Lost escrita por Li


Capítulo 26
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Scorpius encarava-me, expectante, à espera que eu partilhasse todo o plano em que tinha pensado.

—Nós vamos usar os velhos truques muggles. – comecei – Ao contrário do que fazem os jornalistas no mundo bruxo que usam penas mágicas, os jornalistas muggles muitas vezes recorrem a gravadores. Não sei se sabes o…

—Eu sei o que é. – respondeu Scorpius – Eu lembro-me de ter falado disso nas aulas de Estudo dos Muggles.

Ao contrário do que tinha acontecido com os pais, Scorpius tinha tido Estudo dos Muggles. A vida das pessoas não mágicas sempre fora algo que fascinara a Scorpius desde pequeno.

Lembro-me do dia em que Scorpius entrou na primeira aula. Todos os alunos voltaram as suas cabeças para trás para ver quem entrava. Ninguém esperava ver um Malfoy numa aula daquelas. A família Malfoy era uma das poucas famílias de sangue puro que existia na comunidade bruxa. Qualquer relação que tivessem com muggles era absolutamente criticada.

Mas, ao contrário de Lucius Malfoy, Draco Malfoy não colocou sobre o filho determinados preconceitos. Pessoas não mágicas eram pessoas iguais a eles.

—É isso que vamos utilizar para desmascarar a Nott. – contei – Tu vais ter que a fazer falar. Vais ter que a fazer confessar que te ameaçou para ires com ela. Vais ter que a fazer confessar que me tentou matar duas vezes em Hogwarts e que me raptou recentemente. E vais ter que a fazer confessar que a razão da Lyra ser um lobisomem é ela. Que ela orquestrou isso tudo.

—E se ela desconfia? – perguntou Scorpius.

—Eu confio nas tuas capacidades de manipulação, Scorpius. Nós precisamos de acabar com isto de uma vez por todas. Nós não podemos continuar a viver com este medo. Com medo do que nos possa acontecer. Com medo do que possa acontecer às pessoas que amamos.

—E o que faremos com a gravação?

—Entregaremos ao meu padrinho. – respondi – Não há pessoa que eu confie mais para tratar deste assunto.

—Achas que este plano vai resultar? – perguntou Scorpius. Ele não estava muito certo da minha ideia.

—Não vou dizer que é o melhor plano de sempre. Mas nós temos de resolver tudo isto de uma vez por todas.

—E se conseguirmos? O que acontecerá depois? Depois de estarmos livres dela? – perguntou Scorpius aproximando-se de mim.

—Temos de percorrer um dia de cada vez, Scorpius. – respondi sentindo o toque dos seus dedos no meu rosto – Foram oito anos…

—Por isso é que eu não quero perder mais nenhum segundo sem ti. – completou Scorpius terminando com o espaço entre nós.

Por mais que eu quisesse focar-me, primeiro acabar com a Nott e só depois pensarmos em nós, ter Scorpius ali, a beijar-me fazia-me esquecer de tudo.

O seu toque. As suas carícias. Os seus beijos. As saudades acumuladas estavam a ser totalmente exterminadas, naquele momento.

Deixei-me levar. O plano estava traçado. Podíamos aproveitar.

Envolvi os meus braços sobre os seus ombros aproximando os nossos corpos. Scorpius levou as suas mãos até às minhas coxas e agarrou-as colocando-me no seu colo.

Os beijos eram cada vez mais intensos. O tempo era cada vez mais impercetível.

Scorpius levou-me até à bancada da cozinha e sentou-me em cima dela. Levou as suas mãos até à minha blusa e tirou-me. Voltou a beijar-me. Os lábios. O pescoço.

Levei as minhas mãos até ao fundo da sua camisola e tirei-lha. Habilmente, desapertei o botão das suas calças.

Mas, quando Scorpius já estava pronto a desapertar o botão das minhas calças, alguém abriu a porta.

Desajeitadamente, tapei-me com a minha camisola. Além disso, também Scorpius se colocou à minha frente.

—Que merda se está a passar aqui? – perguntou Sirius vendo o que se estava ali a passar. Quando raciocinou que era Scorpius que estava à minha frente, veio até nós – Seu cabrão de merda!

—Sirius. – chamei, tentando intervir. Mas de nada adiantou. Sirius levava Scorpius para longe de mim.

—Como é que ainda te atreves a aproximar-te dela? Depois de toda a merda que fizeste? – perguntou Sirius empurrando Scorpius contra a porta da entrada. Aquilo certamente deixaria marca nas costas de Scorpius.

—James acalma-te, por favor. – pediu Scorpius tentando não reagir ao facto de Sirius o estar a magoar.

—Calma? Tu estás a pedir-me calma? Depois de tudo o que fizeste? E ainda tens coragem de voltares a seduzir a minha prima? – perguntou Sirius. Ele estava completamente fora de si.

—Sirius, por favor. – pedi, conseguindo colocar-me entre os dois. Sirius parou, abruptamente. Ele não iria fazer nada contra mim – Lembra-te do que falamos mais cedo.

Sirius encarou-me, prestando pela primeira vez atenção em mim. Ele ponderava no que eu tinha acabado de dizer. Eu conseguia ver toda a nossa conversa passar pela sua cabeça.

—Mesmo assim, Rose. Porra! Tu não vês no que te estás a meter? Tu estás a colocar-te em perigo.

—Eu nunca deixaria que nada de mal lhe acontecesse. – interferiu Scorpius tentando amenizar toda a situação.

—No entanto ela já sofreu duas tentativas de homicídio e um rapto. – respondeu Sirius em tom acusatório.

—Basta, Sirius. – pedi, encarando-o. Ele, mais do que ninguém, sabia como me sentia. Ele sabia. Por mais que eu não lhe tivesse dito com todas as letras, ele sabia – Chega disto, por favor.

Peguei na minha blusa, vesti-a e agarrei em Scorpius. Arrastei-o até perto da minha carteira e entreguei-lhe o gravador que estava no seu interior.

—Por favor, tu tens de conseguir esta gravação. – sussurrei – Pelo bem de todos.

Aproximei-me da porta, afastei Sirius da porta para que Scorpius pudesse sair. Eu sabia que Sirius era mais forte do que eu, que facilmente me desviaria dali se quisesse, mas eu sabia que ele não o iria fazer.

Esperei até Scorpius estar longe de vista para começar a falar.

—James Sirius Potter, tu deves ter-te esquecido de toda a conversa que tivemos mais cedo. E de todas as conversas anteriores.

—Quais conversas? Aquelas em que tu choravas no meu colo por causa de toda a merda que aquele gajo fez?

—Tu já sabes a história verdadeira, Sirius. Já sabes porquê que ele teve de ir embora. Nós já falamos sobre isto mais do que uma vez.

—Eu sempre te disse que, mesmo que ele tenha feito o que fez para te proteger, ele tinha o dever de arranjar uma maneira de te contar. Além do mais, a Nott continua à solta. Continua à solta para te fazer mal. Para fazer mal ao teu bebé.

 -Eu estou a tratar desse assunto. Devias de ter mais confiança na tua prima, Sirius.

—Se tratar do assunto é andares por aí a fazer sexo com o Malfoy com o risco de ser apanhado pela Nott, então tenho de dar-te os parabéns.

—Estás a abusar, Sirius. – avisei em tom sério – Tu achas mesmo que eu não tinha este encontro todo planeado? Tu achas mesmo que eu não arranjei uma maneira de a Nott não saber que o Scorpius estava comigo e não com Albus? Tu achas mesmo que eu sou burra ao ponto de colocar-me em risco? De colocar o meu filho em risco?

—Não… - respondeu Sirius, agora mais contido.

—Nós temos um plano para tirar a Nott da nossa vida de uma vez por todas. E nós vamos conseguir fazê-lo. O que acontecer depois, só o destino é que saberá.

—Isso quer dizer que estás realmente a cogitar a hipótese de voltar para o Malfoy?

—Eu não sei, Sirius! – gritei, deitando para fora todas as minhas frustrações – Eu não sei como vai ser o dia de amanhã. Eu não sei se vou voltar a ficar com o Scorpius. Eu não sei se vou encontrar outra pessoa. Eu não sei de nada. Porque a minha única preocupação, neste momento, é livrar o meu filho de todas estas ameaças.

—Então o que foi isto que eu encontrei?

—Eu não neguei que continuava apaixonada pelo Scorpius, pois não? Tu próprio me apoiaste quando eu falei contigo. Ambos concordamos que o coração não escolhe quem ama. Eu falei com ele. Eu disse que primeiro iriamos resolver a questão Nott. Mas o que tu viste, acabou por acontecer. De uma forma completamente natural. Por isso, por favor, não me olhes com esse olhar incriminatório.

—Achas que, mesmo depois de tudo o que aconteceu, tu consegues voltar a ter uma relação com ele? – perguntou Sirius em tom baixo. Ele sabia que tinha pisado na linha a partir do momento em que tive de gritar com ele. Ele sabia que tinha ultrapassado alguns limites. Mesmo sendo o meu melhor amigo.

—Honestamente, não sei. Passaram-se oito anos.

—Desculpa ter reagido como reagi. – desculpou-se Sirius, abraçando-me – Tu sabes o quanto me preocupo contigo. Esta reação foi completamente automática. Eu quero proteger-te de tudo. Tudo, Rose.

—Eu sei, Sirius. – respondi – Mas tu também tens de saber que eu já não sou nenhuma criança. Apesar de às vezes me comportar como tal. Tu tens de saber que eu sei lidar com os problemas. Porque a Nott e o Scorpius são um problema meu.

—Por mais que não queiras, a Nott e o Scorpius também são um problema meu, Rose. Enquanto aquela gaja estiver solta, tu estás em perigo. Por isso sim, também é um problema meu. Por isso gostava de saber qual o vosso plano para apanhar a Nott.

Encarei o Sirius. Ele queria realmente saber o plano.

—Vamos recorrer a um gravador. – contei, continuando a encará-lo – O Scorpius vai manipular a Nott de modo a que ela confesse tudo.

—E achas que ele é capaz disso? – perguntou Sirius. O seu tom não tinha qualquer tipo de crueldade. Não tinha qualquer tipo de ironia. Sirius queria mesmo saber.

—Por mais cruel, manipuladora e cabra que a Nott possa ser, o Scorpius é o seu ponto fraco. Basta ver até que ponto ela chegou para ficar com ele. Por isso acredito que ele consiga.

—Então eu também acredito. – disse Sirius agarrando na minha mão – Apesar de continuar de pé atrás com aquele… - Sirius hesitou antes de continuar – Com o Malfoy.

—Obrigada, Sirius. – agradeci, abraçando-o – Lembra-te sempre que és uma das pessoas mais importantes da minha vida.

—Tu também és, Rose. – respondeu Sirius fazendo-me sorrir.

—Já agora, o que é que estás aqui a fazer? Em casa do Albus? – perguntei, lembrando-me que não estávamos em minha casa.

—Vim buscar uma coisa para a Domi. E tenho a chave de casa do Albus. – respondeu Sirius, sorrindo.

—----//-----

Sirius acabou por me trazer a casa. Por mais que a Nott estivesse mais calma agora, Sirius quis certificar-se que eu chegaria a casa segura.

Octavia e Albus ainda estavam acordados. Encontravam-se no sofá, abraçados, a ver um filme.

Isso tinha sido uma das mais invenções não mágicas que eu tinha em casa. Uma televisão. E netflix, claro.

—Demoraste. – disse Octavia notando a minha presença – Temos alguma novidade?

Ponderei muito na minha resposta. Octavia ainda não sabia a verdade. Pelo menos, eu achava que não. E, naquele momento, eu não sabia se era seguro ela saber. Pelo menos enquanto não estivesse tudo resolvido.

—Não. – respondi, tentando desviar-me da conversa.

Albus encarou-me como se eu tivesse cometido algum crime.

—Vejo que andamos a aprender alguma coisa com o Malfoy. – respondeu Octavia, levantando-se – Eu vou dormir.

Octavia saiu sem dizer mais nada. Albus seguiu os seus movimentos até ao quarto. Quando Octavia fechou a porta, Albus falou.

—Acho que não foi a resposta mais acertada, Rose.

—Que querias que eu lhe dissesse, Albus? – perguntei, sentando-me ao lado dele – Já bastam as pessoas que estão em perigo.

—Ela podia ajudar. – argumentou Albus – Rose, ela podia realmente ajudar.

—Ela ainda está ressentida com ele, Al.

—Porque ele simplesmente não lhe disse nada, Rose.

—E achas que lhe devo contar? – perguntei.

—Sinceramente, sim.

Levantei-me e segui em direção ao quarto da Octavia.

—Octavia, deixa-me entrar. – pedi, batendo na porta. Não obtive resposta.

Abri a porta na mesma. Eu conhecia suficientemente bem Octavia para saber que ela estava simplesmente a ignorar-me.

Tal como suspeitava, Octavia ainda estava acordada.

—Precisas de alguma coisa? – perguntou Octavia num tom frio.

—Preciso. Está na altura de saberes a verdade.


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Notas finais do capítulo

Que acharam dos momentos Scorose? Que acharam da reação do Sirius? Concordam? Que acharam da conversa entre o Sirius e a Rose? E, por fim, concordam com a atitude de Octavia? Acham que a Rose lhe deve contar a verdade?
Contem-me tudo nos comentários :) Beijos ♥



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