UM Príncipe em Minha Vida escrita por Vivi Alves


Capítulo 28
Capitulo 28


Notas iniciais do capítulo

Vai aí mais um capítulo. Bjs



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Um mês e quinze dias depois, em Monsália...

“... Siga sua vida e me deixe seguir a minha, por favor. Vivemos em mundos diferentes Antonio, nunca seríamos felizes de verdade juntos.”
Por mais que Antonio quisesse esquecer, essas palavras não saíam de sua mente, o atormentando dia e noite desde que se despedira de Elisa naquele hospital há mais de um mês atrás. Prometera a ela que não iria voltar a procura-la e iria deixa-la seguir sua vida e estava cumprindo, porém nunca imaginara que seria tão difícil ficar longe de alguém como estava sendo ficar longe de Elisa, pensava Antonio.
—Ouviu o que eu disse alteza? _perguntou Juan, o jovem novo secretário do Conselho tirando-o de seus pensamentos.
Antonio estava no escritório de seus aposentos reunido com Jácomo e o jovem secretário, pois Juan estava digitando alguns documentos referentes aos novos projetos que Antonio dera início no último mês em prol do reino, porém a mente do príncipe estava bem longe dali.
—Desculpe-me Juan, eu estava um pouco distraído. _desculpou-se ele. _Repita o que estava dizendo, por favor.
—Claro, meu príncipe. Eu estava dizendo que na próxima semana será ótimo para iniciarmos o plantio na região ao sul de Kalebi. Os agricultores estão muito animados com o novo projeto e...
Antonio novamente já não ouvia o que Juan dizia, a única imagem que vinha a sua mente era a imagem de Elisa deitada em sua cama na mansão em Londres, com os cabelos esparramados sobre o travesseiro, dizendo que o amava... Aquela lembrança estava roubando seu sono a dias.
—_... Eu pensei em organizarmos isto na segunda. O que o senhor acha? _ Antonio ouviu o secretário perguntar.
—Segunda... _repetiu Antonio sem querer demonstrar ao secretário que nem ao menos fazia ideia de qual era realmente o assunto. _Segunda acredito que seria um ótimo dia, mas prefiro que terminemos este assunto amanhã, Juan.
—Como achar melhor, alteza. Com sua licença, meu príncipe! Ministro! _se despediu Juan se dirigindo a Antonio e a Jácomo.
—Toda, Juan! Faça-me um favor: peça para Patrício providenciar dois cafés para mim e para Jácomo, o meu sem açúcar, por favor.
—Como desejar, alteza! _disse o rapaz saindo do escritório.
—Pobre Juan! _gracejou Jácomo rindo. _Acredito que o rapaz já não suportava mais reler aquele contrato para você.
—Poupe-me de seu bom humor, Jácomo! _disse Antonio sério.
—Apenas se você me poupar do seu mau humor Antonio, que está piorando a cada dia. _respondeu Jácomo.
—Sinceramente, eu não sei o que vocês querem de mim: estou governando Monsália como meu pai e todos esperam que eu faça. Cumpro com minhas obrigações como príncipe regente. Estou aqui Jácomo e é o que importa.
—Mas não está feliz Antonio. E um rei infeliz tende a fazer todos do reino tão infelizes quanto ele.
—Impressão sua. _ironizou Antonio. _Sou um dos homens mais felizes do universo.
—Posso ver! _gracejou Jácomo. _Falando nisso... Desde quando você mantem uma adega em seus aposentos? _perguntou o ministro reprovadamente vendo o pequeno armário de vidro repleto de garrafas de uísques, vinhos e licores.
—Desde que eu não tenho nada mais interessante para fazer a noite, caro ministro. E por favor, já estou bem grandinho para lições de moral Jácomo! E onde está Patrício que não traz esse café?
—Perdoe-me a demora, meu senhor! _disse Patrício entrando nos aposentos. _Aqui está seu café!
—Obrigado! Café sem açúcar Patrício? Não existe mais açúcar neste palácio? _perguntou Antonio mal humorado devolvendo a xícara a Patrício.
—Perdoe-me, meu príncipe, mas foi o senhor mesmo quem pediu sem açúcar. _justificou o velho mordomo magoado.
—Tudo bem, Patrício; desculpe-me. _disse Antonio arrependido pela forma como falara com o mordomo. _Pode ir e obrigado!
—Com licença! _respondeu Patrício se retirando ainda magoado.
—Responda-me com sinceridade: Todo esse stress é por causa de Elisa? _perguntou Jácomo, prosseguindo diante do silêncio de Antonio. _Se essa moça é tão importante para você, por que você não vai procura-la Antonio?
—E fazer o quê, Jácomo? Obrigá-la a vir para Monsália comigo à força? Trancar aquele louco do pai dela em um sanatório para que ele não fique colocando Elisa contra mim?
—Essa última ideia é bem tentadora. _disse Jácomo rindo. _Por que você não liga para ela e assim vocês dois conversam?
—Ela já disse que não quer mais falar comigo, Jácomo.
—Impossível, Antonio. Aquela moça te ama, só um cego não vê isso. O problema é que vocês são dois teimosos, isso sim.
—Se Elisa me amasse, ela estaria aqui comigo, Jácomo. Além do mais eu prometi a ela que deixaria que ela seguisse em frente com a vida dela e vou cumprir.
—Bela maneira de deixar que ela siga a vida dela: com Estevan a seguindo para cima e para baixo como uma sombra vinte e quatro horas por dia? _gracejou Jácomo rindo.
Desde que voltara para Monsália, há mais de um mês, Antonio incumbira Estevan de acompanhar cada passo de Elisa e protege-la, se fosse necessário, além de mantê-lo informado sobre ela, mesmo que ele prometera não procura-la. Porém Elisa nem imaginava que Estevan a seguia praticamente durante todo o dia, pois caso contrário ela já teria impedido isso também, já que ela rejeitara toda e qualquer ajuda vinda da parte de Antonio, desde que ela saíra do hospital, nem mesmo aceitara morar no apartamento que Antonio deixara alugado para ela em Londres, antes voltou com o pai para o antigo apartamento no condomínio de dona Clô.
—É apenas um meio de precaução para protegê-la, Jácomo. Ela ainda é minha esposa como você bem sabe.
—Já que você diz... _riu o ministro. _Irei tomar um banho, nos vemos no jantar.
—Tudo bem Jácomo.
Depois que o ministro saiu, Antonio se dirigiu para o banheiro afim de tomar um longo banho e logo depois ligaria para Estevan para saber notícias de Elisa, o segurança que nunca se perdoara pelo fato de ter se deixado enganar e ter perdido Elisa de vista no dia em que Renan a sequestrara, se comprometera fielmente a cumprir seu papel na vigilância e segurança de Elisa, mantendo Antonio informado de tudo.
Antonio havia acabado de sair do banho, quando seu celular tocou: era Estevan. Acontecera alguma coisa para que ele ligasse antes que Antonio o fizesse? _se perguntou ele antes de atender a ligação.
—Alô, Estevan! Boa noite!
—Boa noite, meu senhor! Desculpe ligar, mas é que pensei que o senhor gostaria de saber que a senhora Elisa foi a uma Clínica hoje.
—A uma Clínica? _perguntou Antonio preocupado. _Por acaso você sabe se ela está doente?
—Não pelo que eu saiba, meu senhor.
—Você sabe o nome da Clínica ou em que essa Clínica é especializada, Estevan?
—Acredito que de tudo um pouco. Desde exames a consultas médicas. Apenas informei, pois pensei que o senhor gostaria de saber.
—E fez muito bem, Estevan. E Elisa, já voltou para casa dela?
—Não senhor. Pelo que parece ela dormirá na casa de sua amiga Felícia.
—E tem alguém na casa de Felícia, além das duas? O irmão de Felícia, por exemplo. _perguntou Antonio, pensando consigo mesmo que dependendo da resposta de Estevan, ele mesmo iria até Londres tirar Elisa da casa de Felícia e fazê-la entender que independente do que ela pensava, ela ainda pertencia a ele.
—Não, meu senhor. Apenas a mãe de Felícia, pelo que eu verifiquei.
—Tudo bem. Obrigado pelas informações Estevan.
Depois que encerrou a ligação, Antonio deitou-se na em sua cama, sem apetite para descer para o jantar. Ao fechar os olhos para tentar dormir um pouco e descansar, Antonio se viu ali naquela mesma cama há quase dois meses atrás com Elisa dizendo a ele que nunca pertencera a um homem antes, e o amor e a paixão com que ela se entregara a ele pela primeira vez na casa de praia em Jersey... Antonio sentou-se na cama novamente, consciente de que não conseguiria dormir tão cedo. Nunca imaginara em sua vida que poderia se apaixonar por alguém daquela forma, e justamente pela única mulher que parecia querer mantê-lo o mais longe possível.

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POSITIVO!
Elisa precisou ler aquela palavra escrita naquele resultado de exame dez vezes para acreditar no que estava escrito ali. Aquilo não poderia se verdade! _pensava Elisa. _Não poderia estar grávida! Não depois do que dissera há Antonio há mais de um mês atrás quando pedira para ele esquecê-la.
—Elisa, fale comigo pelo amor de Deus! _exclamou Felícia diante do estado de choque em que Elisa ficou.
Elas estavam sentadas em uma pequena lanchonete diante da Clínica onde Elisa fizera o exame na tarde do dia anterior.
Há vários dias Elisa não vinha se sentindo bem, porém atribuíra o mal estar aos problemas que estava passando e a falta que estava sentindo de Antonio, porém Elisa nunca pudera imaginar que era realmente uma gravidez.
—Como isso pôde acontecer Felícia? _conseguiu perguntar Elisa depois de algum tempo.
—Isso só você e o príncipe Antonio podem me responder irmãzinha! _gracejou Felícia rindo.
—Estou falando sério, Felícia! Este exame deve estar errado!
—Não sei por que você pensa isso, Elisa. Eu disse que tinha certeza que você estava grávida: os enjoos, essa fome que não acaba, e como se não bastasse o seu desmaio em minha casa ontem. Era quase óbvio Elisa. Eu vou ser tia! _comemorou Felícia.
Um filho... Seu e de Antonio..._pensou Elisa colocando a mão até sem perceber sobre a barriga que não evidenciava ainda nenhuma mudança. Por um momento Elisa estremeceu ao lembrar-se do acidente e pensar que naquele dia já estava grávida e o fato de não ter perdido aquela criança, isso sim era um milagre. Por um momento, Elisa se esqueceu de tudo e a única imagem que apareceu em sua mente foi a de um lindo menino com os mesmos olhos cor de esmeralda de Antonio e de uma linda menina com os cabelos negros, dos quais ela se lembrava tão bem.
—Quando você vai contar para ele? _perguntou Felícia tirando-a de seus pensamentos.
—Para quem? _perguntou Elisa sentindo seu coração acelerar.
—Ora, Elisa, para Antonio!
—EU não vou contar para ele, Felícia!
—Como não vai contar? Ele tem o direito de saber, Elisa, afinal ele é o pai da criança.
—Mas ele não precisa saber disso, Felícia! _respondeu Elisa decidida. _Caso você se esqueceu, Antonio não fala comigo há mais de um mês.
—Caso você se esqueceu também, Elisa: essa foi uma exigência sua. _devolveu Elisa. _Além do mais, você rejeitou tudo o que ele te ofereceu desde que você saiu do hospital. E como se não bastasse, as três vezes que ele ligou para o Condomínio, você se recusou através de dona Clô a falar com ele.
—Tudo bem, Felícia. Mas o que você queria que eu fizesse? Meu pai ameaça até hoje fazer um escândalo quando ouve o nome de Antonio. Ele apenas se acalmou porque eu disse que daqui há menos de dois meses sai a anulação de nosso casamento.
—E você acha que Antonio irá anular esse casamento quando souber que você está grávida de um filho dele, Elisa? De um herdeiro de Monsália? E duvido! Além do mais esse seria um grande motivo para o seu pai, sim fazer um grande escândalo.
Elisa ficou em silêncio, por um momento ponderando as palavras da amiga e por um momento lembrou-se do príncipe Enrico e dos problemas que seu nascimento trouxe ao reino, da rejeição que ele sofrera por parte da maioria dos nobres do Conselho, e decididamente, não era aquele o futuro que ela queria para seu filho. E acima de tudo, os problemas que a descoberta daquela gravidez poderia trazer a Antonio. Elisa lera em um jornal que a crise que ameaçava o reino não existia mais, pois os fundos financeiros de Monsália que haviam desaparecido, haviam sido quase todos recuperados e que dali a dois meses o então príncipe regente Antonio Braga de Castelamontes finalmente assumiria o trono como rei de Monsália. Elisa pensou consigo mesma que ele deveria ter escolhido aquela data, pois dali há dois meses, com certeza, os dois já estariam separados por lei.
—Entenda uma coisa Felícia: Antonio está seguindo a vida dele, será coroado rei daqui a alguns meses; eu não quero atrapalhar o futuro dele.
—Deixe de ser teimosa, Elisa! Se vocês estão longe um do outro a culpa é toda sua, irmãzinha.
—Felícia, ele é um príncipe! O povo dele tem um preconceito idiota com os ingleses e eu não quero ser um motivo de discórdia entre Antonio e o povo que ele tanto ama. Eu já decidi, Antonio não vai saber que estou esperando um filho dele. Além do mais em menos de dois meses não estaremos mais casados.
—Mas, você se esqueceu mocinha, que daqui a quase dois meses sua barriguinha já estará aparecendo e você terá que se encontrar com Antonio para assinarem os papéis; e que explicação você dará a ele? E lembre-se que você nem poderá mentir que o filho não é dele, pois vocês ainda estão casados e ele pode te acusar de adultério, e eu li uma vez, que nesses países conservadores como Monsália a pena contra adultério é deixar os adúlteros presos em uma torre até a morte! E não pense que eu irei te visitar em uma masmorra. _terminou Felícia rindo.
—Não seja boba, Felícia, Antonio não é adepto dessas práticas horríveis. _respondeu Elisa.
Deixá-la morrer em um a torre, Elisa sabia que ele não seria capaz, porém ela conhecia Antonio bem demais para não ter coragem de dizer a ele que o filho que estava esperando não era dele. Com certeza, ele nunca a perdoaria_ pensou Elisa ao se lembrar do que Antonio lhe dissera na noite em que Renan entrara em seu quarto: “É por isso que tenho vontade de matar aquele miserável, pelo simples fato de ele ter tocado no único algo que eu não permito que nenhum outro homem além de mim toque: você Elisa!” _Mas, com certeza ele não tinha mais esses pensamentos em relação a ela. _pensou Elisa.
—Já sei o que fazer, Felícia! _exclamou ela.
—E o que seria, posso saber?
—Vou entrar com um pedido de divórcio imediato em relação ao meu casamento com Antonio.
—Mas, por que você vai fazer isso se vocês vão se divorciar daqui a dois meses?
—Pense comigo Felícia, daqui a dois meses minha gravidez será evidente, porém caso nos divorciemos agora, Antonio não irá perceber e logo após o divórcio poderei aceitar a ideia de meu pai de nos mudarmos para o interior da Inglaterra como ele sugeriu. Antonio nunca saberá de minha gravidez e poderá seguir com a vida dele.
—Elisa, você só pode ter enlouquecido!
—Nunca estive mais lúcida, Felícia! Agora, vamos, precisamos encontrar um advogado. _disse ela se levantando.
—Elisa, você não pode negar esse direito ao Antonio e muito menos ao meu sobrinho o direito de crescer com o pai..
—Felícia, acredite, eu já amo essa criança com todas as minhas forças e irei dar o melhor de mim para ela, mas eu não quero que nós dois sejamos um problema a mais na vida de Antonio. Agora, vamos, por favor. _disse Elisa.
Felícia apenas balançou a cabeça em discordância e levantou-se para acompanhar a amiga.


Antonio passara praticamente toda a manhã daquele dia assinando os papéis referentes aos novos projetos para a agricultura e exportação dos produtos de Monsália; o povo estava animado com as perspectivas e a crise parecia ter ficado em um passado distante, depois que recuperaram os milhões que estavam nas contas bancárias de Kate.
Já passava do meio dia quando Patrício entrou no escritório, onde Antonio estava reunido com Juan, e disse que o rei Alfredo o aguardava em seus aposentos.
—Ele lhe disse se é algo importante, Patrício? Pois estou realmente ocupado no momento. _disse Antonio.
—Não, meu senhor. Ele apenas mandou chama-lo; a princesa Rúbia e o senhor Pieter também estão com ele.
—Tudo bem. Depois terminamos o que falta, Juan. _disse Antonio despedindo o secretário para atender ao pedido do seu pai.
Ao se dirigir aos aposentos de rei Alfredo, Antonio relembrou tudo pelo que passaram no último mês: como se não bastasse ter que ficar longe de Elisa, ainda tivera que lidar com a prostração que se abatera sobe seu pai quando Kate confessou a ele que ela ajudara Enrico a desviar os fundos financeiros de Monsália, além do fato de sempre ter tido conhecimento da culpabilidade de Renan no acidente que tirara a vida de Enrico. Antonio e Rúbia pensaram que o pai não sobreviveria àquele choque, porém passados os primeiros dias, já refeito, ele decidiu que queria que Kate pagasse por tudo o que fizera, porém por causa dos apelos desesperados de Nancy, que ignorava e estava envergonhada de tudo o que Kate fizera, o rei Alfredo reconsiderou e ao invés de denunciá-la decidiu bani-la do reino, além de deserda-la e tirar-lhe o sobrenome Castelamontes, que ela usava desde que seu pai morrera.
A única coisa boa que resultara de tudo isso foi o fato do rei Alfredo ter revisto seus conceitos em relação a Antonio e a Rúbia depois do que descobrira do que Enrico fora capaz de fazer com o reino.
Quando Antonio chegou ao quarto do pai, o rei Alfredo estava sentado confortavelmente em uma poltrona, enquanto conversava animadamente com Rúbia e Pieter.
—Como vai o mais novo recluso de Monsália? _gracejou Pieter quando o viu.
—Boa tarde para você também Pieter! Como vai, Rúbia? _perguntou Antonio beijando a face da irmã.
—Estou bem. Porém concordo com Pieter, Antonio. Tive que vir visita-los, já que você parece que se reclusou no palácio desde que voltou para Monsália.
—Engano seu irmãzinha. O problema é que estou com muito trabalho com os novos projetos para Monsália.
—Tão ocupado a ponto de não comparecer ao jantar de anúncio oficial de meu casamento ontem, Antonio? _reclamou Rúbia.
—Desculpe-me, Rúbia, eu me esqueci completamente. Fiquei trabalhando com Juan ontem até tarde. Perdoe-me! Prometo que irei me redimir. Mas, foi para que você chamasse minha atenção que o rei Alfredo mandou me chamar? _gracejou Antonio.
—Claro que não Antonio. _respondeu o rei Alfredo. _É que Rúbia me disse que aproveitará a ocasião de sua coroação como rei daqui a dois meses para celebrar o casamento entre ela e Pieter. Ao que eu fiquei muito feliz, pois acredito que uma coroação seguida do casamento da princesa de Monsália alegrará o reino e fará o povo esquecer as desventuras pelas quais passamos nos últimos tempos.
—Por mim tudo bem. Nada melhor que uma grande festa de casamento real para animar o povo. _brincou Antonio dando um chute na perna de Pieter.
—Falando em casamento... _começou o rei Alfredo. _Espero que você pense em se casar em breve também Antonio, pois um rei solteiro não suscita herdeiros legítimos para o trono.
—Caso se esqueceu, eu ainda estou casado, papai.
—Em um casamento ilegítimo que nunca gerará herdeiros Antonio, já que a esposa em questão se encontra em outro país e pelo que me consta esse casamento terminará em menos de dois meses.
—Papai, entenda uma coisa de uma vez por todas, eu não pretendo me casar novamente! E isso não interfere no fato de eu ser ou não um bom governante.
—É claro que interfere, Antonio. De que vale você ser um bom rei se não deixar herdeiros que levem nosso nome adiante?
—Papai tenho certeza, que Rúbia e Pieter lhe darão muitos herdeiros ainda que assumirão o trono de Monsália depois de mim.
—Não me coloque no meio das discussões de vocês! _reclamou Rúbia rindo, servindo chá para todos.
Antonio pegou sua xícara de chá e foi para a sacada do quarto do pai, para evitar discutir mais com o teimoso rei Alfredo.
—Você sabe que o seu pai tem razão, não é? _ perguntou Pieter se aproximando de onde Antonio estava. _Reis deixam herdeiros que assumirão depois deles, Antonio, essa é a lógica de todo reinado.
—Eu sei, Pieter. Mas o que você quer que eu faça? _indagou Antonio que nunca escondera nada do amigo. _ Para mim ter herdeiros legítimos eu teria que me casar com outa mulher depois que eu me separasse de Elisa; e eu não sei o que é mais inaceitável para mim: me separar legalmente de Elisa ou me ver casado com outra mulher.
—Mas, que diferença faz Antonio, se vocês já estão separados um do outro há mais de um mês? _perguntou Pieter.
—É diferente, Pieter, nós ainda somos casados legalmente; eu ainda tenho o direito de manter Estevan perto dela para manter-me informado todos os dias a respeito de como ela está, com quem ela está, com quem ela sai,... Agora, quando eu penso que daqui há menos de dois meses poderemos estar separados também legalmente, eu até perco o sono ao imaginá-la finalmente livre podendo reconstruir sua vida com outra pessoa. Eu não suporto nem ao menos pensar nisso Pieter! Imaginá-la com outro homem, para mim é pior do que a morte mil vezes! Eu sei que parece egoísmo de minha parte, mas eu a amo Pieter como nunca acreditei ser possível amar alguém em toda minha vida.
—E por que você não foi trás dela então, Antonio?
—Eu já pensei isso um milhão de vezes Pieter. Por várias vezes eu pensei em ir até Londres, trazê-la para Monsália independente do que o pai dela ou quem quer que seja diga, porém eu respeito a vontade dela.
—Mas a separação de vocês é inevitável, Antonio! _argumentou Pieter. _É um acordo que tem término para ser encerrado. O que você pensa em fazer depois que o casamento de vocês for anulado legalmente?
Antonio iria respondendo, quando seu celular tocou, ao pegar o aparelho ele não reconheceu o número que estava ligando, porém dava para deduzir que a chamada vinha de Londres.
—Alô! _atendeu Antonio pensando por um momento que pudesse ser Elisa, que resolvera ligar.
—Alô! Boa tarde! _respondeu uma voz masculina. _Eu desejo falar com o senhor Antonio Braga de Castelamontes.
—Sou eu mesmo. Com quem falo? _perguntou Antonio.
—Meu nome é Augustos Gordoni, sou advogado e estou ligando da parte de minha cliente, a senhora Elisa Ribello de Castelamontes. _explicou o homem.
—Advogado? Da parte de Elisa? Aconteceu alguma coisa com ela? _perguntou Antonio preocupado.
—Acredito que nada fora do normal, senhor. Estou entrando em contato com o senhor porque minha cliente deseja entrar imediatamente com um processo de divórcio imediato do casamento de vocês. E eu gostaria de saber se o senhor estaria disposto a fazermos isso amigavelmente.
—Elisa quer o quê? _perguntou Antonio alterando a voz a ponto de Augustus Gordoni afastar o telefone do ouvido do outro lado da linha, enquanto Rúbia, o rei Alfredo e Pieter, olhavam para Antonio sem nada entender.

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Notas finais do capítulo

E então o que estão achando? Bjs!



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