Lost escrita por Li


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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O funeral seria hoje ao fim da tarde. Astoria passara os últimos dois dias na mansão Malfoy com Draco. Ela sabia o quanto Draco era ligado à mãe e sabia o sofrimento que ele estava a passar. A sua mãe tinha morrido há nove anos. Lembro-me porque já namorava com o Malfoy.

Astoria tinha-me pedido para ir com ela ao funeral. Achei estranho dado que ela não tinha largado o Draco nestes dias.

Poderia parecer egoísta, mas sentia a falta de Astoria em casa. Como á vivíamos juntas há algum tempo, tinha acabado por me habituar.

Naquelas duas noites tinha ficado em casa. Desde a discussão com Liam que nunca mais tinha falado com ele. Eu sabia que não valia a pena ir ter com ele. Porque, a partir do momento que o fizesse, ele ficaria com algum tipo de esperanças que eu não lhe queria dar. Porque, apesar do que o temos ser apenas físico, eu importo-me com ele. Daí ser mais um motivo para não o procurar.

Ele também não me tinha procurado. Ou tinha ficado com esperança que fosse eu a tomar o primeiro passo ou então percebeu realmente a mensagem. Sinceramente, eu esperava que fosse a segunda. Realmente queria que ele fosse feliz.

O vestido negro encontrava-se sobre a minha cama. Ainda faltavam umas horas para o funeral e eu ainda estava à espera do Sirius.

Apesar dos anos terem passado, Sirius nunca se afastou de mim. Ele era o meu melhor amigo. Aquele que me apoiou nos bons e maus momentos. E que também eu apoiei nos bons e maus momentos.

Sirius bateu à porta. Pelo menos, eu assumi que fosse ele já que era a única pessoa de quem estava à espera.

Mas eu estava completamente enganada. Mal abri a porta, uma Dominique, completamente desvairada, invadiu a minha casa.

—Tu viste o que o James me fez? – perguntou Dominique mal entrou.

Eu olhei para ela sem entender uma única palavra. Não fazia a mínima ideia do que ela estava a falar.

Dois anos depois de eu e Dominique termos terminado Hogwarts, finalmente ela e Sirius admitiram aquilo que eu sabia há muito. Que existia algo mais que amizade. Mas, mesmo assim, eles nunca assumiram algo sério. Andavam há seis anos a negar o inevitável. Um relacionamento sério.

—O que é que o Sirius fez? – perguntei fazendo a questão de um milhão de galeões.

—Ele traiu-me. – revelou Dominique. Não fiquei chocado com o ela disse. Há três meses, ela tinha entrado em minha casa e dito exatamente o mesmo. E eram apenas paranoias dela.

—Domi, da última vez que… - comecei sendo interrompida por ela.

—Eu tenho provas, Rose. – disse Dominique. Isso sim tinha-me surpreendido – Está estampado em todas as revistas cor-de-rosa do mundo bruxo. – disse esticando-me a Cusquices cor-de-rosa, a mesma revista que revelou ao mundo a fuga do Malfoy com Alicia Nott.

Eu olhava para a capaz da revista, agora sim, chocada. Esta mostrava o Sirius em Diagon Alley, aos sorrisos, com uma rapariga loira.

Pensei em todas as raparigas loiras que conhecia na esperança de arranjar uma justificação para Dominique perceber que Sirius não a estava a trair. A grande questão é que eu não conhecia aquela rapariga de lado nenhum o que tornava Sirius sem defesa.

—Eu sei que nós nunca assumimos nada de sério perante as pessoas mas ele não tinha o direito de me trair. – começou Dominique deixando cair a primeira lágrima. Algo inédito para Dominique Weasley. Ela realmente estava apaixonada – Nós somos da mesma família. Nós somos amigos.

—Domi, eu não consigo acreditar que ele te tenha traído. É do Sirius que estamos a falar. – disse tentando defender o meu melhor amigo sem defesa.

—Exatamente. – disse Dominique – Estamos a falar do grande James Sirius Potter que teve uma enorme lista de raparigas em Hogwarts. Rose, ele não é nenhum santo e tu sabes bem disso. Agora, fazer isto estando a ter alguma coisa comigo. Isso não se faz.

Antes que pudesse voltar a responder, alguém bateu à porta. Alguém não, Sirius! Tinha-me esquecido completamente que ele estava a vir.

—Deixa que eu abro. – disse Dominique limpando as lágrimas e abrindo a porta antes que eu a impedisse – James Sirius Potter! – disse com toda a voz de desprezo possível e dando-lhe um estalo – Eu vou andando, Rose.

Dominique saiu sem dizer uma única palavra. Sirius ainda estava atordoado com o que acabara de acontecer. Acredito que também ele ainda não tenha visto as notícias.

—Deve andar com as hormonas todas trocadas, só pode. – queixou-se Sirius fechando a porta atrás de si. – Olá priminha. Consegues explicar-me o que se passa com a nossa querida prima e minha pseudo-namorada?

—Acho que é melhores veres pelos teus próprios olhos. – disse entregando-lhe a revista – Eu tentei defender-te, dizer que eras incapaz de a trair mas eu não conheço a moça que está contigo.

—Esta a Marine. – disse Sirius – A irmã do Nico.

Nico jogava na mesma equipa que Sirius, o Puddlemere United. Eu já tinha saído com ele e Sirius algumas vezes. Agora que me lembrava, ele é loiro.

—E o que é que estavas a fazer com ela, sozinho, na Diagon Alley? – perguntei tentando arranjar a justificação.

—Ela acabou de chegar da França. – revelou Sirius – Tu sabes que a Durmstrang só aceita homens por isso a Marine foi para França e andou na Beauxbatons. Depois disso, começou a trabalhar no Ministério da Magia de lá. Ela é a nova representante do Ministério da Magia de França aqui em Londres. Eu estava apenas a fazer-lhe uma visita guiada.

—Eu não sei se te fazes de inocente ou o és mesmo. Com a fama que tens de Hogwarts não achas que devias de ter dito alguma coisa à Domi? Para ela não fazer filmes como aconteceu há três meses. Parece que tens a memória curta.

—Ei! Eu é que sou o teu melhor amigo. Era suposto estares a defender-me do estalo que ela me deu.

—Por seres o meu melhor amigo é que te estou a dar na cabeça. – contrapus – Eu sei que vocês nunca assumiram um relacionamento sério mas estão juntos à seis anos. E conhecem-se desde que a Domi nasceu. Tu conhece-la como te conheces a ti. Logo, sabes perfeitamente que lhe devias ter dito alguma coisa porque sabes quais são as probabilidades de apareceres na imprensa.

—Continuo a dizer que ela está a exagerar. – disse Sirius mesmo sabendo que eu tinha razão.

—Não está. E isto só prova que vocês os dois deviam de seguir para o próximo passo. Já faz seis anos. – aconselhei.

—O mesmo digo de ti e do Liam. – disse Sirius tentando mudar o rumo da conversa.

—Tu sabes perfeitamente que nunca vai existir nada de sério entre mim e ele. Ou qualquer outra pessoa.

—O que eu acho é que devias de acabar esse teu luto que já dura há oito anos.

—Sirius. – avisei.

—Não vou parar de insistir nisto e tu sabes. – proferiu Sirius. Ele era a segunda pessoa que não tinha medo de abordar o assunto Malfoy – Não há outra pessoa que compreenda o que passaste como eu. Não há outra pessoa que queira matar o Malfoy tanto como eu e tu. Mas tu tens de esquecer. Tens de abandonar essa mágoa. Essa mágoa que te tornou numa pessoa fria em relação a relacionamentos. Eu gostava de voltar a ver aquela moça alegre e apaixonada que estava disposta a enfrentar os pais por amor.

—Essa pessoa morreu há oito anos. – disse – Estou com receio que ele apareça no funeral da avó. – confessei.

Sirius sabia o quanto era difícil para mim admitir isto. Eu recusava-me sempre a falar deste assunto. Evitá-lo sempre foi o que fiz ao longo destes oito anos. Mas agora, ainda mais em pleno mês de Junho reencontrá-lo…não seria algo que eu estivesse preocupada. Mesmo mostrando para todos os outros que não me importo.

—Sabias que o Nico perguntou por ti. – disse Sirius tentando distrair-me do assunto atual. Agradeci-lhe mentalmente por isso. Era por isso que ele era o meu melhor amigo.

—Já está assim com tantas saudades minhas? – perguntei na brincadeira.

—Acho que o rapaz se encantou. – respondeu Sirius no mesmo tom que o meu.

—----//-----

Dez minutos antes das seis, desaparatei em frente ao portão da mansão Malfoy. Um portão enorme, rodeado de sebe, aparecia à minha frente. Um pequeno passeio levava até à mansão.

Nunca ali tinha estado. Era suposto, depois do baile de finalistas, fazermos um jantar na mansão, mas isso nunca chegou a acontecer.

Astoria encontrava-se ao lado de Draco a receber as pessoas. Vestia um vestido negro e usava um pequeno véu que lhe tapava parcialmente o rosto. Já Draco usava um fato negro com uma gravata verde escura. As mãos deles estavam a milímetros uma da outra. Será que se tinham reconciliado?

—Obrigada por vires. – agradeceu Astoria abraçando-me – Espera um pouco por mim.

—Os meus pesamos. – disse a Draco dando-lhe dois beijos no rosto.

Um pouco antes de começar o funeral, eu, Draco e Astoria seguimos para perto do caixão. Astoria tinha-me pedido para ficar ao lado dela. Não consegui recusar. Eu sabia que ela precisava de mim.

Um facto que reparei, Astoria e Draco estavam de mãos dados durante toda a celebração fúnebre. Tinha de me informar se tinha existido reconciliação. Segundo facto que reparei. Albus estava lá.

Após a celebração fúnebre, todos seguiram para o interior da mansão onde seria servido um pequeno lanche.

O salão era enorme. No centro existiam alguns sofás individuais e de dois lugares. Num dos cantos, encontravam-se uma mesa comprida com comida e bebida.

—Não sabia que vinhas. – disse Albus ao chegar perto de mim.

—Já somos dois. – respondi – Também não sabia que vinhas.

Após Hogwarts, eu e Albus afastamo-nos. Continuamos amigos, claro. Apenas nos deixamos de ver com regularidade. Mas sempre que algo acontece na vida de um de nós, o outro é dos primeiros a saber.

Há cerca de três anos, Albus e Alice tinham terminado. Alice tinha-o traído. Algo que nunca suspeitei que ela fosse capaz de fazer. Atualmente, Albus não namorava com ninguém. Mas eu suspeito que ele está apaixonado pela colega de trabalho, Octavia Bale.

—Tu sabes que desde que eu fiquei amigo…tu sabes que me dou bem com a família Malfoy. – disse Albus não mencionando o motivo. Esse era um dos temas que eu e Albus não falávamos. Ele era melhor amigo do Malfoy – Vais ficar até ao fim?

Estranhei a pergunta de Albus. Não existia propriamente um fim num funeral. As pessoas iam abandonando o local conforme queriam.

—Vou esperar pela Astoria. – respondi – Porque perguntas?

Albus não precisou de responder. A resposta estava a entrar pela porta. Um vulto loiro, de fato negro e gravata verde escura. Tal como o pai. Era ele. Depois de oito anos, ali estava ele.

Eu tinha de sair dali. Este era o meu único pensamento. Eu não podia continuar ali. Vê-lo assim, afetou-me. Afetou-me mais do que eu pensaria que fosse afetar.

Deixei Albus e saí sem avisar Astoria. Ela saberia onde me encontrar. E, com certeza, ficaria com o filho depois de tantos anos separados.

O portão da mansão Malfoy parecia completamente distante. Apressei o passo. Quando ultrapassei o portão, desaparatei.

Godric Hollow’s encontrava-se à minha frente. O vislumbre de luzes era visto por todas as casas porque passava. Era hora de jantar.

Sirius ainda morava com os meus padrinhos. Como passava muito tempo fora por causa do Quidditch e como não tinha casado, Sirius optou por continuar a morar com os pais.

Entrei, sem bater. Sempre fora assim que os meus padrinhos me habituaram. O meu padrinho encontrava-se na sala com o Profeta Diário na mão.

—Olá, Rose. – cumprimentou o meu padrinho vindo-me dar dois beijos.

—Olá, padrinho. – disse tentando manter a postura – O Sirius está? – perguntei.

—No quarto. – respondeu o meu padrinho.

Agradeci e subi as escadas em direção ao quarto de Sirius, que era a última porta do corredor.

Bati e Sirius apareceu na porta.

—Ele apareceu. – disse deixando cair a primeira lágrima. Uma lágrima que jurei nunca mais deitar.


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Notas finais do capítulo

Que acharam da conversa entre a Dominique e a Rose? E entre a Rose e o James? Acham que a Dominique foi injusta com o James? Acham que o James devia ter contado alguma coisa à Dominique? Acham que o Draco e a Astoria se reconciliaram? Que acharam da conversa do Albus e da Rose? Acham que o Albus sabia que o Scorpius ia aparecer? Que acharam da reação da Rose quando viu o Scorpius?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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