Doce Vingança escrita por Haruno Patthy
Apenas orgulho fez Sakura ficar na cabana até a segunda-feira. Pelo menos o clima continuou bom, conseguiu tomar sol, mas não teve coragem de nadar. Comeu bem e caminhou todos os dias. O exercício lhe deu energia e ficou contente consigo mesma. Não era uma donzela prestes a cair em profunda melancolia por causa de um homem, afinal já havia sofrido muito e por uma irônia do destino voltava novamente a sofrer pelo mesmo homem. Mas antes se desesperou porque foi obrigada a magoar Sasuke, mas dessa vez, era ela a ferida e, Deus, como doía!
O telefone a impediu de sentir só, Konan ligou para contar que Neji tinha ido ver Tenten. Kizashi e Kurenai ligaram para saber quando voltaria, e Tsunade, para lhe lembrar da sessão de fotos. Yamanaka Ino confirmou as datas para a sessão de filmagem da novela de televisão e do programa de culinária. Também disse que os fabricantes de camas queriam pintar o quarto com varanda na cor que usavam sempre, como Ino negociou um aluguel mais alto, Sakura concordou. Falou com sua secretaria e avisou que voltaria na terça-feira, depois ligou para Temari para ter notícias de Shikadai e soube que a irmã e o sobrinho estavam felizes porque Choji chegaria no dia seguinte. E de Sasuke ela recebeu apenas o silêncio.
No dia anterior à viagem, Sakura limpou toda a cabana e recebeu uma ligação de Konan para contar que Tenten tinha voltado para Londres com Neji.
— Descobriu o que havia de errado?
— A pobrezinha pensou que estivesse grávida, mas foi um alarme falso. Agora Neji a pediu em casamento e já estava com o anel, assim tudo está bem quando termina bem. – Hesitou. – Por falar nisso, Sasuke ficou bravo comigo apenas porque lhe perguntei como você estava na cabana. Vocês brigaram?
— Deus do céu, não! – mentiu Sakura, então mudou de assunto e perguntou a Konan quando poderiam se encontrar para o almoço combinado.
Sakura acordou cedo na manhã de segunda-feira, chovia e ela achou que combinava com seu humor. Depois de levar a mala e as bolsas para o carro, trancou a casa com cuidado e se sentou atrás do volante. Virou a chave e nada aconteceu. Com um gemido de frustração, tentou de novo até que finalmente desistiu, praguejou contra o mecânico que devia ter consertado o carro e ligou para a oficina da aldeia. Para sua enorme gratidão, logo chegou uma picape com um jovem alegre que abriu o capô e diagnosticou o problema. Levaria dois dias para consertar.
— Pode me dar uma carona até a estação? Preciso voltar hoje e vou pegar um trem. No fim de semana virei buscar meu carro.
Ele lhe deu as informações sobre os horários de trem e a levou à estação. Sakura esperava o trem na plataforma na estação, quando Konan ligou.
— Desculpe pelo abuso, Sakura, mas, já que ainda não saiu, pode trazer um livro de romance que Itachi deixou aí? – Quando Sakura explicou por que não podia Konan se mostrou solidária e insistiu em pegar Sakura.
— Não, de jeito nenhum, eu pego um táxi!
— Vai ser uma corrida cara e é um passeio agradável. Agora que toda a excitação terminou, meu tempo é só meu e estarei lá esperando por você.
Mas para a consternação de Sakura, foi Sasuke, num terno formal, que a encontrou.
— Minha cunhada pede desculpas, mas houve uma emergência com o encanamento da casa e Itachi está no tribunal. – Pegou a bagagem dela.
— Konan não devia ter pedido a você que viesse me buscar, eu disse a ela que pegaria um táxi.
— Tinha negócios na região. – A voz era fria. – Não foi um problema.
Talvez não para ele, mas uma viagem de carro sozinha com Uchiha Sasuke no momento era a última coisa que Sakura queria.
— Foi gentileza sua. – A voz saía entre dentes cerrados enquanto ele guardava a bagagem dela.
— De jeito nenhum. – Lançou-lhe um olhar enquanto jogava o paletó no banco de trás. – Como você está?
— Muito bem, obrigada.
— Nadou de novo?
— Não.
— Muito sensata.
O silêncio caiu entre eles. Embora não gostasse de velocidade, Sakura queria que ele corresse para acabar logo com a situação.
— Soube o que houve com Tenten? – perguntou Sasuke finalmente.
— Sim.
— Ocorreu-me que poderia haver uma preocupação semelhante para você, depois da nossa noite juntos.
O estômago de Sakura apertou.
— Não haverá. – E esperou ardentemente que estivesse certa. Sua breve experiência com pílulas anticoncepcionais na faculdade tinha sido tão desagradável que nunca mais as tomara.
— Bom. – Estava igualmente tenso.
Sakura ficou em silêncio o resto da viagem, que pareceu levar horas até Sasuke entrar no caminho para o chalé.
— Obrigada. – Sorriu com frieza enquanto ele tirava sua bagagem do carro. – Deve estar com pressa, então não o convidarei para entrar.
— Não seja idiota. – A voz era impaciente. – Tenho tempo de levar sua bagagem para dentro.
Com o rosto inexpressivo, Sakura entrou, com Sasuke bem atrás dela.
— Obrigada de novo. – Virou-se para ele, em pé com a bagagem.
— Vou levar isto para cima…
— Não, prefiro desfazer a mala aqui, perto da máquina de lavar.
— Nesse caso, vou indo.
— Adeus e, mais uma vez, obrigada.
Ele abaixou o olhar para ela.
— Antes de ir, quero deixar uma coisa bem clara, sempre cumpro meu dever. Se eu descobrir que espera um filho meu, farei o que é certo.
— Quanta nobreza! Mas mesmo se alguma coisa tão improvável acontecer, não precisa fazer a coisa certa.
— Porque continuo a não ser socialmente aceitável para a senhorita Haruno?
E então alguma coisa estalou em Sakura.
— Oh, pelo amor de Deus, Uchiha Sasuke, pare de pensar nisso. Quis dizer que, se algum dia me casar, não será com alguém obrigado a “fazer a coisa certa”.
— Quem falou em casamento? – rosnou. Então saiu, entrou no carro e partiu.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!