Perdida em STILândia. escrita por micca


Capítulo 5
Vivendo um clichê ridículo. (4)




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Quando cheguei em casa, entrei pelas portas do fundo e subi as escadas correndo e só gritei um "Cheguei" e entrei no quarto, jogando as diversas sacolas na cama.

Em seguida meu avô bateu na porta e entrou, olhando tudo tão intrigado que me fez rir baixo.

— O que é isso?

— Comprei para a Allison. – Dei de ombros. – O pessoal ainda está lá em baixo?

— Jack e os amigos dos gêmeos estão aqui... Melissa está com eles. – Meu avô sabia usar as palavras de uma forma que me assustava. – Eu falei pra ele te deixar um pouco em paz. – Quando viu eu concordar e sentar na cama, ele suspirou. – O que está acontecendo, Lydia?

— Aconteceu muitas coisas que não estavam no meu controle... Vir pra cá não me alegra, Andrew. – Senti meus olhos arderem. – Aqui não é o meu lar e onde era também não é mais.

— Você se arrepende de tudo que aconteceu? Do que você fez?

— Minha reputação foi manchada. – Dei de ombros. – Você virou neta de uma vadia desequilibrada... Eu me arrependo por ter sujado sua reputação.

Meu avô se aproximou e depositou um beijo em minha testa. – Eu não me arrependo de nada. – Ele acariciou minha bochecha. – Eu te dei a melhor educação que poderia dar e estou orgulhoso de quem você se tornou... E só lamento por você ter se afastado da Ally.

Concordei.

— Ah, tinha me esquecido... Amanhã suas aulas começam.

— O que? – Perguntei um pouco assustada, pois ele não tinha me avisado nada.

— Desculpa, Mel só me avisou hoje... Ela tinha esquecido. – Ele revirou os olhos. – Mas fica tranquila, ela comprou o material e você tem que acordar cedo, já deixei o despertador programado.

— Ok, vô... – Pego uma sacola e puxo-a. – Olha o que eu trouxe pra você. – Quando eu tirei a caixa do hambúrguer, meu vô arregalou os olhos e logo começou a rir.

— Eu te amo. – Ele disse olhando pro lanche e beijando de forma dramática o saco, logo o senhor que era tão carrancudo sentou-se junto comigo e atacou o lanche enquanto eu arrumava os presentes da Alien na caixa.

Ficamos conversando durante longas horas até ele se despedir e descer. Aproveitando que estava sozinha, deixei que meus olhos se fechassem e eu pude  dormir tranquila.

♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ *

No dia seguinte eu acordei totalmente desanimada para a aula, mas eu tinha que ir e enfrentar esse novo obstáculo de entrar no meio do ano.

Bom, eu usei uma calça preta, meus velhos e amados coturnos vinho e uma blusa de tricô  e junto uma jaqueta enorme verde que era do meu avô e que eu havia roubado para mim.

Meus cabelos foram presos em uma rabo e estavam naturais. Soltei um suspiro ao perceber que meus olhos estavam inchados e suspirei ao descer as escadas com uma mochila floral que tinham colocado em meu quarto.

Quando vou a caminho da cozinha, consigo pegar uma conversa.

— Deixa ela ir sozinha. – A voz tão amável era de Malia.

— Sozinha? Qual é Malia.. Você não é desse jeito. – A voz masculina de Scott parecia um tanto confusa.

Suspirei e resolvi não atrapalhar a brigas dele e sai da casa, me deparando com o meu avô e percebi que ele não perdia o costume de ficar procurando o que fazer. – Que ônibus eu pego para ir pra escola? – Meu vô parecia confuso e tratei de explicar. – Os gêmeos tão brigando, não querem dar carona para irmãzinha.

Meu vô bufou e logo me explicou como era pra chegar na escola. – Boa aula, Lyds. – Ele me estendeu uma banana e provavelmente ele estava na plantação.

Sorri como agradecimento e fui o caminho todo ouvindo músicas no meu celular e mandei uma mensagem para Allison, alertando-a sobre o novo drama da minha vida.

Quando o ônibus parou na frente da escola, eu desci e puxei o papel do meu cronograma.

Primeira aula Literatura – sala 103.

— Ok, isso é mais grande do que eu pensava. – Murmurei sozinha e fitei a movimentação de pessoas e todos entrando com certa velocidade a caminho da escola.

A única diferença dessa escola para a que eu frequentava, é que essa é duas vezes maior.

Suspiro e olho o cronograma novamente e reviro os olhos ao perceber que estava perdida e nunca me acharia aqui sozinha.

Olho para os lados a procura de ajuda, mas todos estavam tão absorvidos em suas próprias bolhas que nem olhavam para o lado.

Será que eu era assim na antiga escola?

Ainda do outro lado da rua, decido andar pela rua e olho o relógio.

Falta 10 minutos para a aulas começarem.

Ao encontrar uma cafeteria, adentro-a e percebo que estava vazia, já que os poucos alunos atrasados saiam de forma rápida de lá.

Peço um café e fico quieta, esperando a atendente me trazer.

5 minutos.

Pago o café e saio da cafeteria com passos calmos e suspiro ao perceber que a rua já se encontrava vazia. Meus passos foram calmos em direção a escola e um guarda me olha intrigado. Mas dou de ombros ao atravessar a entrada e adentrar a escola.

Ando pelo corredor vazio e degusto do café forte.

Na frente percebo que tem dois lados, um deles sendo para subir as escadas e o outro um corredor extenso. Parada e totalmente confusa, só fico olhando para os lados e tentando decidir pra qual lugar eu vou.

— Sai da frente... – Antes que eu pudesse fazer o que foi pedido, meus olhos se arregalaram ao sentir meu corpo se chocar contra outro e o café quente cair em cima da minha blusa. – Desculpa, desculpa...

A primeira coisa que eu vi foi a minha blusa e jaqueta toda suja e a segunda foi um skate que foi usado para descer a porra de uma escada e a terceira coisa que vi foi um rapaz moreno com os olhos arregalados e totalmente culpados.

— Me desculpa. – Ele foi o primeiro a se pronunciar e se levantou ao perceber que parecíamos dois idiotas jogados no chão. – Eu te machuquei?

— Me machucou? – Minha voz soou raivosa. – Você é louco cara? O que pensa que está fazendo?

Ele passou a mão por seu cabelo  e meus olhos-o. A pele morena dele estava um pouco corada, enquanto os olhos dele buscavam uma solução para aquele problema. – Eu ferrei com tudo... Foi mal. – Ele olhou para a minha blusa e o copo vazio na minha mão. – Pelo menos não sujamos o chão, estaríamos encrencados. – Ele soltou uma risada nervosa.

— Sim, claro... Com toda certeza. – Bufei e resolvi procurar um banheiro.

Que legal... Perdida nessa escola e agora toda suja de café.

Que clichê.

— Opa, calma ai garota... – O desconhecido disse caminhando ao meu lado e trazendo o skate junto com ele. – Você vai me dedurar?

— Se eu soubesse onde é a sala do diretor... Talvez sim. – Respondi sarcástica.

— Merda. Você é aluna nova? – A culpa ficou visível na voz dele. – Ei... – Ele segurou o meu braço e em um movimento rápido faço-o me soltar. – Desculpa. – Levantou a mão livre para cima. – Deixa eu te ajudar... O que você acha? – Indagou me olhando.

Pensei e suspirei. – Onde fica o banheiro?

Ele puxou minha mão e fez uma careta. – Eca, está toda melecada.

— Sério? – Perguntei de forma sarcástica e deixei-o me puxar, enquanto íamos no caminho do corredor.

— Aqui é o banheiro. – Apontou. – Eu vou pegar algo pra você vestir e já volto, fica ai dentro e não sai por nada... Só se quiser ser pega pelo diretor. – Ele disse e nem deixou eu responder, já foi me empurrando para dentro.

O banheiro estava vazio, então tratei de me limpar. Já que estava toda grudenta e fiquei assim até o sinal para aula bater novamente e me tratei de trancar em um dos banheiros, ouvi algumas pessoas entrarem no banheiro, mas saiam muito rápido.

Fiquei uns 20 minutos lá.

E nada do menino. Quando pensei que ele não viria mais, ouvi alguém bater na porta.

— Merda. – Sussurrei e fiquei trancada no banheiro, já sem blusa e jaqueta.

Bateram novamente e logo ouço a porta se abrindo.

— EI... Menina do café, está ai?

Com um suspiro aliviado, respondo. – Estou. – Subi no vaso e coloco minha cabeça pra fora e assim olho-o de cima. Ele estava com um moletom branco cheio de memes e aquilo me fez sorrir.

EU QUERO ESSE MOLETOM.

Pego-o e coloco rapidamente e em seguida abro a porta e pego minha blusa, colocando-a dentro da mochila.

— Ei... Cuidado com o meu moletom, ele é meu favorito... Não deixe nada cair nele. – Ele pediu e logo seus olhos passaram por todo o banheiro feminino. – Por que o de vocês é tão limpo? – Indignado, ele começou a curiar o banheiro e percebi que o local era muito arrumado e tinha papel higiênico e isso já era um milagre.

— Ok. – Suspirei e olhei pra minha jaqueta e ele fez o mesmo.

— Vamos guardar no seu armário.

— Armário? – Perguntei confusa, porque eu realmente vi vários armários, mas eu não sabia que todos podiam usar. Na minha antiga escola só tinha alguns e poucos usavam.

— Cadê o seu papel? – Ele perguntou ao abrir um breve sorriso e estendi a ele. – Aqui... – Ele apontou para uma numeração. – Seu armário e senha. – Piscou. – Agora temos um segredo.

Eu revirei os olhos. – Eu sei que está legal a conversa... Mas ainda estamos no banheiro.

Ao perceber que disse o obvio, ele me puxou para sair do banheiro e revirei os olhos novamente por conta dessa mania chata dele e logo ambos estávamos a caminho do meu armário. – Pronto. – Ele disse ao abri-lo e jogar a jaqueta lá dentro.

O caminho todo tendei decorar o lugar e prestei atenção no que o rapaz ia me falando.

Primeiro andar iam as salas 1 á 60.

Segundo andar 61 á 120.

Quadras e refeitórios era só seguir o final daquele corredor.

— Eu sei que você está se sentindo culpado por me jogar café, cair em cima de mim e provavelmente sendo o motivo de dois roxos... Mas você não está perdendo aula?

Ele soltou uma risada e parou na minha frente, arrumando seu moletom da adidas preto. – Não ligo em perder aula... Falando nisso, me chamo Mason. – Ele estendeu a mão em minha direção. – Me desculpa por cair em cima de você, os idiotas dos meus amigos me desafiaram a descer as escadas com o skate.

Acabei rindo ao ver a careta dele. – Idiota. – Retruquei e apertei a mão dele. – Lydia...

— Que nome incomum, Lydia... E que cabelo incomum. – Ele fez uma careta e me analisou atentamente e logo arqueou a sobrancelha. – Você me parece familiar. – Deu de ombros.

Mason era um rapaz simpático e parecia ter um estilo único dele. O cabelo fazia um belo visual com o rosto fino e sorriso fixo.

Ignorando a parte que ele falou que eu parecia familiar, até porque tinha dois gêmeos perdidos por ai.

— Então... Seria pedir demais para me ajudar a achar a próxima aula?

Ele sorriu de forma animada. – Vou ser o seu guia... – Ele pegou minha folha e começou a me mostrar onde foi as próximas aulas vulgo salas e me assustei com o silencio nos corredores.

Mason sussurrava e apontava para todos lugares e riu muito quando eu perguntei como não se perdia nessa prisão.

Quando chegamos na frente da minha terceira aula, ele anunciou que depois era o intervalo e apenas concordei e peguei minha folha, já entendendo como me encontrar lá.

O sinal bateu e ele se afastou me dando um tchau e esperei o pessoal da sala sair e logo entrei, me deparando com um professor e dei minha folha para que ele pudesse assinar.

— Sente-se ali. – Concordei e me sentei, logo a sala foi ficando cheia e percebi que muitas pessoas me encararam no caminho delas até a carteira.

Perdida com os olhos na lousa, me indaguei se Mason falaria comigo depois ou não... Antes que pensem que estou carente de amigos, não é isso, mas seria legal ter pelo menos um conhecido aqui, já que pela conversa dos gêmeos eu não os teria.

Grande merda... Ainda tenho três aulas.

Suspirei frustrada e comecei a anotar o que o professor ia falando.


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Notas finais do capítulo

HEEEYYYY;

Roupa que ela vestia: https://68.media.tumblr.com/8b61f2de7428515b75ba1ab4c445fe5c/tumblr_o05f24PiVs1rhydfjo1_500.jpg

Espero que tenha gostado do capitulo. O que acharam do Mason? Me contem.

Tumblr: criveis



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