Doce Vingança escrita por Haruno Patthy


Capítulo 8
Capítulo 8




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Ao saber da novidade, Kurenai, que conhecia bem a situação financeira da família Haruno, além de muitas outras coisas, se jogou na limpeza e arrumação da casa. Os móveis foram ilustrados, e seu marido foi chamado para lavar as janelas para ela. Haruno Kizashi decidiu comer fora até o sábado para manter a cozinha impecável. Quando Sakura chegou a casa na noite de sexta-feira, Kurenai a levou para que ela averigua-se a limpeza. A mansão estava perfeita sob qualquer ponto de vista..

— Tudo está maravilhoso. Trabalhou muito duro, Kurenai. – Sakura se sentiu profundamente grata.

Na varanda do quarto de Tsunade, pararam para observar os jardins, que desciam até o rio que dava o nome a casa.

— Não sente falta de viver aqui, Sakura ? – O tom de Kurenai era gentil. – Ainda me preocupa pensar em você sozinha naquele chalé.

— Gosto de lá.

— Mas certamente vai se casar um dia. Não pode dedicar sua vida a esta casa. Sei que não me cabe a mim lhe dizer isso, mas não é natural que uma garota carregue uma carga tão grande.

— Eu prometi.

— Eu sei. – Kurenai sorriu triste. – Mesmo assim, sua mãe gostaria que tivesse uma vida feliz. Não tenho a intenção de ofender.

— Eu sei. E obrigada por tudo, Kurenai. Não sei como meu pai viveria sem você.

— Não faço isso por ele, querida, eu também fiz uma promessa. E agora preciso voltar para casa e fazer o jantar do Asuma.

— Por favor, agradeça a ele por mim, ajudou muito. – E seria pago pelo trabalho, mesmo que não quisesse.

O pai a fez parar quando saía.

— Como o magnata da internet quer uma marquise, vamos dar uma volta pelo jardim.

As cercas vivas em torno dos gramados diante da casa estavam começando a florescer. Sakura inspirou profundamente o perfume de grama recém cortada enquanto tentava ver os jardins com os olhos de um cliente.

— Asuma fez um ótimo trabalho. Orochimaru disse que não teria conseguido sem ele.

— É um bom trabalhador. – Lançou um olhar enviesado para ela. – Precisa receber o pagamento.

— É claro, agora que está aposentado precisa de dinheiro extra.

Passearam pelo jardim juntos, uma experiência nova para os dois nos últimos anos. Quando voltaram, ele sugeriu que vissem a casa, mas ela lhe disse que Kurenai já havia lhe mostrado tudo.

— Ela fez maravilhas, a casa parece perfeita.

— Mas não está. – O tom do pai era desanimado. – Só ficará se você voltar a viver nela.

Ela balançou a cabeça.

— Isto jamais vai acontecer, você sabe disto melhor que ninguém. Boa noite, pai.

Na manhã seguinte, Sakura acordou com a sensação de um peso sobre a cabeça e gemeu. No chuveiro, pensou, não pela primeira vez, que a única tentação de voltar a viver na Haruno House era a perspectiva de um longo banho de banheira, que não tinha no chalé. Cuidou dos cabelos, amarrou-os num rabo de cavalo úmido, vestiu uma camiseta branca e jeans e tomou o o seu café. Não conseguia se livrar da sensação de que Sasuke pretendia romper o contrato depois de inspecionar a casa. Felizmente ainda não sabia que o pai uma vez ameaçou prendê-lo.

Sakura caminhou para a casa pouco antes das dez horas e encontrou o pai andando pelo terraço, muito arrumado e visivelmente tenso.

— Bom dia. – Ele sorriu cauteloso. – Você parece muito jovem e bonita hoje.

— Obrigada. Você também está com ótima aparência. – O pai sempre tivera um bom guarda-roupa. – Felizmente a previsão do tempo foi correta. Os jardins estão fabulosos ao sol. Orochimaru trabalhou muito mesmo. – Ficou tensa ao ouvir o som do motor de um carro. – Nosso cliente chegou.

Sakura e o pai esperaram no alto da escadaria, ambos muito tensos. Quando Sasuke saiu de um conversível preto, usando roupas parecidas com as dela, ela viu o pai relaxar e desejou que pudesse fazer a mesma coisa.

— Parece um cara decente… Aquele carro é um lamborghini– A voz era baixa, e Sakura ficou rígida de medo enquanto Sasuke subia a escada em direção a eles.

— Bom dia. – O pai sorriu amigavelmente. – Bem-vindo, sou Haruno Kizashi.

— Uchiha Sasuke. – Sasuke sorriu de volta, o olhar fixo em Kizashi enquanto apertavam as mãos. – Já conhecia sua filha, é claro. Bom dia, senhorita Haruno.

Ela se obrigou a sorrir.

— Bom dia. Não está um dia lindo? Devemos começar a visita pelos jardins ou prefere ver a casa primeiro?

— Os jardins, por favor. Com sorte, o clima estará bom no dia da festa e não teremos necessidade de invadir a casa.

— Não será uma invasão, Uchiha – garantiu Kizashi. – Entre e conheça a casa, Sakura o acompanhará. Então poderemos tomar um café antes de você visitar os jardins.

Era evidente que o pai não fazia ideia de quem Sasuke era, mas também era óbvio que aceitava bem alugar a mansão para ele.

— Está bem assim para você? – perguntou ela a Sasuke.

— É claro. Será um prazer.

— Esplêndido. – Kizashi entrou na frente. – Vá à cozinha quando terminarem  o café estará pronto.

— Se quiser vir por aqui, senhor Uchiha. – Sakura o levou em direção à sala de estar.

— Ele não tem ideia de quem sou, tem? – murmurou Sasuke, enquanto entrava no salão ensolarado e mobiliado com algumas peças confortáveis e modernas que faziam um contraste muito agradável com as pinturas e antiguidades da família de Haruno Mebuki, a mãe dela.

— Quer que conte a ele?

— Não se causar problemas para você. – Sasuke observou o salão, com sorriso triste nos lábios. – Agora que vejo o lugar por dentro, entendo por que não conseguiu abrir mão dele. Mas por que diabos vive no chalé?

— Motivos pessoais. Venha conhecer a sala de jantar. Papai insiste em comer aqui quando não sai.

— Deus do céu! – Sasuke ficou atônito ao ver o grande salão e a mesa para 24 pessoas. – Você janta aqui com ele?

— Não.

Ele lhe observou o rosto virado para o outro lado.

— Você mudou Sakura.

— Não é de surpreender, depois de tantos anos. Você me disse para crescer, então cresci. Ao lado fica o estúdio de papai…

— Não precisamos ir lá.

— Então vamos subir.

— Não é necessário ver mais da casa. Vamos nos concentrar nos jardins.

— Como quiser. Vamos tomar o café antes.

Haruno Kizashi se mostrou muito amistoso quando chegaram à cozinha.

— Espero que não se importe em tomar o café aqui.

— Será um prazer. Gosta de cozinhar, senhor?

Kizashi riu, desconcertado.

— Não, lamento. Minha maravilhosa senhora Kurenai é que cozinha. Está com a família há anos.

Sakura serviu ao pai o café doce de que ele gostava, então olhou para Sasuke educadamente.

— Como gosta do seu? – Sabia perfeitamente que Sasuke tomava o café preto e sem açúcar. E o olhar dele lhe mostrou que estava consciente de que ela sabia.

— Puro, por favor.

Os dois homens conversaram por alguns minutos, então Sasuke se levantou.

— Se estiver pronto para a visita, senhor Haruno, estou com pouco tempo.

Kizashi também se levantou.

— É claro, é claro.

Sakura os imitou, decidida a não deixá-los juntos sozinhos.

— Se tiver um compromisso, pai, eu me encarrego de mostrar os jardins ao senhor Uchiha.

— Esplêndido. Você os conhece melhor do que eu. E não se esqueça do padoque.

Sasuke agradeceu a ele, muito formal, então seguiu Sakura pela escadaria em direção ao gramado. Ela suspirou, aliviada, quando ouviu o som do motor do carro do pai. Parecia que Sasuke realmente manteria sua decisão de alugar a mansão para a festa. E o pai não fazia ideia de quem ele era talvez porque apenas apagou sua rebeldia da mente. O pai era um especialista em esquecer coisas desagradáveis.

Foi uma experiência estranha acompanhar Sasuke pelos extensos jardins nos quais ele nunca colocou os pés. Durante o tempo que passaram juntos, estivera tão decidida a manter seu relacionamento em segredo que sempre fora ao encontro dele e nunca permitira que a levasse para casa. Sua visita ao chalé para consertar seu computador havia sido o único momento em que passara algum tempo na propriedade.

— É bem maior do que pensava – comentou Sasuke, enquanto cruzavam o enorme gramado. – Não será problema instalar uma marquise aqui.

— Não. Meu pai saberia mais detalhes, mas…

— Mas você quis se livrar dele assim que foi possível, no caso de ele me reconhecer e cancelar tudo. É assim tão importante para você, Sakura ?

— Sim. – Ergueu o queixo, orgulhosa. – Precisamos de um telhado novo.

— E está disposta a receber meu dinheiro para pagar por ele.

— Sim. – Não acrescentou mais nada e o acompanhou agora louca para que ele partisse. Quando chegaram ao chalé, Sakura se virou para ele. – Já viu tudo o que precisava?

— Não. Posso entrar?

— É claro. – O que mais poderia dizer? Abriu a porta e entrou à frente na pequena sala de estar.

— Está muito diferente agora – comentou, olhando ao redor.

— Imprimi nele minha personalidade ao longo de anos.

— Anos? Há quanto tempo vive aqui?

— Eu o usava como estúdio quando era adolescente, se você se lembra, mas desde que me formei o chalé se transformou no meu lar.

— Posso me sentar?

— É claro. Sente-se no sofá. – Sakura se enroscou no assento da janela.

— Você tinha uma escrivaninha aqui – observou Sasuke, depois de um longo e desconfortável silêncio.

— Está no meu quarto agora. – Observou-o cautelosa. – Precisa de mais alguma coisa?

— Sim, uma conversa. – Sasuke se recostou, irritantemente à vontade, enquanto dominava a sala apenas sentado lá. – Quando me apresentei, esperava ser expulso da propriedade. Foi um anticlímax descobrir que seu pai não me conhece.

Sakura acenou.

— No passado, falei de você apenas uma vez, para dizer que moraríamos juntos. E só me referi a você como Sasuke. – Franziu a testa. – Mas ele devia saber o seu nome todo para conseguir que seu patrão o demitisse ou o transferisse como acabou acontecendo.

— Ele apenas disse a Kakashi para despedir o técnico que ousara ter pretensões com a filha dele. Kakashi sabia quem havia vindo aqui naquele dia, assim, talvez meu sobrenome nunca tenha sido revelado.

— Provavelmente tem razão. – Sorriu. – Mas estava bem tensa antes de você chegar. – Por mais motivos do que ele sabia.

— Percebi. – Sasuke a observou pensativo. – Se não vive naquela casa maravilhosa com seu pai, por que diabos continua aqui, Sakura ? Não pode ser lealdade filial porque até um estranho… O que não sou… Percebe que vocês não são próximos.

— Adoro a casa.

— A casa onde se recusa a viver. Espera herdá-la um dia?

— Tenho duas irmãs – lembrou. – A propriedade será dividida entre nós. – Levantou-se. – Quer uma bebida?

— Não, obrigado, preciso ir embora. – Levantou-se e a sala pareceu encolher. – Foi bom vê-la de novo.

— Foi? Pensei que ainda guardava antigos ressentimentos.

— Não mais. Você era apenas uma menina quando rompemos e agora que vi a Haruno House compreendo por que não conseguiu deixá-la.

— Na verdade, não compreende. – Aproximou-se da porta.

— Então esclareça, por favor.

— Não há necessidade. Foi tudo há muito tempo. Você percorreu um longo caminho desde então enquanto ainda estou aqui, onde nos conhecemos.

— E eu ainda quero saber o motivo. – Pela primeira vez desde o reencontro, ele lhe deu aquele sorriso que uma vez a fizera se apaixonar tão desesperadamente.

— Não é um grande mistério, mas não quero partilhá-lo.

Com ninguém, muito menos com um homem poderoso e bem-sucedido como Uchiha Sasuke. A verdade era simples: O pai adorava viver na Haruno House, mas não gostava da responsabilidade de cuidar dela. Abriu mais a porta quando Sasuke se aproximou e ficou ao lado dela. Encolheu-se quando ele pegou uma mecha dos seus cabelos, e a colocou atrás de sua orelha.

— Sempre adorei fazer isso. Seus cabelos são a única coisa em você que não mudou.

— Não é de surpreender. Era uma adolescente quando nos conhecemos, Sasuke. Agora sou uma mulher com uma profissão sem nenhum charme… Como Karin deixou claro.

Ele sorriu.

— Ela realmente a incomodou, não foi? – O sorriso desapareceu quando ela se afastou dele.

— Antes de partir, Sasuke, me diga a verdade. Por que alugou a mansão ?

— Sou um homem de negócios, Sakura. Encontrei Yamanaka Ino numa festa, fiquei interessado na profissão dela e lhe disse o que queria. Ela sugeriu sua casa como o local ideal e, por motivos óbvios, adorei a oportunidade. – Olhou-a com desafio. – Mandarei convites para você e seu pai. Você irá? Ou se esconderá durante a festa?

Alegre por ele não ter a intenção de cancelar tudo, ela sorriu.

— Obrigada pelo convite… Vou adorar participar.


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