UM Príncipe em Minha Vida escrita por Vivi Alves


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Oiii amores!!!! Não se preocupem....Não matei nossa heroína! Bjs!



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Depois do que tivera coragem de fazer com seu cúmplice e pela forma louca como estava dirigindo, de uma coisa Elisa estava certa: Renan estava descontrolado. Quando o carro perdeu o controle e saiu da estrada principal rolando despenhadeiro abaixo, Elisa lembrou-se que nem mesmo teve tempo de gritar por tão rápido que tudo aconteceu. O único pensamento que Elisa teve naquele momento é que nunca voltaria a ver seu pai, Felícia e principalmente seu tão amado Antonio... Nunca mais dormiria em seus braços ou o veria sorrir... De repente Elisa sentiu uma dor lancinante em suas costas e em sua cabeça, enquanto algo vermelho e pegajoso, com certeza sangue, descia pela sua face e de repente, Elisa não viu mais nada.

Elisa nunca imaginara que seria possível sentir dores em tantas partes de seu corpo em um mesmo instante, porém era o que estava acontecendo naquele momento. Ela queria gritar, mas sua voz não saía, nem mesmo os seus lábios se moviam, Elisa queria abrir os olhos e ver o que estava acontecendo, mas era como se suas pálpebras não a obedecessem mais. E como se fosse em um sonho, Elisa ouvia sons e vozes ao longe:
—Jácomo, por que ela não se mexe? _Elisa ouviu a voz de Antonio angustiada como se ele estivesse em outro mundo diferente do dela.
—Ela deve ter batido a cabeça, Antonio e por isso está desacordada, o importante é que o coração dela está batendo e ela está respirando.
—Jácomo ela está muito machucada... _ela continuou a ouvir a voz de Antonio como se ele estivesse no ápice da agonia e do desespero. _Temos que leva-la para um hospital rapidamente.
—Não, filho, a ambulância já está a caminho. Já fizemos errado em tirá-la do carro antes que os médicos chegassem.
—Você queria que eu deixasse que ela morresse no meio daquelas ferragens Jácomo? _alterou Antonio.
Elisa queria dizer a Antonio que estava tudo bem, mas como em um sonho, todas as vozes e sons desapareceram e Elisa se viu mergulhando em um sono profundo, como se mergulhasse em um imenso oceano.

Dez dias depois...

Antonio estava sentado em uma poltrona ao lado da cama de Elisa em um dos melhores hospitais de Londres, observando-a enquanto ela dormia. Há dez dias desde que chegara ali, os médicos a mantinham sedada para que ela não sentisse muitas dores e para que as duas costelas fraturadas durante o acidente tivessem tempo de se recuperarem ao estado normal. Os médicos disseram que fora um milagre o fato de Elisa sair daquele acidente viva e com apenas duas costelas fraturadas, além de ferimentos leves, já que Renan, ao contrário não sobrevivera ao acidente, falecendo horas depois de dar entrada no hospital. Por sorte, os ferimentos de Elisa foram todos leves e superficiais, com exceção das duas costelas, porém o médico disse que estariam perfeitas dentro de um mês, no máximo. Ao ver Elisa dormir serenamente e fora de qualquer perigo, Antonio reviveu por um momento toda a angústia que vivera há dez dias atrás quando vira aquele carro descendo despenhadeiro abaixo com Elisa dentro... Se Antonio tinha alguma dúvida de que a amava, acabaram-se naquele momento. Enquanto descia aquela íngreme encosta, com Jácomo correndo logo atrás dele o único pensamento de Antonio era de que caso Elisa não tivesse escapado com vida daquele maldito acidente, sua vida poderia terminar ali também, pois perderia todo o sentido. Quando a vira presa entre aquelas ferragens coberta de sangue, Antonio julgou que seu coração iria parar ou então ele iria enlouquecer naquele momento, porém Deus existia pensou ele, prova disso é que sua Elisa estava ali.
Antonio estava pensando essas coisas, quando Rúbia entrou no quarto do hospital, arrancando-o de seus pensamentos:
—Como ela está? _perguntou ela.
—Na mesma, mas o médico disse que ela acordará a qualquer momento, pois não a sedaram hoje.
—Que bom. Minha querida Elisa..._disse Rúbia beijando afetuosamente a testa da amiga e cunhada. _E o pai dela?
—Saiu daqui agora há pouco. _respondeu Antonio se colocando de pé. _Sabe o que ele quer?
—Não. Mas pelo que você disse já imagino. Ele não quer que Elisa volte para Monsália com você? _perguntou Rúbia.
—Exatamente.
Quando ficara sabendo do acidente, Clóvis chegou ao hospital indignado dizendo a Antonio que, com certeza era culpa dele o fato de Elisa estar naquelas condições, pois antes de conhecê-lo, Elisa nunca tivera contato com pessoas perigosas como Renan, e além do mais, Elisa só voltaria para Monsália com Antonio sobre o cadáver dele. Foi nesse momento, que Antonio dominado pelo estres daquele momento e a preocupação que estava com a situação de Elisa, que ele disse a Clóvis que ele não tinha o direito de proibir que Elisa voltasse para Monsália com ele, a menos que ela não quisesse, já que os dois eram casados perante a lei. Clóvis quase teve um ataque ao ouvir aquilo dizendo que aquela história era uma grande invenção acreditando apenas quando Antonio apresentou-lhe a certidão de casamento.
—E como se não bastasse ele disse que não vai descansar, enquanto, Elisa não anular nosso casamento. _respondeu Antonio como se aquilo fosse a coisa mais absurda que já ouvira.
—Ela não vai fazer isso, não se preocupe. Elisa te ama, Antonio. _Disse Rúbia se aproximando do irmão e o beijando na face. _E por que você não vai até a mansão comer e descansar um pouco?
—Não. _respondeu Antonio sorrindo. _Quero estar aqui quando ela acordar.
—Já que insiste... __gracejou Rúbia lançando outro olhar carinhoso para Elisa antes de sair do quarto.
Depois que Rúbia saiu, Antonio foi até uma das janelas que dava para o fundo do hospital, observando alguns canteiros e pensando em tudo que acontecera, quando uma voz que ele desejava ouvir há dias, o despertou de seus pensamentos:
—Antonio? _chamou Elisa com voz fraca, por ainda estar sob um pequeno efeito do remédio.
Quando Antonio se virou Elisa estava observando-o com os olhos ainda confusos.
—Meu anjo! _disse Antonio correndo até a cama. _Que bom que você acordou!
—Onde estou? _perguntou ela olhando ao redor do quarto.
—Você está no hospital Guthemberg.
E foi neste momento que Elisa se lembrou de tudo como em um flashback: desde o momento em que saíra da mansão até o momento em que perdera a consciência no momento do acidente.
—Antonio... O carro, o despenhadeiro... Renan estava descontrolado! _disse Elisa nervosa querendo se levantar da cama.
—Acalme-se, meu amor! _disse Antonio a abraçando e fazendo-a deitar novamente. _Você está fora de perigo agora... tudo acabou.
Então Antonio contou a ela desde o momento em que resgataram a ela e Renan, os processos pelos quais ela passara e há quantos dias ela estava desacordada.
—E você ficou aqui durante todo esse tempo? _perguntou Elisa passando a mão na barba por fazer de Antonio.
—Na maioria dele. _respondeu ele sorrindo beijando a mão de Elisa. _Infelizmente eu tinha que deixar que outras pessoas como seu pai e Felícia ficassem com você também. Agora, me explique, por que você fugiu de mim daquela forma?
—Você leu a carta que eu te deixei?
—Li. Elisa, eu sei o que é melhor para mim. Eu já tenho idade suficiente para arcar com cada uma das minhas escolhas e eu escolhi você. E se o Conselho ou o meu pai se opuserem deixe que com eles eu me entendo. Só por favor, prometa que não fugirá de mim novamente.
—Tudo bem. _respondeu Elisa tentando controlar as batidas de seu coração. _Onde está meu pai?
—No refeitório, se não me engano.
—Obrigada Antonio, mais uma vez, por ter se arriscado tanto. _disse Elisa se lembrando do desespero que a tomara quando Renan disparou contra ele.
—Não precisa agradecer Elisa, como eu disse uma vez: faria a mesma coisa mil vezes, se fosse preciso. Você se tornou a razão de toda minha vida, meu anjo. _disse Antonio antes de beijá-la carinhosamente nos lábios.
Ao sentir os lábios de Antonio contra os seus, Elisa sentiu-se renascer, era como se tudo pelo que passara perdesse a importância naquele momento... Esquecendo-se da fraca dor que incomodava a região em que suas costelas foram fraturadas, Elisa abraçou-o pelo pescoço correspondendo a beijo com paixão.
—Acalme-se querida esposa. _gracejou Antonio rindo parando de beijá-la. _Você acabou de sair de um coma induzido, então vamos com calma.
—Por que você me beijou, então? _perguntou Elisa sorrindo.
—Porque eu sei me controlar, ao contrário da senhorita. _respondeu Antonio, ainda rindo beijando-a novamente e rapidamente, no momento em que uma das enfermeiras entrou no quarto.
—Que bom que nossa paciente acordou! _exclamou a enfermeira se aproximando da cama. _Como se sente, senhora?
—Me sinto bem, apenas um pouco confusa. _respondeu Elisa.
—Isso é normal! Vou chamar o médico para examina-la. O senhor poderia nos dar licença apenas por alguns minutos, por favor? _perguntou a enfermeira se dirigindo a Antonio.
—Claro! _respondeu Antonio a contragosto, indo até Elisa logo em seguida e depositando um beijo em seus cabelos: _Irei até a mansão tomar um banho e trocar de roupa e voltarei antes que você tenha tempo de sentir minha falta.
—Estão casados há muito tempo? _perguntou a enfermeira se dirigindo a Elisa depois que Antonio saiu do quarto.
—Há menos de um mês. _respondeu Elisa.
—Nota-se que ele a ama muito, pois desde que a senhora chegou aqui os únicos momentos que ele saiu do quarto foi para tomar banho, trocar de roupa e fazer alguma rápida refeição.
—Eu também o amo. _murmurou Elisa desejando que pudesse realmente ser feliz com Antonio dali em diante, mas ela sabia que aquilo talvez seria sonhar demais.
Passado pouco tempo, o médico entrou no quarto e ficou muito animado em como Elisa parecia estar se recuperando bem, após fazer alguns exames, ele pediu que ele descansasse, pois felizmente, não seria mais preciso sedá-la, apenas os medicamentos e o repouso ali mais alguns dias completariam a total recuperação.
No momento em que o médico se retirou, Clóvis irrompeu no quarto ansioso, quase não suportando segurar a emoção e a alegria de ver Elisa finalmente consciente e fora de qualquer perigo.
—Filhinha, que bom que você acordou! _exclamou ele indo até a cama e abraçando Elisa, se desculpando em seguida. _Desculpe filha, espero não ter te machucado.
—Não se preocupe, papai, estou realmente bem. Que bom ver o senhor também!
—Que susto você me deu Elisa! Por pouco eu não perdi você. E tudo por culpa desse príncipe Antonio.
—Papai, o que o senhor está dizendo? Antonio não teve culpa nenhuma no que aconteceu.
—Como não Elisa? Ele te arrastou para esse mundo perigoso dele. Ele até fez você mentir para mim sobre vocês dois terem se casado. Você nunca havia mentido para mim Elisa!
—Papai, Antonio nunca pediu para que eu mentisse para o senhor, ele sempre me disse para lhe contar a verdade. Fui eu quem preferi assim.
—Você preferiu mentir para o seu próprio pai, Elisa por causa dele? _alterou Clóvis.
—Por favor, papai, acalme-se!
—Como me acalmar Elisa? Você está querendo me matar de desgosto? Já não bastou o que sua mãe fez comigo um dia? Escute uma coisa Elisa, isso tem que acabar! Se você insistir nesse casamento absurdo eu não vou te considerar mais minha filha.
—Papai, não diga uma coisa dessas. O senhor está fora de si. Eu te amo muito, o senhor sabe disso, mas eu já tenho vinte e um anos e sei o que quero para minha vida.
—Essa é sua última palavra Elisa? _perguntou Clóvis com os olhos marejados de lágrimas. _Tudo bem! O único jeito então será tomar uma atitude drástica.
—O que o senhor quer dizer com isso, papai?
—Ou você se afasta desse homem ou eu vou fazer o maior escândalo possível sobre o nome dele. Eu vou nos jornais, Elisa e até na televisão se for possível, mas eu vou acabar com o nome desse príncipe que quase acabou com sua vida.
—O senhor não pode fazer isso, papai. _suplicou Elisa.
—Posso, Elisa. Você é minha única filha e por mais que você me odeie por isso, é meu dever lutar pela sua felicidade.
Elisa apenas ficou olhando para o pai não acreditando no que ouvia, sem conseguir falar, pois a única coisa que ela queria gritar para o pai naquele momento era que a única felicidade que ela já conhecera na vida era justamente a que ele exigia que ela abrisse mão naquele momento.

Antonio havia acabado de tomar banho e naquele momento estava terminando de se vestir; gostaria de já ter voltado para o hospital novamente para estar com Elisa, porém a ligação de Jácomo minutos antes provocara um grande atraso. O ministro havia voltado para Monsália quatro dias depois do acidente, logo depois de cuidar do sepultamento de Renan e de interrogar Anita mais uma vez que arrasada pela trágica morte do irmão resolvera contar tudo o que sabia e que havia escondido até aquele momento, inclusive o envolvimento dele com Kate e a participação dela nos desvios feitos por Renan e Enrico. Logo que chegara a Monsália, Jácomo procurou Kate, que a principio negou tudo, porém depois que o ministro conseguiu a quebra de sigilo das contas bancárias no nome dela e encontrou uma enorme fortuna em cada uma delas, resultado dos desvios dos cofres de Monsália feitos por Enrico, ela disse que apenas participara pois fora obrigada por Enrico e logo depois de sua morte, que ela negou ter conhecimento da causa, passara a ser chantageada por Renan, segundo ela.
—Ao menos agora já sabemos onde está o dinheiro. _disse Jácomo ao telefone. _Agora sobre o futuro de Kate, você decidirá, sua tia Nancy está desolada, com tudo isso.
—Imagino! Pobre tia Nancy! _respondeu Antonio. _Felizmente, Elisa acordou hoje Jácomo.
—Que bom! Então logo vocês voltarão para Monsália.
—Assim espero Jácomo. Mas duvido que o médico dará alta para ela em menos de uma semana. Acredito que terei que ir a Monsália amanhã de manhã resolver um pouco desses problemas e voltarei para buscá-la.
—Fico feliz ao ouvir isso. Sei o quanto Elisa é importante para você, filho, mas o reino precisa de você aqui.
—Eu sei, Jácomo! _disse Antonio encerrando a ligação, contando os minutos para ver sua Elisa novamente.
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—Você não pode fazer isso, Elisa! _disse Felícia pela quinta vez desde que Elisa lhe contara tudo o que o pai lhe dissera. _O tio Clóvis só pode estar louco!
—Louco ou não Felícia ele é meu pai e eu não posso correr o risco de que ele faça um escândalo sobre o nome de Antonio. Já basta o que ele está passando com o reino, a saúde do pai dele e tudo o mais.
—Mas isso não é justo, Elisa! _insistiu Felícia.
—Eu sei,... Mas, eu já decidi, e além do mais ele vai ser rei, Felícia, e o povo nunca me aceitaria como rainha deles e eu também nunca seria a rainha que ele precisa para acompanha-lo em jantares, bailes, discursos, não Felícia, Antonio e eu vivemos em mundos completamente opostos.
Felícia iria respondendo quando a enfermeira entrou no quarto e entregou um lindo buquê de flores para Elisa dizendo
—São de seu esposo. Ele está na sala do médico, mas mandou lhe entregar as flores e disse que estará aqui em instantes.
—Obrigada! _disse Elisa sentindo o coração apertado ao sentir o delicado perfume das flores antes de pedir para que Felícia as colocasse sobre a mesa.
—Vou sair para que vocês conversem a vontade. _disse Felícia depois que a enfermeira saiu. _Por favor, irmãzinha, pense bem na decisão que você vai tomar.
Elisa apenas balançou a cabeça afirmativamente, pois sabia que se fosse falar alguma coisa desabaria em lágrimas diante da amiga.
Quando Felícia saiu, encontrou com Antonio que chegava naquele momento. A moça apenas cumprimentou-o e seguiu para o corredor.
—Olá, meu anjo, espero não ter ficado fora muito tempo. _disse ele se dirigindo a Elisa fechando a porta em seguida. _Gostou das flores?
Quando Elisa levantou os olhos e viu Antonio diante dela sorrindo, em toda sua perfeição, carisma e beleza, ela sentiu sua resolução abalada: ele havia feito a barba, e estava usando a colônia cuja fragrância sempre perturbara os sonhos de Elisa desde que eles se conheceram, o sorriso estampado em seus lábios fez Elisa lembrar de cada beijo que haviam trocado e de cada momento inesquecível que os dois haviam partilhado. Felícia tinha razão: apenas alguém completamente louco abriria mão da maior felicidade que já conhecera como ela estava prestes a fazer naquele momento.
—Você está sentindo alguma coisa Elisa? _perguntou ele preocupado com o silêncio dela.
—Não... Estou bem. Éh... E eu amei as flores.
—Que bom. _disse Antonio se sentando na beirada da cama, onde Elisa esta sentada apoiada nos travesseiros. _Falei com o médico e ele disse que amanhã mesmo você poderá ir para casa, isso com a promessa que eu fiz de que manteria médicos no palácio até que você esteja completamente recuperada.
—Agradeço o que está fazendo por mim, Antonio, mas...
—Mas, o quê Elisa? _a interrompeu Antonio.
—Eu decidi definitivamente que não vou voltar para Monsália.
—Pensei que já tivéssemos resolvido isso Elisa. Eu já disse, meu anjo que com o Conselho, eu me entendo.
—O problema não é apenas o Conselho. Há também o meu pai.
—O teu pai? _perguntou Antonio passando a mão pelos cabelos. _Eu imaginei que ele iria falar com você. Mas, Elisa, você é minha esposa em todos os sentidos, goste seu pai ou não! E eu não estou disposto a abrir mão de você só porque ele quer.
—Mas eu estou Antonio! _disse Elisa alterando deixando uma teimosa lágrima cair de seus olhos, não poderia dizer a Antonio que o pai ameaçara acabar com o nome dele na imprensa, pois isso só pioraria as coisas. _Eu já o magoei me casando sem dizer nada a ele, fui contra os princípios que ele me ensinou ao me casar de aparência com você.
—Sim, um casamento de aparências, esse era o plano, mas você sabe que nunca foi assim Elisa. Você me conquistou desde a primeira vez que eu te vi, você ocupou um lugar em minha vida e em meu coração que eu nem sabia que existiam, Elisa.... Como você quer que eu simplesmente deixe você sair da minha vida como se isso fosse a coisa mais natural do mundo? É isso que você realmente quer Elisa?
—Sim, Antonio, é o que eu quero.
—Não diga isso, por favor. _pediu Antonio. _Se o problema é seu pai, eu posso falar com ele, vou explicar tudo, dizer a ele o quanto você é especial para mim; que eu aceito as exigências dele, que me caso com você novamente com a benção dele, se é isso que ele deseja.
—Não é o meu pai, Antonio, sou eu. _disse Elisa, não conseguindo conter as lágrimas. _ Eu não quero mais, eu estou cansada de tudo isso. _disse Elisa sentindo como se arrancassem seu coração a ferro quente. _Eu quero apenas minha pacata e simples vida de volta. É a única coisa que eu te peço.
—Por favor, Elisa, não me peça isso, não depois de tudo o que nós dois vivemos.
—Eu te imploro, Antonio, se eu realmente sou importante para você como você diz, siga sua vida e me deixe seguir a minha, por favor. Vivemos em mundos diferentes Antonio, nunca seríamos felizes de verdade juntos.
Antonio naquele momento pensou que preferiria morrer ao ouvir aquelas palavras da boca de Elisa, ele poderia argumentar, tentar convencê-la, mas ao ver as lágrimas rolando pelo rosto de Elisa ele lembrou-se de tudo o que ela já passara na vida: o abandono da mãe, as dificuldades com o vício do pai, o trauma que vivera há dez dias atrás nas mãos de Renan e vê-la ali naquele estado diante dele fez Antonio decidir que por mais que a amasse ele não poderia obriga-la a ficar com ele. Elisa tinha o direito de ter sua vida e liberdade de volta, mesmo que isso significasse quase pior que a morte para ele.
—Tudo bem. É o que você realmente quer, Elisa?
—Sim, Antonio, é o que eu quero. _mentiu Elisa.
—Como você quiser... Eu não vou mais atrapalhar sua vida, se é o que você deseja. _disse Antonio lutando para não beijá-la até que Elisa esquecesse aquela decisão absurda. _ Não vou te ligar, há menos que você queira falar comigo.
—É melhor não nos falarmos mais.
—Como achar melhor. _respondeu Antonio se dirigindo até a porta, mas parando em seguida. _Só mais uma coisa...
E antes que Elisa pudesse perguntar alguma coisa, Antonio a beijou impetuosamente ignorando os fracos protestos de Elisa e o fato de estarem no quarto de um hospital.
—Por favor, volte para Monsália comigo. _insistiu ele ao parar de beijá-la acariciando o rosto de Elisa.
—Não insista Antonio, por favor. Eu não posso... e não quero. _disse ela sentindo que seu coração já não estava dentro de seu peito.
—Tudo bem. Não vou me humilhar mais e nem lhe incomodar mais nenhum minuto com minha presença. Adeus! _disse Antonio saindo do quarto sem olhar para trás, antes que fizesse o mesmo que fizera instantes atrás.
Depois que Elisa concluiu que Antonio havia mesmo ido embora e pelo que parecia para sempre, Elisa abraçou-se a um dos travesseiros e deixou que as lágrimas corressem soltas enquanto era acometida por um choro incontrolável, quase histérico, que atraiu a atenção do médico e das enfermeiras que entraram no quarto preocupados que os efeitos do analgésico haviam passado e ela pudesse estar sentindo dor. Porém Elisa tinha vontade de gritar para eles que a dor que ela estava sentindo naquele momento nem o mais potente analgésico que eles tivessem ali poderia aliviá-la.


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Notas finais do capítulo

Reviravoltas nos próximos capítulos. Bjs!



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