Destinada escrita por Benihime


Capítulo 34
Capítulo XXXII




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Atena

Estremeci ao pegar o mapa. Irritada, tratei de controlar minha fraqueza. A profecia logo se revelou.

Raio dourado da alvorada

Liberta uma aliada há muito aprisionada

Antiga lealdade posta à prova num momento de necessidade

A Curandeira a poderá salvar

Mas somente com sua permissão

Deixarás o ódio ganhar?

Lydia

— Sem chance! — Gritei, furiosa — É a última relíquia, eu preciso estar lá.

Eu queria matar Gaia por ela ter me feito jurar pelo rio Estige que a obedeceria. Presa à minha palavra, eu nem ao menos podia ajudar minha família.

— Você é louca, Lydia! — Ela rebateu — Até parece querer que Caos a encontre.

— Talvez eu queira. — Rosnei. — Qualquer coisa vai ser melhor do que ficar escondida como uma covarde.

— Agora não falta muito. Logo a batalha irá começar.

— E você encontrará um modo de me manter longe. Eu sei disso.

— Está enganada. — Ela não perdia a calma. — Talvez eu exagere um pouco, mas é porque me preocupo com você. Não quero que acabe se ferindo. 

— Não vamos mais falar disso, está bem? — Desviei os olhos para o livro em minhas mãos. — Estou cansada demais para brigar.

Ela não protestou e a sala mergulhou em silêncio. Tentei ler, mas logo percebi que o livro era um mero acessório, dando-me uma desculpa perfeita para desaparecer em minha mente.

Comecei a planejar, lembrando do que Zeus me dissera sobre juramentos. Sempre havia uma brecha se soubéssemos como interpretar as palavras a nosso favor.

Atena

Eu ainda estava pensando sobre a profecia quando ela apareceu. Ao longe até podia ser confundida com Lydia, tanto na altura quanto no porte. De perto, porém, as semelhanças eram bem menores. Seus cabelos, cortados na altura dos ombros, eram castanho claros e os olhos que brilhavam no rosto meigo eram cor de mel.

— O que foi? — Sua voz me fez ter arrepios. Aquela com certeza era a voz da minha irmã. — Vamos, Sofia, não estou assim tão diferente.

Sofia era o nome que eu usava quando precisava me misturar aos mortais. Poucos sabiam disso, e a única da família a quem eu contara, além de Poseidon, havia sido …

— Lydia? — Ela apenas sorriu em resposta — Não, não pode ser. Eu vi ... Gaia …

— Aquilo foi tudo armação. Precisávamos de uma desculpa plausível para que eu desaparecesse. E, além do mais, não é como se você já não soubesse. Quem foi que a aconselhou sobre Poseidon, huh?

— Pensei que aquilo tivesse sido um sonho. — Confessei. — E por que você precisou ir embora, afinal?

— Porque Caos está atrás de mim.

Lydia

Antes que Atena pudesse responder, Ares apareceu. Ele não pareceu surpreso ao me ver, apenas feliz.

— Lids! — O Deus da Guerra exclamou. — Então era verdade! Não acreditei quando Gaia me contou.

— Ela não lhe entregou o meu bilhete?

— Bilhete? Não. Ela só me disse que eu não devia me preocupar porque você estava bem, e em um lugar seguro.

— Aquela mulher! — Rosnei — Depois vou conversar com ela sobre isso. Mas agora …

Atirei os braços ao redor de seu pescoço e senti os dele se fecharem em minha cintura. Ares me abraçou com tanta força que meus pés saíram do chão.

— Ares, há quanto tempo você sabia sobre Lydia? — Atena inquiriu.

— Eu sempre soube. — Ele respondeu, me colocando no chão. Um de seus braços, porém, continuava ao redor de meus ombros. — Gaia me contou naquela mesma noite.

— Canalha! — A loira gritou, dando um tapa no rosto de Ares, com tanta força que deixou uma marca na bochecha esquerda do Deus da Guerra. — Você sabia, e me deixou pensar o pior! Devia ter me contado!

— Agora não importa mais — Interferi — E, Atena, eu voltei porque sei de uma coisa sobre a relíquia.

— Eu ... Na verdade, ia pedir a você que me acompanhasse na busca.

— Não posso. Para isso eu precisaria revelar aos outros que estou viva. E, se eles souberem …

— Caos logo saberá.

— Eu tive uma ideia. — Ares disse. — Diga a todos que quer que eu vá com você, então aviso Lids e ela assume meu lugar sem que descubram.

— Sabe de uma coisa, Cabeção? — Eu sorri para ele. — Sua ideia pode dar certo. Exceto por um detalhe: prometi a Gaia que a obedeceria, e ela mandou que eu não me envolvesse.

— Jurou pelo Estige? — Atena inquiriu. Assenti. — Droga, Lydia, o que você tem na cabeça?

— Calma, Atena. — Ares interferiu — Lids, quais foram suas palavras exatas nesse juramento? Consegue lembrar?

— Jurei que faria o que ela dissesse enquanto estivesse escondida, o que fosse necessário para me manter segura.

— Nesse caso, nada mais simples. — Ele rebateu. — Você já não está mais escondida, porque voltou para cá. Isso anula o juramento e a libera para ir com Atena.

— Uau. — Comentei — É sua segunda ideia brilhante em menos de cinco minutos. Tem certeza de que você não foi abduzido ou algo assim?

— Engraçadinha. — Ele fez uma careta para mim. — Você é quem vive me subestimando.

— Vou me lembrar disso no futuro.

— É bom  mesmo, morena.

Gaia

Lydia, Ares e Atena estavam reunidos. Quase sorri ao vê-la recostada contra o peito dele, e que o Deus da Guerra tinha um braço sobre os ombros dela. Os dois formavam um belo casal.

— Eu sabia que você estaria aqui.

Lydia virou-se de um pulo, surpresa. Tentei parecer zangada. Ela, porém, parecia muito mais.

— Claro que estou. — Foi sua resposta. — Apesar de tudo, esta é a minha família. Você não vai conseguir me afastar tão facilmente.

— Lydia, pela última vez: fique escondida. Caos já descobriu que você está viva.

Pude ver a sombra do medo em seus olhos. Finalmente meu aviso entrara naquela cabeça dura.

— O que podemos fazer? — Ela perguntou.

— Já pensei nisso. — Respondi. — Eu vou distraí-lo e você escapa.

— Não. — Seu tom foi firme — Não vou fugir como uma covarde.

— Talvez possa suprimir sua aura. — Atena sugeriu. — Você é mestra nisso, eu sei, e com o disfarce seria quase impossível para Caos encontrá-la.

— Isso não diminui os riscos. — Declarei.

— Diminui. — Ares declarou. — Se um de nós estiver com ela para defendê-la.

— É uma possibilidade. — Concordei, embora hesitante. — Contanto que nossa Lydia pare de agir como uma idiota.

— Idiota por tentar ajudar minha família? — A morena rosnou em resposta.

— Não, Lydia. — Respondi. — Você é uma idiota por não ter me dito nada, quando eu poderia ajudá-la!

— É claro que eu não disse nada, você me impediria!

— Com certeza que sim. — Afirmei. — Pelo menos até encontrar uma forma de mantê-la segura.

— Eu posso cuidar de mim mesma, Gaia! — Lydia insistiu. — Já consegui o impossível mais de uma vez. Por que não conseguiria novamente?

— Lydia, eu não estou negando que você seja capaz de cuidar de si mesma. — Declarei. — Mas Nyx é poderosa o bastante para ser uma ameaça para mim. O que acha que poderia fazer contra ela? Não pode lidar com tudo sozinha, por mais que tente.

— Detesto dizer isso … — Atena declarou suavemente. — Mas Gaia tem razão. Você pode ser a mais poderosa de nós, minha irmã, mas ninguém é poderoso o bastante para salvar o mundo sozinho.

— Ainda posso tentar. — Lydia rebateu teimosamente. — Não vou deixar nenhum de vocês se arriscar por minha causa.

— Mesmo que isso a destrua? — Desafiei.

— Ainda assim. — Ela assentiu sem hesitação. — Farei o que for preciso, irei tão longe quanto puder. Caso contrário, não faço jus aos meus poderes.

— Poderes dos quais, na maioria, você nem sequer se lembra.

— As coisas estão começando a voltar. — Lydia admitiu. — E, mesmo que eu não saiba … É como você disse, a magia tende a nos dar aquilo de que precisamos.

Lydia

Quinze minutos depois

Ares e eu estávamos no metrô em Londres. Eu não podia usar meus poderes, sob pena de ser descoberta por Caos, e ele insistira em ir comigo para me proteger.

Encontramos um vagão quase vazio e nos sentamos lado a lado. Ele fingia dormir e eu olhava pela janela, distraída, perdida em pensamentos. O plano que formáramos era mesmo arriscado, talvez ... Gritos e estampidos altos soaram alguns vagões à frente, arrancando-me de meus pensamentos.

— Fique aqui. — Ares disse — Eu vou lá ver o que está acontecendo.

— Vou com você. Será mais seguro.

— Sem chance. Você só vai me atrasar. Fique aqui e não faça nenhuma maluquice. Entendeu? Nada de bancar a heroína.

— Machista.

— Por não querer que minha garota se machuque quando eu posso facilmente evitar isso? Ok, então sou machista.

— Ares …

— Sem discutir, Lydia.

Ele se virou e saiu, deixando-me ali sentada, surpresa demais por suas palavras para me concentrar em qualquer outra coisa. Ares realmente não era aquilo que se esperava dele.

Lidya, saia daí agora! Gaia ordenou.

Não posso, esqueceu?

Vá para cima do trem. Eu a ajudarei.

Nesse exato momento Ares voltou, sobressaltando-me.

— Dracaenas. — Ele anunciou. — Vão chegar aqui a qualquer momento.

— Vá. Gaia vai me ajudar a sair daqui.

— Nem pensar. Não vou deixar você sozinha.

Revirei os olhos. Conhecendo a teimosia de meu namorado, nem adiantaria discutir.

— Está bem, então. Vamos dar o fora daqui.

Ele passou um braço por minha cintura, prendendo-me junto a si. Por garantia, passei os braços por seu pescoço. Minha visão ficou nublada e a próxima coisa que vi foi que estávamos em um vale entre montanhas. Gaia e Atena já estavam lá, esperando por nós.

— Vamos agir logo. — Minha irmã instou — Não podemos perder tempo.

Minutos depois

— Droga! — Sibilei baixinho ao ver os soldados — Atena, você tem certeza?

— Absoluta — Ela sibilou de volta — Deixe de ser covarde.

Sim, ela ainda estava zangada comigo por confiar em Gaia. Passada a surpresa do reencontro, a emoção aflorara.

— Vamos acabar com eles, então.

De espada em punho, avançamos silenciosamente contra os três homens reunidos. Um enorme leão saltou de entre as rochas, bloqueando o caminho. Nós duas atacamos juntas. O leão investiu contra Atena, mas eu o distraí arremessando uma pedra, o que fez a fera focar o ataque em mim.

Eu o distraio, você apunhala. Falei.

Feito.

O leão tentou me acertar com um golpe da pata, mas eu pulei para trás, fazendo menção de que fugiria. O Leão de Neméia pulou em minhas costas, e agradeci a Ares por ter sugerido que eu usasse minha armadura.

Estou pronta. Atena avisou Traga-o para mim.

Girei e consegui ficar cara a cara com o leão. Surpreendentemente, ele parecia mais interessado em me manter presa do que em me ferir. Foi quando a lança de um dos soldados passou zunindo bem acima de nós. Logo depois disso o leão se afastou, me libertando e permitindo que eu ficasse de pé.

Nyx

Observando-a de longe, fiquei furiosa. Maldita Lydia e seu dom! Ela provavelmente o usava sem saber que o possuía, o que só piorava as coisas. A garota tinha o dom de ver a verdade escondida e trazê-la à tona.

Minha raiva me fazia desejar poder destroçá-la. Porém, sob a raiva, havia algo mais, algo bem parecido com admiração. Lydia tinha coragem, eu não podia negar.

— Acalme-se minha filha. — Meu pai disse. — Logo ela não poderá mais nos atrapalhar.

— Não, pai. — Meu protesto surpreendeu até a mim mesma. Fora algo reflexivo, impensado. — Quero minha chance com ela. Não será a mesma coisa se não for eu a matá-la.

— Está bem, então. — Ele cedeu — Mas você terá apenas uma chance. Não a desperdice.

 

Atena

A aura do Diadema da Luz não era difícil de seguir, mas havia um enorme paredão no caminho. Não havia outro jeito. Eu teria que escalar.

Xingando baixinho, escalei o paredão. As rochas estavam úmidas e cobertas de musgo, o que dificultava muito a tarefa. No topo do paredão, Aracne esperava, sibilando ameaçadoramente ao me ver.

— Surpresa em me ver, Atena? — Ela zombou.

— Com certeza — Meu tom foi ríspido. — Parece que vou ter que te matar de novo.

O olhar que ela me lançou disparava raios de ódio.

— Você pode ser forte, Atena, mas não é tanto assim.

— Veremos sobre isso.

Desembainhei minha espada, mas uma mão pousou em meu braço, impedindo-me. Era Lydia.

Lydia

Na escuridão eu não tivera chance de ver Aracne claramente. Ela era mulher da cintura para cima, porém seu rosto era desfigurado por olhos vermelhos e enormes presas. A metade inferior de seu corpo era a de um aracnídeo.

— Lembra de mim, Aracne?

Sua expressão suavizou ao olhar para mim.

— Lydia. — Ela cumprimentou com um meneio respeitoso. — É claro que me lembro.

— Vocês se conhecem? — Atena estava obviamente surpresa.

— Sim. — Respondi — E foi por isso que interferi. Atena, todo esse ódio não leva a nada. Você sabe disso. A única coisa que vai conseguir é matar a única que sabe como chegar à relíquia.

— Está bem, eu não vou matá-la, mas ... — Atena olhou para Aracne —  Você nos leva até a relíquia.

— Mostrarei o caminho — Aracne respondeu — Mas apenas em respeito a sua irmã. Ela é melhor do que todos vocês.

Aracne era muito rápida, e foi difícil segui-la. Ela nos levou ainda mais acima por uma trilha que ia ficando cada vez mais íngreme. As rochas no chão dificultavam a caminhada. Quando tropecei em uma pedra, Aracne impediu que eu caísse.

— Obrigada.

Ela apenas assentiu, adiantando-se para se manter à frente. Fomos conduzidas a uma pequena gruta, cuja abertura estreita mal permitia a passagem. Na escuridão, eu podia sentir a aura da relíquia.

— Tem certeza? —  Perguntei.

— Absoluta. — Aracne respondeu.

— Vou tentar ser rápida. — Atena disse, olhando significativamente para mim.

— Eu posso me defender, Atena. Não se preocupe.

Ela não respondeu e entrou pela fenda.

Atena

Eu não conseguia enxergar nada e a passagem era tão estreita que era preciso andar de quatro. Senti algo se movendo entre meus dedos. Algo pequeno e ágil ... Suprimi um grito ao perceber o que era.

— Força, Atena. — Sussurrei — São só aranhas. Não vão machucá-la.

Continuei repetindo isso para mim mesma, avançando o mais rápido que podia pela passagem estreita, que logo se alargou, permitindo que eu ficasse de pé. Estendi minhas mãos à frente do rosto, caminhando bem devagar. Logo percebi que estava em um beco sem saída.

Comecei a tatear as paredes e, depois do que pareceu um longo tempo, minhas mãos tocaram em algo frio, diferente da pedra. Era metal. O objeto estava encravado na rocha e não foi sem algum esforço que consegui tirá-lo. O peso e formato não deixavam dúvidas de que era o diadema.

Satisfeita, voltei pelo túnel. As aranhas rastejando por sobre minhas mãos me deixaram tão assustada quanto da primeira vez.

Lydia

Atena saiu pela abertura na rocha com o diadema em mãos e sorriu.

— Obrigada por indicar o caminho, Aracne.

— Não fiz isso por você.

— Eu sei, mas o fez mesmo assim. — Seus olhos cor de tempestade brilhavam. — Por isso, merece um ... Agradecimento.

— Não quero nada de você, Atena.

— Nem mesmo que eu remova sua maldição?

— Isso pode ser feito?

— Pode, se eu assim desejar.

Aracne assentiu e foi envolvida por um casulo de luz. Assim que a luz desvaneceu, pude perceber que a mulher aracnídeo havia voltado à forma humana. E uma linda mulher, a propósito, com longos cabelos cor de cobre e olhos verdes brilhantes.

— Obrigada, Atena. — Ela sorriu. — Muito obrigada.

Atena

— Atena, cuidado!

Um assovio no ar indicava a flecha vindo em nossa direção. Não havia como desviar a tempo. Esperei pela dor, mas ela não veio. Me virei. Aracne recebera a flecha, que de outra forma teria acertado Lydia. Consegui segurá-la antes que caísse.

— Não, não remova a flecha ainda. — Lydia ordenou. — Deixe-me fechar o ferimento interno primeiro.

Assenti e minha irmã se aproximou, ofegando ao analisar melhor o ferimento.

— Sangue de Górgona. — Sua voz saiu baixa. — Flechas envenenadas.

Fiquei surpresa por ela saber apenas com um mero olhar.

— Tem alguma coisa ... Me impedindo. Não consigo curá-la.

Percebi imediatamente. A profecia. Eu deveria decidir. Lembrei-me de quando considerava Aracne uma amiga. Isto é, até Poseidon se interessar por ela também. Curiosamente, a raiva daquela época já estava completamente desaparecida.

—Cure-a, Lydia. — Pedi — Faça o que for preciso. 

Lydia

Sentada de pernas cruzadas na terra, com Aracne em meu colo, pensei em como curar seu ferimento.

Da pulseira que Hades me dera, tirei o pingente verde. Ele imediatamente se transformou em um frasco de cristal. Sangue do lado esquerdo do corpo de uma górgona, um antídoto poderoso a quase qualquer veneno.

Os lábios de Aracne estavam entreabertos, então não foi difícil pingar o líquido verde entre eles. Esperei alguns minutos. A cor lentamente voltava a seu rosto e um pouco depois ela abriu os olhos.

Algumas horas depois

— Se continuar fazendo isso, vou acabar dormindo.

Gaia, cujos dedos brincavam entre meus cabelos, apenas riu baixo em resposta. Eu estava deitada no sofá com minha cabeça em seu colo. Levantei e lancei-lhe um olhar de provocação. Atena, sentada na poltrona à nossa frente, riu.

Lydia, precisamos conversar. Seu tom foi tímido.

Claro. Vamos dar uma caminhada.

Atena e eu saímos juntas. O dia estava fresco e nublado. A grama estava molhada de chuva. Caminhamos um pouco em silêncio.

— E então? — Instei, curiosa — O que quer me dizer?

— Na verdade eu queria me desculpar. Meu orgulho idiota quase nos levou ao fracasso. Se você não estivesse lá, eu teria matado Aracne e não encontraria a relíquia.

— Você a teria encontrado. — Garanti, para confortá-la.

— Eventualmente. — Ela concordou — Mas não foi o que eu quis dizer. O que eu queria ... Bem ... Obrigada, Lydia. Era isso que eu queria dizer.

— Obrigada pelo quê?

— Por Poseidon. — Seu sorriso foi o de uma mulher apaixonada. — Sim, estamos juntos agora. Graças a você. Segui seu conselho e dei uma chance a ele.

— Não precisa me agradecer, Atena. Fico feliz em saber disso.

— Eu sei. Mesmo assim, sinto que devo.

Ela tomou minhas mãos nas suas, virou-as com as palmas para cima e então me entregou o diadema prateado.

— Atena …

— Quero que fique com ele. Você, mais do que ninguém, merece isso.

Um nó se formou em minha garganta com seu gesto. 

— Obrigada, Atena.

Minha irmã e eu encerramos aquele momento com um abraço apertado.


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