Doce Vingança escrita por Haruno Patthy


Capítulo 19
Capítulo 19




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/740572/chapter/19

Uchiha Konan ligou para o cunhado bem tarde naquela mesma noite.

— Algum problema?

— Temo que sim, mas ainda não sei exatamente qual é. Itachi precisou ir urgentemente para Londres por causa de uma crise familiar. Vai me ligar mais tarde, quando souber o que está errado.

— Com Karin, como sempre?

— Não, dessa vez é com Tenten, Itachi não sabe detalhes. A mãe delas apenas ligou e pediu ajuda imediata, e isso é tão raro que ele foi logo.

— Tente não se preocupar, e me informe quando tiver mais notícias.

— Ligo amanhã. E, antes que me esqueça, fui ver a Sakura.

— Como ela está?

— Melhor. Ainda um pouco frágil, mas a enxaqueca passou. Pediu que lhe transmitisse os agradecimentos pelas flores.

A boca de Sasuke afinou. Por que ela não ligara?

— Ouviu o que eu disse?

— Sakura mandou agradecer as flores.

— Não, o que disse depois. Sugeri que ela tirasse uma folga e lhe dei a chave da cabana. Vai para lá amanhã, passar o fim de semana.

— É uma surpresa. Pensei que, se Sakura tirasse uma folga no trabalho que adora, seria para cuidar do sobrinho.

— Há uma enfermeira fazendo isso. Mas, lendo nas entrelinhas, percebi que é Sakura que cuida de todos os problemas da família Haruno.

— E, no entanto, vai agora fazer o que quer. É impressionante.

— Não seja cínico, Sasuke. Não sei o que aconteceu entre vocês, mas gosto muito de Sakura.

Não é a única, pensou com amargura enquanto desligava o celular. Embora “gostar” não fosse a palavra certa. O que quer que sentira por Haruno Sakura ainda estava vivo, embora ela tivesse lhe partido o coração quando rompeu com ele. Mas, logo, ele descobriria exatamente como se vingar.

Sakura estava pronta para sair na manhã seguinte, quando o pai, para sua surpresa chegou para ajudá-la a colocar as coisas no carro, levando uma caixa de suprimentos que Kurenai havia preparado. Ele hesitou quando ela entrou no carro, então lhe deu uma palmadinha na mão.

— Volte com um pouco de cor no rosto. Está levando remédios para o caso de a enxaqueca voltar?

Sakura lhe garantiu que sim e partiu, se sentindo como uma garota saindo de férias da escola quando lhe acenou um adeus. O dia foi frio e nublado durante boa parte do percurso, mas, depois que deixou a autopista, o sol apareceu tão brilhante que precisou colocar os óculos de sol. O Oeste lhe dava calorosas boas-vindas.

Depois de passar pela cidade, Sakura seguiu em direção ao sol e finalmente virou numa estrada estreita e sinuosa que finalmente a levou a uma pequena casa quadrada de dois pavimentos construída numa saliência do rochedo, com uma trilha íngreme que levava ao pequeno trecho de praia particular abaixo. Entrou de ré no pequeno estacionamento ao lado da casa, saiu do carro e, a mão protegendo os olhos, olhou com prazer o panorama. Destrancou a porta na pequena varanda e, depois de verificar rapidamente a cozinha pequena, levou tudo do carro e guardou escrupulosamente o alimento antes de descer para a praia para explorar.

Sem fôlego depois da descida, inspirou profundamente, deliciada com a visão dos raios do sol refletidos nas ondas, que se quebravam na areia de pedra em formato decrescente. Caminhou pela curta extensão da praia, deixou que a água fria lhe molhasse os pés e então o estômago roncou. Lembrou-se de que não havia comido nada o dia todo.

Voltou para a cabana e visitou o resto da casa antes de preparar o almoço. Havia uma pequena sala de estar com confortáveis sofás e poltronas de almofadas estampadas que combinavam bem com a antiga e sólida cabana. E vira, no quarto de hóspedes, uma convidativa cama de ferro e uma grande janela, com vista para a praia.

Depois de desfazer a pequena mala e as sacolas, voltou para a cozinha, ansiosa por uma refeição pela primeira vez em séculos. Fez uma salada para comer com o presunto assado que Kurenai havia preparado e comeu a uma pequena mesa junto à janela da sala de estar. Ao som de um concerto no rádio e com a vista da praia, pela primeira vez em muito, muito tempo, Sakura começou a se sentir relaxada.

Deixou uma mensagem no telefone do pai, dizendo que havia chegado bem, então voltou para a praia, para desfrutar a luz do sol. Mais tarde, depois de uma chuveirada e uma troca de roupas, pensou em sair para jantar no pub que Konan havia recomendado, mas já estava sentindo o cansaço da viagem e preferiu passar um fim de tarde preguiçoso diante da televisão.

Sakura dormiu muito bem. Acordou cedo ao som dos gritos agudos das gaivotas e correu para a janela para verificar como estava o clima. Ficou deliciada ao descobrir que o dia estava ensolarado. Depois do desjejum, telefonou para ter notícias de Shikadai, soube que o menino estava muito melhor e então ligou para Konan.

— Cheguei bem, o sol está brilhando e a cabana é encantadora, Konan. Não sei como lhe agradecer me deixar ficar aqui.

— Não precisa agradecer. Vá para o sol e se divirta. É bom saber que pelo menos uma pessoa está feliz.

Haveria alguma coisa errada com Sasuke?

— Você parece deprimida, Konan.

— Estou. Itachi teve que ir a Londres para ajudar num problema familiar e voltou com uma Tenten muito infeliz.

— Oh, pobre Tenten. Não quero ser indiscreta, mas sabe o que está errado?

— Ela não diz. Itachi está preocupado, o pobre querido. Fica indiferente com os dramas de Karin, mas as lágrimas de Tenten o deixam abalado. Pelo que percebo, tem relação com Neji, assim podemos apenas lhe dar apoio e simpatia até ela nos dizer o que podemos fazer para ajudar. Mas chega de lamentações. Quero que você tenha férias maravilhosas.

— Terei. Ligarei quando voltar.

Sakura colocou o telefone para carregar e então se dirigiu até a aldeia para fazer compras antes de seu programa de sol, areia e mar. Quando voltou, o sol estava forte. Vestiu um biquíni, passou o protetor solar e levou uma sacola para a praia.

A fome e o respeito pela força do sol levaram Sakura de volta a casa depois de um curto banho de sol. Depois do almoço, lembrou-se de que estava lá para descansar e se deitou na cama, os travesseiros altos diante da janela aberta. Então deixou uma mensagem no celular de Tsunade, no caso de a irmã precisar falar com ela sobre a sessão de fotos. Dever cumprido, Sakura deixou o telefone sobre a mesinha de cabeceira e desceu de novo para a praia. Depois de alguns minutos, cansou-se do banho de sol e resolveu nadar.

Atravessou as ondas pequenas a pé até poder mergulhar e atravessou a praia nadando. Na volta, uma correnteza a puxou para baixo; voltou à tona tossindo, engoliu muita água e desejou ter ficado junto à praia. Então gritou quando um braço duro lhe abraçou o peito e uma mão impiedosa lhe ergueu o queixo, enquanto seu salvador começava a puxá-la para a terra.

— Quieta! Fique imóvel, pelo amor de Deus – rosnou uma voz furiosa e sem fôlego enquanto ela batia as pernas. – Está fora de perigo, então relaxe e deixe que eu faça meu trabalho.

Quando seu ofegante salvador finalmente ficou em pé no raso, Sakura se levantou e recuou, olhando furiosa para ele sem nenhuma gratidão.

— O que diabos você está fazendo aqui, Uchiha Sasuke? – Ofegou, a respiração difícil.

"Boa pergunta", pensou ele. "Comportando-se como um maldito idiota, pelo visto."

— Estava desfrutando de um exercício pacífico na água até você chegar.

Com a respiração difícil, Sasuke passou uma das mãos pelos cabelos molhados.

— Pacífico! – Segurou-lhe os ombros e sacudiu-a de leve. – Pensei que estava se afogando, mulher. Há uma correnteza forte aqui. Pensei que havia arrastado você.

— Não sou idiota, não iria tão longe! O único perigo foi de sofrer um ataque cardíaco quando me agarrou!

Sakura correu pela areia, tossindo água enquanto se debruçava para pegar a toalha.

Sasuke observou-a com raiva enquanto pegava o suéter e os sapatos que tirara. Seu jeans molhado destacava cada linha muscular das pernas e, depois de um olhar, Sakura enterrou o rosto quente na toalha.

— É estupidez nadar aqui sozinha.

Sakura cerrou os dentes, a raiva crescendo. Respirou devagar e profundamente e tirou a toalha do rosto para olhar para ele.

— É melhor vir à cabana para se secar. – Calçou as sandálias e subiu para a casa, deixando que Sasuke a seguisse, praguejando enquanto as pedras lhe feriam os pés descalços. Antes de entrar, Sasuke tirou uma maleta do carro enquanto ela destrancava a porta.

— Não se preocupe, apenas quero roupas secas. – Sorriu com sarcasmo ao olhar que ela lhe lançou. – Tenho uma reserva no hotel.

— Veio passar férias aqui? – Sakura não conseguia acreditar. Pegou duas toalhas do rack junto a pia, entregou-lhe uma e usou a outra para tentar, inutilmente, enxugar a massa de cabelos cheios de sal. – Não que isso importe. Não vou ficar muito tempo. Tenho certeza de que conseguiremos ficar longe um do outro até eu partir.

— Esta é uma recepção fria para um homem que dirigiu por todo o Japão para salvá-la de um afogamento.

— Não estava me afogando. – A voz saía entre os dentes cerrados. – Konan sabe que está aqui?

— Disse a ela que talvez a visitasse enquanto estou na região. Mas se tem objeções à minha presença, vou partir.

— Não tenho objeções, Sasuke. Já comeu?

— Não, vim aqui antes de ir ao hotel. O que foi uma coisa muito boa. Perdi anos de vida quando a vi se debatendo no mar.

— Não estava me debatendo. – A voz era perigosamente calma. – E agora nós dois precisamos nos secar…

— Você primeiro. – A decisão foi imediata. – Tome um banho quente de chuveiro. Depois eu tomo e então vamos sair para jantar.

— “Sim” para o banho, “não” para o jantar. – E então se afastou para a escada, deixando-o com a testa franzida e a acompanhando com o olhar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doce Vingança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.