Hero escrita por spyair


Capítulo 8
Revelação


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Esse capítulo não tem tantas lutas como alguns anteriores, ele é mais recheado com revelações (como o título bem disse), então sem mais delongas, nos vemos nas notas finais!



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— Muito prazer, Hydro-san — cumprimentei com uma reverência. Eu precisava passar uma boa impressão se queria que esse estágio durasse por mais de três anos.

— Não precisa disso, Vitale — ele riu, colocando a mão em minha cabeça. — Agora, vá vestir seu uniforme. Nós iremos patrulhar!

— Sim, senhor! — andei apressadamente até o banheiro mais próximo e entrei no pequeno espaço, colocando minha mochila no chão e a maleta que continha meu uniforme na pia antes de trancar a porta. Despi-me rapidamente, trocando o uniforme da U.A pelo uniforme de herói que consistia em apenas um macacão azul claro simples que ia até meus joelhos com duas listras laterais preto-azuladas, meus habituais tênis azuis e luvas brancas. Sim, eu sou simplista. O tecido do macacão, assim como do uniforme esportivo fornecido pela escola, é feito com uma composição especial que Yaoyorozu criou para mim. Quando eu me transformo em água o tecido vem junto comigo, facilitando na hora da batalha.

Amarrei meus longos cabelos azuis em um rabo de cavalo alto, deixando a franja e algumas mechas soltas. Guardei o uniforme escolar na mochila e saí do banheiro, indo novamente até onde Hydro me aguardava. Ele me informou que eu poderia deixar a minha mochila na recepção e eu assim o fiz. Juntos saímos do prédio. Ao iniciar o percurso, Hydro me deu um pequeno discurso sobre o que são heróis e como eles recebem seu pagamento, além dos deveres de um herói. Após isso, ele mudou totalmente de assunto.

— Você está no primeiro ano, correto, Vitale? — concordei com a cabeça — Incrível! Quero dizer, eu vi sua performance no Festival Esportivo, você manipula água muito bem, mas ainda tem muito a melhorar.

— Eu sei…

— Sabe, na sua luta com o Bakugou você poderia simplesmente ter empurrado ele para fora do ringue enquanto ele estava preso, não acha? — o herói sugeriu.

— Eu cogitei essa possibilidade, mas ainda é difícil para mim controlar água fora do meu corpo. Apenas manter aquilo já me gastou muita energia, manter e empurrar então… Não sei se eu iria conseguir.

— Entendo…

Continuamos a caminhar, atentos às ruas e ao movimento das pessoas, quando eu voltei a falar.

— Hydro-san, você é um usuário de água como eu, não é? — o herói assentiu — Então, não poderia me dar algumas dicas?

— Fique calma, Vitale — ele riu — Teremos uma longa semana pela frente.

***

Meu primeiro dia de estágio se resumiu em patrulhas, nada realmente interessante aconteceu. A agência de heróis havia me arrumado um apartamento em Shibuya para que eu não precisasse ir e voltar todos os dias, por mais que tenha sido difícil fazer mamãe concordar com aquilo. No segundo dia Hydro focou-se em aperfeiçoar meu estilo de luta, ele me ensinou diversas técnicas que eu poderia usar em batalha, além de iniciar meu treinamento com manipulação de água.

Ele me fez perceber que eu estava fazendo de um jeito completamente errado, que era tentar criar novas moléculas de água do nada, e que tentar duplicar moléculas preexistentes em mim era muito mais simples.

— Incrível, Hydro-san! — exclamei ao fim do treinamento. — Dessa forma será bem mais fácil!

— E você não vai ter que recorrer ao encanamento todas às vezes — alfinetou com tom de riso. Tentei disfarçar minha vergonha, olhando para o relógio de parede da recepção.

Já passava das sete da noite, então eu me despedi do herói na porta do prédio.

— Preciso ir, Hydro-san...

— Espere! Você não quer ir comer alguma coisa?

O que ele é? Algum tipo de pedófilo?!

— Fico honrada, mas você é um pouco velho pra mim, não sei se daríamos certo e… — afastei-me dele, dando dois passos para trás.

— Hã? Não, não é isso que você está pensando! — tentou explicar, balançando os braços freneticamente.

Nada heróico…

— Eu preciso conversar com você, é sobre… O estágio.

— Okay, então… — analisei-o de cima a baixo, buscando sinais de mentira. Concordei, apenas com a condição de que fossemos num Café próximo à agência, que ocasionalmente ficava ao lado da delegacia.

Adentramos o local, ele foi pegar uma mesa e eu fui ao balcão. Pedi um macchiato, um expresso e uma torta de creme. Apoiei os cotovelos no balcão aguardando o pedido enquanto assistia despreocupadamente o notíciario que passava na TV. Nada de muito anormal, apenas as mesmas notícias de sempre. Tempo, esporte, algumas prisões de pequenos vilões, essas coisas de noticiário.

O que chamou minha atenção foi uma notícia sobre um Assassino de Heróis. Eu ouvi falar dele no Twitter, estava bastante falado, mas não prestei muita atenção na hora. Ao que eu me lembrava ele havia atacado um herói recentemente… Ingenium.

Parando para pensar, se não me falha a memória Iida é irmão do Ingenium. Deve ser por isso que ele estava tão estranho recentemente… E porque saiu mais cedo no Festival Esportivo… Como não prestei atenção em algo assim?!

A atendente retomou minha atenção quando chegou com meu pedido, que eu agradeci e levei até a mesa onde Hydro me esperava.

— Aqui está seu café… O meu café… E a minha torta de creme! — juntei as mãos em formato de prece, exclamando um sonoro "Itadakimasu" antes de começar a comer. Hydro repetiu meu gesto para então beber seu café.

Passamos um longo tempo conversando amenidades sobre super heróis, sobre os meus hobbies, as coisas que eu não gostava, meus amigos… Como se ele quisesse realmente me conhecer, saber mais sobre mim. Mas não de um modo sexual, era diferente…

— Hanae-san, eu… — antes que ele continuasse, ergui a sobrancelha — Ah, desculpe te chamar assim! Eu só achei que…

— Não, não. Está tudo bem, continue — acalmei-o com uma risada.

— Okay… Hanae-san, eu venho pensando á algum tempo se devo lhe contar isso tão repentinamente ou se ainda não chegou a hora… Mas… O que eu quero dizer é…

Antes que ele terminasse a frase, meu celular vibrou. O herói assentiu com a cabeça e eu chequei a notificação. Era uma mensagem de Izuku. Apenas uma localização. O que queria dizer?

Meu olhar se perdeu novamente na televisão, onde notícias eufóricas chamavam a atenção das pessoas presentes no estabelecimento. Várias notícias sobre um túmulo com alguns Nomu em Hosu, o mesmo lugar que a mensagem de Izuku informava.

— Ele está precisando de ajuda! — afirmei com convicção, levantando-me rapidamente.

Hydro seguiu meu olhar até a televisão, entendendo o que eu estava pensando com uma velocidade absurda.

— Você não vai pra lá!

— O quê? Mas é meu irmão que precisa da minha ajuda! — mostrei-lhe a mensagem.

— Você não sabe se é isso que a mensagem realmente quer dizer, e definitivamente não pode ir para Hosu quando tudo está um caos lá!

— Eu tenho que ir ajudar meu irmão!

— Você não vai! — ele disse, colocando um ponto final na conversa. — Não vou deixar você ir de cabeça para o perigo!

— Qual é?! Por que essa preocupação toda comigo?! — gritei, atraindo mais atenção do que o necessário.

— Porque... Eu sou seu pai!

Demorei muito tempo para processar aquelas palavras, foi como um soco direto no estômago. O homem á minha frente havia acabado de se dizer meu pai. Isso é o tipo de situação que eu sempre imaginei, algo com que sempre sonhei. Meu pai biológico.

Eu com certeza considerava Izuku meu irmão de sangue, assim como minha mãe. Tinha plena consciência de que eles eram a minha família.

Mas a possibilidade de esse homem ser meu pai biológico... Isso é completamente diferente do que eu sinto por Izuku ou mamãe. Ele é sangue do meu sangue, o que explica nossas Individualidades iguais, cabelos iguais e até nossos olhos são iguais.

— O que disse? Você é meu… pai? Como pode saber? Como pode ter certeza?! — pedi, desesperada, soltando o celular na mesa.

— Na noite em que tive que te deixar, eu deixei juntamente um bilhete, onde eu informava para a pessoa que te encontrasse que seu nome é Hanae. — confirmado — Era o nome da sua mãe… Eu sabia que se você carregasse esse nome eu te encontraria. Após isso não se passou um dia sem que eu pensasse em te encontrar novamente, e quando eu te assisti no Festival Esportivo eu soube com toda certeza que era você.

Á essa altura eu já estava chorando como um bebê.

— E agora que eu te encontrei… Que você está aqui na minha frente… Eu simplesmente não poderia aguentar te perder de novo, por isso não posso permitir que você vá para Hosu.

Direcionei meu olhar novamente para a televisão, que agora exibia imagens do Assassino de Heróis frente à frente com Endeavor e outros heróis.

— Por que você me abandonou? — pedi sem rodeios.

— Na época sua mãe havia acabado de falecer, logo após o seu parto. Eu estava desolado e fraco, e uma doença me atacou. Pensava que não teria mais que alguns meses de vida, eu não iria suportar te deixar sozinha no mundo.

— Então você achou melhor me deixar sozinha num beco?! — vociferei, limpando as lágrimas que escorriam com o dorso da mão esquerda. 

— Você não estava sozinha, eu fiquei lá, aguardando junto com você.

Mas a mamãe me disse que não havia ninguém lá. A não ser que ele estivesse liquefeito.. Sim, faz sentido vendo por esse lado…

— Eu não deixaria qualquer um levar você… Hanae, você é meu bem mais precioso — assegurou, me tomando num abraço.

Novamente lágrimas escorreram livremente, encharcando a roupa do homem que eu havia acabado de descobrir ser meu pai.

Após longos minutos banhados por lágrimas, soltei-o e foquei-me em obter notícias de Izuku. Liguei para meu irmão milhares de vezes, deixei diversas mensagens para ele, até ele me responder. Ele me disse que estava bem, apenas um pouco machucado, e que estava indo para um hospital agora.

— Machucado? Machucado como? O que houve, nii-san?! — indaguei freneticamente. — Não diga nada, eu irei até aí amanhã!

Hydro havia me permitido ir visitar meu irmão na manhã seguinte, contanto que ele me acompanhasse. Eu concordei, é claro.

— Nii-san, cale a boca e se concentre em sua recuperação, pois a primeira pessoa que você verá amanhã sou eu!

***

Como prometido, pisei no hospital antes mesmo de as portas estarem abertas. Caminhei firmemente até a recepção com Hydro em meu enlaço, pedindo informações sobre o quarto de Izuku.

— Sim, sou irmã dele — confirmei para a moça que checava os dados em um computador.

— Midoriya Izuku... Está no quarto 245.

— Obrigada — agradeci com uma reverência apressada. Rumei diretamente até o quarto indicado, batendo antes de entrar.

— Esperarei aqui — Hydro avisou, sentando-se numa cadeira que havia por perto. Concordei com a cabeça antes de abrir a porta.

Ao ver meu irmão todo enfaixado numa cama de hospital pela segunda vez na minha vida, uma raiva me subiu a espinha.

— Izuku — chamei-o pelo nome para expressar meu desgosto — Seu idiota! O que porra você fez, hein?! — exigi, seguindo reto até a cama do garoto.

— C-calma, Hanae! — ele agitou os braços.

— Hanae-san, peço que mantenha a calma! — a voz séria e firme de Iida chamou minha atenção. Ele também estava ali, assim como Todoroki. Mas onde diabos esses três foram se meter?

— O que houve com vocês? — pedi mais uma vez.

Izuku começou a explicar. Contou-me que Iida havia enfrentado Stain, o Assassino de Heróis, quando ele atacou um herói profissional. Em seguida Izuku chegou para socorrer o amigo, seguido de Todoroki. Os três haviam trabalhado juntos para derrotar Stain, por isso estavam tão machucados.

— Idiotas — reprimi com ar de riso. — Por que homens tem que ser sempre tão irracionais?

— Hanae-san, você não é a pessoa mais racional do mundo — Todoroki alfinetou. O garoto havia mudado bastante desde a luta com Izuku, agora ele não era mais um idiota fechado com sede de poder. Era um garoto normal e fofo que tem um objetivo a cumprir. Até fazia piadinhas de vez em quando. 

Ri, sentando-me ao pé da cama de Izuku.

— Fato. Mas, enfim, vocês estão bem? — os três assentiram e eu suspirei, aliviada. — Nii-san, você tem sorte de não ter se metido nessa sozinho, senão eu iria quebrar você.

— Eu sei… — ele murmurou, abaixando a cabeça.

Nesse momento a porta foi aberta. Dela surgiram o chefe da polícia junto com Manual, o herói com que Iida estava estagiando, e um velhinho que deveria ser o tal Gran Torino.

— Bom, eu vou indo… — anunciei, dando um abraço rápido em Izuku e um aceno para Todoroki e Iida, deixando o cômodo para que pudessem conversar em paz. Hydro me esperava do lado de fora.

— Como ele está? — indagou.

— Está bem, aquele grande idiota — sorri, caminhando pelo corredores brancos e pacatos do hospital com Hydro ao meu enlaço.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Comentem, please!
Um aviso rapidinho. Estou tentando postar o máximo possível essa semana porque na semana que vem minhas aulas volta, então vai ficar um pouco mais difícil escrever. Como eu sou bem agoniada, talvez o próximo venha amanhã.
Vá além, PLUS ULTRA!



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