Lost escrita por Li


Capítulo 2
Capítulo1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Oito anos depois

Junho sempre foi um mês que eu nunca gostei. Sempre associei isso ao facto de ser o mês em que nos tínhamos de despedir de Hogwarts. Mas, há oito anos, aconteceu algo que me fez odiar ainda mais esse mês. Algo que eu prefiro nem relembrar. E eu conseguia fazê-lo na maior parte do ano. Menos nesta altura. Fazia amanhã oito anos desde que tinha acontecido um dos piores dias da minha vida. Muita gente pode achar que eu estou a exagerar, mas o que eu passei não desejo a ninguém.

Para contrariar o meu humor, o dia estava radiante. Nem uma única nuvem no céu. O que era estranho visto que estávamos em Londres.

—Bom dia. – disse Liam que se encontrava deitado ao meu lado.

Liam Thomas tinha andado em Hogwarts comigo. Também ele pertencera aos Gryffindor. Eu tinha voltado a encontrá-lo no ano passado, no Três Vassouras. Depois de Hogwarts, Liam tinha ido para a França.

Nós não somos namorados, nem nada que se pareça. Eu diria que nós somos amigos com benefícios. Aliás, o meu interesse por ele era apenas físico porque tenho que admitir que nesse quesito ele era realmente incrível.

—Bom dia. – cumprimentei levantando-me logo em seguida. Comecei a pegar na minha roupa que estava espalhada pelo quarto.

—Sempre com pressa, Rose. – disse Liam, levantando-se e encostando-se a mim. – Podíamos tomar o pequeno-almoço juntos. – sugeriu.

Certo, talvez só eu visse esta relação de amigos com benefícios.

—Não posso. – respondi afastando-me. – Ainda tenho que passar em casa para trocar de roupa. – disse enquanto me calçava.

—Eu já disse que podias trazer alguma roupa para cá. Assim não andavas com tanta pressa.

Como disse, talvez só eu visse esta relação de amigos com benefícios.

—Liam, nós já falamos sobre isso. Eu já te disse…

—Que não queres um relacionamento sério. Eu sei. Mas nós já andamos nisto há quase um ano. Vamos estar sempre neste impasse? – perguntou encarando-me.

—Tu sempre soubeste que eu não queria nada sério. Apenas amigos com benefícios. Mas, se quiseres ter algo sério com alguém, não sou eu que te vou impedir.

—Mas eu quero ter algo sério contigo. – confessou Liam. Aquela conversa estava a tomar um rumo que eu não estava a gostar nadinha.

—Liam, por favor, vamos parar com esta conversa. – pedi.

—Porquê? – perguntou – Qual é o teu medo, Rose?

—Neste momento é chegar atrasada ao trabalho. – respondi e saí sem dar hipótese de resposta.

Desaparatei mal saí de sua casa e aparatei à entrada de Hogsmeade, onde vivia. Eu sempre fui muito ligada a Hogwarts e como viver aqui não interferia com o trabalho, acabei por comprar aqui uma casa.

Nina saltou para o meu colo mal abri a porta. Mas não era a única à minha espera. Sentada no sofá, que se encontrava no meio da sala, estava Astoria Malfoy.

Por mais irónico que possa parecer, uma das pessoas que mais me apoiou depois do que aconteceu há oito anos foi Astoria. Tal como eu, também ela ficou destroçada. Ela sabia que eu namorava com o filho dela. Ele tinha-lhe contado. Ela preocupou-se comigo numa altura em que devia ser alguém a preocupar-se com ela.

Por coincidência, ela exercia a profissão que eu queria seguir. O meu sonho era trabalhar em St. Mungus com crianças. Foi ela que ficou responsável por mim quando comecei a estudar. Desde aí que nos tornamos grandes amigas.

Há cerca de uns meses, Astoria pediu para passar uns tempos comigo. Ela tinha tido uma enorme discussão com o Draco por causa de uma alegada traição.

Sinceramente, eu não acredito que o Draco tenha sido capaz de traí-la. Nota-se que ele a ama mais que tudo. Basta ver os olhares que lhe manda em St. Mungus. Mas Astoria simplesmente não quer dar o braço a torcer. Maldito orgulho slytherin.

—Isto são horas de chegares a casa? – perguntou mantendo os braços cruzados.

—Já pareces a minha mãe, Astoria. – brinquei.

—Tenho quase a mesma idade que ela. – respondeu. – Por onde andaste?

—Liam. – respondi. – Vou trocar-me, já estamos atrasadas.

Rapidamente, tomei banho e troquei de roupa.

Faltavam cinco minutos para as nove quando eu e Astoria aparatamos em frente e St. Mungus.

Pessoas passavam de um lado para o outro sem imaginar que, dentro daquele edifício abandonado, existia o maior hospital bruxo de toda a Inglaterra.

—Vemo-nos ao almoço. – disse antes de me dirigir a Georgiana – Bom dia, Georgiana.

—Bom dia, Rose. – cumprimentou Georgiana – A Lily está no teu gabinete. Diz que é urgente.

—Ela está com algum dos filhos? – perguntei já preocupada. Será que algum deles tinha tido algum acidente.

—Não. – respondeu Georgiana aliviando a minha preocupação – Ela está sozinha.

—Eu vou ver o que se passa com a minha prima. – disse – Podes começar a ver a Iris que, quando acabar com a minha prima, começo com ela.

Lily, como era de esperar, casou com o meu irmão. Eles eram simplesmente o casal perfeito.

Mal Lily e Hugo terminaram Hogwarts, ambos acharam que estava na altura de aumentar a família Potter Weasley. Assim nasceu a minha afilhada e do Sirius, Dayara. Mas eles decidiram que um filho não era suficiente. Dois anos depois, Sebastian nasceu. E, logo a seguir, foi Joanne. Em brincadeira, já disse à Lily que ela queria roubar o lugar à nossa avó Molly.

—Que se pa… - comecei a perguntar mal abri a porta mas Lily interrompeu-me.

—Eu acho que estou grávida. – disse Lily. A sua expressão era séria. Eu não conseguia perceber se ela estava feliz ou não.

—Se pensas que vou ficar surpreendida, deixa essa ideia de parte. – disse tentando aliviar a tensão – Eu sempre disse que ias tirar a vez à avó.

—Mas eu ainda não tenho a certeza. – disse Lily. As primeiras lágrimas começaram a cair – Eu tenho medo da reação do teu irmão. Uma coisa são três filhos, outra coisa são mais que três filhos. Eu tenho medo que me deixe. Como eu pude deixar isto acontecer outra vez?

—Sinceramente, acho que tu e o Hugo deviam de ir com calma. Vocês só têm vinte e quatro anos. Agora, o meu irmão nunca te iria deixar, Lily. Isso são as hormonas a falar. Além do mais, nós ainda não temos a certeza se estás grávida. Por isso, preciso que te deites na maca.

Lily deitou-se na maca e esperou que eu fizesse alguma coisa. O primeiro feitiço que iria tentar era o Homenum Revelio. Se Lily estivesse com pelo menos três meses de gravidez, este simples feitiço iria revelar alguma coisa.

Homenum Revelio. – disse esperando que alguma coisa acontecesse – Sabemos que pelo menos de três meses não estás. As gravidezes passadas fizeram efeito. Só descobriste as três depois dos três meses.

—É a experiência. – disse Lily ironicamente – O Hugo vai matar-me.

—Não vai nada. – disse em tom de brincadeira – Ele adora crianças. Agora, vamos usar o Reperto. Preciso que laves bem as mãos e as envolvas bem sobre esta cápsula. Se ela brilhar dourado, estás grávida.

Acho que, para Lily, foi o minuto mais longo da vida dela. Mesmo já tendo três filhos, ela estava aterrorizada com a ideia do meu irmão a deixar. Algo que ela sabia perfeitamente que nunca iria acontecer.

—Pronta? – perguntei. Lily acenou afirmativamente. Devagar, Lily afastou as mãos agarrando a cápsula numa delas. O líquido brilhava dourado – Parabéns! Estás grávida. Agora, a primeira coisa que devias de fazer era contar ao meu irmão. Ele vai adorar a notícia.

—Tu achas mesmo? – perguntou Lily encarando-me.

—Até parece que não conheces o marido que tens, Lily. – disse levantando-me e acompanhando Lily à porta – Agora, vai trabalhar que já estás atrasada. – Lily também trabalhava em St. Mungus mas na secção de acidentes mágicos – E logo à noite contas ao meu maninho.

—----//-----

A manhã foi completamente preenchida. A minha especialidade era trabalhar em casos mais complicados que envolviam crianças. Lily era uma das minhas exceções. Eu seguia todos os filhos dela porque, segundo ela, eu era a única medibruxa em quem ela confiava.

O bar encontrava-se no rés-do-chão. Maior parte dos medibruxos, enfermeiros e visitantes de pacientes tomavam as suas refeições lá. Ainda existiam alguns que preferiam visitar restaurantes muggles.

Astoria já estava à minha espera no bar. Desde que deixara Draco que ela almoçava sempre comigo. Draco era a sua normal companhia ao almoço.

—Rose. Rose. – alguém me chamava. Era Liam. O que é que ele estava a fazer aqui? – Rose.

—Já ouvi. – disse aproximando-me dele – Que estás aqui a fazer? – perguntei.

—Pensei que podíamos almoçar juntos e terminar a nossa conversa. – disse Liam. Os seus olhos irradiavam esperança.

—Eu pensei que nós já tínhamos terminado a nossa conversa. – observei.

—Tu sabes perfeitamente que não, Rose. – disse Liam em tom sério – Tu apenas fugiste à conversa.

—Eu tinha que ir trabalhar. – voltei a observar.

—Mas agora já não estás a trabalhar. – observou Liam.

—Mas tenho a Astoria à minha espera para almoçar.

—Porque continuas a fugir? – perguntou Liam impedindo-me de me afastar.

—Eu não estou a fugir. Tu simplesmente não percebes. Eu disse-te com todas as letras que não quero nada sério. Eu percebo que tu querias um relacionamento sério mas não é o que eu quero e tu tens de perceber.

—Eu não percebo o porquê de não quereres um relacionamento sério. Tu já estiveste num.  Pelo menos que eu saiba. – observou Liam. Ai não, ele não ia dar aquele rumo à conversa – Espera aí…é por isso que não queres um relacionamento sério? Por causa do Malfoy?

—Tu não te atrevas a mencionar esse nome outra vez à minha frente. – disse em tom firme – Estamos entendidos? Existem limites.

—Pensei que já tínhamos passado certos limites há muito tempo. – contrapôs Liam.

—E eu pensei ter sido clara sobre isto não ser um relacionamento sério. – contrapus – Eu tenho a Astoria à minha espera. Adeus, Liam.

Afastei-me sem dizer mais nada. Liam também não se pronunciou. Acho que finalmente tinha ficado tudo claro. Era verdade que tinha sido um bocado dura com ele mas só assim ficou a entender. Além do mais, ele tinha mencionado o único assunto que ele não tinha o direito de mencionar.

—Desculpa o atraso. – disse sentando-me em frente a Astoria e colocando o tabuleiro em cima da mesa.

—Está tudo bem? – perguntou Astoria dando a primeira garfada. Ou a segunda.

—Está. – respondi – O Liam apareceu.

—Não me digas que te fez uma surpresa e tu não gostaste. – tentou adivinhar Astoria.

—Não. – respondi – Ele decidiu ter conversas sérias. Ou seja, quer um relacionamento sério quando eu, logo no início, lhe disse que não queria nenhum.

—Sabes que ele pode ter aceite isso mas entretanto os sentimentos dele podem ter mudado, Rose. – explicou Astoria – Eu não estou a defende-lo. Eu só quero que percebas o lado dele. Ele pode ter-se apaixonado.

—Isso é impossível, Astoria. – contrapus.

—Porquê que é impossível, Rose? – perguntou Astoria – Vais dizer que nunca ninguém esteve apaixonado por ti? Ambas sabemos que houve uma pessoa que esteve.

Astoria era a única que não tinha medo de abordar o assunto do seu filho comigo. Ela sabia que tinha de evitar mas, por vezes, não o fazia.

—E ambas discordamos nessa opinião. Porque se realmente essa pessoa estivesse apaixonada por mim, não me teria abandonado no dia do baile e deixado um bilhete a dizer desculpa. Por isso, não é um argumento válido.

—Continuamos a discordar. – disse Astoria – Mas, para além dele, de certeza que tiveste pessoas que tiveram apaixonadas por ti. Mesmo que pessoas que nunca imaginaste.

—A sério que estamos a ter esta conversa, Astoria? – perguntei.

—Eu estou apenas a tentar mostrar um ponto. – retorquiu Astoria.

—Então porquê que não abordamos o facto de continuares casada com o Draco apesar de teres saído de casa há quase um ano. – argumentei.

—Tu sabes que é complicado. – começou Astoria.

—O que eu sei é que vejo duas pessoas que continuam completamente apaixonadas uma pela outra, depois de tantos anos de casadas, a terem-se desentendido por um mal-entendido e serem demasiado orgulhosas para darem o braço a torcer. – argumentei – Por falar no diabo. – disse vendo Draco a aproximar-se. Isto era uma novidade.

—Astoria, podemos conversar? – perguntou Draco. O seu estado era de uma pessoa completamente acabada. Alguma coisa se tinha passado. Será que tinha acontecido alguma coisa com o…não posso pensar nisso.

—Que se passa, Draco? – perguntou Astoria tentando disfarçar a preocupação mas sem sucesso.

—A minha mãe morreu. – revelou Draco.


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Notas finais do capítulo

Que acharam do Liam? Gostaram dele? Que acharam do facto da Astoria morar com a Rose? Que acharam da revelação de mais uma gravidez de Lily? Que acharam da conversa do Liam com a Rose? E, por fim, que acharam da notícia que o Draco deu à Astoria?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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