Doce Vingança escrita por Haruno Patthy


Capítulo 10
Capítulo 10.


Notas iniciais do capítulo

1º Como prometido, um capítulo a cada dois dias.
2º Agradecer imensamente o carinho das leitoras: shitara, Annalise Keating, Haruka Sempai, Ana Oliver, SRoch que comentaram o capítulo passado, espero que gostem deste também.
3º Merece review ?

Tenham uma ótima leitura, e até o próximo capitulo. ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/740572/chapter/10

O plano de Sakura de acordar tarde na manhã seguinte foi frustrado pela passagem constante de carros e caminhões sob sua janela com entregas para a festa. Finalmente desistiu, se vestiu, leu o jornal enquanto tomava o seu café, depois foi para o terraço observar as operações e encontrou o pai fazendo a mesma coisa.

— Bom dia, filha.

— Bom dia.

— Descobri que será um jantar formal, felizmente.

— O que mais esperava?

— Um amigo do clube me contou que, no casamento da filha, teve que providenciar peixe e batatas fritas para o grupo mais jovem. Mas Uchiha parece civilizado demais para esse tipo de coisa.

Observaram as atividades enquanto o pessoal da alimentação instalava uma cozinha móvel atrás das árvores. Então Sakura ficou tensa ao ouvir o som conhecido do motor de um carro, que estacionou perto deles. Sasuke saiu, seguido por Tenten, que correu ao encontro de Sakura, sorridente e ansiosa.

— Espero que não se importe. Quando Sasuke disse que viria ver como as coisas estavam, pedi que nos trouxesse. Bom dia sou Tenten, irmão de criação de Uchiha Itachi. – Estendeu a mão a Kizashi. – Certamente você é o senhor Kizashi, pai de Sakura. Como vai?

Kizashi sorriu e a cumprimentou com um aperto de mão.

— Prazer em conhecê-la. E quem é esta jovem adorável? – Karin se aproximava.

— Sou irmã mais velha dela. – Disse a ruiva sem rodeios.

— Bom ver vocês e você também, Uchiha – acrescentou, quando Sasuke se juntou a eles.

— Obrigado, senhor. Desculpe a intrusão tão cedo, mas precisava ter certeza de que tudo corria bem. E estas duas insistiram em vir comigo. – Sasuke se virou para Sakura. – Bom dia. Espero que não tenha sido perturbada cedo demais.

— Sem problemas. – A voz de Kizashi era jovial. – Sakura sempre se levanta muito cedo.

— Mesmo aos sábados? – O desdém constante estava de novo na voz de Karin.

Sakura balançou a cabeça.

— Não, normalmente durmo até mais tarde nos fins de semana.

— Mas perturbei isso hoje. – Sasuke franziu a testa.

— Ela pode dormir um pouco à tarde. – Não havia preocupação na voz de Kizashi. – Agora, se me derem licença, tenho um compromisso no clube.

— Espero vê-lo à noite, senhor. – Sasuke se virou para Sakura. – Quer ir conosco ver a marquise?

— Vou esperar para vê-la em toda a sua glória à noite.

— Como quiser. Venham, meninas.

Karin passou uma mão possessiva pelo braço dele e partiram.

Sakura sentiu-se de repente ansiosa para sair dali, passar o dia na cidade até a confusão terminar. Voltou para casa no final da tarde. Havia o som de música de piano vindo da marquise, luzes penduradas nas árvores estavam acesas e um bar havia sido montado no terraço. Ela sorriu. Se tinha mesmo que ir à festa, pretendia se divertir.

Andou para o chalé, para se aprontar. Um pouco mais tarde, já quase pronta, ouviu o som do piano, conversas e risadas dos convidados que acabavam de chegar. Com o vestido que Tsunade lhe mandara, usou as pérolas da mãe e os brincos de diamante, calçou as sandálias caras que comprara naquele dia e desceu. Ao abrir a porta, encontrou o pai esperando por ela. Os olhos dele umedeceram ao vê-la.

— Está tão parecida com sua mãe esta noite, Sakura. Parece uma pintura neste vestido.

— Tsunade o mandou como um presente de aniversário.

— Mas não é seu aniversário.

— Não, faltam alguns meses.

— Compreendo. – Mas era evidente que não compreendia. – Então vamos nos juntar à festa.

Entraram na casa para sair pela porta da frente. Era o modo de Kizashi deixar claro quem era o proprietário. Não tinha importância para Sakura.

— A última vez que tomamos champanhe no terraço foi no casamento de Temari – observou Sakura.

O pai parou de andar.

— Temari sabe sobre a festa?

— Não tenho ideia. Tsunade a está informando dos fatos.

— Se ela soubesse que haveria uma festa, já estaria aqui.

Quando o pai abriu a porta da frente e a segurou para Sakura passar primeiro, ela parou cega por uma barragem de flashes de fotos.

— Deus do céu, não esperava isso – comentou, enquanto desciam os degraus.

Mais fotógrafos surgiram quando Sasuke se aproximou para cumprimentá-los. O olhar que lançou a Sakura fez o coração dela disparar.

— Está maravilhosa, senhorita Haruno. Boa noite, senhor. Venha conhecer meu irmão e sua família.

Os Uchiha bebiam champanhe ao lado das garotas e de um jovem que segurava a mão de Tenten.

— Senhor Haruno, esta é minha cunhada, Uchiha Konan, e este é meu irmão, Uchiha Itachi – apresentou Sasuke – Já conheceu as irmãs de Itachi, que antes que fique confuso lhe explicarei, assim que nossos pais faleceram Itachi deixou a cidade e foi em busca de seus sonhos na capital onde acabou conhecendo a senhora Kushina que era tia de Karin e Tenten e esta o acolheu até o momento que conheceu Konan e assim formaram esta bela família, mas antes que eu esqueça este é Hyuga Neji, namorado de Tenten.

Konan, alta e elegante num vestido escuro de seda azul, deu os parabéns a Haruno Kizashi por sua linda casa.

— Foi gentil de a sua parte deixar que Sasuke a use para sua festa.

— De maneira nenhuma, cara dama. Fiquei feliz com isso – garantiu, enquanto lhe apertava a mão.

Itachi cumprimentou Sakura, os olhos brilhando de apreciação.

— Posso dizer que está encantadora?

— Claro que pode. – Sorriu para ele radiante e se virou para as duas irmãs. – Vocês também estão.

Tenten riu.

— Você está muito mais linda Sakura.

Karin deu de ombros.

— Não quisemos nos exibir.

Não? Com os saltos impossivelmente altos e um vestido negro sem alças com a saia muito curta, Karin parecia perigosa e exibida.

Sasuke se certificou de que todos tivessem bebidas, então pediu licença para se misturar aos funcionários. Sakura o observou parar aqui e ali, conversando com pessoas que evidentemente se sentiam à vontade na companhia dele. Konan se aproximou.

— Nestas ocasiões, Sasuke sempre cuida para que as pessoas se divirtam.

— Ele dá festas com frequência?

— Geralmente, duas vezes ao ano. Esta é um extra.

Em mais de uma forma, pensou Sakura, e sentiu medo enquanto observava o homem alto que jamais imaginara encontrar de novo, muito menos que fosse o anfitrião de uma festa na casa dela.

— Quem é aquele jovem que acompanha sempre seu esposo?

— Seu assistente pessoal e primo, Uchiha Obito. – Um garçom se aproximou com bebidas e Konan recusou. – Você quer outra bebida, Sakura?

— Não, realmente não gosto de beber. Só vou ficar segurando meu copo.

— Vou fazer a mesma coisa. No meu casamento tomei apenas limonada.

— Está falando sobre seus hábitos de bebida, esposa? –Itachi havia se aproximado delas.

— Concordo com Konan. – Sakura sorriu para ele. – Sou muito popular quando saio com amigos, sou a única que pode levá-los para casa no fim da noite.

— De vez em quando é difícil evitar o álcool. – Disse o homem segurando a cintura de sua esposa.

— Verdade!  – E tomou todo o champanhe da taça, surpreendendo a si mesma.

E então Uchiha Obito chegou para anunciar que o jantar estava servido. Haruno Kizashi apresentou o braço a Konan.

— Vamos senhora Uchiha?

— Konan, por favor – disse.

Sasuke voltou para acompanhar o grupo pelo gramado ao som suave de música de piano.

— Espere aqui por um momento – pediu Obito. – Vou entrar antes para anunciar você.

— Inferno, não – recusou Sasuke  – Vamos entrar como todo mundo.

— Certo.

Mas Obito fez um sinal ao pianista. No momento em que Sasuke entrou, houve um arpejo dramático para anunciá-lo e todos começaram a aplaudir.

— Seu cunhado é muito popular. – Kizashi estava impressionado.

Konan acenou os olhos úmidos, e Sakura sentiu uma forte fisgada de ciúme enquanto Karin erguia olhos possessivos para Sasuke. Precisava se lembrar de que não era mais nada para ela. Foi levada a uma cadeira entre Sasuke e Itachi na posição de honra, com Konan entre o esposo e Haruno Kizashi. Uma aborrecida Karin se sentou em frente, perto de um jovem que Sasuke apresentara a todos como Hozuki Suigetsu, seu mágico em desenvolvimento de softwares. A garota seria obrigada a conversar com ele, observou Sakura, e esperou que fosse educada. Hyuga Neji estava do outro lado dela, mas absorvido demais em Tenten para dar atenção a Karin.

— Por favor, silêncio para ouvir o senhor Uchiha Sasuke – anunciou Obito.

Sakura ficou tensa quando Sasuke se levantou diante de uma barragem de flashes de fotos. O coração disparou enquanto se perguntava se seria aquele o momento em que diria ao pai exatamente quem lhe pagara para ter a casa aquela noite. Mas Sasuke apenas agradeceu aos funcionários antigos pela eficiência e dedicação e deu as boas-vindas aos que haviam se juntado com a fusão das empresas onde trabalhavam antes. Previu um belo futuro para todos e então, curvando-se para Sakura e Kizashi, ergueu o copo num brinde a eles por permitirem que ele usasse sua linda casa para tornar a ocasião duplamente especial.

Sasuke se sentou sob aplausos entusiasmados e Sakura, tonta de alívio, pensou que podia relaxar e desfrutar da refeição. Conversou tranquilamente com Itachi e então se virou para Sasuke, quando ele lhe perguntou se aprovava a marquise.

— Com certeza. – Lançou-lhe um olhar direto. – Está feliz agora, Sasuke? Tudo isso lhe dá a satisfação que queria?

— Não, seu pai ainda não sabe quem eu sou.

— Mas eu sei. – Sorriu e se virou de novo para Itachi.

Quando o jantar terminou, todos saíram para desfrutar o resto da noite, e Sakura levou Konan e as duas garotas para um dos banheiros. A pedido de Tenten mostrou-lhe toda a casa enquanto os homens fumavam charutos nos jardins. Quando todos voltaram à marquise, havia uma pequena banda pronta para tocar pelo resto da noite.

— Gosta de dançar, Sakura? – perguntou Itachi, os olhos brilhantes.

— Quando surge uma oportunidade, sim. – E então se surpreendeu quando a banda começou a tocar uma valsa. Conseguiu não rir da expressão de horror no rosto de Karin.

— Esta noite estou oferecendo música para todas as idades. – A expressão de Sasuke era falsamente inocente enquanto empurrava a cadeira para trás. – Posso ter o prazer, senhorita Haruno?

Tão horrorizada como Karin, Sakura sorriu para os outros num apelo desesperado.

— Por favor, venham também.

A pista de dança era grande para uma marquise, mas pequena demais para Sakura quando Sasuke a tomou nos braços e começou a dançar com uma competência que ela não esperava. O coração dela disparou de novo.

— Onde aprendeu a valsar? – Estava abalada por se encontrar de novo nos braços dele.

— Uma dama gentil de Londres me ensinou. E me ensinou outras coisas também, de um tipo que não pode ser descrito numa pista de dança. – A voz ficou mais baixa, a mão tão quente nas costas dela que Sakura teve medo de que o cetim incendiasse. – Depois que rompemos, precisei de consolo e ela me deu. E quanto a você?

— Aprendi na escola.

— Estou falando de consolo. Ou talvez não precisasse.

Ela o olhou com firmeza.

— É claro que precisei, mas não tive ninguém para me consolar.

Ele a apertou mais.

— Por que está tremendo Sakura?

— Nervos. Não gosto de ser o centro das atenções – mentiu grata quando outras pessoas começaram a dançar.

— Você está muito sexy esta noite. – O tremor dela aumentou.

— Parecida com a garota que deixou para trás?

— Não, você era uma garota, Sakura, e sexo não era permitido, lembra-se? – Os olhos mergulharam nos dela. – As coisas são diferentes agora que é mulher.

Sakura olhou, hipnotizada, dentro dos olhos dele, que brilhavam enquanto dançavam esquecidos de tudo e conscientes apenas do contato sensual de seus corpos que se moviam juntos. Ela voltou a Terra quando o ritmo mudou e Sasuke praguejou baixinho.

— Inferno! O que quer que seja isto, não aprendi. – Podemos apenas nos balançar ou você gostaria de se sentar?

— Sentar-me, por favor. – Havia tanto fervor na voz dela que Sasuke lhe lançou um olhar marcante enquanto a acompanhava para a mesa agora vazia.

— Foi tão ruim assim dançar comigo, Sakura?

— É claro que não – mentiu serena. Ruim foi esconder a reação ao calor do corpo dele tão próximo do dela.

— Seu pai ainda não sabe quem eu sou, é evidente. Vai lhe contar?

— Não, a menos que queira. Mas saberá algum dia. E prefiro que mate outro mensageiro.

Ele franziu a testa sombrio.

— Pode ficar violento se lhe contar sobre mim?

— Estava falando metaforicamente. Ele jamais ergueu a mão para mim. Mas foi tão difícil convencê-lo a alugar a casa esta noite que não quis correr o risco antes.

— Por que esse negócio é tão importante?

— Precisamos do dinheiro – disse, ousada, então negou com um gesto de cabeça quando Sasuke lhe ofereceu uma taça de champanhe. – Não, obrigada, prefiro um copo de água gelada daquela jarra.

Sasuke a observou enquanto enchia o copo para ela.

— No passado, presumi que sua família fosse muito rica.

— Tínhamos uma situação confortável, não grande riqueza, mas agora nem mesmo isso. A situação financeira atual abalou os investimentos do meu pai. – Sorriu triste. – Esta festa pode ter satisfeito sua necessidade de se vingar de nossa família, mas me deu o dinheiro para pagar por um novo telhado e tenho a esperança de atrair outros clientes para alugar a mansão. Assim posso melhorar a manutenção.

Ele franziu a testa.

— O dinheiro foi para você, e não para o seu pai?

Ela acenou.

— Os outros estão voltando e Karin está me olhando com ódio. Melhor dançar com ela.

— Naquele vestido? De jeito nenhum. Houve um incidente feio quando Itachi a viu com ele. Ela se recusou a trocar, assim é graças a Konan que está aqui.

— Como ela lida com crises familiares?

— Maravilhosamente. Mas ela conhece as meninas desde que eram bebês, afinal são da mesma cidade.E Konan também foi assistente de Itachi durante anos antes de se casarem.

Sakura sorriu para as outras quando chegaram à mesa e então se levantou quando Uchiha Obito a tirou para dançar. Ele a levou para a pista de dança e, naquele momento, o conjunto começou a tocar um tango.

— Estive na Argentina este ano e me apaixonei pela dança – informou. – Sabe dançar o tango, senhorita Haruno?

Estava prestes a dizer que não, mas então acenou de repente cansada do papel da filha tranquila da família.

— Por mais estranho que pareça, sei. Quando estudava na faculdade, entrei para um clube de dança e meus ritmos prediletos eram os latino-americanos. Espero me lembrar. Mas vá devagar com os passos mais complicados, por favor.

Sakura descobriu que dançar o tango era parecido com andar de bicicleta, não havia esquecido nada. Obito dançava muito bem, ela usava o vestido perfeito e, para sua diversão, atraíram olhares de admiração de todos, menos de dois. Sasuke os observava com toda a animação de uma estátua e Karin, previsivelmente, estava furiosa. Mas quando os outros dançarinos deixaram a pista para olhar, Sakura parou.

— Não quero dar um espetáculo de cabaré. – Estava sem fôlego.

Obito lhe agradeceu e a levou de volta à mesa.

— Isto foi maravilhoso – exclamou Konan, e Sakura sorriu quando Itachi lhe puxou uma cadeira.

— Não dançava tango desde que era estudante. Mas foi divertido.

— Não sabia que podia dançar assim. – Haruno Kizashi observou a filha com admiração.

— Era membro de um clube de dança na faculdade. Até contadoras precisam de um alívio de vez em quando.

Tenten pareceu deliciada.

— Estão tocando um samba agora, Sakura. Sabe dançá-lo também?

— Sei, mas não vou.

— Posso sambar. – Karin se levantou. – Vamos, Sasuke, dance comigo.

— De jeito nenhum. Só sei valsar.

Suigetsu se levantou.

— Então dance comigo, Karin.

Por um horrível momento, Sakura pensou que a garota recusaria, mas para seu alívio – e de todo mundo – Karin sorriu, tomou a mão dele e os dois se dirigiram para a pista de dança.

— Graças a Deus por isso – Itachi suspirou. – Se tem alguma consideração por mim, Sasuke, dance com ela ou nos fará passar pelo inferno antes de voltar para Londres amanhã.

Tenten olhou para o irmão com desaprovação.

— Por que ele deveria? Esta é a festa de Sasuke e ele fará o que quiser.

Sasuke fez um sinal para Obito, que se aproximou, ouviu, acenou e saiu.

— Alguma coisa errada, Sasuke? – Konan não pareceu preocupada.

— Não, apenas mandei instruções para a banda tocar apenas para os jovens a partir de agora.

— Você não é um Matusalém, Sasuke – protestou Konan.

— No que se refere a esse tipo de coisa, é assim que me sinto.

Então se recostou para observar enquanto a banda passava de um moderno ritmo agitado para outro. A pequena pista de dança se encheu de corpos que balançavam e rodavam enquanto Tenten e Neji se juntavam a Karin e Suigetsu. De repente, Karin se tornou o centro de um grupo, dançando sem parceiros com um abandono que levou todos os jovens a rodeá-la, enquanto ela jogava os longos cachos ruivos para frente e para trás e, de vez em quando, lançava um olhar triunfante a Sasuke para ver se ele a observava.

Haruno Kizashi terminou a bebida e se levantou.

— Hora de dormir. –Sasuke se levantou também. – Obrigado por uma bela festa, Uchiha. – Virou-se para os demais: – Prazer em conhecê-los. Boa noite. Você vem, Sakura?

— Não se preocupe, senhor, sua filha chegará em segurança ao chalé – garantiu Sasuke. Fez um sinal para Obito, que acompanhou Kizashi da marquise até a porta da casa, conversando. – O que acham de uma bebida, Sakura, Konan?

Konan sorriu, desanimada.

— No momento, preferia um chá.

— Se quiser andar um pouco, posso lhe oferecer uma chá no chalé.

— Pode tê-la aqui. – Sasuke fez sinal para um garçom. – Chá, Itachi?

— Não, caro amigo. Vou ficar com meu conhaque enquanto observo a energia dos jovens.

Sakura gostou do chá, mas, de repente, ficou deprimida porque se sentiu velha por estar ali, bebendo-o, em vez de dançar e pular. Ainda faltava um ano para fazer 30 anos, lembrou-se com firmeza.

— Alguma coisa errada? – A voz de Sasuke era suave.

Ela sorriu.

— Apenas me senti de uma geração diferente daquele pessoal na pista de dança.

— Você não parecia assim quando dançava aquele maldito tango.

— Você desaprovou?

— É claro que… – interromperam-se quando um grito alto veio da pista de dança.

A música parou e Sasuke e Itachi correram, com Obito afastando os dançarinos. Voltaram ao lado de Suigetsu, que carregava uma Karin histérica que chorava e gemia, seguidos por Tenten em prantos e Neji lhe segurando a mão.

Suado e respirando com dificuldade, Suigetsu colocou sua carga com cuidado numa cadeira ao lado de Konan, que agradeceu e se concentrou em Karin.

— Foram estes saltos estúpidos – chorou Tenten. – Ela torceu o tornozelo e… E apenas caiu.

— Onde fica o hospital mais próximo? – Itachi estava pálido enquanto os gemidos de Karin aumentavam de tom.

— Do outro lado da cidade. Vou lhes mostrar. Seu carro está estacionado no padoque? – perguntou Sakura.

Sasuke acenou e fez sinal a Obito.

— Encontre meu motorista.

Sakura balançou a cabeça.

— Conheço o caminho mais rápido e meu carro está diante do chalé. Vou trazê-lo até a escada. Fique aqui e cuide de seus convidados, Sasuke.

Sakura ouviu Sasuke dando explicações no microfone enquanto corria com Neji , que insistira em acompanhá-la até o chalé.

— Vou apenas trocar de sapatos e então pego o carro.

— Foi culpa de Karin! Parecia louca na pista de dança. Arruinou a festa de Sasuke.

Era evidente que Neji não era um dos admiradores de Karin.

— A festa já estava mesmo chegando ao fim – ofegou Sakura, quando chegaram ao chalé. – Estou bem, Neji, volte para Tenten.

— Vou esperar até você pegar o carro.

— Neste caso, entre nele.

Trocou as sandálias de salto por sapatos fechados e rasos, deu uma ré rapidamente até o terraço e parou o carro diante da escadaria que levava ao gramado.

— Abra a porta dos passageiros, Neji, e diga a todos que estou pronta para partir. Vou deixar o motor ligado.

Sasuke carregou uma chorosa Karin até o carro e a instalou com cuidado no banco de trás.

— Há um cobertor aí – informou Sakura. – Ela vai precisar.

— Obrigado. – Estava tenso enquanto se virava para ajudar Konan a se sentar ao lado de Karin. Konan enrolou a garota no cobertor e lhe segurou a mão. Itachi se sentou ao lado de Sakura.

— Logo ela será atendida, Itachi – tranquilizou Sakura.

Karin deitou a cabeça no ombro de Konan e chorou com amargura.

— Estraguei… Tudo para… Sasuke.

— Não, não estragou – afirmou Sasuke.  – A festa já estava acabando. Vou segui-los assim que puder. – Virou-se para Sakura. – Obrigado.

— Fico feliz de poder ajudar. – E ela partiu, esperando que não houvesse muita gente na sala de emergência do hospital.

Felizmente, havia pouca gente quando entrou depressa, explicou a situação e pediu uma cadeira de rodas. Karin foi atendida imediatamente, levada para tirar raios X e depois encaminhada para uma sala de exames, onde engessariam o calcanhar. Itachi e Konan sempre ao lado dela. Logo depois, Sasuke chegou com Tenten e Neji.  Sakura, tremendo de frio, ficou livre para voltar para casa. Tenten a abraçou, agradecida.

— Obrigada por tudo. Estava tonta com toda aquela situação.

— Foi apenas uma torcedura? – perguntou Sasuke.

— Não, está quebrado, lamento.

— Inferno. Ela teimou em usar aqueles saltos. – Observou Sakura com atenção. – Você está com frio, vista isto. – Tirou o paletó.

— Não é preciso, vou para casa.

— Maldição, mulher, vista, está tremendo! – Colocou o paletó sobre os ombros dela.

— Vou acompanhá-la até o carro – ofereceu Neji.

— Não, eu faço isso. – A voz de Sasuke era brusca.

Sakura ficou contente com o paletó ao sair no vento frio, mas o devolveu assim que chegou ao carro.

O rosto de Sasuke era severo à luz fraca do estacionamento enquanto abaixava o olhar para ela.

— A marquise será desmontada logo cedo, assim não poderá dormir até mais tarde. Foi de grande ajuda esta noite, Sakura. Nenhum de nós poderia ter organizado a viagem até o hospital com tanta rapidez.

— Não é problema para mim, moro aqui. Lamento que sua festa tenha terminado assim, Sasuke. Com exceção desse incidente, foi um grande triunfo. – Enfrentou-lhe o olhar. – Vamos lá, diga a verdade. A vingança foi doce?

— Não completamente.

— Quer dizer que ficou incompleta. Não se preocupe logo meu pai saberá quem é você. Preciso ir – estremeceu. – Boa noite, Sasuke.

— Seus dentes estão batendo. Tome um banho quente de banheira e vá para a cama e descanse.

— Se me disser que pareço cansada, ficarei violenta e você precisará ser atendido na sala de emergência!

— Está linda e sabe disso. Tantos homens a rodearam. – A expressão se tornou mais severa. – Obito ficou louco e suspeito que Neji também. Mas deixe-o em paz, por favor, ele pertence à Tenten.

— Está falando sério? – Sakura olhou para ele com desgosto. – Não gosto de bebês.

— Do que gosta? Disto?

Puxou-a para si e a beijou com uma violência a que ela reagiu com a mesma força, desamparada, a boca se abrindo com a insistência da dele. Os braços a prenderam e tudo lhe pareceu tão familiar e certo que amoleceu contra o corpo rijo, o coração disparado. Quando finalmente recuperou o bom senso e tentou se libertar, ele a soltou e deu um passo para trás, a respiração difícil enquanto os olhos brilhantes prendiam os dela.

— Quer que peça desculpas?

Ela o encarou de volta, entrou no carro sem uma palavra e o deixou observando-a enquanto se afastava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Doce Vingança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.