Lost escrita por Li


Capítulo 27
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo atraso :)
Boa leitura :)



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Octavia não se pronunciou uma única vez enquanto lhe contava tudo. O grande motivo de Scorpius ter ido embora. O porquê de no outro dia o ter encontrado em nossa casa. Tudo. E Octavia nem reagiu.

—E nós agora estamos a um passo de desmascarar a Nott. – concluí.

Octavia permaneceu calada.

—O diz alguma coisa. – pedi, a medo. Eu não sabia muito bem qual seria a reação dela depois de saber isto tudo.

Octavia levantou-se da cama e começou a andar de um lado para o outro. Mantive-me quieta.

—O que me estás a dizer é que o Scorpius foi embora para te proteger? – perguntou Octavia resumindo toda a minha história.

—Em palavras nuas e cruas, sim. – respondi. Octavia continuava sem me encarar. Octavia continuava de um lado para o outro.

—O que me estás a dizer é que aquele idiota regressou e não se dignou a falar com a melhor amiga a contar tudo o que se tinha passado? O que me estás a dizer é que aquele idiota teve a decência de contar tudo ao Albus mas não pensou num só segundo em mim. Ele não conseguiu pensar por um só segundo o quanto eu poderia ser útil para o ajudar a livrar-se da Nott.

Desta vez, fui eu que permaneci calada. Eu não tinha resposta para as perguntas de Octavia. Eu não sabia o que dizer perante as suas palavras.

Várias vezes o Sirius tinha-me dito o mesmo. O Scorpius teve a oportunidade de deixar um bilhete a pedir desculpas, então também conseguiria revelar que estava a fugir para me proteger. Várias vezes argumentei com o Sirius que havia fortes razões para ele não o ter feito. Segundo Scorpius, eu não conseguiria ficar parada sem fazer nada. Isso era um facto.

Mas ele tinha contado a Albus. E a verdade era que eu nunca tinha pensado muito nisso. Eu descobri que eles mantinham contacto, mas isso foi antes de descobrir a verdade. Após descobrir, eu nunca mais pensei nisso.

—Como é que ele teve coragem? – perguntou Octavia, sentando-se ao meu lado – Porquê que ele não confiou em mim? Porquê?

—Eu não sei. – respondi, sinceramente. Eu realmente não sabia.

—E tu, como é que estás com tudo isto? – perguntou Octavia, de repente, voltando-se para mim – Desculpa, eu devia ter perguntado em primeiro lugar.

—É compreensível que tenhas ficado chateada, O. Ele é o teu melhor amigo.

—Era. – corrigiu Octavia.

—É, Octavia. Porque, apesar de tudo, vocês continuam a ser grandes amigos.

—Amigos não ocultam segredos deste tamanho.

—Provavelmente, ele queria proteger-te. Tu sabes como são os rapazes. Sempre protetores.

—Eu não preciso que ninguém me proteja. – respondeu Octavia, tentando dar fim a esta conversa – Não me respondestes, como estás? – perguntou, tentando afinal desviar a conversa.

Deixei-a conduzir a conversa.

—Estou a viver um dia de cada vez. – respondi.

—Pronto…e agora diz a verdade. – respondeu Octavia sorrindo para mim. Ela conhecia-me tão bem.

—Honestamente? – perguntei. Octavia acenou com a cabeça – A minha cabeça está uma confusão. Mas já esteve pior. Pelo menos já resolvi a situação com o Nico. Quer dizer, mais ou menos.

—Que queres dizer com isso?

Hesitei. Aquilo tinha sido a única coisa que eu não tinha contado. Ainda. A minha gravidez.

—Portanto, eu cheguei à conclusão que amo o Nico. Mas amo-o do mesmo modo que amo o Sirius. Como um irmão. E agora vou ter um filho dele.

—Como assim vais ter um filho dele? – perguntou Octavia, não conseguindo evitar elevar a voz. Dei-lhe uma sapatada.

—O Al ainda não sabe.

—Tu estás grávida? – perguntou Octavia em tom mais moderado – Por Merlin, parabéns. – disse, abraçando-me – Como ficaram as coisas com o Nico?

—Continuamos bons amigos. Com um filho pelo meio. – respondi.

—E o Scorpius?

—Em relação a esse assunto estava a falar a sério. Estou a viver um dia de cada vez.

—Acho que não precisas de te preocupar muito tempo com isso. – disse Octavia em tom sério. Olhei para ela sem entender – Eu vou matar aquele idiota por não me ter contado nada, por isso ficas com um problema a menos.

Gargalhei. Octavia sabia levantar o ânimo de uma pessoa.

—----//-----

Hoje era o dia do jogo. Puddlemere United contra Tutshill Tornadoes. Tanto Sirius como Nico jogavam pelos Puddlemere. Sirius era o seeker e Nico era um dos chasers.

Era o primeiro jogo da temporada. Apesar disso, os Puddlemere eram os favoritos. Tinham sido eles a ganharem o campeonato no ano passado e maior parte dos jogadores tinham sido mantidos.

Dominique apareceu logo pela manhã em minha casa. A sua barriga já estava um bocado saliente.

Sirius tinha-lhe contado que eu estava grávida. Claro que Dominique fez uma festa.

Mais uma vez, pedi a Dominique que não comentasse nada com ninguém. A gravidez ainda estava no início e esta era a altura em que uma grávida precisava de ter mais cuidado. Além do mais, mais para a frente, eu queria marcar um jantar na Toca para contar a toda a família.

O estádio estava praticamente cheio. E eu e a Dominique tínhamos chegado cedo.

Seguimos para um dos camarotes. O Sirius tinha-nos arranjado bons lugares.

Estava numa conversa animada com Dominique quando, ao longe, avistei a Nott. Mas ela não estava sozinha. Ao seu lado encontrava-se Lyra.

Disfarçadamente, olhei em toda a sua volta à procura de Scorpius. Mas ele não estava. Estranhei. Normalmente, Scorpius estava sempre com ela.

A Nott acabou por notar que eu a encarar. Tentei disfarçar mas de nada me valeu. E, mais uma vez como tantas outras, a Nott lançou-me aquele sorriso vitorioso. Mas, ao contrário das outras vezes, eu também sorri para ela. Um sorriso vitorioso. Porque ela mal sabia o que a esperaria.

—Rose. Rose, estás a ouvir-me? – perguntou Dominique, chamando a minha atenção.

—Desculpa. – pedi, voltando a minha atenção totalmente para ela.

—Eles estão a entrar. – comentou, apontando para um dos extremos do campo.

E estavam mesmo. Sirius seguia na frente pois era o capitão, no seu equipamento azul. Atrás dele, em fila, seguiam os restantes jogadores.

Logo a seguir entraram os jogadores dos Tutshill Tornadoes nos seus equipamentos braços com partes azuis.

Os jogadores alinharam-se. Os capitães chegaram perto do juiz da partida. Pelo que conseguia entender, o capitão da outra equipa era o keeper.

Sirius e o keeper foram para as suas posições e o juiz lançou as bolas. A partida tinha começado.

Os Tornadoes tinham a quaffle. Nico andava atrás de um dos chasers tentando tirá-la. Estava tão distraído que quase levou com uma bludger. E isso fez com que se atrasasse em relação ao adversário. Quando se apercebeu, já os Tornadoes tinham marcado os primeiros dez pontos da partida.

Procurei por Sirius. Este encontra-se no lado oposto aonde eu estava. Ele ainda não tinha avistado a snitch. Também ainda era um bocado cedo.  

Quando voltei a encarar o resto do jogo, os Tornadoes fizeram os segundos dez pontos. Os Puddlemere perdiam por vinte a zero. Se isto continuasse assim, não haveria snitch que lhes valesse.

Nico seguia com a quaffle. Desviou-se de uma bludger e logo a seguir desviou-se da segunda. Mas conseguiu manter a quaffle em sua posse.

Em seu encalço tinha um dos chasers da equipa adversário. Logo à frente tinha outro. Nico estava completamente encurralado. E foi então que, do outro lado, apareceu outro dos chasers do Puddlemere. Nico rapidamente lhe passou a quaffle desviando a atenção de ambos os chasers. O que eles não esperavam era que Nico contornasse pelo outro lado e o outro chaser lhe devolvesse a quaffle permitindo que os Puddlemere fizessem os primeiros dez pontos.

De repente, o Sirius passa em frente a mim e a Dominique. Seguia em perseguição da snitch. Logo atrás dele seguia a seeker da outra equipa. Se Sirius conseguisse apanhar a snitch, os Puddlemere ganhariam o jogo.

Mas, quando tudo fazia prever que Sirius ia apanhar a snitch, ele acabou por perdê-la de vista. Mais uma vez, regressou ao seu posto anterior para ter uma vista mais ampla de todo o campo.

Encarei o placar. Os Puddlemere perdiam por quarenta dez. Isto estava a correr mesmo mal.

Nico continuava com a quaffle mas acabou por ser atingido por uma bludger perdendo a quaffle. Mais uma vez, os Tornadoes tinham recuperado a quaffle e acabariam por fazer os cinquenta pontos.

Os adeptos dos Tornadoes festejavam. Mas, de repente, os festejam cessaram.

Sirius apareceu no centro do campo e na sua mão encontrava-se a snitch dourada.

Os adeptos dos Puddlemere, eu e Dominique inclusive, levantaram-se em festejos. Os Puddlemere tinham ganho. Cento e sessenta – cinquenta.

—Ganhamos. – gritou Dominique, abraçando-me – Ganhamos.

Apenas abracei Dominique. Também estava feliz que eles tivessem ganho. Sirius tinha sido incrível. Conseguira acabar o jogo em menos de quarenta e cinco minutos. Algo me dizia que a época dele ia ser incrível.

—Tenho de ir à casa de banho, Domi. Esperas aqui por mim? – perguntei. Sirius tinha pedido para esperarmos aqui que, depois de estarem prontos, ele e Nico vinham ter connosco.

—Não queres que vá contigo? – perguntou Domi.

—Não é preciso. Não precisas de te cansar também. – respondi, sorrindo.

Dominique concordou.

Segui até à casa de banho. Para meu espanto, estava vazia. Isto não era normal. Normalmente, as casas de banho femininos estavam sempre cheias.

Quando estava a lavar as mãos, ouvi a porta a abrir-se. Mas, para minha surpresa, não era nenhuma mulher que estava a entrar. Era Liam.

—Acho que te enganaste na casa de banho. – proferi, secando as minhas mãos.

—Não me enganei nada. – respondeu Liam. Ele estava estranho. Eu conseguia ver isso – Precisamos de falar.

—Estou com um bocado de pressa. – respondi, tentando chegar à porta. Mas Liam impediu-me.

—Eu disse que precisamos de falar. – voltou a repetir Liam, tirando a sua varinha e apontando-a para mim – Dá-me a tua varinha.

—Não a tenho. – respondi, tentando enganá-lo. Era claro que eu tinha a minha varinha.

—Não mintas, Rose. – respondeu Liam – Eu sei perfeitamente que andas sempre com a tua varinha.

Ele conhecia-me. Ele sabia.

Eu começava a ficar assustada. Eu não percebia onde ele queria chegar com aquilo. Não conseguia perceber o porquê de ele me ter encurralado assim.

—Liam, vamos falar com calma. – pedi, tentando mover a minha varinha discretamente.

Brachiabindo. – pronunciou Liam não me dando hipóteses de defender.

Liam aproximou-se de mim e tirou-me a varinha.

—Isto fica comigo, por enquanto. – disse Liam no tom mais calmo possível. Parecia que nem me tinha acabado de prender.

—Tu estás louco, Liam? Porquê que estás a fazer isto?

—Porquê? Tu queres saber porquê? – perguntou Liam, gargalhando – Estiveste um ano comigo! Um ano! E não quiseste nada de sério comigo. Não te querias envolver, dizias tu. Eu tentei aceitar. Tentei mesmo. Se calhar Rose Weasley não era feita para ter um relacionamento sério. Se calhar, Rose Weasley apenas ia apodrecer velha numa casa qualquer. Mas não! Rose Weasley envolveu-se com outro. E agora está grávida! Diz-me lá se isto não é irónico.

—Como…como…? – eu não conseguia formular a perguntar. Eu estava demasiado chocada com tudo.

—Como é que eu sei que estás grávida? – perguntou retoricamente – Isso é algo que vais saber em breve, minha querida. E, garanto-te que te vais arrepender de me teres deixado.

—Liam, por favor, sou eu. – tentei chamá-lo à razão. Mas ele apenas riu.

—Pensas que eu vou cair nos teus encantos? Eu vim preparado para isto. Para os teus encantos. Eu não te vou soltar. Tu e eu vamos dar uma volta.

Tentei gritar mas de nada me adiantou. O Liam tinha colocado proteção na casa de banho.

Estupore. – foi a última coisa que ouvi.


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Notas finais do capítulo

Que acharam da conversa entre a Rose e a Octavia? Que acharam do jogo de Quidditch? Que acharam do reencontro do Liam e da Rose? Esperavam o que aconteceu? Esperavam este final?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥



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