Perdida em STILândia. escrita por micca


Capítulo 6
Lydia não funciona sem comida (5)




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Quando chegou o horário do intervalo, eu fiquei meio perdida com toda a movimentação e agradeci por ser uma invisível, sério, ninguém me olhou ou tentou falar comigo.

Meio idiota, mas foda-se.

Quando cheguei no local que era o refeitório, percebi que a escola tinha suas panelinhas e revirei os olhos ao procurar um lugar para comprar o meu lanche e ao ver que estava uma fila, bufei alto.

Meus olhos passaram para cada mesa e se focaram em apenas uma.

Malia, Scott e o idiota que falou comigo na lanchonete no domingo. Eles estavam com diversas pessoas, jogadores e lideres de torcidas.

Mas só os olhos dos três estavam me encarando.

Scott falava algo para eles e Malia revirou os seus olhos e me fuzilou. Já o idiota teve sua concentração roubada quando uma garota falou com ele, fazendo-o sorrir maliciosamente. – Idiotas. – Sussurrei e tratei de dar passos decididos a caminho da lanchonete. Meus olhos desviam de novo para a mesa dos meus queridos irmãozinhos e percebo que eles ainda me olhavam, agora todos da mesa.

Abri um sorriso malicioso e levantei o dedo do meio para eles, sabendo que só eles iriam ver.

Revirei os olhos e tratei de andar, mas logo senti meu corpo se chocar contra alguém.

— Não olha pra onde anda não? – Perguntei irritada.

Quando olho pra pessoa que soltou um risinho, percebo que Mason me encarava de forma sarcástica. – Dessa vez foi você.

Atrás dele tinha dois garotos e eles me encararam desconfiados.

— Culpada. – Levanto a mão para cima.

— Bom, eu estava procurando você mesmo. – Ele me estendeu um dos copos que estava na mão dele. – Agora estou desculpado por derramar café em você? – Ele sorriu de forma carinhosa.

Concordei e retribui o sorriso. – Está.

Ele fez uma comemoração e olhou para os meninos atrás deles. – Meninos, essa é a Lydia... A garota que derrubei por conta da aposta idiota de vocês.

Os meninos se olharam culpados e coraram, fazendo-me arquear a sobrancelha com a fofura do ato deles.

— Desculpa. – Disseram juntos.

— Não liga, eles não são acostumados a falar com meninas... – Mason deu de ombros e percebi que no trio de amigos dele ele era o mais extrovertido e não era convencido ou algo do tipo. Ele olhava para os garotos com muito carinho e todos socaram ele ao ouvir a frase que foi dita.

Eu acabei rindo. – Olá garotos... Fiquem tranquilos, eu não sou uma menina. – Brinquei ao piscar para eles e ouvi-os rir.

— Que bom, eu não gosto delas mesmo. – O moreno disse e arrumou seu óculos de sol e acabei entendendo as palavras dele. – Sou o Corey e esse aqui é o Liam.

O Liam sorriu de forma constrangida.

— Ok... Como hoje estou amando fazer caridade. – Mason disse de forma sarcástica. – Vou deixar essa pessoa chata ficar com nós.

— Só hoje? – Corey perguntou rindo brevemente.

— Talvez até o final do ano.

Acabei sorrindo com a resposta de Mason e deixei-o me guiar, enquanto o braço dele descansava em meu ombro e ele me levava para uma mesa afastada onde o pouco sol iluminava-a.

Ao me sentar ao lado de Liam, vi-o arrumar o boné e abrir o salgadinho que ele trazia.

— Aluna nova, certo? – Corey perguntou e eu olhei o local a nossa volta atentamente. – O que tá achando da escola?

Acabei rindo. – É meio assustador ver uma escola tão cheia de grupinhos... Quero dizer, cada um tem uma mesa pra sentar é? – Perguntei ao perceber que a deles estava vazia e as pessoas que estavam em pé não se sentaram em nenhum momento.

Mason concordou ao encher a mão com doritos. – Sim, desde que estudo aqui é a mesma merda... Populares, os conhecidos e por ai vai.

— Você fala assim, mas já se sentou naquela mesma. – Liam resmungou ao apontar em direção a mesa que os gêmeos estavam e inclinei um pouco, para perceber que eles ainda nos fitavam.

— E por que não senta mais? – Indaguei curiosa.

— Mason namorava com a capitã das lideres de torcida... Uma loira. – Quando ele falou, me lembrei da garota que sussurrava no ouvido do "idiota" – Quando ele resolveu terminar com ela, entrou no nosso grupo dos excluídos. – O loiro dizia de forma sarcástica. – Acho que ele não resistiu ao nosso charme.

— Não diria excluído... Eu entrei porque vocês eram livres e andavam de skates. – Mason jogou o saco na minha direção e roubei alguns. – Ganharam meu coração logo depois do primeiro oi. – De forma teatral, ele bateu na mão dos dois amigos.

Tomei meu café e suspirei ao perceber que ainda estava quente.

— E qual é a sua historia? – Liam perguntou curioso.

— Bom, eu me mudei para San Diego e precisava de uma escola. – Dei de ombros. – Muito obvio a história.

— Nada de drama? – O moreno perguntou e logo vi-o bufar. – Você é muito chata para andar com nós... Quero dizer, só aceitamos o Mason porque ele deu um pé na bunda na maior líder de torcida.

Eu soltei uma risada. – Desculpa desaponta-los.

— Estou desapontado mesmo. – O Corey resmungou. – Adeus, Lydia... Você não pode ficar com nós. – De forma dramática ele se levantou e no mesmo momento o sinal tocou, fazendo eu sorrir com o ato perfeito. – Vem, Mason disse que sua próxima aula é comigo... – Quando ele falou isso, acabou me puxando igual o amigo fez mais cedo e eu deixei o meu café para trás, só tendo tempo de puxar minha mochila.

— Qual é o problema de vocês? – Indaguei raivosa enquanto tentava acompanhar os passos dele. – Não posso ir sozinha?

— Você é nossa mascotinha agora. – Ele colocou a mão no meu ombro. – Então acostume-se...

— Estou dentro do grupo de vocês? Tão fácil assim? – Perguntei duvidosa. – Cadê os trotes?

Ele riu baixo. – Não estamos na faculdade ou em uma escola infantil... – O moreno deu um beliscão leve em meu ombro. – Quando Mason falou de você, já sabíamos que não teria volta... Ele emprestou o moletom favorito dele e ele não faz isso com ninguém.

— E com vocês dois?

— Bom, eu e Liam somos amigos dele... – Ele sorriu maliciosamente ao me encarar. –E depois que a ex dele viu você usando esse moletom, você já é odiada.

— Como assim? – Indaguei confusa.

— Ela sempre queria usar ele, porque é a marca registrada de Mason... Mas ele nunca deixaria aquela bruxa usa-lo. – O moreno dizia, enquanto nos guiava para a sala. – É idiota, mas ele realmente não deixava... Mesmo eu achando que é só um moletom.

Aquilo me sorrir. – Obrigada.

— Não entendi. – Corey disse quando entramos pela sala.

— Por me fazer sentir bem vinda. – Senti minhas bochechas corarem. – Vocês foram os primeiros desde que cheguei nessa cidade que não estão me olhando torto. – Ok, o idiota da lanchonete também, mas naquele momento ele não conta, ainda mais por andar junto com os gêmeos e provavelmente não deve gostar de mim também.

Corey guardou o seu óculos. – Sentimental.. Que fofa. – Me zoou ao apertar minhas bochechas e sorrir em seguida. – Nossa mascote.

— Eu não gostei disso. – Retruquei, fazendo-o rir e ambos sentamos perto.

A aula começou e ficamos o tempo inteiro tagarelando sobre o professor. Quando trocamos de aula, ele me levou até a próxima e não demorou muito para as aulas irem passando.

Quando o sinal da ultima aula tocou, sai da porta de forma calma e fui até o meu armário, para que eu pudesse pegar minha jaqueta suja e logo encontro Mason encostado na porta.

— Me passa o seu celular. – Ele disse rapidamente.

— Oi. Tudo bem? Sim, minhas aulas foram ótimas... Obrigada pela preocupação. – Pisquei na direção dele e estendi meu celular e abri a porta, pegando minha jaqueta e tomando o maior cuidado para não me sujar.

Meus olhos fitaram Scott que estava com o idiota sem nome e quando Mason percebeu o lugar que eu analisava.

— Capitão e co-capitão do time de basquete da escola. – Explicou. – Scott e Stiles... Os maios populares dessa pequena prisão. – Ele disse me encarando e logo se afastou com o skate em mãos. – Anotei e já mandei uma mensagem para mim... – Dito isso ele começou a se afastar e caminhar em direção aos armários dos meninos, mas ele nem olhou para eles, já que fitava de maneira divertida enquanto andava de lado. – E é melhor responder minhas mensagens. –Ele gritou alto e logo saiu em disparado com aquele skate e provavelmente se o diretor visse isso ele estaria ferrado.

Acabei rindo com a atitude idiota dele, corei ao perceber que as poucas pessoas que estavam no corredor me encarava.

Suspirei e fechei meu armário e caminhei para a saída também e fui parada no meio do caminho pela mão de Scott. –Quer uma carona?

Me soltei dele. – Vai dar carona para a Malia... E para de tender ser o gêmeo bonzinho. – Pisquei um dos olhos pra ele e me afastei com passos decididos e logo estava livre daquela prisão, o caminho todo eu fui cantarolando músicas aleatórias e desci uns pontos antes e assim pude conhecer a vizinhança e percebi que a maioria que morava por esses lados eram idosos.

Quando cheguei em casa, vi que tinha dois carros estacionados e bufei ao adentrar a casa e caminhar até a cozinha. Onde todos se encontravam lá, incluindo Stiles. Eles estavam se preparando para sentar e percebi que intrometi a conversa deles, pelo que entendi o visitante não estava querendo comer.

— Boa tarde família. – Murmurei de forma sarcástica e dei um beijo estalado nas bochechas dos meus avós.

— Lydia... – Meu avô disse puxando a mochila do meu ombro e colocando-a no chão. – Sente-se para comer. – Os seus olhos buscaram os meus de forma que senti que era um aviso grande.

RECUSE PORRA.

— Não, obrigada... Eu já comi. – Minha voz soou baixa.

— Comeu? – Melissa perguntou, fazendo-me concordar. – Mas eu fiz um prato novo, aposto que vai amar.

— Desculpa, mas eu realmente já comi...

Se eu continuar desse jeito, vou emagrecer por não comer, porque olha, tá foda.

— Quando? – Indagou Malia. – Eu não vi você comendo em nenhum momento.

— Não tem como você saber, Malia... Não estávamos grudadas na escola. – Quase revirei os olhos pra ela, mas me controlei.

— Isso é verdade, Malia... – Stiles se intrometeu e um sorriso falso estampou em seus lábios. – Eu almocei junto com a Lydia hoje... Na ultima aula. – A mentira parecia tão verdadeira, que até minha querida irmãzinha arregalou os olhos e o julgou com o olhar. – Então eu vou recusar novamente, porque estou cheio.

Naquele momento eu só sabia concordar, não entendendo nada, mas não queria experimentar um prato de Melissa, ainda mais quando já fui avisada sobre o perigo. – Eu vou dar uma volta na vizinhança. – Avisei e sai da casa novamente e comecei a andar pela rua, decidida a encontrar uma senhora que queira me alimentar.

— Ei... Espera. – Ouvi uma voz atrás de mim e suspirei ao andar mais devagar. – É assim que trata as pessoas que te livra de uma comida suspeita?

— Bom, eu não lembro de ter alguma lei contra minha atitude. – Respondi de forma ignorante. – E não pedi sua ajuda. – Ok, uma frase bem infantil, mas foda-se.

Stiles não me respondeu, mas me seguia quieto e percebi que ele não ligava em permanecer assim.

Ao sentir minha barriga se comunicar, suspiro. – Ok. – Viro-me e fico de frente com o moreno, meus olhos fitam os dele. – Preciso comer, urgente... Se não eu posso morrer daqui a pouco. – Coloquei a mão no ombro dele e logo tirei ao perceber que era uma atitude não pensada. – Lydia não funciona sem comida... Então pare de me seguir.

— Não estou te seguindo... Não seja tão convencida, por favor.

— Você está sentindo cheiro de comida? – Indaguei um pouco duvidosa.

— Sim, principalmente aquela casa ali... – Apontou e aquilo me fez passar pelo gramado da casa e toquei a campainha.

— Mas que porra... O que você vai fazer? – Um pouco afobado, ele parou ao meu lado e bagunçou os seus cabelos.

Com o braço dele colado ao meu, percebi que ele era muito alto.

Quando uma senhora abriu a porta, ela nos olha confuso e sorrio.

— Oi, desculpa atrapalha-la... – Passo a mão pelo ombro do Stiles e sorrio. – O carro do meu irmão quebrou e como estamos indo andando até em casa, vamos demorar bastante... Você teria algo para nós comer? Umas frutas? – Minha voz soou baixa, meiga e totalmente mansa.

— Oh, querida... – A senhora parecia totalmente comovida com a minha historia, que logo nos puxou pela mão e olhei para o moreno que estava perplexo e logo a sombra de um sorriso estava exposta nos lábios dele. – Acabei de terminar o almoço, vou amar ter a companhia de vocês.

Eu sorri, de verdade e sem nenhuma mascara. – Obrigada. – Minha gratidão por aquela mulher era sem tamanho. – Como a senhora se chama?

A idosa sorriu e nos guiou até a cozinha, a casa dela era bem simples e a mais pequena da vizinhança. – Sou Joana. E vocês?

— Sou a Lydia... E esse é o Stiles. – Apontei para o moreno e ao perceber a burrada, olho para ele e vejo-o a arquear a sobrancelha, como se dissesse "A gatinha sabe o meu nome".

Ok, sem o gatinha.

— Que nomes incomuns... Qual a história por trás deles? – Dona Joana nos colocou pra sentar e se afastou para preparar a nossa comida e nos deixou sozinhos.

— Você é louca? – Stiles não parecia assustado, mas sim duvidoso sobre minha sanidade mental.

— Louca não, só não quero passar fome. – Acabei fazendo um bico ao perceber que ficaria irritada se não achasse uma senhora tão gentil.

— Tá, irmãzinha. – Ele acabou revirando os olhos e olhou para Joana que voltou com dois pratos prontos e com arroz e frango. – Obrigado. – O tom dele era carinhoso e aquilo me deixou intrigada, pois percebi que era o mesmo jeito que falava com Viola. – Então, a historia do meu nome é bem simples... Nada demais.

— E o seu querida?

A pergunta dela me fez suspirar e pego a coxa do frango e enfio na minha boca, para eu poder mantê-la ocupada enquanto penso em algo.

Por que ela foi perguntar de como escolheram os nomes mesmo?

ME DEIXA COMER PORRA.

Que educação dona Lydia. – Pensei.

 

 

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Notas finais do capítulo

STILES E LYDIA JUNTOS E CONVERSANDO. O que acharam da primeira interação deles?

Tumblr: criveis



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