Lost escrita por Li


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Eu não conseguia pronunciar uma única palavra. O choque era demasiado grande para conseguir fazer alguma coisa.

Minha primeira conclusão, o Malfoy tinha uma filha. Minha segunda conclusão, eu tinha de agir da forma mais indiferente possível. Ele não podia saber que ainda me afetava. De uma maneira que já não devia de me afetar há muitos anos. Minha última conclusão, eu ia matar a Georgiana e a Astoria.

—Malfoy. – digo. O tom de desprezo foi inevitável na minha voz.

—Rose. – disse Scorpius. Como é que ele se atrevia a tratar-me pelo primeiro nome? Depois de tudo?

—Papá conheces? – perguntou a pequena criança loira.

—Sim. Fomos colegas em Hogwarts. – respondeu Malfoy à filha. Agora fomos apenas colegas em Hogwarts. Afinal para Scorpius Malfoy aqueles anos não significaram nada. Se é assim que ele me quer tratar, então vai levar com um tratamento semelhante – Há muitos anos que não a via.

—Ela também é amiga do padrinho? – perguntou a pequena criança cujo nome eu ainda não sabia. Tudo graças à Georgiana.

—Sim, é. – respondeu Malfoy, hesitante. Quem seria o padrinho dela?

Uma pessoa surgiu em minha mente. Albus. Albus era o melhor amigo dele logo fazia todo o sentido ser o padrinho. Mas, se ele fosse realmente o padrinho, isso queria dizer que Albus manteve contacto estes anos todos com o Malfoy.

—Desculpem interromper. – disse Georgiana entrando no meu consultório – Está aqui tudo da Lyra Malfoy. Fiz-lhe os primeiros exames e estão aí as conclusões.

Lyra. Malfoy tinha escolhido o nome Lyra para a sua filha. Ele sabia que lyra era a minha constelação favorita. Ele sabia. Seria possível que ele tivesse dado esse nome à filha por minha causa? Claro que não foi por minha causa, ele abandonou-me.

—Obrigada, Georgiana. – agradeci da forma mais fria possível. Georgiana sabia que tinha passado os limites – Gostava que esperasses por mim. Para almoçarmos juntas.

Georgiana concordou. Ela sabia perfeitamente o que esperar deste almoço. Mas ela sabia também que não adiantava fugir de mim. E ela também não era alguém que fugia dos problemas. Acho que essa era uma das qualidades que o meu primo Fred gostava mais nela.

Georgiana não era a única pessoa com quem eu tinha de conversar. Eu sabia perfeitamente que isto tinha dedo da Astoria. Fora ela que pedira a Georgiana para ocultar que Scorpius Malfoy apareceria no meu gabinete. Mas porquê que ela não tratou da neta?

—Bem, podem-se sentar. – disse sem encarar o Malfoy. Apenas a pequena Lyra. Eu tinha de manter o meu controlo para conseguir encará-lo – Vamos ver o dossiê que a Georgiana trouxe.

O dossiê era realmente pequeno. Também era a primeira vez que Lyra vinha a St. Mungus. Apenas uma página estava escrita. Quando cheguei ao final da página, nem conseguia acreditar no que estava a ler.

—A Lyra é um lobisomem? – perguntei não me conseguindo conter – Como?

—Foi numa noite em que só estavam em casa a Lyra e a… - Malfoy hesitou – Alicia.

Alicia Nott. A mulher pela qual o Malfoy me trocou.

—Princesa, vou precisar de te retirar sangue. – digo dirigindo-me a Lyra. Eu sabia que o Malfoy me encarava, apesar de eu estar de costas para ele. Este era o apelido pelo qual me tratava.

—Para quê? – perguntou o Malfoy – Só basta a poção para controlar.

—Eu criei uma poção que impede a transformação. – respondi, encarando o Malfoy. Ele mantinha os olhos em mim – Apenas eu a sei criar. Mas primeiro, preciso de fazer análises ao sangue da Lyra.

Lyra não resistiu quando tirei uma pequena amostra do seu sangue. Eu só conseguia pensar como esta pequena criança deve ter sofrido quando aconteceu a transformação. Tão nova e já tinha passado por tantas provações na vida. Independentemente de ser filha do Malfoy e da Nott, eu não desejava isto a nenhuma criança.

—Preciso que venham amanhã à mesma hora. Aí saberei se podemos prosseguir. – informei – Até amanhã, princesa.

—Até amanhã, dra. Rose. – disse Lyra com um sorriso alegre. Tenho de admitir, Lyra é uma criança adorável.

Fiz questão de não me despedir do Malfoy. Por mais que quisesse parecer indiferente, ele tinha de ter noção que eu não falaria mais com ele. De jeito nenhum. Eu apenas trataria a sua filha.

Georgiana estava à minha espera no corredor que dava para o meu escritório. A sua expressão era séria. Ela sabia que estava metida em sarilhos.

—Só para que conste, eu estou completamente furiosa. – afirmei. Claro que Georgiana já sabia, mas eu queria frisar.

O bar estava cheio. Astoria já se encontrava lá, com Draco, Lyra e o Malfoy. Ela viu-me mal entrei. E viu o quão furiosa eu estava. Ela sabia.

—Pensando melhor, vamos almoçar a um restaurante muggle hoje, Georgiana. Está aqui muita gente. Demasiada que pode ouvir a nossa conversa. – disse de forma séria. Georgiana nem protestou.

O Lady’s and Gentlemen situava-se do outro lado da rua do St. Mungus. Era um restaurante onde faziam comida típica inglesa. Eu adorava mas, como não tinha muito tempo de almoço, raramente ia lá.

O empregado de mesa, muito giro por sinal, levou-nos até a uma mesa mais distante, a meu pedido. Mesmo estando fora de St. Mungus, ainda havia muitos bruxos a ir ali almoçar.

—Rose, antes que digas alguma coisa, eu não me arrependo de te ter escondido o facto da filha do Scorpius ser tua paciente. – começou Georgiana.

—Eu sei que não, Georgiana. – respondi – Tu nunca te arrependes das tuas decisões, mesmo que às vezes sejam erradas. Agora, nunca pensei que me fizesses uma coisa destas. É do teu conhecimento o que o Malfoy me fez. Mas, mesmo assim, tu escondes que tenho uma consulta com a filha dele com a mulher pela qual me trocou. Por melhores que tenham sido as tuas intenções, tu nunca pensaste na possibilidade que isto me pudesse magoar.

—A Lyra precisa de ti, Rose. – contrapôs Georgiana – Tu sabes que sim.

—A avó dela também tem especialidade em crianças em St. Mungus. – respondi – Por isso não, ela não precisava de mim. Eu podia simplesmente providenciar à Astoria as poções necessárias.

—Não era a mesma coisa e tu sabes perfeitamente disso.

—Não é verdade. – respondi dando por concluído o assunto.

O almoço foi passado no mais completo silêncio. Georgiana não se atrevia a dizer uma palavra. Ela sabia o quanto eu estava furiosa.

Já eu também não estava com a mínima vontade de conversar. Já para não mencionar o facto de, por mais que eu não quisesse, o encontro com o Malfoy não me saída da cabeça.

Mesmo tendo sido a Astoria a armar isto tudo, o Malfoy devia ter vergonha na cara. Apesar de eu não saber, ele sabia perfeitamente que a medibruxa que iria atender a sua filha seria eu. E mesmo assim foi.

A tarde passou sem grandes complicações. O maior destaque vai para a aparição da Lily para uma consulta de rotina com a minha afilhada, Dayara.

Astoria já tinha saído de St. Mungus. Mas, pelo que me tinham dito, não tinha saído sozinha. Draco também tinha ido. Será que ela estava a fugir de mim?

A minha pergunta foi respondida quando cheguei a casa. Draco e Astoria encontravam-se lá. Reparei também nas duas malas que Draco tinha a seus pés. Eeles tinham realmente feito as pazes.

Apesar de estar magoada com Astoria, eu estava feliz por finalmente ela se ter resolvido com o Draco. Viu-se o quanto eles sofreram durante o tempo que estiveram separados.

—Rose. Chegaste. – disse Astoria vindo-me cumprimentar.

—E, pelos vistos, tu estás de saída. – respondi sem conseguir esconder a mágoa pelo que Astoria tinha feito.

—Não hoje. – respondeu Astoria surpreendendo-me a mim e a Draco. Será que Astoria tinha tomado esta decisão agora? – O Draco apenas veio buscar as minhas coisas. Amanhã volto para casa.

—Parece que esta é a minha deixa. – disse Draco beijando castamente Astoria e despedindo-se de mim com dois beijos na cara.

Astoria tinha permanecido ali. Calada. À espera que eu dissesse alguma coisa. À espera que eu a atacasse.

—Eu só quero saber o porquê. – pedi.

—Ela é minha neta. – respondeu Astoria – Rose, ela é um lobisomem. Ela precisa dos cuidados certos. Ela precisa de ti.

—E eu precisava de ti, como amiga. Astoria como pudeste fazer-me isto? – perguntei tentando segurar as lágrimas. Astoria não me veria chorar pelo seu filho - Tu sabes…tu sabes de tudo. Tu sabes o que eu passei. Eu sei que ele é teu filho e, neste momento, tu já o perdoaste por ele ter fugido sem te dizer uma única palavra. Mas pensei que tivesses um pouco mais de respeito por mim.

—Rose, eu nunca vou esquecer o que o Scorpius fez contigo. Isso não se faz a ninguém. Eu sinto vergonha pelo que ele fez. Mas a Lyra é minha neta. Eu só quero que ela tenha a melhor vida. Ela é inocente no meio desta guerra toda. E ela precisa de ti. Eu sei disso. E tu também sabes. Porque sabes os avanços que fizeste em relação à licantropia. Tu és a melhor neste assunto. Por isso, desculpa por ser egoísta e querer o melhor para a minha neta. Agora nunca digas que eu quis magoar-te porque isso é mentira. Tu és a filha que eu nunca tive. E sei que o que eu fiz é grave. E sei que é pedir muito pedir que a continues a vigiar. Mas peço-te. Como avó.

—Eu continuo. – disse surpreendo Astoria e a mim própria. Eu não devia de estar bem – Com uma condição.

—Qualquer coisa. – respondeu Astoria.

—A partir de agora, és tu que vais às consultas com ela. Não é o teu filho. Ou a Nott. Só tu. – disse determinada.

—Eu tenho que falar com o Scorpius primeiro. Tu sabes disso.

—Eu sei que o teu filho vai querer o melhor para a filha dele. – respondi – Astoria, eu só estou a fazer isto porque me pediste. Mas eu tenho condições. Eu não tenho condições para ver o teu filho todos os dias. Ele destruiu-me e demorou muito para eu voltar a juntar as peças todas.

—Quer dizer que estou perdoada? – perguntou Astoria.

—Perdoada, sim. Mas, deverias ter falado comigo primeiro. Eu espero que nunca mais faças uma coisa destas nas minhas costas. Porque eu considero-te uma grande amiga.

—Nunca mais, Rose. – disse Astoria abraçando. As minhas lágrimas continuavam presas por um fio. Astoria não me veria chorar. Ela não podia saber o grande efeito que este reencontro tinha feito em mim – Hoje eu preparo o jantar.

—O Sirius e a Domi vêm cá jantar hoje. – contei – Acho que eles finalmente se resolveram. E começaram a namorar.

—Depois de tantos anos, já não era sem tempo. – respondeu Astoria com um sorriso no rosto. Tal como eu, ela também gostava muito do Sirius e da Dominique. Tinham-se tornado amigos, depois de tantas visitas a minha casa.

Astoria estava a preparar o jantar quando algo veio à minha mente. Algo que a pequena Lyra tinha dito mais cedo. Algo que poderia esclarecer alguns buracos em toda esta história.

—Astoria, como é que o teu filho soube tão rápido da morte da avó? – perguntei temendo a resposta.

—Como assim? – perguntou Astoria fazendo-se de desentendida. Eu sabia perfeitamente que ela tinha entendido.

—Eu vou ser mais direta, Astoria. Como é que avisaste o teu filho não sabendo onde ele estava.

—Bem. – começou Astoria hesitante – Havia alguém que sabia o paradeiro dele.

—A ponto de ser o padrinho da Lyra. – concluí não deixando Astoria terminar – Ou seja, o meu primo sempre soube do paradeiro do melhor amigo?

Astoria hesitou. Ficou calada durante um longo minuto. Eu já sabia qual era a resposta. E sabia que não ia gostar.

—Sim, o Albus sabia.

Não disse mais nada. Saí disparada de casa. Mal alcancei o limite de Hogsmeade, desaparatei. Com pensamento na casa de Albus.

As luzes estavam acesas. Ou seja, Albus já tinha regressado do trabalho. Albus trabalhava em Gringotts.

Bati à porta freneticamente. Albus não demorou a responder. O que ele não esperava era que, mal abrisse a porta, eu tivesse uma varinha apontada a ele.


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Notas finais do capítulo

Que acharam do reencontro da Rose e do Scorpius? Que acharam do facto de Lyra ser um lobisomem? Que acharam da conversa entre a Rose e a Georgiana? E da conversa entre a Rose e a Astoria? Acham que a Rose foi demasiado dura com as duas? Ou branda demais? Que acharam do facto de Albus sempre saber o paradeiro de Scorpius? E do final? Que acharam?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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