas iniciais do capítulo

gente, atrasei um pouco mais que os outros, mas ainda postei rs



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”Só” pretende invadir a biblioteca? —Gabriel perguntou irônicamente. Ele virou seus olhares para mim e perguntou: _ Você ficou louca? Invadir a biblioteca? _Ele repetiu ainda pasmo _Mas, se você for mesmo fazer isso, me mantenha fora do plano, ok?! Não poderei ajudar vocês nessa a não ser que queiram ser entregues para a Clara conseguir o que parece que está procurando muito: ser expulsa! _Gabriel esbravejou se lavantando.

—Mas você prometeu que não iria nos dedurar, mesmo que isso fosse contra seu regulamento de "coordenador de atividades". _Comentei, lembrando-o de seu juramento.

—Achei que fosse uma brincadeira! Que não fossem levar a sério. _Ele falou a caminho da porta. Tentei chamar seu nome, mas parece que ele não escutou.

Assim que ele saiu, Amanda se virou para mim e pergntou:

—Clara? _Eu ri e respondi:

—Sim, mas nem minha mãe me chama assim, então não vai ser você que vai começar.

Quando terminei meu pedaço de bolo, eu levanteie perguntei a Amanda:

—Você ainda vai ficar aí? É porque eu ainda tenho que tomar banho. _E tenho que ver se Gabriel já esfriou a cabeça.

—Pode ir. Eu tenho que varrer toda essa bagunça. Tchau.

Então, assim, eu fui para o dormitório tomar uma boa ducha de água quente e ver se Gabriel já havia esfriado a cabeça. Quando fui passar ao redor do meu chalé, Gabe apareceu na minha frente com um presente embrulhado em mãos e com um sorrisinho no rosto.

—Feliz aniversário, Clear. _Eu o agradeci e abri o presente. Era um maio azul esverdeado bem do meu tamanho.

—Como sabia meu tamanho? Ah e, não me chame de Clara, em hipótese alguma.

—Amanda mexeu em sua mala e, não se preocupe, não te chamo mais de Clara, Clarinha. _ Fiz uma careta para ele, o que o fez rir. Espera, Amanda mexeu em minha mala?

—Mas onde conseguiu esse maiô?

—Na recente loja do colégio. Ela ficou pronta ontem.

—Nossa escola tem uma loja?

—Agora tem. Ela fica perto dos estábulos.

—Nossa escola estábulos? _Ele riu pela minha falta de conhecimento do lugar.

—Esse é o maiô que você precisava para a prova do lago. _Ele falou, me lembrando que esse foi o motivo para eu ter ido a sala do diretor.

—Obrigada. Ele é muito bonitinho! Então... você está mais calmo agora? _ele balançou a cabeça positivamente. _É que eu preciso o seu mapa para andar...

—Por que tem tanto interesse nisso?

—Eu quero saber no que estou me metendo.

—Mas mesmo que você saiba, você não vai desistir, não é? _Eu balancei a cabeça negativamente, hesitante. _Então por que você não deixa quieto?

—A minha avó esteve envolvida nesse colégio, tá legal?! _Quando falei isso, Gabriel ficou perplexo.

—Mesmo assim, eu não quero que faça isto! _Ele havia dito com autoridade.

—Mas eu quero saber o que minha vó...

—Estava me referindo aos jogos. _Ele falou com uma expressão séria. Ele chegou mais perto de mim, de forma que me deixou encostada na parede de fora do dormitório feminino e botou suas duas mãos escoradas em tal, de modo que me deixou no meio de seus braços. Como nossos rostos estavam a poucos centímetros, indaguei:

—Será que vo-vo... você pode ir um pouquinho para trás? _Ele obedeceu e, assim que percebi o que ele havia falado, comecei a ficar com raiva dele, afinal, ele acha que que pode infuenciar em minha decisão? _Desde quando você tem autoridade sobre mim? Eu não sou tua cadelinha pra ficar obedecendo suas ordens e, se eu quiser participar dos jogos, eu partci... _Gabriel não me deixou terminar meu argumento, pois, ele me puxou pelos ombros para perto dele, perto de mais, de modo que meus lábios encontrassem os dele. Oh, Meu Deus!, ele me beijou?!

Depois de um tempo, ele apenas disse:

—Existe outra maneira de fazer você calar a boca? _Ele falou cada palavra em um tom normal e estava olhando para mim com uma feição neutra e se afastou como se não tivesse acontecido nada. Eu não consegui reagir, pois estava petrificada. Oh, céus!, eu não acredito que ele me beijou!

Eu fiquei lá, parada, feito uma estátua, tentando processar tudo que havia acontecido.

Depois, fui para meu chalé. Amanda já estava sentada em sua cama e, quando me viu, começou a falar:

—Onde você estava, menina? Você sumiu!

—Lá fora. _Tentei falar o mais calma possível e evitar contato visual para ela não ler minha mente.

Antes de dormir, vi uma carta na cabeceirada minha cama, em cima da carta estava escrito: "Para Clear". Eu a abri e comecei a ler.

 

"Primeiramente, feliz aniversário!

Me desculpe por brigar com você,

mas essa é a minha obrigação como

coordenador de atividades

 

Obs.: Faça bom uso do meu mapa e...

Ps.: A supervisora fica em sua sala até de madrugada"

 

Depois de lê-la, percebi que havia outra coisa no envelope. Era seu mapa.

Fui dormir um pouco, porque a primeira etapa do meu plano é estar acordada as quatro horas da manhã e, quem sabe assim eu esqueça o beijo que Gabriel me deu.

Espera... ele entrou no dormitório feminino para deixar a carta?

No meu sonho, eu estava com um vestido vermelho que parecia da época vitoriana e estava em um castelo. Havia um homem de certa idade escrevendo algo, mas entes de terminar, caiu sobre a mesa... morto. Quando fui me aproximar dele, para conferir se ele realmente estava sem pulso, eu ouvi a voz familiar dos meus pesadelos sussurrando.

—Família Bad. _Assim que ela disse isso, eu, literalmente, mergulhei no chão e fui para em outro lugar.

Eu estava em um porto marítimo, de frente a um navio Viking e do lado de uma garota de cabelos negros e olhos bem azuis, parecendo etá branco. Ela também estava com um vestido branco e preto da época vitoriana. Na frente do navio havia um homem de cabelos ruivos e cacheados (como o meu cabelo) e com uma aparencia um tanto cansada, mesmo mostrando ser ainda jovem. Ele chegou perto de nós duas e disse:

—Minhas queridas e belas filhas, vim aqui me despedir de vocês e, minha pequena Lailian, _ele falou se referindo a menina de cabelos negros e olhos azuis _sua mãe gostaria de falar com você. _Escutando isso, Lailian (que aparentemente era minha irmã) foi em direção a uma mulher parecida com ela, mas ela também se parecia um pouco comigo. _Minha linda filinha, você tem meu dom, você é minha herdeira e, é você que levará minha vitória como legado.

E, como antes, mergulhei no chão e fui para outra cena e, dessa vez, era novamente uma telespectadora. Eu estava observasndo uma menina que lembrava Lailian. Ela estava escorada em um abismo onde não dava para ver o fim. Ela chegava cada vez mais perto da beirada até que, simplesmente, ela caiu. Não tive muito tempo para ficar abismada, pois logo fui para outro lugar.

Parecia ser nos anos 60 e, eu, estava em cima de uma construção que aparentava ser uma escola, pois embaixo havia muitos adolecentes com roupas de bolhinhas e jaquetas de couro. De repente, uma menina ruiva, que se assemelhava comigo, levantou a mão e falou:

—Eu quero me inscrever. _Sei que não peguei a cena completa, mas não entendi nada. Assim, fui para outra cena, que era minha avó (que já faleceu) em seu asilo. Naquela época, ela já tinha um problema no cérebro que a fazia delirar.

—As encruzilhadas... eu não os matei. Não sou a escolhida, eu não sou a estrela que nunca pertenceu aos céus. _Ela dizia essas coisas sempre que eu ia visitá-la. Depois, eu afundei novemente e fui para outro cenário.

Eu estava em uma floresta e um homem de cabelos ruivos estava ao meu lado. Eu o reconheci pela fotografia do meu pai. Ele estava com seus olhos virados para frente e, então percebi para onde ele estava olhando. Ele estava admirando duas árvores entrelaçadas no topo. Havia algo de estranho nessas árvores, eu podia sentir. Olhei para o lado, para gravar mais traços do meu pai, mas ele não estava mais lá. Voltei a obserar as árvores, porém estavam diferentes, pois entre elas, havia halgo parecido com um espelho.

—Tem certeza que quer conhecer seu passado? _Meu refexo falou com o vestido vermelho da época vitoriana. Balancei minha cabeça positivamente e, então, ela (meu reflexo) me puxou para dentro do espelho no meio das duas árvores.

Acordei suando frio em minha cama. Olhei para o relógio em meu pulso e vi que eram quatro horas em ponto. Sorri, afinal, vou descobrir algo sobre meu passado.

Fui pegar, no meu malão, roupas confortáveis e pretas, para me camuflar nas sombras do colégio e, para esconder meu cabelo vermelho, prendi ele com grampos e botei ele dentro de uma toca preta.

Acordei Amanda, que quase me deu um tapa na cara _e teria dado se eu não tivesse segurado sua mão.

—Você tem problemas mentais? Eu PRECISO dormir! _Ela disse sentada em sua cama, mas ainda com os olhos fechados.

—Me desculpe, madame, _disse sendo irônica _ mas acontece que nós temos uma biblioteca para invadir.

Ela botou uma roupa parecida com a minha e saímos do dormitório.

—Vamos chamar o Gabriel? _Amanda perguntou.

—NÃO! Quer dizer, nós não podemos entrar em chalés masculinos, esqueceu? _Falei um tanto nervosa, afinal, não queria encarar Gabe. Pelo menos até amanhhã.

Primeira fase do plano: concluída.

Eu sabia que não trancavam porta da escola, porque, enquanto ficava na biblioteca, li um exemplar de "Regras do internato" e, em uma página estava escrito que, segundo o regulamento, nenhum internato pode trancar suas portas durante a noite (a não ser as salas privadas, infelizmente, como a biblioteca).

Enquanto andávamos sob a penumbra até o prédio das salas, percebi que Amanda era tão delicada quanto um elefante.

Fomos pela porta dos fundos, porque eu não queria nenhum encontro desagradável.

Quando estávamos entrando na escola, me virei para Amanda (que estava atrás de mim) e comentei:

—Amanda, sem querer ser rude, mas você poderia andar sem parecer uma égua parindo?

Amanda me encarou e disse sem mexer o lábios, como ela havia feita na sala de jogos:

“O que? Me desculpe, eu não ouvi. Poderia falar mais alto?, acho que o diretor ainda não acordou. “Nos encaramos e começamos a rir pelo nariz, afinal, é normal melhores amigas se xingarem.

Aquela entrada dava direto a um corredor completamente esquecido e escuro.

Seguimos o corredor até uma escada estreita e mal iluminada. Percebi nos primeiros dez degraus que aquela escada era bem antiga, pois as paredes eram feitas de granito preto e não havia uma lâmpada sequer no teto.

Quase no final da escada, vi um lâmpião enferrujado, preso a parede, com uma vela toda derretida e com o vidro da frente quebrado.

Quando a escada acabou, dava em outro corredor longo e que parecia ter uma luz no final.

Assim que comecei a andar no corredor, alguma coisa segurou meu braço, o que quase me fez gritar e, teria gritado, só que a tal coisa também tampou minha boca.

—Você está louca? Se você gritasse, iríamos ganhar uma linda e maravilhosa expulsão!

Olhei para a escada escura e percebi um vulto e, quando meus olhos se acustumaram com o escuro novemente, vi quem era essa “coisa”.

—Gabriel!, você quer me matar? _Disse assim que ele soltou minha boca e, por isso, ele deu uma risadinha.

“Queridinhos, vocês podem conversar depois? Afinal, como Clear disse, temos um bilioteca para invadir e, Gabriel, por que está de pijama?” disse Amanda ainda sem mexer a boca, de forma que só eu e Gabriel escutássemos em nossas mentes.

Ele ficou encarando Amanda, confuso e tentando entender o que acabara de acontecer, antes de responder. Quando finalmente se acostumou com a ideia de Amanda não falar, disse:

—Eu conclui que, se fosse apanhado sozinho, poderia dar a desculpa de ser sonâmbulo. _Devo adimtir que isso foi bem inteligente, mas dane-se, eu não queria vê-lo de novo hoje.

“Tanto faz, temos que ir.” Gabriel estranhou novamente o modo de falar de Amanda e, quando ela “disse” isso, começou a avançar.

—Clear, poderia esquecer o que eu fiz? É que eu tive um momento do fra... loucura. É, loucura. _Ele falou ainda segurando meu braço. Fitei-o por alguns segundos e concordei.

—Tá, mas só se soltar meu braço. _Ele afroxou sua mão e puxei meu braço, afinal, o membro era meu. _E que história é essa de ficar bravo comigo e não me deixar invadir a biblioteca sendo que você mesmo veio aqui sem nem um convite direto?

—Para falar a verdade, estava tão curioso quanto você. _Que coisa, garoto! Primeiro ele me trata como uma subordinada e, agora, ele vem para cá? A única coisa que eu preciso é me distanciar dele um pouco para clariar a mente e, tenho que lembrar do meu objetivo de ter vindo aqui, que era descobrir coisas sobre meu passado.

Enquanto me afastava de onde Gabriel havia aparecido, vi uma porta com letras prateadas formando uma palavra que me deu calafrios: "Supervisora". Olhei o mapa e, assim que as escadas acabassem, iria dar em um corredor que haveria uma única sala. A da supervisora e, graças ao “P.S.” de Gabriel, isso ficava ainda mais assustador _por que eu não olhei no mapa onde a porta dos fundos levava?

O corredor inteiro era iluminado por uma só lâmpada, que estava acima da minha cabeça.

Fui até o fim do corredor fazendo o mínimo de barulho possível, afinal, a supervisora era a última pessoa do mundo que eu queria enconter durante minha invasão a biblioteca.

Seguindo o corredor, dei de cara com a biblioteca. Felizmente, tudo ocorreu como o planejado.

Segunda parte do plano: concluída.

Conferi se a porta estava trancada tentando abri-la, mas infelizmente, estava com um cadeado, por isso peguei um gampo debaixo da minha toca preta e arrombei a porta.

—Incrível! _Disse Gabriel depois que me viu abrir a porta.

“Incrível duplo. Sabe, Clear, você daria uma ótima ladra. Imagina 'A ladra da noite'.”. Amanda falou e um sorrisinho apareceu em minha face. O título até que é charmoso.

Entrei no lugar escuro e fui até a outra parede do cômodo, onde estava o armário com porta de vidro que dentro, havia o livro com os fatos do colégio.

O portal de vidro também estava trancado, então, novamente, peguei meu grampo e abri o compartimento, segurando o livro e comecei a lê-lo.

Ele era todo feito de páginas de jornais escolares bem antigos. Como manchete da primeira página, estava escrita: "Grande inauguração do colégio Novo Mundo"

 

"Com a abertura do novo colégio, nós, alunos, temos mais escolhas para atividade extracurriculares e lazer, como diversos grêmios, tais como hipismo, artilharia, luta medievais entre muitos outros.

Logo em seguida do fechamento da antiga faculdade, “Ensinando futuras estrelas”, o diretor de nossa escola, Hansel, junto com nossa supervisora, Carolyn, abriram as portas para uma valorizada instituição de ensino, o Colégio Novo Mundo.

Para nossa diversão e descontração, em nosso colégio teremos os jogos da primavera, que ocorrerá no segundo bimestre deste ano, para o qual as inscrições já estão abertas.”

 

Em baixo de todo o texto, havia uma foto preta e branca do diretor Sergio com uma tesoura e a supervisora Lucy ao seu lado, posando para a foto. Em sua legenda estava escrito “Direto Hansel e supervisora Carolyn cortando a fita cerimonial”.

Bem no alto da folha estava escrita a “06/02/1913”. Mil novecentos e treze? Espera... será que as pessoas da foto são a supervisora e o direto atuais? E ainda tinha aquela parada de “Colégio Novo Mundo”.

—Que bizarro! _Gabriel falou.

—Total. _Amanda concordou (já com a boca) com Gabriel e eu assenti.

Passei para outra página (outro jornal) que pensei ser importante. Em sua manchete, estava escrito: “Os primeiros jogos da primavera”.

 

“Finalmente, chegou a semana de abretura dos jogos da primavera e, as inscrições.

Os participantes são:

*Lize _da oitava série.

*Hans _da sétima série.

*Rudy _da nona série.

*Lorraine_ da sétima série.

*David_ da nona série.”

 

Tinha mais matéria no jornal, mas não julguei importante. Do lado de cada nome, mas do lado de cada nome havia uma foto. Marry era uma garota de cabelos cacheados e curtos e de um rosto arredondado. Lize tinha um fino e comprido e um cabelo curto e lizo. Hans era um garoto pequeno com um cabelo cortado em formato padrão. Rudy era um rapaz alto de cabelo curto e cinza (por que a foto era em preto, branco e diversos tons de cinza). Lorraine possui uma pele um tanto morena (pois sua pele estava um tanto cinza) e tinha cachos bem definidos. David era um garoto formoso de curtos cabelos escuros. Todos estavam sorrindo para a foto.

—Sou só eu que estou assustado com isso? _Questionou Gabriel.

—Pode apostar que não. _Amanda falou, com os olhos arregalados, passando para a próxima página.

Eu vi a reportagem e, como manchete, estava escrito “A primeira prova”:

O texto, em suma, falava (obviamente) da primeira prova, que era natação. Essa prova tinha muitas modalidades, como: revesamento, livre, costas, peito, borboleta.

No final do papel, vi uma foto em que todos os participantes estavam juntos em um abraço coletivo. Todos estavam sorrindo.

Fui passando as páginas e, em todas as fotografias dos jogos de primavera, todos sorriam.

Passei os olhos em tudo até que encontrei, finalmente, a reportagem que procurava: “Os jogos de inverno” .

Só de ler a manchete, meu coração começou a bater desesperadamente, como se quisesse sair do meu peito.

—Merda! _Amanda falou a mesma coisa que eu pensei. Não é a toa que ela lê mentes.

Comecei a ler e vi que era a prova do lago. Só estava escrito quais foram os objetivos das pessoas e em quais posições e, no final da reportagem, tinha uma foto. Ninguém estava sorrindo.

Fui passando as reportagens e vendo as fotografias de cada uma e, como já desconfiava, ninguém sorria. Foi então que eu a vi, em uma imagem e vi sua nome. Helem, a garota que havia capido no abismo no meu sonho se chamava Helem. Imediatamente, parei de passar e tive certeza de que era ela, vendo seus olhos azuis (que na imagem estavam cinzas) segurando uma medalha.

Passei seis folhas e em sua manchete estava escrito “A vencedora do jogos” e uma lá estava Helem, em grande destaque.

Passei meus dedos correndo para ver outra coisa (pensando bem, não tenho tanta certeza de que quero ver) e, felizmente (ou infelizmente), achei o que procurava. Demorou um pouco para reconhecê-la, pois naquela época ela era jovem, mas os cabelos vermelhos como os meus denunciaram Cassid Montgomery Bads, minha avó e, foi vendo-a ali que percebi que ela era, naquela época, a outra menina no meu sonho, a que se voluntariava.

—Essa é sua avó? _Gabriel peruntou, apontando para Cassid. Afirmei com a acabeça.

—Você se parece muito com ela. Assustador! _Amanda afirmou e, com sua alegação, ri um pouco, mas só depois vi o quanto isso foi errado, pois logo escutamos um som de chaves do outro lado da grande porta da biblioteca.

Nós, imediatamente, levantamos o olhar para determinado lugar e meu coração começou a bater a mil.

Quase como se fosse ensaiado, Gabriel correu para trás de uma estante de livros, Amanda fechou o livro, me entregou e falou mentalmente “Coloque no mesmo lugar de onde tirou.”. Tomei o livro em minhas mãos e o encarei por um segundo. Tínhamos tantas outras coisas para ver “AGORA!”. O “berro” mental de Amanda me fez acordar de meus devaneios e, rapidamente, fui colocar o objeto em seu lugar.

Como me chamo Clear (Elizabeth Montgomery Santiago) Bads, claro que deixei o livro cair quando fui repô-lo em seu recipiente. Ele tinha caído aberto em uma página aleatória (mais para o final) e, quando fui pegá-lo, vi o retrato e, nele, estava um rosto familiar, meu pai. Comecei a ler o artigo rapidamente, porém outro barulho seguiu-se da porta. Olhei para lá e vi agora a maçaneta se mexendo.

Droga. Droga. Droga! Eu me ferrei!

Em um único gesto, peguei o livro, pus em seu devido lugar e fechei a pequena portinhola de vidro e, antes de qualquer coisa acontecer, corri para trás das estantes de livros também.

Agora eu estava do lado de Amanda, já que estávamos nos escondendo no mesmo lugar e, Gabriel, estava em outra prateleira

Respirei fundo, me esforçando ao máximo para não escapar nenhum ruído e, então, escutei aquela voz, não, não era a voz do meu pesadelo e, sim, uma muito mais fria e malígna.

—Alguém está aí? _A supervisora, Lucy, havia dito.

Este é um momento que eu nunca vou esquecer, um momento que congelou todo o meu sangue e meus movimentos e, definitivamente, o momento que eu mais me ferrei.

Droga! Droga! Droga! Droga! Droga! Tudo poderia acontecer agora, menos isso. Olhei para cima (para o teto) e pensei em como sou azarada. Qual é, eu acho que mereço um pouco de sorte de vez em quando!

Comecei a respirar bem devagar, para evitar qualguer tipo de barulho, mas, quando uma luz de lanterna passou pela parede entre a estante de Gabriel e a nossa, Gabriel ficou com uma aparência aterrorizada e a bufar pesadamente, mas Amanda disse em nossas mentes “Para com isso, seu palerma! Vai acabar ferrando todos nós.” e, assim que terminada a mensagem, ele tentou se acalmar. Depois de mais ou menos um minuto (que mais pareceu uma eternidade), a luz da lanterna desapareceu e escutamos passos ecoando pela saída e uma grande batida na porta. Esperamos um pouco até saírmos do nosso esconderijo (só para ter certeza) e, quando tentamos abrir a porta para finalmete sair desse lugar, lá estava a grande surpresa: ela havia trancado o cadeado do lado de fora.

Amanda levou as mãos a testa, deslizando-as pelos longos cabelos loiros, Gabriel ficou desesperado e começou a balançar a porta com força e, como eu sou de grande ajuda, fiquei andando em círculos.

—Que merda! Isso não pode estar acontecendo, não mesmo! O que nós faremos?

Gabriel disse tudo de uma vez, deixando a fala quase incompreensiva. Amanda, aparentemente a mais calma entre nós, pôs as mãos na cintura e alegou (ao contrário de Gabe) devagar.

—Seremos expulsos. _E, mesmo sendo impossível, os olhos do meu amigo se abriram mais ainda e ele começou a choramingar.

—Jesus, perderei todo o meu mérito de bom aluno e ainda meus créditos! Como você pode não estar perdendo a cabeça?

—Simplesmente porque eu quero ser expulsa. _E, assim que Amanda o informou disso, ele voltou a fazer seu papel de garoto deseperado novamente. Sinceramente, estou pouco me lixando se eu for expulsa, mas eu só não quero pois, agora, é uma questão de orgulho. Não irei sair daqui tão cedo só porque eles querem.

Parei de ficar andando de um lado para o outro, virei-me para ele e falei:

—Pare de dar chilique, Gabriel, isso não vai adiantar em nada!

Amanda olhou para mim, deu um sorriso e emitiu um “Uou” e, embora isso tenha nos descontraído em um momento tenso, adverti-a com o olhar. Ele, obedecendo meu mandato, virou-se de costas para a porta e escorregou até o chão encostado ainda no portal. Com a cabeça escorada , iniciou a murmurar alguma coisa, mas era muito imperceptível para adivinhar o que era.

Quando ele finalmente começou a aumentar o volume de sua voz e bater suas mãos no joelho em uma frequência ritmada, notei que ele cantava “Carry on my wayward son”. Olhei para ele estupefata, pois achava que ele era do tipo mais country, música clássica, ópera, sei lá, então lhe dei um sorriso e perguntei:

—Por que você está cantando essa música em uma hora dessas?

—Ajuda a me acalmar _deu de ombros ainda com os olhos fechados e, com isso, me juntei a cantaria também. Amanda deitou-se no chão, cantou conosco a mesma melodia, levantou os braços e fingiu que tocava uma bateria.

É oficial, somos péssimos cantores.

Fui andar ao redor da biblioteca pensando em uma forma de escapar dali e, enquanto escutava e recitava aquela canção, vi o brilho da lua no chão, vindo através da grande janela sem grades. Andei até ela e, como estava destrancada, abri-a sem nenhuma dificulde e percebi que havia um pequeno sustento (por onde poderíamos facilmente passar). Olhei para a direita e vi que o suporte levava para outra janela desse tipo, porém essa estava aberta. E foi bem ali, encarando as estrelas, sendo encorajada por aquela música para continuar e escutando algumas das vozes da minha cabeça falando “venha” (pois tinha esquecido de tomar meu remédio) que tive outra ideia, mas essa seria mais arriscada que todas até agora.

Andei até meus amigos e, assim que chegou ao fim do refrão pela segunda vez, informei:

—Tenho um plano.


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Notas finais do capítulo

Por favor, gente, não esqueçam de divulgar :)



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