Lost escrita por Li


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Com certeza aquele tinha sido o minuto mais lento na vida de Albus. Ele mantinha-se silencioso. Os seus olhos balança entre o meu rosto e a varinha que eu tinha apontada a ele. Ele estava completamente desarmado. Ele não sabia como agir. Mas suspeito que ele saiba o que se está a passar.

Antes que eu ou Albus disséssemos alguma coisa, notei que não estávamos sozinhos.

Sentado no pequeno sofá vermelho que Albus tinha em casa estava o Malfoy. Pela segunda vez no mesmo dia, depois de tantos anos, ali estava ele outra vez. Também ele mantinha os seus olhos em mim. À espera que eu fizesse algo. O problema era que, agora com uma varinha na mão, eu não sabia em qual dos dois queria atacar primeiro.

—Precisamos de falar. – disse, num tom completamente frio, a Albus. Tomei a decisão mais sensata. Ignorar o Malfoy – A sós.

Albus não respondeu. Apenas voltou a cabeça encarando o amigo. Nenhum dos dois murmurou uma única palavra. E isto só me fazia lembrava de algumas situações entre os dois quando ainda andávamos em Hogwarts.

—----//-----

10 anos atrás

Aquela manhã seria preenchida com o professor mais chato de Hogwarts. O professor Fields. Poções era uma das minhas disciplinas favoritas mas este professor fazia questão de tornar poções completamente desinteressante.

Albus ainda não tinha aparecido. Eu sabia que ele tinha estado, na noite anterior, com Alice. Isso era uma das razões para ele ainda não ter aparecido.

O salão principal estava cheio. A hora do pequeno-almoço era sempre assim.

Lily já tinha chegado. Disse-lhe um breve bom dia e comecei a melhor refeição do dia. Panquecas. O meu favorito.

Terminei a minha refeição e Albus continuava sem aparecer. Confesso que comecei a ficar um pouco preocupada.

Encarei o outro lado do salão principal. Nomeadamente a mesa dos Slytherin. Lá encontrava-se Scorpius Malfoy, o melhor amigo de Albus e meu quase amigo. O choque entre nós dois continuava inevitável.

Levantei-me e segui até à entrada do salão principal onde já se encontrava Scorpius à minha espera.

—Vejo que o Albus continua sem aparecer. – comentou Scorpius no maior tom de casualidade. Como se nada de grave pudesse ter acontecido ao meu primo – Ele e Alice devem ter aproveitado bem a noite.

Estava completamente subentendido o que o Malfoy queria dizer. Desde o início do quinto ano que as conversas entre o Scorpius e o Albus iam dar a isto. Mulheres e algo mais.

Decidi ignorar o comentário de Scorpius. A manhã já ia ser má por causa da aula de Poções. Não precisava de ficar ainda pior com uma discussão com o Malfoy.

—A Alice passou a noite no dormitório? – perguntou Scorpius continuando a insistir no assunto. Ele estava disposto a tirar-me do sério

—Não. – respondi. O sorriso no rosto de Scorpius alargou.

—Grande Potter. Finalmente a dar uso à sala das Necessidades.

Há cerca de um ano, eu e Albus tínhamos encontrado a sala das Necessidades. Nós sabíamos que ela existia por causa das grandes histórias que os nossos pais contavam. Mas eles nunca nos disseram a sua localização nem a forma entrar lá.

—Vocês agora só conseguem pensar nisso? – perguntei não me conseguindo conter mais – Tanta coisa para pensar. Estamos no meio do ano letivo e vocês só falam em mulheres. Este é o ano dos Níveis Puxados de Feitiçaria.

—Rose, um homem tem de aproveitar a vida. – respondeu Scorpius com um sorriso de lado.

—Em primeiro lugar, tu não és um homem, és um adolescente a quem a puberdade chegou e não se consegue conter quando vê um rabo de saias. Em segundo lugar, ainda mal viveste e já estás a pensar em aproveitar a vida? Começas cedo.

—Tu andas de saia e eu consigo conter-me. – provocou Scorpius esperando a minha resposta. Porque ele sabia que eu a iria dar e continuaríamos nisto o dia todo. Mas eu decidi trocar-lhe as voltas. Continuei o meu caminho como se ele não tivesse dito nada. Eu sabia que ele mantinha o olhar em mim. A mim apenas vinha um sorriso. Um sorriso de triunfo.

Albus chegou cinco minutos atrasado à aula. Se havia outra coisa que o professor Fields odiava, essa coisa era atrasos.

Albus sentou-se do meu lado direito.

As próximas duas horas foram horríveis. Para além da chatíssima aula que estávamos a ter, Albus e Scorpius não paravam de olhar um para o outro. Eles entendiam-se completamente assim, sem uma única palavra. Isto era completamente irritante. E já não era a primeira vez que acontecia.

—----//-----

Malfoy hesitou em sair. Parecia que algo o impedia. O seu olhar variava entre mim e Albus. Ele temia pela segurança do amigo. Era bom que temesse.

—Eu saio daqui mas tens de baixar a varinha. – pediu Malfoy antes de fechar a porta.

Eu encarei-o. Se o olhar matasse, ele estava morto. Como é que ele se atrevia a fazer-me qualquer pedido.

Fiz o que já fizera em muitas outras vezes, ignorei o Malfoy. A minha mão permanecia levantada e apontada ao rosto de Albus. Ele estava mais pálido que o normal. O seu coração conseguia ouvir-se na casa toda.

Malfoy tomou a decisão mais sensata. Saiu. Sem dizer mais uma única palavra. Ele sabia que pioraria a situação se o falasse. Ele conhecia-me.

—Eu acho que devias de o ouvir, Rose. – disse Albus conseguindo pronunciar-se pela primeira vez desde que cheguei.

—Eu não sei como é que ainda consegues atrever-te a dizer que eu devia de ouvir alguma coisa do que o Malfoy diz. – respondi. O meu tom continuava implacável. Albus estava completamente atrapalhado. Ele sabia porquê que eu estava ali – Ele veio matar as saudades, foi? Ou veio contar-te do encontro que teve com a ex-namorada que abandonou à oito anos? Aquela que chorou ao teu lado e te implorou pelo paradeiro dele. Aquela a quem juraste não saber de nada sobre o Malfoy. Que, desde o último dia em Hogwarts, nunca mais tinhas tido contacto com ele.

—Vejo que a Astoria te contou sobre isso. – disse Albus sem se defender. Ele sabia que não tinha defesa possível nesta situação.

—Não foi preciso a Astoria contar-me, Potter. O teu grande amigo deve ter-te contado da visita que fez hoje em St. Mungus. Bastou a pequena Lyra mencionar o seu padrinho para eu saber que eras tu. O meu primo. Uma das pessoas em quem eu mais confiava. – esclareci.

—Eu continuo a ser a mesma pessoa, Rose. – disse Albus sem negar tudo o que eu tinha dito – Eu continuo a gostar muito de ti e continuo a querer proteger-te de todos os males.

—Só falta dizeres que não me contaste nada para me protegeres. – ataquei. Albus não disse nada – Eu implorei-te por informações. Tu sabias que eu queria saber o que se tinha passado. O que eu tinha feito de tão mal para ser abandonada em pleno dia de baile. Eu só queria saber. E tu privaste-me disso. Tu não tinhas o direito. Tu quebraste totalmente a minha confiança em ti. Agora percebo porquê que a Alice te deixou. Tu não és uma pessoa confiável.

Eu tinha atacado Albus no seu ponto mais sensível. Eu sabia disso. Eu tinha feito de propósito. Eu queria magoá-lo.

Apesar de Albus agora estar num lance, ainda indefinido, com Octavia, ele ainda se sentia magoado pelo que se tinha passado com Alice. O namoro deles tinha acabado por uma alegada traição de Albus. Algo que o Albus sempre negou que tivesse acontecido. Algo em que eu acreditava mas Alice não. Alice saiu de casa nesse mesmo dia. A semana que se passou foi das piores da vida de Albus.

Albus preferiu manter-se no silêncio. O seu olhar para mim era agora de mágoa. Mágoa por eu ter mencionado aquele assunto. Mas ele merecia. Por todo o engano destes anos.

—Adeus, Albus. – disse e saí com ele a manter-se em silêncio.

Aparatei nos limites de Hogsmeade. As lágrimas começavam a formar-se nos meus olhos. A traição estava lá. Albus tinha-me traído. Era assim que me sentia.

Abri a porta do apartamento na esperança que Astoria estivesse no seu quarto.

Astoria estava na sala. Ela, Dominique e Sirius. Eu tinha-me esquecido completamente que eles vinham cá jantar.

Sirius viu-me e sem dizer uma única palavra, abraçou-me. Ele viu o meu rosto. Ele sabia que eu estava mal.

—Nós já voltamos. – disse Sirius dirigindo-se a Dominique e Astoria e levando-me até ao meu quarto. Mal fechou a porta, lançou um abbafiato e voltou a pronunciar-se – O que é que se passou?

Contei-lhe tudo o que tinha acontecido neste dia. Desde o aparecimento do Malfoy com a filha no meu gabinete até à traição do seu irmão.

—É desta que os mato aos dois. – disse Sirius completamente furioso – Como é que aquele Malfoy se atreve a visitar-te depois de tudo o que te fez passar? Ele devia ter vergonha na cara, pelo menos uma vez na vida. E o meu irmão, como é que ele foi capaz de esconder isto de ti? Tu eras amiga e família dele! Isso já não é importante nestes dias?

—Eu estou completamente cansada disto, Sirius. – confessei – Eu estou farta que ele continue a magoar-me. Mesmo depois destes anos todos. Ele não devia fazer-me isto.

—Eu sei, pequena. – disse Sirius voltando a abraçar-me – E eu prometo que vai ficar tudo bem. Tu és forte. Tu és a pessoa mais forte que eu conheço. E eu sei que vais ficar bem. O meu irmão não merece a tua amizade. Isto é algo que não se faz aos amigos. E aquele Malfoy continua um desenvergonhado. E é bom que ele não apareça à minha frente. Agora vamos limpar estas lágrimas. Chega de chorares por causa daqueles dois idiotas. Vamos aproveitar a grande refeição que a Astoria nos proporcionou.

Assim o fizemos. Nós rimos. Rimos muito durante todo o jantar. Dominique contou a maneira original como Sirius a tinha pedido em namoro. Ele tinha falado com um amigo do Profeta Diário de Dominique, onde ela trabalha, e publicou uma declaração e um pedido em pleno jornal. Só na manhã seguinte é que Dominique viu, quando o Profeta Diário foi publicado.

Astoria mencionou que ia voltar a viver com Draco. Tanto Dominique como Sirius disseram que era óbvio que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Só eles dois é que não tinham percebido isso apesar da idade que tinha. Eu iria saber de mais pormenores da reconciliação mais tarde.

Eu preferi omitir o meu pequeno reencontro durante o jantar. Bastava de falar daquele assunto.

Já passava das onze da noite quando o Sirius e a Dominique se despediram de nós. Sirius ia um bocadinho alegre e Dominique um bocadinho enjoada.

—Quero saber dos pormenores todos. – disse a Astoria quando acabamos de arrumar a cozinha – Todinhos.

—Tu sabias que eu não podia deixar o Draco sozinho nesta altura. Por mais que me tivesse magoado. Mesmo eu não querendo, o Draco insistiu no assunto que nos tinha levado a separar. Ele continuou a insistir que não se tinha passado nada com a Nora.

Nora era a medibruxa com quem, alegadamente, Draco tinha traído Astoria.

—Ele contou-me que ela realmente se insinuou para ele mas que ele a travou. Foi ele que fez com que ela fosse transferida. – contou Astoria – Ele queria mantê-la o mais longe possível. Mas o mal já estava feito. E eu nunca o quis ouvir.

—Porque eras demasiado orgulhosa para fazê-lo. Eu sempre te disse que isso era tudo um mal-entendido. Mas não quiseste ouvir. Foi preciso um funeral para te dignares a ouvi-lo.

—Ele adorava a mãe. Ele sempre fora muito ligado a ela. Foi uma grande perda para ele. Eu sei que ela nem sempre esteve do lado certo na guerra, mas a Narcisa era uma grande mulher. Mesmo contra as restrições do marido, ela aceitou-me como nora. Ela lutou ao lado de Draco para que o filho me levasse ao altar.

—Eu fico muito feliz que vocês os dois estejam bem. Vocês merecem. – disse abraçando Astoria.

—Está a ficar tarde. Temos de trabalhar amanhã.

—Nem penses nisso, Astoria. Eu vou perder a minha companheira de casa. Temos de aproveitar. Isto dá direito a direta.


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Notas finais do capítulo

Que acharam do confronto entre o Albus e a Rose? Estavam à espera que Scorpius estivesse em casa de Albus? Gostaram do flashback? Que acharam da conversa entre o James e a Rose? Gostaram de saber da reconciliação do Draco e da Astoria? Gostaram da conversa entre a Rose a Astoria? Astoria vai realmente mudar-se.
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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