Hero escrita por spyair


Capítulo 9
A prova


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Primeiramente descuplinha pelo meu erro. Postei o capítulo oito duas vezes sem querer haha (rindo mas é de nervoso).
Aí está mais um capítulo pra vocês, então nos vemos nas notas finais.



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No caminho de volta para Shibuya, paramos em um laboratório para solicitar um teste de DNA. Eu simplesmente não iria nutrir a menor esperança de que aquele homem é meu pai antes de saber com certeza.

— Vão mandar os resultados para o meu escritório amanhã — informou quando deixamos o laboratório.

— Rápido assim? — me espantei. Geralmente essas coisas costumam demorar mais que um dia.

— Eu dei um jeitinho — Hydro piscou para mim.

Hydro… Seu nome verdadeiro era Kurihara Hayate, ou seja, se aquilo tudo fosse verdade uma hora ou outra eu deixaria de ser Midoriya Hanae e passaria a ser Kurihara Hanae?

Não, definitivamente não! Eu sempre serei Midoriya Hanae!

Afastei aqueles pensamentos, decidida a não ter uma crise existencial logo agora.

O percurso até a agência foi tranquilo, mas logo na recepção Minami, a moça do balcão, informou que tínhamos um vilão algumas quadras adiante.

— Vamos lá, Hanae! — Hydro chamou, correndo rapidamente até a saída.

Sorri, uma felicidade tomando conta do meu peito. Eu iria ver um herói profissional em ação, bem de pertinho. Corremos apressadamente pelas ruas de Shibuya, desviando das pessoas no caminho até o local do incidente. Era possível encontrar um vilão de grande porte, vários destroços e estilhaços ao seu redor, atrás dele uma mulher com uma criança se abraçavam. A criança chorava e gritava, enquanto a mãe tentava acalmá-lo, mas não conseguia esconder seu desespero.

— Hanae, eu vou distrair ele e você ajuda os reféns a fugirem, okay?!  — ele disse quando ultrapassamos a multidão de pessoas que se acumulava alí.

Assenti. Hydro foi de frente até o vilão, emboscando-o com diversos ataques e golpes, e por mais que eu sentisse vontade de observar, tinha uma missão a cumprir. Dei a volta no local, evitando o espaço onde Hydro batalhava com o vilão. Logo alcancei a mulher, que agora não conseguia conter as próprias lágrimas.

— Está tudo bem, agora! Estão machucados? — indaguei, aproximando-me dela. A mulher negou com a cabeça, me encarando desesperada. — Certo, venha comigo! — pedi, ajudando-a a levantar junto de sua criança. Eu a conduzi até longe daquele espaço, novamente tomando distância do conflito. Quando nós três já estávamos longe o suficiente do vilão, tornei a me virar para a mulher.

— Muito obrigada, heroína! — ela agradeceu, seu sorriso radiante enquanto apertava a criança que devia ser seu filho nos braços, antes de correr pela rua afora.

Heroína.

Foi a primeira vez que alguém se dirigiu a mim daquela forma.

Não pude deixar de sorrir, fechando as mãos em punhos antes de virar-me para Hydro, que já havia conseguido conter o vilão. Levou algum tempo até que a polícia chegasse para levar o vilão.

— Ótimo trabalho, Hanae — Hydro elogiou, colocando sua grande mão em minha cabeça e bagunçando levemente meus cabelos.

— Você também, pai — aquilo saiu da minha boca sem que eu pudesse realmente pensar, mas eu não corei e tentei retirar o que tinha dito. O sorriso de orgulho do homem à minha frente valeu mais do que qualquer vergonha que eu fosse capaz de ter.

***

Um dia depois do incidente o resultado do exame chegou.

— Você pode subir, Hanae-chan — Minami informou quando eu me aproximei do balcão de informações. — O resultado está com ele.

Agradeci e rumei até as escadas, podo-me a subir degraus, amaldiçoando o arquiteto que havia desenhado aquele prédio. Por que não colocar um elevador?!

Após diversos lances de escadas eu cheguei ao andar desejado. Bati na porta antes de entrar, encontrando Hydro sentando confortavelmente em uma cadeira.

Nada heroico.

— E aí? — indaguei logo.

— Bom dia também, Hanae — ele me repreendeu com o olhar. Droga, parece a minha mãe. — Aqui estão, eu ainda não abri. Achei que você fosse querer saber primeiro — o herói me estendeu um envelope branco com o símbolo do laboratório que havia realizado os testes. Apanhei o envelope, as mãos trêmulas. Retirei o lacre cuidadosamente, puxando o papel de dentro.

Dentre vários dados que constavam no papel, meus olhos focaram apenas na palavra "Positivo". Com um sorriso e lágrimas nos olhos, devolvi os papéis para que Hydro pudesse ver.

Por mais que ainda houvesse um longo caminho a percorrer até que ele se tornasse realmente meu pai, agora eu sabia com certeza que aquele homem era meu pai biológico. Eu podia nutrir todas as esperanças do mundo!

Aquele já era o meu quarto dia de estágio, então eu achei melhor esperar para contar à Izuku e mamãe sobre Hydro no dia seguinte, pessoalmente. Hydro me levou para a estação de tem ao fim do quinto dia, despedindo-se de mim com um abraço.

— Irei manter contato — assegurou.

— Ah, depois que eu contar para a mamãe sobre você, é impossível que não mantenha — ri nervosamente, já imaginando que minha mãe iria querer conhecer meu pai biológico o quanto antes.

Dei-lhe um segundo abraço antes de embarcar no trem que já iria partir. Encontrei um assento vazio logo e coloquei minha mochila no bagageiro acima de minha cabeça para então me sentar.

A viagem passou mais rápido do que eu pudesse imaginar e logo eu já estava caminhando até a minha casa. Tirei o molho de chaves do bolso lateral da mochila, enfiando a chave na fechadura para destrancar a porta.

— Cheguei! — anunciei ao entrar em casa, tirado meus tênis no genkan.

— Bem vinda, minha filha! — mamãe saudou, brotado do nada. — Como foi de estágio? Pensando bem, ainda bem que você foi estagiar fora, assim não se meteu na confusão que houve em Hosu, diferentemente do seu irmão. Soube que ele se machucou? Ah, eu não sei o que eu faço com o Izuku, cada dia que se passa ele se machuca mais e mais — a mulher começou a falar sem intervalos.

— Sim, sim, eu soube. Ele já chegou em casa?

— Recebeu alta hoje de manhã, está no quarto.

Assenti, largando minha mochila no sofá e rumando direto para o quarto de Izuku.

— Nii-san? — chamei baixinho, abrindo a porta de seu quarto. Ele estava jogado numa cadeira em frente à escrivaninha, entretido em seu computador. Aproximei-me dele sorrateiramente, cuidando para não tropeçar ou pisar em nada. Ao estar próxima o suficiente dele, puxei o fone que estava plugado em seus ouvidos.

— Ah! H-Hanae! Não faça isso! — ele ralhou, girando na cadeira para me encarar.

— Você parecia muito entretido aí, o que estava olhando? — fiz ele dar espaço na cadeira para que eu sentasse junto.

— As notícias sobre o Assassino de Heróis…

Corri os olhos pela tela, encontrado apenas informações sobre como Endeavor havia derrotado o vilão.

— Por que tudo o que eu consigo encontrar é Endeavor? Não falaram nada sobre vocês?

— Bem… Não, e nem vão. Como Todoroki-kun, Iida-kun e eu ainda não temos permissão para usar nossas Individualidades, acharam melhor abafar essa parte, ou então nós três seríamos punidos.

— Que ridículo — revirei os olhos. — Vocês fazem o trabalho pesado e o Endeavor fica com todo o crédito.

— É melhor assim Hanae. Se a notícia de que fomos nós que lutamos saísse a público nós teríamos que pagar o preço por ter usado nossas Individualidades sem permissão — Izuku explicou, fechando todas as abas do Google.

Dei de ombros, levantando da cadeira.

Juntos fomos ajudar mamãe a colocar a mesa para jantarmos. Enquanto comia de meu yakisoba, ouvia atentamente o discurso de mamãe para Izuku a respeito do estágio.

— Eu já sei que tenho que tomar mais cuidado, okaa-chan — Izuku pôs um fim na discussão, olhando para mim por cima do copo de suco de laranja que ele tomava. — E você, Hanae? Como foi o seu estágio?

— Bem, aconteceu algo realmente interessante… — comecei, pousando meus hashis no prato. — Okaa-chan, lembra do bilhete que eu achei outro dia?

— Que bilhete? — Izuku pediu, vendo minha mãe concordar com os olhos fixos em mim. Puxei o bilhete do bolso da minha calça, entregando para que Izuku lesse.

— Eu encontrei o remetente. O herói com quem fui estagiar é meu pai.

— Hydro é seu pai?! — o queixo de Izuku caiu, enquanto mamãe estava sem palavras. Balancei a cabeça positivamente. — Que incrível Hanae! Você sempre quis saber sobre seus pais biológicos.

Sorri, balançando a cabeça positivamente de novo. Izuku tocou o meu ombro, feliz por mim. Porém a falta de palavras de mamãe me deixou preocupada.

— Okaa-chan, está tudo bem?

— Você pensa em morar com seu pai? — ela indagou repentinamente.

— O quê? Claro que não!

— Mas ele é seu pai biológico… Pensei que você fosse querer ficar próxima de sua verdadeira família, agora que a encontrou...

— Não, vocês são minha família! — olhei no fundo de seus olhos. — Claro que eu quero me aproximar mais dele, mas nunca irei deixar vocês dois!

— Tem certeza? — ela pediu, seus olhos marejados. Assenti com um sorriso, o que a acalmou. — Bom, mas traga ele aqui qualquer dia, quero conhecê-lo o quanto antes!

Como eu suspeitei.

— Você é quem manda.

***

Na segunda feira, tudo ocorreu como normalmente ocorre até chegar à escola.

Eu acordei, levantei da cama amaldiçoando meu despertador e qualquer um que passasse em minha frente, estressei-me com a demora de Izuku no banheiro, tomei um banho quentinho e fiz minha higiene matinal. Vesti meu uniforme da maneira que sempre uso, tomei um café da manhã reforçado (Aparentemente mamãe está com medo que eu decida ir morar com meu pai, então ela está me mimando bastante. Não posso dizer que não gosto), e saí junto com Izuku para pegarmos o trem que nos levaria até a escola.

O percurso até a sala de aula foi excepcionalmente calmo, o que me alegrou bastante.

Ao chegarmos à porta da sala, tive uma pequena surpresa. Um garoto estranho de cabelos lambidos também havia parado naquela porta. Mas eu tinha certeza que ele não era aluno da sala 1-A. O garoto estava de costas, então podia ser que eu estivesse enganada.

— Com licença, mas quem é você? — chamei, tocando no ombro do garoto. Como se fosse um demônio incorporado naquele corpo, o garoto virou o rosto para me encarar. — Bakugou?! — não pude deixar de conter uma gargalhada alta. Jamais em toda a minha existência neste planeta eu poderia imaginar ver Katsuki Bakugou com os cabelos lambidos como se um boi houvesse passado a língua ali.

Izuku cobriu a boca com a mão para esconder suas risadas.

— Parem de rir, porra!

— Por acaso você foi estagiar com um boi?! — apoiei-me em seu ombro para não cair.

— Cale a boca! — ele empurrou minha mão de seu ombro, fazendo com que eu desabasse de joelhos no chão, mas aquilo não me incomodou. Eu estava entretida demais rindo.

Nesse momento Kirishima apareceu na porta.

— O que aconte... — antes mesmo de terminar sua frase ele já havia explodido em gargalhadas assim como eu.

— Vão pro inferno! Não importa quantas vezes eu lave, ele não volta ao normal!

Depois de alguns segundos minha barriga já começava a doer e meus olhos lacrimejavam.

— Vão se foder, seus merdas, ou vou matar vocês! — Bakugou vociferou, empurrando Kirishima da frente da porta para poder entrar.

***

 O tempo correu bastante rápido devido aos estágios e provas, e logo era chegada a época do exame de final de período. A escola iria levar todos os alunos que passassem para uma viagem de verão, então todos estavam bastante animados. Alguns, animados do jeito errado.

— AAH! Eu não estudei nada! — Kaminari berrou quando eu lhe lembrei que faltava apenas uma semana para as provas. — Com os estágios e o Festival Esportivo, como eles esperavam que desse tempo para a gente estudar?! — o garoto choramingou, apoiando a cabeça no meu ombro.

— Calma, calma, Kaminari-kun — acariciei seus cabelos, prendendo a vontade de rir.

— Todos nós iremos conseguir passar com êxito nas provas e iremos acampar juntos! — Iida apareceu gritando do nada, com seu habitual entusiasmo. É, ele voltou.

— Vocês só dizem isso porque tiraram notas ótimas nas provas de meio período — o garoto loiro murmurou, ainda pendurado no meu ombro.

— Se você prestar atenção nas aulas, não vai reprovar — Todoroki também entrou na conversa. Foi a gota d’água para Kaminari desatar a chorar. Repreendi Todoroki com o olhar enquanto tentava acalmar o loiro.

— Bem, talvez eu possa lhe dar alguns conselhos para o exame teórico — Yaoyorozu sugeriu, fazendo com que Kaminari parasse de molhar meu uniforme.

— Podemos estudar todos juntos! — concordei, mais uma vez acariciando o cabelo de Kaminari, que ainda não havia me largado.  — Kaminari-kun, se recomponha, sim?

— Posso estudar com vocês? Tenho algumas dúvidas em função quadrática — Kyouka pediu, aproximando-se de nós.

— E eu preciso de ajuda em japonês clássico — Sero também veio, as mãos juntas em formato de prece.

— É claro que sim! — Yaoyorozu comemorou erguendo os braços no ar, completamente feliz.

Os dias daquela semana seguiram recheados de idas á biblioteca. Por muitas vezes eu tive que escolher entre assistir aula ou ficar estudando um pouco mais  junto com Ashido e Kaminari. Venhamos e convenhamos, estudar para o exame final é a prioridade máxima. Uma falta não mata ninguém.

A prova teórica seria baseada em nossa grade curricular, então não deveria haver grandes problemas quanto a ela, o problema seria a prova prática onde não sabíamos o que iríamos enfrentar, ou seja, deveríamos revisar todos os módulos que havíamos recebido no período. Treinamento de combate, treinamento de resgate e módulos básicos de treinamento.

Como eu suspeitei, ao fazer a prova teórica eu constatei que não era nada absurdamente difícil. Apesar de extensa, bastava apenas um pouco de raciocínio para resolver a maioria das questões, então eu tirei de letra.

Chegado o dia da prova prática, todos vestiram seus uniformes de herói e rumaram para o local onde aconteceria a prova, encontrando lá nove professores e o diretor.

— Certo, então vamos começar o exame prático. — Aizawa-sensei introduziu — Neste exame também existe uma nota mínima para passar, então se pretendem ir para o acampamento de verão é melhor irem bem nessa prova.

— Para prepará-los para as atividades de suas futuras carreiras de batalhas nossa educação deve simular da melhor maneira possível um combate real. Sendo assim, meus jovens, vocês formarão duplas e lutarão com um dos professores que aqui estão — explicou o diretor — Seus parceiros e os professores que enfrentarão já foram decididos com antecedência, baseamos nossas decisões em sua notas, comportamentos e dinâmicas interpessoais. Então, sem mais delongas...

A seguir os nome começaram a ser anunciados, eu prestava atenção em cada dupla, pensando de que maneira eles iriam agir de acordo com suas Individualidades combinadas e...

Oh, céus. Estou passando muito tempo com Izuku!

— Diretor versus Midoriya Hanae e Kaminari Denki! — anunciaram.

Direcionei meu olhar para o garoto loiro, que tremia dos pés a cabeça. Eu não o julgo. Lutar contra o diretor ia ser bastante difícil, quer dizer... É o diretor!

Nós dois faríamos a prova numa das réplicas de cidade da U.A, fomos de ônibus até lá. O objetivo da prova era prender o diretor com algemas ou então fugir pelo lado oposto ao que entramos. Optar por fugir era a escolha mais lógica, já que o diretor era um ser miúdo, e colocar algemas nele seria algo extremamente difícil.

Passei pelos portões de entrada junto com Kaminari, procurando atentamente pelo diretor.

— Estou muito feliz que fiquei com você! Digo, suas notas estão ótimas, você foi muito bem no Festival Esportivo, então é certeza que nós vamos passar.

— Não pense que eu vou fazer tudo sozinha! — exclamei, socando seu ombro.

 Ele gemeu de dor, continuamos a andar. Num certo ponto do trajeto, soou um barulho muito alto seguido de um prédio caindo. Eu soube na hora que era o diretor começando a agir. Kaminari e eu corremos para longe do desabamento, escalando outro prédio alto para ter uma visão melhor.

— Onde ele está? — o loiro indagou, nervoso.

— Mantenha a calma! Precisamos ficar calmos — me coloquei em posição de defesa, vasculhando todo o espaço com os olhos. — Procure algum movimento!

Passamos longos minutos apenas com o nosso silêncio, e eu comecei a ficar desesperada, esquecendo totalmente o conselho que havia acabado de dar ao Kaminari.

— Onde ele está?! — gritei, me virando para o garoto. — Se continuar assim, vamos ser reprovados!

— Não fale uma coisa dessas! — ele levou as mãos aos cabelos loiros, puxando-os para tentar se acalmar.

— Faça alguma coisa com sua Individualidade, droga!

— O time Todoroki e Yaoyorozu é o primeiro a terminar a prova! — anunciaram nos auto falantes.

Eu não preciso saber disso!

Cansei-me de ficar parada, então agarrei Kaminari pela gola e comecei a puxá-lo na direção do portão. Se o diretor não vai fazer nada, vamos aproveitar para sair daqui.

Porém meu plano foi totalmente falho. Antes mesmo de darmos dez passos, outra explosão veio, novamente seguida de um desabamento. Dessa vez, prestei atenção na direção oposta àquela que o prédio estava caindo.

— Lá está! — localizei uma bola de demolição se movendo. — Kaminari, ouça o que vamos fazer — puxei-o para perto de mim e comecei a contar meu plano, quando mais um prédio caiu. Segui contando-lhe enquanto corríamos para longe dos destroços — Entendeu?

— Deixa comigo! — ele sorriu destemido, indo na direção contrária á que eu ia. Com algum esforço, consegui escalar um alto prédio, focando-me na bola de demolição que vinha em minha direção. Não desviei, apenas esperei pelo impacto para agarrar a corda de aço que estava presa à bola. Segurando muito firmemente a corda, escalei-a, liquefazendo meu corpo quando destroços de prédios passavam por mim. Cheguei ao topo da corda, alcançando o braço mecânico do guindaste.

Escorreguei por ali, encontrando por fim a cabine onde o diretor estava. Nos encaramos por um segundo, antes de eu adentrar a cabine pela direita, liberando uma grande quantidade de água direcionada para o diretor como uma torrente. Aquela água preencheu a cabine inteira, causando um curto circuito no guindaste, mas eu sabia que o diretor não seria derrotado apenas por aquilo, e eu tive certeza quando ele apareceu de pé em cima da minha cabeça.

— Pensou que poderia me pegar com isso?

— Claro que não, senhor diretor! — eu sorri antes de liquefazer meu corpo por inteiro, moldando a água como um casulo em torno do diretor, exatamente como havia feito no Festival Esportivo. Em seguida, Kaminari surgiu pela esquerda da cabine do guindaste. Rapidamente ele tocou suas mãos no casulo de água, descarregando uma carga de eletricidade altíssima.

Obviamente aquilo feriu tanto a mim quanto ao diretor, já que água é um ótimo condutor de eletricidade, mas para passar naquela prova eram necessários sacrifícios. Quando eu já não aguentava mais aquela quantidade de energia atravessando meu corpo, liberei o casulo, refazendo meu corpo instantaneamente. Antes que eu atingisse o chão, Kaminari me agarrou.

— Ele está parado, é nossa chance! — avisou, correndo comigo nos braços. Aquele era nosso único plano, se não funcionasse seria o fim. Eu fechei os olhos, tentando recobrar as energias. Minutos depois, senti Kaminari parar, então abri os olhos. Apesar de sua feição estar quase no Modo Estúpido, ele sorria. — Conseguimos...

— Conseguimos? — olhei por cima de seu ombro, encontrando o portão de saída atrás de nós.

— Conseguimos!


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Campanha dos fantasmas desse ano: comente e faça uma autora feliz!
Vá além, PLUS ULTRA!



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