Doce Vingança escrita por Haruno Patthy


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora, espero que tenham uma ótima leitura.



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Sakura tomou um banho quente e rápido, vestiu o roupão e foi até o topo da escada.

— Todo seu – gritou, e se fechou no quarto para lidar com a cabeleira.

Quando finalmente saiu, vestida com jeans e uma camiseta branca, os cachos úmidos amarrados no alto da cabeça, o banheiro estava vazio. Fortalecendo-se para um novo confronto, desceu até a sala de estar.

Sasuke observou-a em silêncio por um momento. Vestida daquele jeito, sem nenhuma maquiagem, parecia-se tanto com a garota por quem fora tão louco que teve um impulso súbito de lhe arrancar as roupas, com os dentes. Inspirou com força e mostrou as próprias roupas.

— Um par de jarras.

Sakura se obrigou a sorrir, o homem dirigira por muito tempo. Seu ato de salvar a vida dela tinha sido aborrecido e desnecessário, mas permanecia o fato de que mergulhara diretamente no mar para socorrê-la.

— Tenho vinho, se quiser uma bebida, ou posso lhe oferecer um chá, preciso de alguma coisa para me esquentar.

— Não é de surprender, o mar pode parecer lindo ao sol, mas é realmente gelado quando se entra nele. Um chá será bom, Sakura,  então eu a levarei para jantar. – Passou os olhos por ela. – Parece que você precisa de uma boa refeição.

— Não quero sair.

O sorriso dele desapareceu.

— Você quer dizer, comigo.

— Quero dizer que estou cansada depois de todo o drama. – Estava impaciente e seu tom matou a luxúria que Sasuke sentia.

— Não se preocupe com o chá, vou embora procurar um lugar para jantar.

— Quis dizer que posso fazer o jantar para nós aqui… Se você quiser.

— Você disse que está cansada.

— Não cansada demais a ponto de não conseguir cozinhar alguma coisa simples. Agüente só 20 minutinhos e terei uma refeição pronta. – Afinal, ele dirigira por muito tempo.

— Então aceito, mas me dê alguma coisa para fazer.

Era estranho e muito íntimo trabalharem juntos na pequena cozinha, a tensão crescente entre eles. Finalmente a refeição ficou pronta e se sentaram à pequena mesa na sala de estar, diante da janela. Inquieta, Sakura resolveu abordar assuntos neutros.

— Como estão as coisas na empresa?

— Cada vez melhores, agora que as novas empresas foram incorporadas. – Sasuke observou o prato diante dele. – Isto parece delicioso e o cheiro é de matar.

Um silêncio carregado se seguiu enquanto desfrutavam da comida simples e saborosa. Sasuke terminou primeiro, empurrou o prato vazio e se recostou para observar Sakura terminar.

— Jamais contei a Konan.

Ela ergueu os olhos, assustada.

— Contou a ela o quê, exatamente? Ela sabe que nos conhecemos no passado.

— Mas não que foi você que matou minhas ilusões juvenis. – Ela mal conseguia respirar. – Não que eu seja ingrato, ao contrário. Sua rejeição me tornou ambicioso, decidido a fazer da minha vida um sucesso.

Sakura parou de comer e colocou o prato meio cheio sobre o dele, vazio.

— Gostaria de morangos para a sobremesa? – A voz era firme.

Ele balançou a cabeça, sarcástico.

— Abro meu coração e tudo o que tem a dizer é me perguntar se quero morangos?

— Não posso reescrever o passado, Sasuke. É evidente que alugar a mansão de meu pai não foi uma vingança suficiente para essa sua alma rancorosa. – Entrecerrou os olhos. – Veio até aqui apenas para me fazer mais recriminações?

Ele se levantou e assomou sobre ela, furioso.

— Não, eu vim aqui para desfrutar da sua companhia num terreno neutro para podermos conversar como duas pessoas civilizadas. Mas é claro que fui um maldito idiota, de novo.

Sakura levou os pratos para a cozinha. Abriu a torneira da pia e fechou a porta, para que ele não a ouvisse vomitar de novo. Conseguira se segurar enquanto ele gritava com ela, mas agora a náusea a vencia e ela se debruçou sobre a pia, impotente quando tudo terminou. De repente, a porta se abriu; Sasuke encheu um copo de água e a levou à boca de Sakura.

— Obrigada – conseguiu dizer, e bebeu a água.

Ele lhe tomou o copo, fechou a torneira e a levou para a sala de estar. Deixou outro copo cheio na mesinha ao lado do sofá e a fez se sentar.

— Você se recuperou completamente da enxaqueca?

— Sim.

— Sofre delas com frequência?

— Não, mas quando tenho uma é tão ruim que mal sei o que estou fazendo.

— Percebi.

— O que quer dizer com isso?

— Seu costumeiro controle de aço desapareceu naquela noite. De outro modo, jamais teria permitido que a pusesse na cama. E se tiver outra enxaqueca aqui, sozinha?

Sakura tomou um gole de água.

— Não terei, a última foi causada por uma combinação incomum de circunstâncias. Tive uma tarde difícil com Shikadai, não consegui comer o dia todo…

— E teve um choque infernal quando apareci na casa da sua irmã.

— Não diria isso.

— Pode negar que minha presença aumentou seu estresse?

— Não. Embora tenha ficado grata pela carona para casa. Então, no dia seguinte, tive reuniões difíceis com clientes e precisei dirigir por muito tempo num carro estranho. – Sakura olhou para ele diretamente. – Mas chega dos meus problemas. Diga a verdade, Sasuke, por que está aqui?

O brilho dos olhos dele a deixou muito inquieta.

— Pareceu uma oportunidade boa demais para perder. Pensei que, se ficássemos sozinhos por algum tempo, você finalmente me contaria a verdade. – Os lábios afinaram. – Durante anos, pensei que não ligava mais a mínima sobre tudo isso. Então a encontrei de novo e descobri que era fundamental descobrir o que transformou uma garota calorosa e amorosa numa profissional fria e cautelosa.

Ela o observou em silêncio por um momento, então deu de ombros.

— A vida me mudou Sasuke, assim como transformou você num homem tão diferente do homem amoroso e despreocupado que costumava ser. Então, podemos apenas nos dar por satisfeitos? Lamento a forma como tudo acabou entre nós tantos anos atrás, mas não posso continuar a pedir desculpas, Sasuke. É hora de continuar a vida. – Fez uma pausa e, quando ele não respondeu, deu de ombros, derrotada. – Se sente que viajou toda essa distância por nada, lamento que esteja desapontado, mas agora sugiro que vá para o seu hotel e me deixe dormir.

Sasuke continuou a observá-la num silêncio enervante, então balançou a cabeça.

— Não quero deixá-la sozinha, Sakura. Vá para a cama, ficarei aqui no sofá.

— Não seja ridículo, não conseguiremos dormir.

— Provavelmente não, mas pelo menos estarei aqui se precisar de mim.

— Por que precisaria de você? Estou muito bem. – Fechou os olhos, frustrada. – Sasuke. Por favor. Apenas vá.

— Se é isso que quer, irei, mas não agora. Precisamos conversar. Vou fazer chá para você.

— Oh, está bem – resignou-se. – Mas é melhor que eu faça o chá.

— Não precisa, sei onde as coisas estão. Itachi deixa a cabana a minha disposição para vir quando precisar me afastar de tudo, o que não acontece muito ultimamente. Quando não estou mergulhado no trabalho, fiscalizo a reforma da minha casa, não vou me demorar.

Sakura se recostou e tentou relaxar, mas era difícil com Sasuke tão perto. Não era isso que pretendia para suas férias. Quisera apenas descansar e se fortalecer para enfrentar a vida nos próximos meses. De uma coisa agora tinha certeza. Assim que as finanças da família  estivessem de novo bem, o pai podia ficar com a total responsabilidade pela casa. Tsunade tinha razão a mãe delas não desejaria que devotasse toda a vida a um monte de tijolos.

Sasuke voltou com uma bandeja e a colocou ao lado dela.

— Você gostava do chá bem forte com algumas gotas de leite. – Entregou-lhe uma caneca.

— Ainda gosto, obrigada. – Sakura sorriu secretamente comovida por ele se lembrar.

— Preferi café para ficar acordado durante a viagem até o hotel. – Observou-a em silêncio por um momento. – De jeans e com os cabelos assim, parece muito jovem, Sakura.

— Tenho 29 anos, não sou Matusalém!

Ele riu.

— Sei exatamente quantos anos tem. E sabia que não foi apenas altruísmo que me levou à casa de sua irmã no domingo?

— Não foi?

— É verdade que ofereci uma carona para sua irmã e o marido dela quando estavam aflitos para voltar para o filho doente. Mas estive conversando com ela durante o almoço e ela foi muito aberta sobre detalhes pessoais. Soube que era sua irmã e que você estava cuidando do filho dela. – Segurou-lhe o olhar. – Aceitei logo quando me ofereceram uma bebida ao chegarmos. Mas você estava ocupada demais com o sobrinho para me dar atenção. Ele está melhor?

— Sim, está. – Observou-o, perplexa. – Está dizendo que levou Temari e Shikamaru para casa apenas para me ver?

— Eu os levaria de qualquer maneira, mas meu motivo principal foi à perspectiva de ver você. É tão difícil de acreditar?

— Sim. Pensei que sentia apenas hostilidade por mim.

— Antigamente, sim. Mas não vou fingir que passei todos esses anos pensando em formas de me vingar de você ou até mesmo pensando em você o tempo todo.

Sakura sentiu uma fisgada forte de dor. É claro que ele deixara de pensar nela. Ela também deixara de pensar nele a cada minuto do dia. Pelo menos em alguns dias.

— Na verdade – continuou Sasuke –, até Itachi comprar a casa dele, estive ocupado demais transformando minha empresa em um sucesso e não tive tempo para pensar no passado ou lamentá-lo.

— Deve ter sentido que foi seu dia de sorte, quando soube que a mansão podia ser alugada!

— Com certeza foi à cura perfeita para a dor que guardei por tantos anos.

O sorriso dele a fez se sentir furiosa.

— Então agora está satisfeito. Mas não é só você, Sasuke, eu também fiquei feliz.

Sasuke a olhou em silêncio por tanto tempo que Sakura começou a se sentir tensa até ele falar de novo.

— Então me diga a verdade… Sobre o que realmente aconteceu há tantos anos. – Ela se assustou. – Num minuto estava feliz sobre alugar um apartamento para viver comigo, no seguinte eu estava sendo transferido do meu emprego e você me dispensava. Fiquei tão furioso que apenas mais tarde percebi que estava tão infeliz como eu naquele dia. Diga-me o que aconteceu, Sakura. Seu pai não aprovou nossa decisão, não é?

— Não, não aprovou.

— E você não teve coragem de desafiá-lo.

— Não, não tive.

— Seu pai foi muito hostil comigo depois que descobriu quem eu sou.

— Não é de surpreender! Ficou furioso quando Kakashi lhe deu a alegre notícia. Papai presumiu que você e eu estávamos rindo dele na festa até eu lhe dizer que você me odiava, e odeia.

— Sakura, o que estou sentindo agora não tem relação alguma com ódio. – Aproximou-se mais dela. – Você me deve.

Ela se afastou.

— Pelo quê, exatamente?

— Salvei sua vida essa tarde. – A expressão nos olhos dele fez os sinos de alarme de Sakura baterem.

— Mas minha vida não estava em perigo. – Levantou-se, mas ele lhe pegou a mão e a puxou para o seu colo.

— É a intenção que conta, assim mereço pelo menos um beijo.

A voz rouca a transformou em geléia, exatamente como quando era uma adolescente. Perguntou-se se ele podia ouvir seu coração batendo. Fez uma expressão de mártir ao erguer o rosto para o dele.

— Oh, está bem.

A risada de Sasuke fez os sinos de alarme tocar mais alto enquanto a puxava para mais perto.

— Parece que está fazendo o sacrifício supremo. A ideia de me beijar é tão repugnante, Sakura?

— Não…

E arquejou quando a boca de Sasuke desceu sobre a dela num beijo que a abalou até a ponta dos pés. Os braços dele a apertaram numa posse à qual ela se rendeu, desamparada, os lábios se abrindo para a língua carinhosa enquanto ele fazia amor com ela de uma forma que a fazia chorar de felicidade tantos anos atrás. E agora acontecia de novo. Apenas o toque dos lábios dele a deixava em fogo, mas, quando os dedos urgentes começaram a lhe abrir os botões da camisa, Sakura o empurrou.

— Mais vingança? – Tentou se levantar, mas ele manteve os braços em torno dela, segurando-a com força até ela desistir de lutar e ficou imóvel contra o corpo dele.

— Vou levá-la para a cama.

Seu tom a impediu de discutir. Não que quisesse. Deitar-se com Sasuke pelo menos resolveria muitos de seus problemas. Parou de pensar enquanto ele a beijava com um calor que bloqueou tudo o mais, a não ser a alegria de estar abraçada com ele, sentir o coração bater contra o dela.

— Quero isto muito mais do que quero vingança. – As palavras suaves foram ditas contra a boca de Sakura.

— Vamos para a cama, então.

— Esperei por dez longos anos para ouvir você dizer isso. – Ergueu-a nos braços e se dirigiu para a escada. – Da próxima vez, você anda, esta noite quero meu momento de dom juan.

— Maravilhoso.

Sakura lhe deu um sorriso em que havia um convite tão explícito que ele a beijou ferozmente enquanto lhe tirava o jeans e a camisa, então a deitou na cama, tirou as próprias roupas e se deitou ao lado dela. Os olhos se moveram sobre o corpo dela numa lenta e ardente avaliação; a mão substituiu os olhos e passou sobre o sutiã e a calcinha de renda.

— São lindos,tire.

— Você quer que saiam, tire você.

Sasuke seguiu suas ordens com entusiasmo.

— Finalmente – suspirou, quando ficaram pele a pele. – Nunca ousei despir você no passado porque estava tão determinada a esperar até vivermos juntos antes de partilharmos uma cama. E eu a quis desde a primeira vez em que a vi.

— Não vamos falar do passado. Isto é agora, Sasuke. Faça amor comigo.

— Farei – sussurrou.

Então lhe tomou a boca por um longo tempo antes de começar a beijar cada centímetro dela. Ela estremecia e gemia de prazer, surpresa e felicidade. Finalmente ele se deitou sobre ela, dentro dela e a levou para uma subida louca em direção a um orgasmo que o fez pulsar primeiro. E se manteve dentro dela até que Sakura o seguisse para o fundo do precipício.

Sakura, que esperava que ele se afastasse se sentiu arrebatada quando ele permaneceu dentro dela e a abraçou com força, como se não suportasse ficar longe dela. Então, para sua total surpresa, sentiu-o enrijecer de novo dentro dela enquanto virava sua boca para a dele e a beijava e fazia amor com ela de novo, lentamente na segunda vez, com tanta ternura que ela chorou quando tudo acabou. Ele lhe lambeu as lágrimas e afastou os cachos dos cabelos de sua testa.

— Está chorando de alegria porque sou tão bom nisso? – Parecia convencido, e Sakura riu enquanto ele rolava para o lado e a levava junto, apertada contra seu peito.

— Tanta arrogância! – Ergueu a cabeça para olhar para ele. – E o hotel?

— Menti, não tenho uma reserva.

— E se eu tivesse mandado você embora?

— O plano A era bater à sua porta até você desistir. O plano B, menos satisfatório, dormir no carro. – Sasuke passou os dedos pelos cachos selvagens. – Mas você não me mandou embora. Por quê?

— Porque estava com medo de ficar aqui sozinha.

— É claro que estava. – Aninhou-lhe a cabeça no ombro. – Agora vamos dormir.


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