A caminho de casa, Sakura pensou em perguntar ao pai se havia verdade nos boatos, mas decidiu não fazê-lo. Já estava muito perturbada, se conhecesse as ambições de Naruto, teria recusado o convite para jantar, sua autoestima sofrera muitos golpes ultimamente. Era evidente agora que Naruto apenas a convidava para sair com a intenção de viver na mansão de seu pai. Não teve mais notícias de Sasuke, Konan lhe dissera apenas que estava ocupado demais com a expansão de sua empresa e não tinha tempo de visita-los.

O almoço de domingo correu bem, principalmente porque Sakura avisara às irmãs sobre a convidada do pai. Temari apenas mostrou uma curiosidade divertida e, como Shikamaru também estava no almoço, controlou os acessos de ciúme de Tsunade. A refeição, servida por Kurenai, estava excelente, e a conversa foi fácil e amena, dominada pelas explicações de Tsunade sobre a sessão de fotos de moda. Temari ficou fascinada e Anko  também. E como a dama também se interessou pelas notícias sobre Shikadai, feliz em casa com Choji.

Assim que Kizashi saiu para levar Anko para casa, Temari atacou Sakura.

— Há quanto tempo isso está acontecendo?

— Não sei, acabei de conhecer a senhora Mitarashi.

Tsunade sorriu.

— Acho que papai está apaixonado.

— Apaixonado? – Temari pareceu horrorizada. – Não, ele não pode estar!

— Oh, não seja tola, Temari! – Tsunade bocejou. – Alguém quer chá?

— Nós temos que voltar para casa, Temari, não queremos deixar Choji exausto – advertiu Shikamaru.

— Não, não podemos, mas me mantenha informada sobre o que está acontecendo entre papai e a senhora Anko, Sakura.

Sakura passou algumas horas divertidas com a irmã depois que Temari partiu, mesmo quando precisou satisfazer a curiosidade de Tsunade sobre o primeiro evento realizado na mansão.

— E então, Cinderela, o vestido fez sucesso?

Sakura riu.

— Com certeza, mas eu nunca o escolheria para mim.

— Como se eu não soubesse. Agora mais detalhes sobre a festa, por favor. Quem alugou a casa?

— Uchiha Sasuke, dono do Uchiha Live, o inadequado objeto de minha paixão adolescente. – Sakura riu quando o queixo da irmã caiu. – E estou ouvindo o carro de papai, melhor ir para casa. A que horas seu pessoal chega amanhã?

— As oito e trabalhará até as seis. Meu quarto ficará à disposição das modelos. Kurenai aceitou muito entusiasmada quando perguntei se gostaria de preparar os alimentos durante a sessão de fotos.

— Ideia brilhante, Tsunade.

Kizashi entrou e Tsunade sorriu para ele.

— Voltou cedo.

— Pensei em lhe fazer companhia e deixar que Sakura se deite cedo para estar bem amanhã de manhã para o trabalho.

E era uma boa coisa, pensou Sakura sombriamente enquanto se preparava para se deitar. Tinha menos tempo para se preocupar com Sasuke. E, como se tivesse sido chamado ao palco, ele ligou.

— Como você está?

— Melhor, obrigada.

— Não estou falando da enxaqueca!

— Estou muito bem em todos os sentidos.

— Não vou ser pai, afinal?

— Não de um filho meu.

Houve um silêncio.

— É a verdade, Sakura?

— Sim. – Mas estava tensa e com os dedos cruzados.

— Se estivesse aí, eu saberia. Afinal você nunca foi uma boa mentirosa.

— E por que diabos eu mentiria sobre uma coisa destas?

— É evidente!

— Não para mim.

— Se estivesse grávida de um filho meu, seu pai me obrigaria a me casar com você, agora que meu dinheiro me tornou aceitável. Pelo menos, aceitável para ele, se não para…

Gentilmente, o dedo de Sakura apertou o botão de desligar. Conseguiu deixar o celular sobre a mesa com suavidade, em vez de atirá-lo para o outro lado do quarto, como gostaria.