Lost escrita por Li


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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—Acho que está alguém a bater à porta. – comentou Nico, ao meu ouvido.

Nico tinha ficado. Mesmo admitindo que tudo aquilo era uma despedida. Eu também sabia que era. E sabia que o certo era deixá-lo ir. Que o certo era ele ficar longe de mim. Mas, neste momento, eu não conseguia.

—E se ignorarmos? – sugeri, aconchegando em Nico – Se não fizermos barulho, ninguém sabe que há gente em casa.

—Rose, nós não podemos ficar aqui para sempre. – disse Nico, continuando a fazer cafuné na minha cabeça – Temos de encarar isto como adultos, Rose. Já falamos disto.

—Rose Granger Weasley, eu sei que estás aí por isso abre a porta!! – ouvi gritar. Primeira conclusão, era Sirius do outro lado da porta. Segunda conclusão, eu teria mesmo de abrir a porta, Sirius não me daria outra alternativa.

Relutantemente, comecei a levantar-me. Ainda tive esperanças que Nico me impedisse e que adotasse a minha ideia de fingir que ninguém estava em casa. Mas ele não o fez. Deixou que me levantasse. Deixou que me vestisse. Mas sem nunca tirar os olhos de mim.

—Não te vais levantar? – perguntei temendo qualquer uma das repostas que ele desse.

—Vou deixar que fales com o teu primo. – disse Nico não se mexendo um centímetro.

Como é que eu podia deixar fugir este homem?

Não fazia a mínima ideia de que horas eram. Mas era horas suficientes para o treino de James ter terminado.

—Bom dia também para ti, priminho. – cumprimentei deixando-o entrar.

—Como assim bom dia? Já passa da hora de almoço. – disse Sirius. Ele estava sério – Onde está o Nico?

—Como…

—Nem penses terminar essa resposta com uma pergunta. – disse Sirius. Ele parecia mesmo chateado – Onde está o Nico?

Antes que eu pudesse responder, Nico apareceu. Já vestido.

—O que é que te passou pela cabeça? – perguntou Sirius dirigindo-se a Nico. Algo muito estranho se passava com o meu primo.

—Só foi um treino. – respondeu Nico tentando aliviar a ambiente ali criado pelo meu primo. Porque, na verdade, Nico tinha enlouquecido quando percebeu o que tinha feito, ou seja, quando percebeu que tinha faltado ao treino.

—Não digas que foi só um treino. Tu sabes perfeitamente que era o treino antes do jogo. O treinador decidiu que não irias jogar de início.

—Eu faltei a apenas um treino. – tentou contestar Nico.

—Pois mas ele soube que ontem à noite andaste nos copos. – respondeu Sirius.

Nico ficou completamente sério. Ele, mais que todos, sabia as regras. Era estritamente proibido beber álcool durante a época.

—Mas como é que e…

—Foi o Robinson. – respondeu Sirius à pergunta incompleta de Nico.

—Aquele cabrão…

Tanto Nico como Sirius odiavam esse Andrew Robinson. A razão? Robinson era um completo idiota. Achava-se melhor que todos e não tinha qualquer problema em prejudicar os colegas desde que isso o favorecesse assim.

Ele sabia perfeitamente que Nico e Sirius eram melhores que ele. Ele sabia disso. E faria de tudo para os prejudicar. Nico ter bebido na noite anterior tinha sido a oportunidade de ouro para ele. E a culpa era minha.

—Eu tenho que resolver isto. – disse Nico, pegando no casaco e preparando-se para sair – Rose, nós…

—Eu sei. – respondi de modo a que ele não terminasse a frase. Eu sentia que aquilo era uma despedida.

Nico saiu. Sirius ficou.

—Está tudo bem? – perguntou Sirius já sabendo qual seria a minha resposta. Ele conhecia-me demasiado bem.

—Eu depois conto-te tudo. Temos muito que falar. – respondi – Agora vai atrás do Nico que ele ainda vai cometer uma loucura.

—Acho também que é melhor. – disse Sirius, despedindo-se de mim com um beijo na testa e saindo deixando-me sozinha.

Decidi não comer nada. Estava demasiado maldisposta para colocar algo no estomago. Em vez disso, fui tomar um banho. Não um duche como ultimamente fazia devido à correria que era a minha vida, mas sim um daqueles banhos demorados.

—----//-----

Estava sentada no sofá a ler um livro de feitiços quando Octavia chegou. O seu semblante era completamente sério. Alguma coisa se tinha passado.

—Ah está aí, Rose. Nem te vi. – disse Octavia pousando a carteira e caminhando até à cozinha.

—Passa-se alguma coisa? – perguntei, sabendo qual seria a resposta. Só não saberia se ela estaria disposta a falar do seu problema comigo.

—É o idiota do teu primo. – respondeu Octavia, sem me encarar.

—O que é que ele fez? – perguntei tentando obter alguma resposta de Octavia. Normalmente, ela aborrecia-se com o meu primo por razões sérias. Ela não era o tipo de rapariga que se chateava por qualquer coisa.

Octavia continuou sem me encarar. A sua mão tremia. Todo o seu corpo tremia.

Sem que quisesse, o copo que tinha na sua mão partiu.

—O. – levantei-me e dirigi-me perto dela. A sua mão sangrava – Anda até ao sofá.

Guiei-a até ao sofá. A sua mão continuava a sangrar abundantemente. Mas ela continuava sem qualquer expressão no rosto.

Peguei na minha varinha.

Episkey. – proferi. Aos poucos, a sua ferida começou a fechar. O sangue que permanecia era aquele que ela já tinha perdido.

—Obrigada. – sussurrou Octavia em tom fraco. Ela tentava conter as lágrimas.

—O, por favor, diz-me o que se passou. Eu estou a ficar realmente preocupada contigo.

—Eu sempre disse que me devia manter longe do Potter, sabes? – perguntou retoricamente – Mante-lo como amigo.

—Isso não és tu que decides. – respondi, tentando acalmá-la. Por dentro, os meus pensamentos iam para as mil formas que eu tinha de matar Albus Severus Potter – Tu não tens poderes sobre os teus pensamentos.

—Eu podia ter evitado. Eu podia ter evitado tudo isto. O Scorpius tinha ido embora. – Octavia interrompeu-se por um minuto – Desculpa.

—Não faz mal, O. Eu sei que também foi muito difícil para ti quando o Malfoy foi embora.

—Eu podia ter deixado o Albus para lá. Nós só nos dávamos por causa do Scorpius. Além disso, ele tinha namorada. Que falasse das suas frustrações com ela. Não comigo. Eu ter cedido a todas as vezes que ele pediu para me encontrar foi o que me levou a isto. Eu apaixonei-me por ele quando ele ainda tinha namorada.

Octavia nunca tinha confessado isto. Várias vezes lhe perguntei mas a resposta dela era sempre a mesma. Eu estava a ver coisas onde não existiam. E, como ela dizia também, Albus tinha namorada e aquela era para casar. Mas não foi.

—E depois ele acabou com a Longbottom e deixou-se estar sossegado durante dois aninhos. Até que se lembrou de meter conversa comigo, de uma maneira diferente da que ele tinha feito ao longo de todos estes anos. E a burra foi atrás, Rose. A burra que nem uma porta, que tentava disfarçar mas que estava caidinha por ele há anos, caiu na dele. Diz-me como é que eu consigo ser tão idiota.

—Octavia, tu não és idiota. Eu ainda não sei o que aquele maldito de um raio fez, mas já estou com vontade de o esganar. – falei da forma mais controlada possível.

—Ele esteve com ela hoje. – completou Octavia.

Ela não precisou de dizer mais nada. Eu sabia quem era essa ela. Era Alice.

—Eu não estou a tentar defendê-lo Octavia e eu sei que deve ser difícil para ti vê-lo com ela, mas tu sabes que eles não se podem evitar para sempre. Ela trabalha no Ministério. Ela precisa de ir a Gringrots.

—Tu não estás a entender, Rose. Sim é difícil para mim vê-los juntos mas eu nunca faria uma cenas destas se os visse apenas a conversar. Rose, eles estavam demasiado próximos para aquilo ser só uma conversa. – disse Octavia completando a última parte num murmúrio – Eu não fugi, Rose. Eu já não sou nenhuma adolescente para fugir. Eu fiquei. Eu falei. Eu perguntei ao teu primo o que se estava a passar ali. Ele teve a oportunidade de se defender. E sabes o que ele fez? Não disse uma única palavra. Uma única! Então eu vim-me embora.

Eu não sabia o que dizer. Por mais que eu quisesse dizer alguma coisa, por mais que eu quisesse tentar defender Albus, ele não tinha defesa possível. O facto de não se ter tentado defender já queria dizer tudo. Ele sentia-se culpado. Culpado porque tinha feitos asneiras.

Levantei-me e segui até à cozinha.

Wingardium leviosa. – proferi fazendo com que todos os vidros se levantassem. Coloquei-os no lixo.

Depois disto, segui até ao frigorífico e peguei nuns ovos. Octavia precisava de comer. E eu também. Estava cheia de fome.

Preparei tudo e obriguei Octavia a comer. Ela não proferiu nada durante o jantar. Ela não tinha mais palavras a dizer. Eu também não.

Após arrumar tudo, convencia-a que o melhor era ela deitar-se. Amanhã seria um novo dia e ela sentir-se-ia melhor. Pelo menos, eu esperava.

O que Octavia não sabia era que, eu sairia depois de ela adormecer. Eu e Albus teríamos uma conversa muito séria.

—----//-----

As luzes de casa de Albus ainda estavam ligadas o que significava que ele ainda estava acordado.

Demorara horas para Octavia adormecer. Ela rebolava-se na cama, ela colocava-se de todas as maneiras possível mas o sono não vinha. Até que eu a aconselhei a tomar alguma coisa. Ela precisava de descansar.

Bati à porta. Ninguém veio. Voltei a bater. Albus estava a testar a minha paciência.

Não foi Albus que abriu a porta. Foi Scorpius.

—Rose. – disse Scorpius, surpreendido. Ele não esperava a minha presença ali, aquelas horas – Albus, a Rose está aqui.

—Escusas de me anunciar, ele já vai perceber perfeitamente que eu estou aqui. – respondi, abrindo completamente a porta para conseguir passar. Scorpius nem se mexeu.

Por mais que eu quisesse bater em Albus, eu parei. Albus estava deitado no sofá, com um cobertor sobre si e parecia olhar o infinito.

—Está assim desde que cheguei. – disse Scorpius, assustando-me. Não esperava que ele estivesse tão perto de mim – Apenas o vi mexer quando veio abrir-me a porta. Não sei o que se passa. Ele não disse uma única palavra.

Eu apenas o encarava. Ele realmente não se mexia. Ele nem parecia ter dado conta da minha presença.

Os seus olhos encontraram os meus. E se, naquele instante Albus estava deitado, no instante seguinte, ele estava ao pé de mim, com as mãos sobre os meus ombros.

—Como está a Octavia? – perguntou, encarando-me. A sua voz saiu rouca por causa do tempo que esteve calado – Como é que ela está?

Eu queria gritar. Eu queria gritar com ele. Ele disse-me que não sentia nada por Alice. Disse-me que gostava de Octavia. E depois colocou Octavia naquele estado. Mas…ao mesmo tempo, ele também estava assim.

—Como assim como é que ela está? – perguntei, sussurrando. Eu não conseguia gritar com ele – Tu sabes perfeitamente como ela está. Depois da grande burrada que fizeste.

—Eu não fiz nada. – disse Albus tentando defender-se.

—Como assim não fizeste nada? – perguntei não conseguindo controlar a minha elevação de voz.

—Nada de nada, Rose. Eu juro.

—Não foi a versão que a Octavia me contou. – disse, tentando não acreditar nele. O que ele dizia parecia ser verdade.

—Ela não viu nada porque não houve nada, Rose. Sim, quando ela chegou, eu e a Alice estávamos próximos mas isso era apenas porque a Alice me tentou beijar. Mas eu não deixei. Eu juro. Eu amo demais a Octavia para lhe fazer uma coisa dessas.

—Então porquê que não lhe disseste isso? – perguntei – Ela disse que te perguntou o que se estava a passar e tu não disseste nada.

—Eu entrei em pânico, Rose. Eu estava ali com a minha ex-namorada e a mulher da minha vida tinha acabado de nos ver. Próximos. Eu não conseguia dizer nada.

Por mais que as provas tivessem contra Albus, eu acreditava nele. O amor que ele sentia por Octavia estava estampado no seu rosto.

—Está na hora de ires para a cama, Al. – disse pegando na sua mão e conduzindo-o até ao seu quarto.

—Mas e a…

—Amanhã tratamos disso, Al. O que precisas agora é de dormir. E a Octavia também. Amanhã vocês falam com calma. Eu garanto-te isso.

Albus agradeceu e deitou-se na cama.

—Foi mesmo muito grave o que ele fez, não foi? – perguntou Scorpius quando estávamos sozinhos.

—A Octavia estava destroçada. – respondi enquanto arrumava o cobertor que estava em cima do sofá – Por mais que ela quisesse disfarça, ela não conseguia.

—Do bem que conheço a Octavia, nunca pensei ouvir que ela esteve assim tão frágil.

—Pois acredita, ela esteve. – respondi – Scorpius estás a usar algum perfume? – perguntei. Aquele cheiro estava a enjoar-me.

—Só a colónia. – respondeu.

Mas eu já só o ouvi ao alto. A essa hora eu já estava a vomitar todo o jantar que tinha no estomago.

No instante seguinte, Scorpius estava ao meu lado a segurar o meu cabelo.

—Estás bem? – perguntou Scorpius quando me afastei da sanita.

Comecei a pensar no meu dia. A má disposição. E depois comecei a pensar no meu período. Eu estava atrasada.

—Merda. – suspirei.


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Notas finais do capítulo

Um cheirinho de Rose e Nico, que acharam? E que acharam desse Robinson? Como acham que foi a conversa entre o Nico e o treinador? Que acharam do que aconteceu com a Octavia? Acreditam que o Albus realmente foi capaz disso? Que acharam da conversa entre o Albus e a Rose? E, por fim, que acharam destes momentos finais?
Contem-me tudo nos comentários :)
Beijos ♥