UM Príncipe em Minha Vida escrita por Vivi Alves


Capítulo 14
Capitulo 14


Notas iniciais do capítulo

Emoções... Emoções... Emoções... Mais um capitulo para vcs! Bjs!



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Elisa acordou com o estridente som de seu celular que tocava sobre o criado-mudo, ao pegar o telefone reconheceu o número de Rúbia. Estaria atrasada para o compromisso?
—Alô! Bom dia Rúbia! _atendeu ela.
—Bom dia Elisa! Como está cunhadinha?_ perguntou Rúbia jovialmente. _Elisa estou ligando para dizer que não poderei acompanha-la no tour que programamos. Recebi um telefonema referente a venda de uma propriedade que meu falecido esposo me deixou, por isso estarei viajando daqui a uma hora com Hanna, Pieter nos acompanhará. Espero que não fique triste, pois quando voltar de viagem prometo que lhe mostrarei tudo em Monsália.
—Não se preocupe, Rúbia. Boa viagem!
—Obrigada, Elisa. E você e Antonio, como estão?
—Bem, na medida do possível..._ respondeu ela não querendo entrar em detalhes com Rúbia.
—Isso não é resposta, Elisa. Algo me diz que vocês não estão nada bem. Você já não é mais a mesma e Antonio está praticamente insuportável. _terminou ela gracejando. _Seja sincera comigo Elisa, somos amigas.
—Tudo bem Rúbia, é que ouvi alguns comentários quando cheguei aqui em Monsália e agora estou em dúvida se fui ou não injusta com Antonio. _respondeu Elisa feliz por poder se abrir com alguém.
—Eu sabia que havia algo de errado. Quero que você me conte direitinho esta história Elisa. Estou atrasada para a viagem neste momento, porém quando chegarmos lá te ligarei sem falta para que você me explique tudo. Beijos Elisa!
—Para você também Rúbia!
Ao encerrar a ligação, Elisa ficou um pouco deprimida, estava realmente feliz por poder sair fora dos muros do palácio, porém sem Rúbia seus planos frustravam-se. Antonio, com certeza, ficaria imensamente feliz por saber que nada atrapalharia seus planos de mantê-la prisioneira ali dentro. Ignorando a frustração Elisa decidiu tomar um revigorante banho e descer para o café; fazendo um esforço para pensar o mínimo possível no arrogante soberano de Monsália, já bastava o quanto ele a perturbava em seus sonhos.
Quando Elisa chegou à grande copa encontrou apenas Pablo que estava saindo.
—Bom dia, senhora! _cumprimentou ele sorrindo ao vê-la.
—Bom dia, senhor Pablo! Você sabe se meu esposo já foi para o campo?
—Creio que sim, minha senhora. Vim procura-lo, porém o mordomo disse que ele e o ministro saíram há pouco tempo.
—Ah, sim. Então eu não quero atrasá-lo. Tenha um bom dia, senhor Pablo!_ respondeu ela tentando ser educada com ele, sem muito sucesso.
—Senhora Elisa, eu gostaria de pedir desculpas pelas coisas que eu lhe disse aquela noite com relação ao príncipe Antonio. Apenas um cego não veria o quanto vocês dois parecem viver bem, eu não deveria ter dado ouvidos a fofocas tão maldosas.
—Não se preocupe, senhor Pablo. O que você disse não afetou em nada minha relação e de Antonio. _disse Elisa querendo poder dizer a Pablo que independente de Antonio ser ou não apaixonado por Kate, isso não mudava o fato de ele não sentir nada por ela.
—Fico feliz em saber. _respondeu ele. _Espero que possamos ser bons amigos de agora em diante, o problema é que sua beleza me fez invejar a sorte de seu esposo.
—Como eu disse, dispenso tais elogios, senhor Pablo. _respondeu Elisa, já começando a se irritar com os galanteios de Pablo.
—Desculpe-me novamente, então. _respondeu ele se aproximando de Elisa. _ Sinceramente gostaria de tê-la conhecido antes em Londres. Mas, serei mais cuidadoso com minhas palavras.
—A que palavras se refere, Pablo? _perguntou Antonio, entrando na copa, deixando claro na expressão que a cena não o agradava. _Bom dia! Interrompo alguma coisa?
—Bom dia, príncipe Antonio! Claro que não. _respondeu Pablo se afastando de Elisa. _ Eu vim procurá-lo e como não o encontrei decidi cumprimentar sua linda esposa .
—Muito corajoso de sua parte elogiar a beleza de minha es-posa, mesmo sabendo que sou um marido extremamente ciumento. _brincou Antonio, aproximando-se de Elisa e a abraçando como que para enfatizar o que dissera. _Mas além do fato de vir cumprimentar minha esposa e lamentar o fato de não tê-la conhecido há mais tempo há algum outro assunto que gostaria de tratar comigo?
—Por favor, príncipe, Antonio; não foi essa minha intenção, eu lhe garanto. Tenho alguns assuntos para tratar com o agrônomo neste momento; nos veremos no campo. Com licença, príncipe Antonio! Bom dia, senhora!
—Mais uma coisa, Pablo... _disse Antonio se contendo para não mandar o rapaz de volta para Londres naquele momento mesmo. _Ficarei grato se não dirigir novamente tais elogios à minha esposa, principalmente na minha ausência. Fui claro?
—Com certeza príncipe Antonio. Repito que não foi essa minha intenção. Com licença! _respondeu Pablo saindo da copa, engolindo a irritação.
Depois que Pablo saiu, Elisa saiu dos braços de Antonio visivelmente irritada e sentou-se a mesa para tomar café.
—Não sabia que vocês dois eram tão amigos. _comentou Antonio depois que Pablo saiu.
—Não somos amigos.
—Não foi o que me pareceu, e espero que isso não se repita.
—O que você está querendo dizer com isso?
—Estou dizendo que eu não quero você tão perto do Pablo novamente.
—Você está com ciúmes do Pablo comigo?
—Claro que não é ciúme, Elisa! _mentiu ele. _O problema é que eu não quero que todo o reino comece a comentar que minha esposa fica escutando elogios de outro homem enquanto eu estou no campo.
— Faça-me o favor Antonio! Eu não fiz nada que mereça repreensão de sua parte. Já você desde ontem faz coisas apenas para me irritar.
—Que coisas, por exemplo?
—Como que coisas? Antonio, você me beijou ontem, praticamente na frente do ministro e do Pablo me deixando envergonhada, e como se não bastasse, hoje você agiu como se eu fosse uma propriedade sua.
—E não é? _perguntou ele sorrindo, fazendo o coração de Elisa acelerar.
—Claro que não! _respondeu ela. _Quero dizer, sou sua esposa, mas...
—Mas, nunca dormimos juntos? _provocou ele novamente sorrindo ao vê-la corar. _É isso que você que dizer?
—Não coloque palavras na minha boca. O que quero dizer é que o fato de ser sua esposa não me obriga a ficar presa aqui no palácio.
—Tudo bem... Novamente esse assunto de que eu a mantenho presa aqui no palácio, não é? _gracejou Antonio. _Então façamos o seguinte: Quer vir comigo até as áreas que estão sendo fertilizadas? _perguntou Antonio crendo que ela iria rejeitar o convite. Que mulher iria querer ficar em meio a maquinarias e poeira?
—Eu adoraria! _disse ela jovialmente se colocando de pé. _Já tomei um café e não estou com fome no momento; se quiser poderemos ir agora.
Antonio apenas balançou a cabeça não acreditando no que ouvia. Elisa era mesmo imprevisível, com sua beleza doce e jovial. Ela devia ter aceito aquele convite para provoca-lo! _pensou Antonio.
—Você acha que essa roupa está boa para irmos ao campo? _perguntou ela se referindo ao vestido floral com um gracioso de-cote em V, que estava usando. _Talvez fosse melhor que eu usasse uma calça e camisa já que vamos visitar áreas rurais. Não é?
—Esqueça o campo, Elisa! _disse Antonio. _Não é lugar para você.
—Por quê? Você desistiu de me levar? _perguntou ela decepcionada.
—Não. Apenas não quero correr o risco de que algum operador se machuque naquelas maquinarias deslumbrado com sua beleza e eu tenha que despedi-lo por ter ousado olhar para minha esposa. _gracejou ele. _Por isso prefiro leva-la para conhecer os pontos turísticos de Monsália.
—Então irei pegar a máquina fotográfica para tirar fotos para enviar a Felícia. Me espere só um minuto. E mais uma vez obrigada. _disse ela eufórica abraçando-o e dando-lhe um beijo na face, porém se arrependendo logo em seguida ao sentir a respiração de Antonio tão perto da sua. _Desculpe-me. _disse ela indo em direção ao quarto buscar a máquina fotográfica.
—Ou ela é um poço de inocência ou está disposta a deixar-me louco! _murmurou Antonio para si mesmo, sentando-se na sala para espera-la.
Elisa demorou menos de dois minutos para descer novamente com sua bolsa e a máquina fotográfica:
—Vamos! _disse ela jovialmente.
—Claro. Venha! _Antonio pegou uma das mãos de Elisa entre a sua e saiu para fora do palácio.
Elisa notou que Antonio pegara em sua mão com tanta naturalidade como se tivesse feito aquilo durante toda sua vida, porém para ela não era assim: sempre que a mão de Antonio tocava a sua ou qualquer parte do seu corpo, era como se uma carga de energia fosse descarregada sobre sua corrente sanguínea.
Ao chegarem no grande pátio ao invés de se dirigirem à garagem Antonio a conduziu até os fundos do palácio perto do jardim onde um belo e gigantesco jipe estava estacionado debaixo de uma grande árvore.
—Nossa, que lindo! _ exclamou Elisa parando perto das grandes rodas que eram quase maiores que é ela. _É seu?
—Sim. Como quase tudo aqui. _respondeu ele sorrindo olhando fixamente para ela, fazendo-a corar com o olhar e o comentário.
Nesse momento Estevan se aproximou de onde eles estavam:
—Bom dia senhora!
—Bom dia, Estevan! _respondeu Elisa.
—Vais sair meu senhor?
—Sim Estevan, mas não se preocupe, eu mesmo irei dirigir. _respondeu Antonio.
—Então, podemos acompanhá-lo? _perguntou o segurança. _ Apenas por precaução, não iremos incomodá-los.
—Tudo bem Estevan. Venha Elisa! _disse ele estendendo a mão para ajuda-la a subir no jipe e subindo logo em seguida.
—Você sabe dirigir isso, não é? _gracejou ela, sentindo-se leve.
—Vou te confessar: comprei minha carteira de habilitação. _brincou ele dando partida. _Agora, coloque o cinto de segurança, por favor.
Enquanto Antonio dirigia pelas ruas de Monsália Elisa notava que quase todas as pessoas saiam às ruas para o cumprimentarem, uma coisa era certa: o povo de Monsália amava o seu príncipe. Elisa estava deslumbrada com tudo, enquanto, Antonio lhe contava a história de cada parte de Monsália por onde passavam.
—Podemos parar ali? _perguntou ela se referindo a um pequeno parque que circundava um ribeiro de águas límpidas.
—Claro, se você deseja! _disse Antonio parando o jipe e descendo antes de ajudar Elisa a descer diante do olhar de muitos curiosos que ali passavam.
—Não diga que sou eu que estou gerando tantos olhares curiosos Antonio. _murmurou Elisa.
—Também, mas não é só isso: é que eles não estão acostumados a verem o soberano de Monsália passear assim apenas por passear. Viu o que você está fazendo comigo Elisa Ribello? _gracejou ele brincando com uma mecha dos cabelos de Elisa. _Virando minha vida de pernas para o ar.
—Vamos nos sentar ali? _perguntou Elisa tentando fugir da atração que Antonio exercia sobre ela.
—Não. _respondeu ele sentindo a relutância de Elisa em relação a ele. _Não podemos demorar muito. Tire suas fotos, eu ficarei aqui observando-a.
—Tudo bem. Esse lugar é lindo. _disse Elisa após tirar algumas fotos. _Você e seu irmão deveriam se divertir muito aqui. _comentou ela vendo alguns garotos brincarem ali.
—Eu e Enrico nunca nos divertimos juntos, Elisa. Na verdade nós dois nunca brincamos como dois irmãos devem brincar.
—Você não gostava dele? _perguntou Elisa se lembrando do que Pablo dissera.
—Claro que eu gostava Elisa, mas vivíamos em mundos diferentes. Enrico era vários anos mais velho que eu. Ele já era um rapaz sendo treinado para ser o futuro rei enquanto eu era um molecote. Além do mais, meu pai nunca permitiu que tivéssemos uma relação muito, como eu vou dizer, de irmão para irmão.
—Mas, vocês tinham esse direito! _argumentou Elisa. _Antonio, por que você não estava aqui na época em que seu irmão morreu?
—Você já terminou as fotos Elisa? _perguntou ele como se Elisa tivesse tocado em um assunto sagrado. _Está na hora de irmos.
—Claro! _respondeu Elisa decidindo deixar aquele assunto de lado no momento, enquanto o acompanhava de volta ao jipe..
Antonio não tornou a falar com ela enquanto se dirigia ao palácio, e Elisa se perguntou porquê aquela pergunta o perturbara tanto.

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Já passavam das quatro horas da tarde daquele dia, Elisa estava deitada em seu quarto, enquanto relembrava o passeio que tivera naquela manhã ao lado de Antonio... Como gostaria que as coisas se esclarecessem entre eles!_ pensava Elisa. Porém talvez fosse melhor que as coisas ficassem como estavam, seria menos doloroso quando tivesse que dar adeus à Monsália. Elisa lembrou-se que naquela manhã enquanto passeavam pelas ruas de Monsália, Antonio se portara de forma tão diferente com ela, como se de alguma forma ela fosse especial para ele; porém logo Elisa afastou essa ideia da cabeça ao pensar no número incontável de mulheres que já passaram pela vida do tão cobiçado herdeiro ao trono de Monsália. Se Elisa tinha alguma dúvida se Antonio sentia ou não alguma coisa por Kate dissipara-se naquela manhã _pensava ela: Ou então qual outro motivo o impediria de estar em Monsália nas vésperas do casamento entre ela e seu irmão?
—Com certeza ele quer apenas me incluir em sua vasta lista de conquistas!_ disse Elisa para si mesma ainda magoada ao pensar que era por causa de Kate que Antonio nunca tivera uma boa relação com Enrico. _Além do mais o que eu sentia por ele acabou!
Elisa estava tentando se convencer disto desde o momento em que Pablo lhe dissera aquelas palavras na noite em que chegaram, mas negar que amava Antonio era o mesmo que mentir a si mesma. _concluiu Elisa. Talvez o melhor a fazer fosse comunicar a Antonio que voltaria para Londres.
Para tentar esquecer um pouco todo aquele dilema, Elisa decidiu sair um pouco de seus aposentos e explorar o palácio, já que Antonio lhe dera essa liberdade.
Elisa desceu as escadas, passou pelo grande salão, logo depois pela copa e ao sentir um delicioso cheiro de frutas e pão, ela concluiu que devia estar perto da cozinha. E por certo, logo que cruzou uma grande porta dupla, Elisa se viu entrando na grande cozinha do palácio de Monsália onde cerca de dez pessoas entre homens e mulheres preparavam várias iguarias da culinária monsálica.
—Boa tarde senhora! _cumprimentou o cozinheiro chefe se aproximando de Elisa, solícito.
—Boa tarde! _respondeu Elisa admirando a organização de tudo ali.
—Em que posso servi-la?
—Não se preocupe comigo. Estou apenas conhecendo o palácio.
—Ah, claro! Só um minuto senhora... _disse o homem se afastando de Elisa e indo em direção a um menino de cerca de dez anos que entrou na cozinha pelas portas do fundo.
—Eu já disse que não quero ver você aqui novamente garoto! _disse o homem ríspido pegando o menino pelo braço.
—Mas, eu só queria algumas frutas e um pouco de pão senhor. _disse o menino tentando se livrar das mãos do cozinheiro.
—Eu já disse: vá embora! _insistiu o homem já irritado.
—O que está acontecendo aqui? _perguntou Elisa se aproximando deles. _Por favor, solte o garoto!
—Senhora, já é a segunda vez que este menino vem pedir comida aqui apenas hoje. _argumentou o homem sem soltar o braço do menino.
—É que estou com muita fome senhora. _disse o menino olhando para Elisa. _Meu pai não tem trabalho e não temos comida em casa.
—Eu já disse solte o menino! _disse Elisa novamente ao homem, porém com autoridade diante das palavras do menino.
Quando o cozinheiro soltou o braço do menino, Elisa puxou-o para si em uma atitude protetora, ajoelhando-se diante do menino em seguida:
—Você está com fome, meu amor?
—Muita senhora!
—Arrumem uma cesta com pão e frutas e deem para ele. _disse ela olhando para o cozinheiro chefe.
—Mas, senhora, estamos seguindo ordens.
—Ordens de quem? _perguntou Elisa. _Do príncipe Antonio?
—Do Conselho senhora, o que é a mesma coisa.
—Faça o que estou mandando, eu me responsabilizo com meu esposo depois.
—Como quiser senhora. _respondeu o homem contrariado, preparando uma farta cesta e entregando ao menino.
—Muito obrigada senhora. _agradeceu o menino sorrindo. _A senhora é um anjo!
Depois que o menino saiu da cozinha, Elisa ignorou os olhares entre surpresos e repreensíveis do cozinheiro e do resto dos funcionários e se dirigiu aos aposentos de Antonio, ele teria que explicar aquela ordem absurda a ela.


Antonio estava no banho, acabara de sair de uma tensa reunião com o Conselho; Joseph estava a cada dia mais intolerável, se opondo a cada ideia que ele apresentava; ao menos Pablo lhe dera ótimas notícias de que o processo de fertilização tinha praticamente cem por cento de chances de ser um sucesso. Tudo parecia caminhar dentro do esperado, a não ser... Elisa. Sim aquela moça estava desestabilizando sua vida: Primeiro ela o levava ao paraíso como nos momentos que a tivera em seus braços na noite em que chegaram a Monsália e de repente o afastava como se nunca tivesse existido absolutamente nada entre eles. O que a fizera mudar de uma hora para outra? se perguntava ele.
Antonio estava pensando essas coisas quando ouviu uma batida na porta de seus aposentos.
—Só um minuto! _disse ele vestindo apenas uma calça de algodão e indo abrir a porta ainda enxugando os cabelos com a toalha, acreditando ser Patrício que viera lhe trazer o café que ele pedira.
Porém Antonio ficou surpreso quando Elisa irrompeu pelo quarto ao abrir a porta:
—Que tipo de príncipe é você? _perguntou ela irritada.
—Que pergunta é essa Elisa? O que está acontecendo? _perguntou Antonio confuso.
—O que você é Antonio! Eu pensei que você era um soberano diferente que tratava seu povo com respeito, amor e dignidade. Mas, agora eu vi que você é egoísta e desumano como a maioria das pessoas que tem poder em suas mãos!
—Você já está me ofendendo! O que você está dizendo Elisa?
—O que você ouviu! Antonio eu nunca teria aceitado me casar com você se soubesse a maneira como você trata seu povo.
—Tudo bem... _disse Antonio passando a mão pelos cabelos já perdendo a paciência. _E como eu tenho tratado o meu povo Elisa?
Então Elisa contou para ele todo o episódio que aconteceu na cozinha envolvendo o garotinho.
—E se você tiver que brigar com alguém que brigue comigo, Antonio.
—Eu não vou brigar com você, Elisa; pois eu teria feito o mesmo em seu lugar.
—Mas, o cozinheiro disse que...
—Que eram ordens minhas? _perguntou Antonio visivelmente surpreso e irritado.
—Ele disse que eram do Conselho, o que é a mesma coisa segundo ele.
Nesse momento, Patrício entrou no quarto com o café:
—Seu café, meu senhor!
—Esqueça o café, Patrício! _exclamou Antonio assustando o velho mordomo. _Responda-me: Que ordens são essas que estão sendo dadas em meu nome para que o povo não pegue comida aqui no palácio?
—É que essas ordens não foram dadas em seu nome meu príncipe.
—Mas, por que e o cozinheiro alega que foram?
—É que o falecido príncipe Enrico não permitia que o povo do povoado cruzasse os portões do palácio ou que qualquer coisa daqui fosse tirada para alimentá-los, então o cozinheiro deve ter pensado que as ordens continuam as mesmas, meu senhor.
—Meu irmão Enrico deu essa ordem, Patrício? Você tem certeza? _perguntou Antonio incrédulo.
—Absoluta, meu senhor!
—E era esse o homem que, segundo o meu pai, era o mais indicado para governar Monsália? Um príncipe medíocre, egoísta que não tinha amor e consideração nem pelo seu próprio povo. _disse Antonio odiando o irmão pela primeira vez em sua vida. _Quero que faça uma coisa, Patrício.
—O que quiser meu príncipe.
—Quero que isto seja decreto, mas enquanto não o torno lei quero que você ordene para que todos dias nesse horário, os cozinheiros preparem pães e frutas e distribuam entre a população das áreas mais necessitadas de Monsália. Fui claro?
—Como água, meu príncipe. Já irei providenciar suas ordens! _disse o mordomo saindo satisfeito.
—Está contente agora minha esposa defensora das causas nobres? _ironizou Antonio se dirigindo a Elisa.
—Muito! _respondeu Elisa. _Obrigada!
Naquele momento Elisa entendeu porque se apaixonara por Antonio: ele não era apenas o príncipe playboy que as revistas pintavam; ele era bom, justo, nobre e mesmo sendo quem era ainda se preocupava em ajudar quem precisava.
—Não precisa agradecer. Aprenda uma coisa sobre mim, Elisa: eu não tolero injustiças. Eu nem ao menos sonhava que acontecia isso aqui dentro do palácio.
—Desculpe pelas coisas que eu disse. _disse Elisa só então notando que ela deveria ter tirado Antonio do banho novamente, pois ele ainda estava sem camisa e os cabelos negros ainda apresentavam estar úmidos.
—Mas, espero que da próxima vez que a senhorita tiver alguma acusação contra mim, por favor, me pergunte primeiro antes de me condenar sem direito a defesas! _gracejou Antonio rindo.
Porém Elisa já não prestava atenção ao que Antonio dizia, nem mesmo do incidente na cozinha ela parecia se lembrar, pois parecia que ela petrificara no chão, hipnotizada pela perfeição que estava diante dela. Elisa já vira muitos homens sem camisa nas praias, nos piqueniques do colégio, nas revistas, mas nenhum deles se comparava a Antonio. Ela sabia que o melhor seria sair dali mas a única coisa que conseguia era se imaginar tocando o abdômen perfeito de Antonio enquanto ele a abraçava com seus braços fortes, como na noite em que estiveram juntos em seus aposentos.
—Elisa, pare de me olhar assim ou não responderei por mim... _brincou Antonio se aproximando de Elisa.
—Desculpe-me. _ disse Elisa envergonhada. _Quero dizer, eu não estava te olhando, não como você deve estar pensando.
—Eu não estou pensando nada Elisa. _murmurou ele contra seu pescoço abraçando-a pela cintura.
—Por favor, Antonio não faça isso... _pediu Elisa quando ele beijou-lhe a nuca e a base de seu pescoço.
—Por quê não Elisa? Por que você está me evitando? O que eu fiz para você fugir de mim desta forma? Você vai acabar me deixando louco; sabia? _disse Antonio com voz rouca em seu ouvido fazendo tremores percorrerem o corpo de Elisa. _Você não deve imaginar o que você faz comigo e o que eu desejo fazer com você, ou caso contrário eu duvido que você entraria em meus aposentos. Sabe qual é o meu desejo neste momento?
—Não... _conseguiu dizer Elisa com voz ofegante.
—Eu tenho vontade de despi-la lentamente, beijar cada parte de seu corpo, de sua pele, jogá-la sobre minha cama e fazer amor com você da forma mais lenta e prazerosa possível até você admitir que me deseja o quanto eu te desejo meu anjo. _disse Antonio mordendo levemente o pescoço de Elisa antes de soltá-la. _Boa noite Elisa!
—Boa noite! _respondeu Elisa pensando que seu coração iria saltar pela boca, saindo apressadamente do quarto.
Elisa saiu tão apressada dos aposentos de Antonio que trombou com Jácomo no corredor:
—Tudo bem Elisa? _perguntou ele a amparando.
—Claro ministro. Com licença!
Elisa entrou em seus aposentos e se jogou em sua cama deixando algumas lágrimas rolarem; aquela situação entre ela e Antonio estava insustentável. Até quando resistiria ao que sentia por ele? Se ao menos Rúbia estivesse ali para conversarem! Como sentia falta de Felícia que sempre a compreendera! E como se não bastasse, a cada dia ficava mais difícil de esconder de Antonio o que sentia por ele; mas Elisa decidiu que lutaria contra aquele sentimento custe o que custasse.

 


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Notas finais do capítulo

Preciso tomar um fôlego!!! kkk... Comentem ai pessoal. Deem sua opinião!



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