Me chamam de Corvo (Bulletproof) escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 5
Anime-se bebê


Notas iniciais do capítulo

Chegueeeeeeeeei!
Cheguei da Bienal e foi muito bom, vamos dar continuidade às postagens normalmente a partir de agora.
.
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Até o Capitão América pegou a referência desse título.
Vamos descobrir quem é o nosso presidente da atlética.



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Yumi se recusou a dizer quem era o presidente da atlética durante todo o caminho até a sede, que por sorte era no mesmo bloco. A sala tinha um adesivo pequeno com o mascote da Corvos. Ela abriu a porta já cumprimentando o sujeito.

— Oi, parça — disse ela, enquanto a gente entrava.

— Oi, gente fina. Como tá o bebê?

— Ué, gente, eu acho que eu entrei na sala da atlética, não no consultório médico.

— Afe, foi só uma pergunta por educação. Oi, meninos.

— Mentira que você é o presidente da atlética — soltou Namjoon, abismado. — Achei que você morasse no hospital.

— No hospital universitário, só pra lembrar. SNUH: Seoul National University Hospital. Quase SNU: Seoul National University, o lugar onde nós estudamos. Eu sou um médico em formação, um estudante.

— Como tem tempo para estudar, ficar no hospital e ainda ser presidente da atlética?

— Eu só administro meu tempo muito bem — disse Sehun, rindo. — Na verdade, minha carga horária no hospital foi bem reduzida depois que eu saí da bolsa… Mas o que traz vocês aqui? Têm interesse em entrar em algum time?

— Na verdade — disse Yumi — queremos montar um time.

De primeira, Sehun achou que a gente só queria dançar. Mas, quando fomos contando que Yumi era coach formada pela USC, ele começou a se animar. Ficou ele mesmo responsável por fazer, espalhar e divulgar os cartazes da primeira seleção, que foi marcada para as 16h da sexta-feira, já que nossa turma só tinha os dois primeiros horários. Sehun sugeriu que fosse na Sala de Espelhos, e eu quase caí para trás. Nem sabia que tinha uma Sala de Espelhos na faculdade! Quando saímos da sala, nosso doutor estava à toda no computador, já editando o cartaz e louco para ver seu time ganhar vida.



Não resistimos: Às 15h30min já estávamos subindo. Na escada, ouvimos música. Logo em seguida, passamos pela academia vazia que dava para a porta de vidro da Sala de Espelhos. Por ela, vimos um menino e uma menina dançando. Eles pareciam graciosos, mas do nada o menino deu um tropeço, a menina parou a música e começou a gritar com ele.

— Mas que droga, por que você nunca acerta? Parece até que nunca dançou na vida! Está errando a mesma coisa todas as vezes! Você não quer que a sala toda ria da sua cara, quer? — Só então, ela notou nossa presença e corou levemente. — Oi… Vão usar a sala?

— Ah… — disse a Yumi, meio sem graça. — Será só às 16h, nós subimos antes.

— Podem esperar aqui dentro, já estamos terminando.

Nós entramos enquanto ela retomava o ensaio, um pouco mais controlada. Nós sentamos para assistir. Eles terminaram de ensaiar 15 minutos depois.

— Vocês são de Música, não é? — perguntou o menino, distraído, enquanto ela pegava água na mochila.

— Somos — eu disse. — Do 1º Período.

— Nós somos do 3º — contou a menina, antes de beber água.

— É mesmo? — perguntou Yumi, surpresa. Não conhecíamos ninguém do nosso curso. — Isso que vocês estão ensaiando é pra faculdade?

— É — disse o menino. — É um trabalho.

— O que vai ter aqui às 16h? — perguntou a garota.

— Seleção para o time de Cheerleading da Corvos — contou Namjoon.

— Ah, é mesmo? — perguntou o menino, subitamente animado.

— Aaah, nem vem. Você sabe que isso não deu certo na primeira.

— Mas dessa vez é diferente, tem dois meninos só na comissão de seleção — argumentou ele, antes de virar-se para nós. — Sabiam que não deixaram nenhum menino entrar no primeiro time? Alguns amigos tentaram.

— Você pode chamá-los — sugeri.

— Não, não — disse ele, rindo. — Eles já se formaram.

— Que pena — lamentou Yumi.

— Você não quer tentar?

— Não sei… Não é bem o que eu estava querendo agora.

— Sem falar que isso pode nos desfocar da faculdade — disse a menina. — E aí o papai acaba com a gente.

— Vocês são irmãos? — perguntei.

— Sim — disse ele. — Desculpem, não nos apresentamos. Eu sou Lee Chanhyuk, e ela…

— Lee Soohyun.

Dissemos nossos nomes também. Nós acabamos continuando a conversa por algum tempo, até que eles decidiram assistir a seleção. Então, ficamos conversando bastante, principalmente sobre o nosso curso e a vida universitária em geral… Só que aconteceu o inesperado: ninguém apareceu. Quando fomos ver, já eram 16h 47min.

— Nossa, que chato — disse Yumi, olhando o celular pela quinquagésima vez. — Acho que ninguém vai vir, mesmo…

— Poxa, que pena… — comentou Soohyun. — Eu até queria ver essa seleção.

— Infelizmente não vai rolar — eu disse, me levantando. — Vamos embora, gente.

Dei as mãos para ajudar Yumi a levantar. Já dava pra ver um pouco da barriga dela quando usava vestidos.

Pegamos nossas coisas enquanto os Lee desligavam o som. Quando estávamos começando a andar em direção à porta, apareceu uma garota e a abriu.

— Oi! É aqui a seleção para o Cheerleading?

Nós três nos entreolhamos antes que Yumi dissesse.

— É.

A garota olhou para fora.

— É aqui, galera.

Então, ela entrou na sala e segurou a porta (que fechava automaticamente). Em seguida, começaram a entrar várias garotas. Na hora eu não parei para contar, pareciam infinitas, mas eram nove no total. Todas elas estavam com roupas para atividade física. Conforme elas entravam, animadas, um sentimento bom se espalhava entre nós cinco, que já estávamos sem esperanças.

— Todas vocês vieram para a seleção? — perguntei.

— Sim — disse uma delas. — Acho que as meninas de Letras estavam vindo para cá, também.

— Tem mais? — perguntou Namjoon. — Mas por que vocês não chegaram na hora?

— A gente ficou com medo de acontecer algum imprevisto — disse a que abriu a porta. — Por isso viemos um pouco antes.

— Antes? — Yumi estava confusa. — Vocês estão atrasadas, 45 minutos.

— Não, estamos 15 minutos adiantadas — protestou uma de cabelo curto. — Não é 17h?

— Era às 16h, mas isso não importa — eu disse, animado com a chegada delas. No entanto, elas queriam reparar o erro.

— Todos os cartazes diziam 17h — informou ela. Em seguida, pegou o celular e mostrou a foto que tirou. De fato, o cartaz informava que a seleção seria às 17h.

— Eita, Sehun — murmurou Yumi. — Não tem problema, meninas, foi falha técnica. Vamos começar às 17h.

Nos 15 minutos até as 17, chegou o tal grupo de Letras, que tinha cinco meninas. Esperamos mais 15 minutos de tolerância. Nisso, chegou mais um bando de sete, com dois meninos nele.

Yumi pediu para todo mundo sentar em roda e começou a falar sobre a proposta, que era construir o primeiro time a levar o Cheerleading a sério como o esporte cheio de regras e nomenclaturas que ele era.

— Cheerleading, ao contrário do que todo mundo pensa, não é dança. É um esporte que inclui blocos de dança, mas também saltos, stunts, ginástica estática, ginástica com carreira, motions, pirâmides, etc. O que cada uma dessas coisas significa? Eu vou ensinar ao longo do tempo. Não temos a intenção de eliminar ninguém nessa seleção, porque esse é um esporte novo para a maioria de vocês. É impossível ser bom em algo que você não conhece, algo que você nunca viu corretamente e nunca tentou. Então, o que vai acontecer aqui é um tipo de avaliação para conhecermos melhor as habilidades de vocês para saber o que podemos aproveitar e o quanto vamos ter que trabalhar para desenvolver o potencial de cada um. Vamos começar?

Yumi começou com alongamentos básicos de atividade física. Depois, começou a minha sessão desespero. Não porque tudo que ela pedia era difícil, mas porque ela estava fazendo demonstrações daquelas coisas difíceis. Eu fiquei apavorado! Ela começou com abertura frontal e lateral, até aí tudo bem. Mas veio vela, ponte, estrelinha, parada de mão. Ela fez tudo muito bem, e não teve ninguém que fez como ela, mas foi dureza aguentar. Eu queria arrancar ela dali! Bateu até um arrependimento de ter dado corda.

— Espero que tenham prestado bastante atenção, porque eu não vou poder mostrar o tempo todo.

Meu momento de alívio.

Yumi começou a pedir os saltos mais simples: Reto, X e Tuque. Mostrou como fazia e pediu. Por último, ensinou um pouco de dança para avaliar como eles se saíam. Quem se deu melhor foram os Lee — acabaram fazendo a seleção depois do discurso da nossa coach.

— Todos vocês foram muito bem para iniciantes. E eu tô falando sério. Vamos trabalhar mais para melhorar isso tudo. No mais, somos o time de Cheerleading dos Corvos.


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Notas finais do capítulo

Ah, que amor. Nasceu o timinho. #saudades



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