UM Príncipe em Minha Vida escrita por Vivi Alves


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo escrito com todo carinho... Esperem que gostem. Bjs!



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No dia seguinte...

Antonio já não estava se espantando com mais nada com relação à seu irmão Enrico. Jácomo descobrira que Enrico havia feito um empréstimo enorme no City Bank em nome do reino de Monsália, dando as terras rurais do país como garantia. Antonio e Jácomo tiveram que viajar para Jersey logo após o seu almoço com Júlio, a fim de negociar a enorme dívida que Enrico fizera ao pegar o empréstimo, para assim recuperar as terras de Monsália que estavam empenhoradas. O príncipe passara a noite na casa que dividira durante anos com Pieter; chegara em Londres naquela tarde apenas preocupado em seu jantar com Elisa, quando recebera uma ligação de Rúbia cujo assunto prometia acabar com o seu dia.
Ele chegara de Jersey há apenas uma hora, quando recebera a ligação da irmã, e por um momento, Antonio não acreditou no que ela estava lhe falando ao telefone:
—Você tem certeza do que está me dizendo Rúbia? _perguntou Antonio pela segunda vez.
—Absoluta, Antonio!_ respondeu a moça do outro lado da linha. _ Todos os impostos que os camponeses pagaram a Enrico, para que ele investisse nas terras de Monsália nunca foram usados para esse fim. Os fundos financeiros destinados à agricultura do país simplesmente desapareceram!
—Nosso pai já sabe disso?_ perguntou ele à Rúbia, irritado.
—Claro que não Antonio! _ respondeu ela.
—Ótimo... Pois ligarei para ele agora mesmo para dizer-lhe em que situação o 'filhinho adorado' dele deixou o reino de Monsália!
—Acalme-se Antonio! _ repreendeu-o Rúbia. _Você sabe que papai não está bem de saúde, uma notícia dessas o perturbaria muito.
—Tudo bem, Rúbia, não direi nada a ele, por enquanto. Porém se Enrico tornou-se um irresponsável a culpa toda é da tolerância de nosso pai. _argumentou Antonio.
—Eu sei disso, irmãozinho... _começou Rúbia tentando acalmá-lo. _ Mas, vamos mudar de assunto: teve notícias da tal garçonete que você salvou?
—Por favor, Rúbia, eu já disse que o nome dela é Elisa. _ disse Antonio sério. _Além do mais não entendo sua curiosidade, mocinha; pois você nunca se preocupou com nenhuma das mulheres com quem já me relacionei.
—Ok, irmãozinho! _riu ela. _Porém você nunca brigou por nenhuma delas como fez por essa moça.
—Eu já lhe expliquei o motivo, Rúbia...
—Tudo bem... Mas, viu ela novamente?
—Como sei que você não me deixará em paz enquanto eu não lhe contar tudo: jantarei com ela hoje. _respondeu Antonio, ele e Rúbia nunca conseguiram esconder nada um do outro. _Como bons amigos á claro.
—Humm..._ brincou Rúbia. _E posso saber onde vai terminar este jantar?
—Você só imagina maldade quando se trata de mim, não é mocinha? _perguntou Antonio rindo, não querendo pensar muito onde poderia terminar aquele jantar com Elisa; se dependesse dele, ele tinha certeza, que não sobraria tempo nem para eles jantarem...
—Como ela é?_ perguntou Rúbia.
—Ela é linda, porém odeia elogios. _respondeu ele.
—Interessante... O que mais?
—Sinceramente, Rúbia, ela é diferente de todas as mulheres que já conheci.
—Diferente daquelas golpistas da alta sociedade londrina' que você chamava de namoradas?_ brincou Rúbia. _Já estou amando essa Elisa, então!
—Muito engraçada, você... _devolveu ele rindo com a irmã.
—Nós dois, irmãozinho! Terei que desligar agora, Antonio, mas antes que eu me esqueça: acredita que Kate teve a audácia de perguntar-me quanto tempo você ainda pensava em permanecer em Londres?
—Com certeza ela perguntou apenas por curiosidade, Rúbia.
—Curiosidade, Antonio? Irrita-me o comportamento de Kate, sendo que não faz ainda nem um ano que Enrico faleceu.
—Eu já lhe disse mais de mil vezes, Rúbia que o que eu senti um dia por Kate morreu há anos.
—Tudo bem Antonio, isto me tranquiliza... Agora esqueçamos esses assuntos desagradáveis e tenha um ótimo jantar com sua Elisa.
—Ela não é 'minha Elisa', Rúbia. Mas, com certeza teremos um jantar maravilhoso.
— Tudo bem. Mas quando você voltará Antonio? Estamos to-dos com saudades, principalmente Hanna.
—Creio que amanhã, Rúbia... Dê um beijo na Hanna por mim.
Ao encerrar a ligação, Antonio recostou-se na poltrona e começou a pensar em todos os problemas que assumira desde que aceitara se tornar o príncipe regente de Monsália após a morte de seu irmão Enrico; nunca desejara ser o herdeiro do trono, nem mesmo quando Kate rompera o compromisso que havia entre eles para se tornar noiva de Enrico por ele ter sido o escolhido para a sucessão ao trono monsálico. Antonio construíra uma imensa for-tuna sozinho e em parceria com seu amigo Pieter, desde que se tornara independente financeiramente nunca precisara dos bens da família Castelamontes para nada. E agora se via ali responsável pelo reino de onde o seu pai, praticamente, o expulsara um dia ao mandá-lo estudar em Londres...
Em certo momento depois de pensar em todos os problemas que teria que solucionar, a cabeça de Antonio começou a doer, então ele pegou o celular e discou o numero do telefone do condomínio, onde morava a única pessoa que poderia fazê-lo esquecer de todos os problemas naquele momento.

Eram seis horas da tarde e Elisa estava sentada no meio de sua cama, enrolada em uma toalha, com os cabelos molhados, enquanto olhava o chamativo vestido lilás que Felícia mandara lhe entregar naquela tarde, dizendo ser um presente de aniversário adiantado. O vestido era de um lilás escuro lindo, as alças eram finas, as costas ficavam expostas, o comprimento do vestido ia até quase os joelhos, ao menos o decote era discreto. Onde Felícia es-tava com a cabeça quando pensara que ela usaria um vestido da-quele? Desde o dia anterior Elisa não tivera notícias do príncipe. Talvez ele tivesse se esquecido do tal jantar... Para quantas mulheres ele não deveria jogar seu charme em um curso de vinte e quatro horas?! Por certo ele nem mais se lembrava da insanidade que cometera ao convidá-la para jantar. Elisa estava pensando essas coisas quando ouviu o telefone tocando na sala. Quem seria àquela hora?
—Alô! _disse ela atendendo a ligação
—Boa noite Elisa! _respondeu a voz envolvente de Antonio do outro lado da linha.
Elisa sentiu seu coração disparar, aquilo deveria ser um sonho com certeza.
—Príncipe Antonio? _perguntou ela. _Como descobriu o número do condomínio?
—Se me conhecesse bem Elisa saberia que quase sempre consigo o que desejo. _respondeu ele fazendo o coração de Elisa acelerar involuntariamente._ Perdoe-me se invadi sua privacidade, apenas gostaria de me certificar de que você não esqueceria nosso compromisso de hoje a noite.
'Seu compromisso... '_pensou Elisa.
—E então, a que horas posso passar em tua casa?_ insistiu Antonio.
—Lamento, príncipe Antonio, mas não poderei jantar com você...
—Por que não Elisa?
—Acordei esta manhã com uma horrível dor de cabeça... _Elisa sabia que a mentira era esfarrapada, porém foi a única que lhe ocorreu no momento._ Quem sabe outro dia?
—Você sente essas dores de cabeça com frequência?_ perguntou ele preocupado.
—Ás vezes. _conseguiu dizer Elisa, que era péssima com mentiras.
—Poderíamos fazer diferente então: Já que você não quer sair, posso comprar alguma coisa para jantarmos no teu apartamento? _sugeriu ele. _ Prometo que não farei com que sua dor de cabeça pio-re.
Elisa pensou em dizer não; porém como negar que ela também estava ansiosa para vê-lo? Além do mais ela era responsável o suficiente para não cometer nenhuma loucura da qual se arrependeria no dia seguinte.
—E então, o que me diz Elisa?_ tornou a perguntar ele.
—Pode ser._ respondeu ela sem muita convicção antes que se arrependesse.
—Ótimo. O que você prefere comer?_ perguntou ele.
—Qualquer coisa rápida para preparar será melhor.
—Tudo bem. Estarei aí em meia hora._ terminou ele encerrando a ligação.
Quando Elisa colocou o telefone no gancho, ela percebeu o que havia feito: tinha concordado em receber o príncipe Antonio Braga de Castelamontes em seu apartamento; o solteiro mais cobiçado e convicto de que já ouvira falar! Elisa lembrou-se da entrevista que lera sobre Antonio na revista Summer quando ao ser questionado pelo o motivo de ele ainda não ter se casado ele respondeu calmamente: Acredito que não nasci para o matrimônio (...) O amor para mim nunca durou mais que quinze dias! E era esse o homem que concordara em ter debaixo do seu teto? Ela só poderia estar ficando louca, como Felícia sugeriu.
Elisa correu até o quarto, vestiu uma calça moletom cinza e um suéter azul claro, já que estava uma noite fria. Não haviam passado quarenta minutos quando ouviu tocarem a campainha. Elisa respirou fundo e abriu a porta deparando com Antonio e o neto da dona do condomínio ao seu lado.
—Encontrei este garotinho na recepção e ele amigavelmente se ofereceu para me ajudar a trazer as coisas até aqui. _Explicou Antonio sorrindo.
Elisa se perguntou como alguém poderia ser tão envolvente como o homem que estava em sua frente naquele momento. Antonio estava simplesmente lindo: usando uma calça jeans escura, camisa azul e jaqueta também escura; a roupa informal o trazia mais para perto do mundo em que ela vivia, pensou Elisa.
—Podemos entrar? A encomenda está pesada. _brincou Antonio.
—Claro, entrem!_ disse Elisa e só então ela percebeu o enorme urso de pelúcia branco que estava nos braços de Jeremias, o neto de dona Clô.
—Não sabia o que você gostaria de comer, então eu trouxe pizza; com direito a sobremesa! _disse Antonio entregando duas caixas de pizza para Elisa e um pote de sorvete.
—Pronto senhor! _disse Jeremias colocando o urso branco sobre o sofá.
—Obrigado amiguinho!_ agradeceu Antonio entregando duas notas de dez dólares ao garoto.
—Precisando é só chamar! _disse o garoto indo embora feliz. _Tchau Elisa!
—Tchau Jeremias! _respondeu Elisa se dando conta que de estava sozinha com Antonio.
—Estou lhe incomodando Elisa? _perguntou Antonio notando o constrangimento de Elisa.
—Não é isso! O problema é que eu não costumo receber muitos convidados para o jantar, na maioria das vezes os que experimentam minhas comidas não voltam mais. _disse ela dando um meio sorriso.
—Acertei então em trazer a pizza, seria horrível dormir com uma indigestão. _provocou Antonio fazendo-a rir também.
—Com certeza você nem dormiria..._começou Elisa, mas se perdeu na frase quando Antonio aproximou-se dela tocando-lhe o rosto com uma de suas mãos.
—Melhorou a dor? _perguntou ele.
—Que dor? _perguntou Elisa confusa.
—Sua dor de cabeça. _esclareceu Antonio. _Ou era apenas uma desculpa que você inventou para não sair comigo?
—Claro que não... quero dizer, claro que estava..._começou ela.
—Você é uma péssima mentirosa Elisa. _brincou Antonio passando a mão pelos cabelos de Elisa até sua nuca.
Quando Antonio começou a acariciar carinhosamente sua nuca Elisa fechou os olhos para tentar controlar os arrepios dos pés a cabeça que estavam a ponto de fazê-la desmaiar. Elisa já estava reunindo forças para mandá-lo parar quando ele sussurrou em seu ouvido:
—Eu prometi a mim mesmo que isto não iria acontecer, mas infelizmente eu não sou de ferro, Elisa. Você me fascina além dos meus limites.
E antes que Elisa pudesse dizer alguma coisa ele a beijou. A princípio ele a beijou delicadamente como se quisesse provar que ela realmente o queria também. Quando ele percebeu que Elisa correspondia mais do que ele esperava, Antonio buscou os lábios dela com um urgência tal que Elisa ficou sem fôlego quando ele a soltou:
—Você me deve um pedido de desculpas! _disse Elisa irritada por ter permitido aquilo.
—Só peço desculpas daquilo que me arrependo, Elisa, o que não é o caso. _respondeu Antonio sorrindo.
—Você ainda confessa que não se arrepende?
—Elisa você está irritada comigo ou com você mesma? _perguntou Antonio. _Acho que o beijo não foi tão ruim assim para você.
Ruim? _pensou Elisa. O problema era que ela não queria se envolver com o príncipe, e beijá-lo fora a melhor coisa que já experimentara em toda sua vida.
—Tudo bem, eu te perdoo. _disse Elisa séria fazendo Antonio rir. _Vou colocar a pizza para esquentar. Fique a vontade!
—Posso usar sua mesa? _perguntou ele se referindo a escrivaninha de Elisa no canto da sala.
—Claro! _respondeu Elisa indo até a pequena cozinha colocar a pizza no micro-ondas já gasto, era do tempo que seus pais ainda eram casados.
Quando Elisa voltou para a sala Antonio estava sentado à escrivaninha com um notebook de última geração aberto diante dele. O príncipe havia tirado a jaqueta, ficando apenas com a camisa de manga curta que deixava expostos os braços atléticos.
—Você deve estar pensando que eu estou me aproveitando de sua hospitalidade. _gracejou Antonio.
—Claro que não, você é meu convidado.
—E este convite estende-se durante toda na noite? _perguntou Antonio olhando os lábios rosados de Elisa.
—Creio que até à hora do jantar. _respondeu Elisa.
—Claro..._disse Antonio_ Venha aqui, gostaria de mostrar-lhe um pouco do reino de Monsália.
Elisa adorou a ideia e aproximou-se da escrivaninha. Antonio levantou-se e pediu para ela se sentar diante do notebook para ver melhor, enquanto ele de pé monitorava o aparelho.
—Este é o meu país! _disse Antonio com orgulho mostrando algumas fotos a Elisa. _Este é o palácio!
—É lindo... Você mora aqui?
—Sim. Moramos meu pai, eu, Jácomo e alguns funcionários de confiança.
—Então teu pai deve sentir muito a tua falta quando você está viajando.
—Duvido que ele goste de mim a este ponto. _brincou Anto-nio, mas Elisa notou um tom de seriedade em sua voz.
—E este homem ao lado de teu pai? _perguntou Elisa.
—Meu falecido irmão Enrico. Ele sofreu um trágico acidente há cerca de oito meses.
—Lembro que li uma reportagem sobre o acidente. Ele não se parecia com você.
—Éramos irmãos apenas por parte de nosso pai. _esclareceu Antonio. _Até países conservadores como o nosso possuem histórias intrigantes, Elisa.
—Você estava lá no dia do acidente de seu irmão? _perguntou Elisa.
—Não.
—Mas aqui está dizendo que o acidente aconteceu nas vésperas do casamento de seu irmão..._insistiu Elisa. _Era natural que você estivesse lá.
—Não costumo ir onde não sou convidado, Elisa. _respondeu Antonio sério.
Ele não iria entrar em detalhes com Elisa dizendo que há quase dez anos atrás fora apaixonado pela então noiva de seu falecido irmão Enrico.
—Você não foi convidado para o casamento..._começou Elisa.
—Elisa..._a interrompeu Antonio. _Você não está sentindo um cheiro de queimado?
—A pizza?!_gritou Elisa correndo para a cozinha seguida por Antonio.
Elisa esqueceu-se da luva e se dirigiu ao forno para tirar a pizza, queimando o dedo ao tentar pegar a fôrma.
—Ai! _gritou Elisa enfiando a mão embaixo da torneira aberta.
—Como você é descuidada Elisa! Poderia ter se queimado seriamente; sabia? _disse Antonio desligando a torneira e examinando a mão de Elisa.
—Por que ao invés de ficar me criticando o Sr. Sabe Tudo não faz alguma coisa para aliviar minha dor?_ resmungou Elisa.
—E o que você quer que eu faça? Beije sua mão para que sare? _brincou ele levando os dedos de Elisa aos lábios.
Nesse momento Elisa suspirou e mordeu levemente o lábio inferior fazendo Antonio olhar para ela:
—Elisa você está acabando com o pouco de sanidade que me resta; sabia?
—Por que diz isso?_ perguntou Elisa.
—Ainda pergunta? Você me fascina de uma maneira que ninguém nunca foi capaz; tudo em você me encanta: sua pele, seus olhos, seus lábios então... É por isto que eu digo que eu devo estar ficando louco, pois neste momento está passando tantas coisas pela minha cabeça, Elisa que não me convém colocá-las em prática.
—E o que te impede? _perguntou Elisa envolvida demais para se arrepender do que perguntara.
O que estava acontecendo com ela? Deveria estar ficando tão louca quanto Felícia, pensou Elisa, mas não importava, ela precisava estar com Antonio naquele momento, ao menos para guardar uma lembrança dele no futuro.
—Você está brincando com fogo Elisa...__murmurou Antonio mordiscando a orelha, o pescoço e o queixo de Elisa._ Não tem medo de se queimar?
—Não. Você tem? _desafiou ela.
—Nem um pouco meu anjo. _respondeu Antonio beijando-a com paixão.
Beijar Elisa fora o que Antonio mais desejara desde que a conhecera, porém o que imaginara não chegava nem perto da realidade; o corpo de Elisa no seu fazia seu sangue ferver com um vulcão em erupção.
Elisa sabia que iria se arrepender quando Antonio fosse em-bora, mas naquele momento ela o queria tanto ou mais do que ela o queria. Elisa abraçou Antonio pelo pescoço e estremeceu quando o príncipe a abraçou pela cintura encaixando o corpo de ambos.
—Não sabe o quanto ansiei tê-la assim em meus braços Elisa..._murmurou Antonio com voz rouca descendo os lábios pelo pescoço dela.
Elisa sentiu o perigo quando Antonio desabotoou os dois primeiros botões de seu suéter, ela precisaria pará-lo antes que os dois fossem longe demais. Nesse momento o celular de Antonio tocou interrompendo-os por um instante, porém Antonio não parou de beijar a nuca e o pescoço de Elisa.
—Não vai atender? _perguntou Elisa recuperando o autocontrole e se afastando dele por um momento.
—Não! _respondeu Antonio puxando-a para si novamente.
—Pode ser importante. _argumentou Elisa.
—Neste momento Elisa nada seria mais importante para mim do que você; nada neste mundo me daria mais prazer do que is-to..._respondeu Antonio a beijando novamente.
Elisa estava quase se entregando ao beijo novamente, quando o celular de Antonio tocou outra vez. Antonio pegou o celular contrariado e ficou ainda mais irritado quando reconheceu a chamada.
—É melhor você atender. _disse Elisa se afastando de Antonio, tentando não pensar na foto da linda mulher que aparecera no visor quando Antonio pegou o celular.
—Não é ninguém com quem eu queira ou precise falar agora, Elisa. _disse Antonio.
—Mesmo assim atenda! Irei esquentando a outra pizza.
—Com licença, então! _disse Antonio indo para a sala atender a ligação:
—Alô Kate! Dê-me um bom motivo para me ligar a esta hora! _Elisa ainda o ouviu dizer com a voz áspera.
Elisa respirou aliviada quando Antonio saiu da cozinha. Como ela deixara aquilo acontecer? Por pouco não se entregara a Antonio ali mesmo na cozinha de seu apartamento; só poderia estar ficando louca mesmo! Agora estava ele na sala, conversando com a linda mulher loira, com certeza sua namorada ou talvez até sua noiva... Mas por que a irritação quando ele viu a chamada? _ se perguntou Elisa. Com certeza ele não queria que ninguém atrapalhasse sua aventurazinha daquela noite; porque era isso que ela deveria significar para Antonio: uma simples aventura de uma noite... _pensou Elisa.
Quando Antonio voltou para a cozinha, Elisa já havia es-quentado a pizza e arrumado a mesa de quatro lugares.
—O cheiro está delicioso! _disse Antonio se aproximando de Elisa e acariciando seu rosto.
—Acho melhor comermos antes que esfrie. _sugeriu Elisa se afastando dele e se sentando em uma cadeira.
—O que está acontecendo Elisa? _perguntou Antonio estranhando a frieza de Elisa.
—Nada, príncipe Antonio. Apenas quero que esqueçamos o que aconteceu aqui; tudo bem?
—Por que Elisa? Não aconteceu nada demais, quero dizer, nada perto do que eu desejaria que tivesse acontecido. _respondeu Antonio sorrindo ao vê-la corar. _Tudo bem! Eu também não quero que façamos algo do qual você se arrependa amanhã de manhã...
... quando você tiver ido embora. _completou Elisa em seu pensamento.
—Vamos comer, então! _disse Elisa mudando de assunto.
Eles comeram uns dois pedaços de pizza em silêncio, logo depois Antonio perguntou:
—Você não tem familiares, Elisa?
—E quem não os tem? _devolveu ela sorrindo.
—Quero dizer... Por que você mora sozinha? Em Monsália moças solteiras de sua idade devem morar com seus pais ou irmãos mais velhos.
—Não tenho irmãos, o que me deixa meio sem opção. _respondeu ela.
—Filha única?
—Sim. A única filha de um casamento fracassado. Depois de quatorze anos de casada minha mãe resolveu deixar meu pai e eu, casando-se novamente indo morar em outro país.
—E teu pai, então? _tornou a perguntar Antonio.
—Um ótimo pai que cuidou de mim até onde conseguiu; devo muito a ele.
—E onde ele está?
—Internado em uma clínica de recuperação para alcoólatras, príncipe Antonio. _respondeu Elisa se levantando e indo até a pia para controlar a emoção ao falar do pai. _É por isso que eu trabalhava naquela boate como ajudante de cozinha; eu precisava do salário para pagar a mensalidade da clínica para o meu pai.
—Você trabalhava naquela boate correndo riscos para pagar a mensalidade de uma clínica para o teu pai? _perguntou Antonio quase indignado.
—Eu não poderia deixá-lo morrer pelas ruas de Londres. Ele é meu pai, príncipe Antonio! _respondeu Elisa lutando contra uma lágrima que teimou em rolar pelo seu rosto, lembrando as noites que perdera de sono procurando o pai pelos bares da redondeza onde moravam.
Nesse momento Antonio foi até ela e a abraçou para acalmá-la:
—Desculpe-me Elisa! Não quero dizer que teu pai não mereça, porém me revolta tantas responsabilidades sobre você. _disse ele._ Você está na idade de viver, se divertir e não resolver os problemas do mundo inteiro.
—Meu pai faria o mesmo por mim, príncipe Antonio. _respondeu ela saindo dos braços dele e se recostando na pia.
Antonio não tentou abraçá-la novamente, apenas ficou imóvel olhando Elisa por alguns segundos. Naquele momento ele se julgou o homem mais medíocre do mundo: Como pudera supor que Elisa fosse igual a todas as mulheres que conhecera? Que poderia viver uma rápida e prazerosa aventura com ela como vivera com tantas outras? Não... Elisa era muito melhor do que ela pensava; aquela linda moça a sua frente merecia bem mais do que ele poderia lhe oferecer.
—Acho que já tomei seu tempo demais príncipe Antonio! _disse Elisa quebrando o silêncio. _Obrigada pelo jantar!
—Não foi um jantar, Elisa, não como você mereceria. Mas se alguém tem que agradecer sou eu. Há muito tempo não passava horas tão agradáveis na companhia de alguém.
Elisa preferiu não lembrar a última hora em que estivera em seus braços.
—Então, vou acompanhá-lo até a porta. _disse Elisa caminhando para a sala seguida por Antonio.
—Estava me esquecendo! _exclamou Antonio pegando o enorme urso branco sobre o sofá._ Para você!
—Não posso aceitar! _respondeu Elisa séria.
—Por que não Elisa?
—Porque eu não me sentiria bem se aceitasse. Soaria como se eu tivesse o convidado para vir à minha casa por interesse.
—Interesse Elisa? _perguntou Antonio rindo.
Quantas mulheres achariam aquele presente uma ninharia sem valor e Elisa estava com medo de aceitá-lo e parecer interesseira?
—Do que você está rindo? _perguntou Elisa.
—Ora Elisa, eu estou te oferecendo um simples urso de pelúcia e não um colar de brilhantes ou uma cobertura no melhor hotel de Londres! _respondeu Antonio. _Vi esse urso em uma loja em Jersey, achei-o bonito e quis comprá-lo para lhe dar de presente, pois eu estarei voltando para Monsália amanhã e gostaria que você ficasse com alguma coisa que te fizesse lembrar-se de mim.
Como se esquecê-lo fosse possível! _pensou Elisa.
—Aceita? _tornou a perguntar ele.
—Tudo bem! _respondeu ela pegando o grande e macio urso de pelúcia._ Porém não é justo, pois não tenha nada para lhe dar.
—Você me concedeu uma noite maravilhosa Elisa, isso já basta.
—Mesmo assim, príncipe Antonio... _começou Elisa, mas Antonio a interrompeu.
—Tudo bem, quero lhe pedir apenas uma coisa: pare de me chamar de príncipe, me chame apenas pelo nome.
—Mas, você é um príncipe!
—Para os meus súditos sim Elisa, não para você. Para você quero ser apenas eu. Certo? _perguntou ele se aproximando dela.
—Tudo bem! _respondeu ela sorrindo. _Prazer em conhecê-lo Antonio!
—O prazer foi todo meu, Elisa! _disse ele retirando uma mecha de cabelos do rosto de Elisa. _Me perdoe só mais uma vez?
—Perdoá-lo pelo quê?
—Por eu não ser forte o bastante para resistir àquilo que eu não sou digno de ao menos pensar em ter.
—Como assim? _tornou a perguntar Elisa.
Porém ao invés de respondê-la Antonio a beijou novamente, não como a beijara antes, mas com calma, com carinho como se quisesse guardar para sempre na memória o gosto dos lábios de Elisa... Ela fechou os olhos e deixou-se levar pela sensação maravilhosa que era ser beijada por Antonio daquela forma.
—Jamais me esquecerei de você, meu anjo! _murmurou Antonio em seu ouvido ao parar de beijá-la.
Quando Elisa abriu os olhos Antonio já havia saído pela porta do apartamento, deixando-a no meio da sala abraçada ao felpudo urso de pelúcia branco.
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Notas finais do capítulo

E então gente o que estão achando??? Comentem, se querem ou não acompanhar essa história de amor. Muitas emoçoes ainda estão por vir!!!



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