Hero escrita por spyair


Capítulo 10
A viajem começa!


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Olha eu aqui de novo com mais um capítulo pra vocês.
É um capítulo bastante leve comparado com o que está por vir, então aproveitem a calmaria.
Nos vemos nas notas finais!



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Na manhã seguinte, como era esperado, havia muita conversa na sala. Todos debatiam sobre as provas, comentando sobre as dificuldades que cada um passou. Assim que adentrei a sala junto com Izuku fui atingida em cheio por alguém, me fazendo cambalear para trás, mas não cair.

— Mas o que… — minha frase morreu ao encontrar os cabelos loiros que eu já havia visto tanto durante a semana que já estava enjoando. — Kaminari-kun, o que está fazendo?

— Gatinha, você é minha heroína!

Gatinha?

— Ga-gatinha? — Izuku se surpreendeu, alguns passos à minha frente.

— Se não fosse por você eu não teria passado na prova! — o loiro me abraçou com força, apertando minhas costelas.

— Ai, ai, ai! — tentei me afastar dele, mas aparentemente ele havia grudado em mim. — Tudo bem, já entendi! Me solta, porra! — gritei, empurrado-o com toda a força que tinha.

Quando Kaminari finalmente me soltou, ainda ficou me seguindo durante um tempo enquanto sorria de forma assustadora. Ignorei-o, indo direto até onde Ashido e Kirishima estavam. Os dois estavam cabisbaixos e calados.

— Por que essas caras? Não estão confiantes quanto á prova?

— Hanae-chan, lembre-se de todos os momentos felizes que terá no acampamento para nos contar — Ashido pediu, erguendo um pouco seu rosto.

Franzi o cenho.

— Pessoal, não fiquem assim! Ainda pode ocorrer uma reviravolta! — Izuku tentou animá-los.

— Ainda bem que eu passei — Kaminari alfinetou. Vi por cima do ombro que ele sorria para Kirishima em forma de provocação.

— Ficar de recuperação… Isso não é nada másculo! — o ruivo limpou uma lágrima no canto do olho de maneira exagerada.

Segundos depois Ashido estava chorando num ombro meu e Kirishima no outro.

Isso está acontecendo com bastante frequência esses dias…

— Calma, calma — olhei para a direção de Izuku para pedir ajuda, mas ele já havia desaparecido dali.

Traidor.

— O sino já tocou, sentem-se todos! — um baque surdo seguido de uma voz não tão sonolenta soou.

Dirigi-me para a minha carteira enquanto Aizawa-sensei ficava à frente da sala.

— Bom dia classe. Bem, sem enrolação. Quanto às provas de fim de período é uma pena que alguns não tenham passado mas… — ele suspirou — Todos vão para o acampamento de treinamento na floresta!

Toda a classe se animou, alguns mais do que outros.

— Todos passaram no exame escrito, embora no exame prático Ashido, Kirishima, Sero e Satou não tenham passado.

Não prestei muita atenção no discurso seguinte do sensei, apoiei meu cotovelo na mesa e o queixo na mão enquanto olhava para a parede, imaginando como seria o acampamento com todos lá. Ao fim do discurso ele entregou uma folha para cada um de nós onde continham informações sobre o acampamento.

Passei o restante da aula lendo aquele negócio (Era realmente grande) e quando o sino tocou eu levantei depressa, correndo até Izuku.

— Nii-san! Precisamos ir comprar várias coisas no shopping! — avisei, sentando em cima de sua mesa.

— Acho que vou precisar uma mala maior… — ele concordou.

— Óculos de visão noturna — Mineta, que sentava na frente de Izuku comentou.

— E eu não tenho roupa de banho ainda, preciso comprar — Kaminari apareceu.

— Ei, como amanhã não tem aula, que tal todos irem juntos para o shopping? — sugeri.

A maioria das pessoas concordou, com excessão de Bakugou, nenhuma surpresa, e Todoroki, que afirmou que tinha que visitar uma pessoa no hospital.

E então ficou marcado de todos da classe se encontrarem no dia seguinte no shopping Kyashiku.

Faltando ainda uma hora para o horário combinado eu comecei a me aprontar. Tomei um banho rápido e vesti apenas um shorts jeans e uma camiseta estampada. Calcei meus tênis azuis, penteei os cabelos e apanhei uma bolsa, enfiando tudo que precisaria lá dentro.

Saí do meu quarto, indo diretamente até a porta do quarto de Izuku.

— Nii-san, já está pronto? — indaguei, escancarando a porta sem permissão, apenas para encontrar Izuku vestido com uma cueca onde havia um grande "All M" escrito. Nesse momento, o rosto de Izuku assumiu um tom parecido com roxo, tamanha era a sua vergonha, e tentou tapar com a mão a sua "área proibida".

— Ah, nii-san, não se desespere por isso, não tem nada aí que eu já não tenha visto! — fiz um sinal despreocupado com as mãos.

— C-c-como assim?! N-n-não importa, sai daqui!

— Ao menos me diga se está perto — cruzei os braços.

— S-s-sim, mas espere lá fora!

— Tenho que mandar mensagem para a Ochako-chan e avisar que estamos saindo… — ignorei-o, já fixada em meu celular.

— FORA! — bradou, me empurrando para fora do quarto e trancando a porta.

Xinguei baixo, rumando para a sala de estar onde mamãe assistia um programa de TV sobre culinária. Avisei que Izuku e eu iríamos sair com uns amigos, sentando ao seu lado.

— Tudo bem, só não arrumem problemas!

— Eu sei, mãe.

— E não fiquem até muito tarde na rua, você sabe como as coisas andam perigosas.

— Já sei, já sei.

— Não fale com estranhos!

Concordei com a cabeça.

— Também não aceite nada de estranhos!

Novamente concordei.

— E se alguma pessoa estranha se aproximar de forma ameaçadora, corra!

— Mãe! Relaxa, eu sei me virar! Izuku, vamos logo! — gritei, levantando do sofá.

***

O shopping. Um centro comercial que reúne diversas lojas e serviços, onde você pode encontrar desde um isqueiro até um imóvel. Não importa se você tem seis braços, antenas, ou se parece que sua panturrilha vai explodir a qualquer momento, com certeza você encontrará algo que lhe sirva.

Foi com esse pensamento que adentrei o shopping, decidida a  comprar tudo o que estava enumerado na minha lista mental de coisas que eu precisava para o acampamento.  Izuku e eu nos juntamos ao resto do pessoal no ponto de encontro, cada um dizendo o que precisaria comprar. 

— Eu preciso de uma mala.

— Tenho que comprar sapatos.

— Vou comprar uma roupa de banho nova.

— Onde eu encontro uma furadeira pequena e ferramentas para abrir fechaduras?

— Galera, vamos nos organizar! — Kirishima chamou a atenção de todos — Como todos temos coisas diferentes pra comprar, vamos marcar uma hora para nos encontrarmos depois que nos separarmos.

— Ótima ideia, Kirishima-kun! — elogiei, enquanto íamos na direção das escadas rolantes junto de Ashido e Asui.

— Midoriya-chan e Ochako-chan ficaram sozinhos — Asui comentou, e eu conferi a veracidade daquelas palavras olhando para trás por cima do ombro. Uraraka e Izuku estavam lado a lado, ambos corados e imóveis.

Eu deveria voltar e ajudar meu irmão e minha amiga, mas como eu quero que eles desencalhem...

— Vamos logo! — puxei os três, nos distanciando cada vez mais dos outros. Subimos as escadas rolantes até o segundo andar onde achamos uma loja de cosméticos. Entramos lá e logo fomos atendidos por uma funcionária, que insistiu em nos mostrar os mais diversos tipos de produtos. — Não, meu bem. Se a gente precisar eu chamo, okay? — sorri da maneira mais falsa possível para ela, revirando os olhos quando ela se afastou.

Se tem algo com que eu não tenho paciência é atendente de loja.

Ashido se focou em procurar um filtro solar junto com Asui, enquanto eu me entreti com um gel pra cabelo que prometia durar uma semana interia.

— Kirishima-kun, é esse que você usa? Quer dizer, cabelo nenhum é arrebitado assim por natureza.

Vi o rosto de do ruivo assumir a cor de seus cabelos, o que me fez soltar uma risada alta.

— Não, esse aí é pura propaganda enganosa... O que funciona mesmo é esse — para a minha surpresa ele apanhou um potinho da prateleira e me estendeu.

— “Máxima dureza para os seus cabelos”? É bem a sua cara mesmo...

Algum tempo depois Ashido encontrou o que procurava e foi até o caixa pagar. Saímos juntos da loja, partindo para a próxima, que era justamente uma loja de malas, maletas e mochilas. Rapidamente eu encontrei uma que fosse do tamanho adequado e logo já havíamos saído daquela loja também.

“Prezados compradores, pedimos atenciosamente que se dirijam para o térreo em ordem. A polícia está buscando por um suspeito, mas devem manter a calma e seguir as seguintes instruções...”, os auto falantes ressoaram. Como formigas, todas as pessoas ao meu redor caminharam obedientemente até o local indicado.

— O que será que houve? — Ashido indagou, debruçando-se sobre o parapeito de vidro daquele andar.

— Será que foi um vilão? — Kirishima a imitou, vasculhando o térreo com os olhos.

— Vejam, a polícia está rodeando o Midoriya-chan e a Ochako-chan... Eles parecem preocupados. — Asui comentou, o que foi o suficiente para que eu seguisse o fluxo de pessoas o mais rápido possível até onde Izuku e Uraraka estavam.  Expliquei para os policiais que era irmã dele e me deixaram passar.

— O que houve? Vocês estão bem?

— Sim... Shigaraki apareceu — Izuku me encarou.

— Aquele do ataque à USJ? Mas All Might não tinha derrotado ele?

— All Might derrotou apenas o Nomu, Shigaraki fugiu — explicou.

— Entendo... E você, Ochako-chan? Aconteceu algo com você? — a morena negou com a cabeça e eu suspirei aliviada.

— Midoriya-san, poderia nos acompanhar? Precisamos fazer algumas perguntas — um policial pediu ao meu irmão, que prontamente concordou com a cabeça e o seguiu.

***

Antes de sair do shopping, Uraraka me explicou o que tinha acontecido. Segui o caminho inteiro para casa refletindo aquilo. Já era a segunda vez que Shigaraki Tomura aparecia, e pela minha intuição não seria a última. Ao chegar em casa eu estagnei em frente à porta, refletindo como eu iria contar para mamãe que Izuku estava na delegacia. Ela quase surtou quando contei que ele ficou depois da aula, na delegacia então...

Okay, vou deixar ela descobrir por meio da própria polícia.

Abri a porta lentamente, tentando não fazer ruídos. Uma tentativa falha. Eu tropecei no porta guarda-chuvas, derrubando tudo o que havia dentro dele no chão, o que provavelmente deve ter acordado até o último andar do prédio.

Droga.

***

— Então, levando em conta os acontecimentos e antecipando os passos dos vilões — Aizawa-sensei apanhou o papel informativo sobre o acampamento — O destino da nossa viagem será cancelado, e o novo destino não será revelado até que chegue o dia. — ele rasgou o papel no meio, bem diante dos nosso olhos.

— Mas, sensei! Eu já consegui convencer minha mãe! Você imagina o quanto isso foi difícil considerando o que aconteceu?! — protestei, erguendo a mão no ar.

— Não imagino, mas também não é da minha conta.

Essa doeu.

Depois dessa eu fiquei calada o restante da aula, encolhida na minha cadeira sem proferir uma única palavra.

Com isso o período escolar se estendeu até a chegada do dia da excursão. Antes que o ônibus chegasse tivemos que aguentar a dor de cotovelo de um aluno da classe B, ele tem algum tipo de fixação em encontrar defeitos na nossa sala, o que o torna muito irritante. No meu ranking de “pessoas mais irritantes do mundo inteiro”, eu poderia colocá-lo em quarto lugar.

Felizmente o ônibus chegou antes que eu me cansasse dele e resolvesse lhe causar alguns danos graves. Ocupei um lugar ao lado de Uraraka, por sorte eu consegui a poltrona da janela. Rituais sagrados de viagens exigem uma janela, fones de ouvido, silêncio e chuva. Os dois últimos eu já podia riscar da lista. Fazia um dia tão quente que eu estava quase derretendo, literalmente.

Em menos de uma hora o ônibus estacionou. Dava para ver uma floresta e montanhas no ponto onde paramos, mas não havia sinal do ônibus da classe B, apenas um carro.

Isso não está me cheirando bem...

— E aí, Ereaser! — uma voz feminina chamou. Todos nós nos viramos ao mesmo tempo, para encontrarmos duas mulheres vestidas em roupas de gato e em poses exageradas e um garotinho de aparência mal humorada. — Com olhos brilhantes, nós mandamos ver! — a mulher de cabelos negros entoou.

— Fofas, felinas e perigosas! — a outra continuou. — As Pussicats!

— Conheçam as heroínas Pussicats — Aizawa-sensei disse, sua voz sonolenta se destacando no entusiasmo das heroínas.

Ao meu lado Izuku tinha um ataque de fangirl, que eu tratei de interromper antes que ele tivesse um AVC.

— O lugar onde vocês vão ficar é na base daquela montanha — uma das mulheres apontou e no mesmo momento eu entendi. Esgueirei-me até onde Iida estava, sussurrando para ele.

— Iida-ku, se por acaso... Numa situação hipotética, claro, tivéssemos que correr até chegar no acampamento você me levaria em suas costas?

— O que?! — ele se demonstrou profundamente ofendido. — Midoriya-san, devemos considerar isso como parte do nosso treinamento! Irá servir para fortalecer tanto os músculos quanto a mente de cada um de nós, assim como esperado da U.A!

— Mas, Iida-kun, eu te peço isso como sua amiga! Quando você se tornar herói vai precisar carregar pessoas feridas até um local seguro no meio do caos. Eu faço esse sacrifício por você... Como sua amiga! — coloquei dramaticamente a mão em seu ombro.

— Midoriya-san... Eu nunca imaginei que você fosse tão prestativa! Vamos fazer isso! — Iida se ajoelhou, dando permissão para que eu subisse em suas costas.

Oh, Iida, você é tão facilmente manipulável.

Como eu imaginei, não demoraram dois segundos para que nos atirassem na floresta, perdidos em meio á arvores e feras. Mas eu tinha uma ótima carona.

***

O sol já estava se pondo quando finalmente alcançamos o acampamento, praticamente desidratados e desnutridos. Desci das costas de Iida, sorrindo para ele e lhe mostrando um sinal de “positivo”, que foi prontamente retribuído.

— Eu estava me perguntando há um tempo... Esse garotinho é filho de alguma de vocês duas? — meu irmão indagou para as Pussicats, recebendo uma resposta da morena.

— Ah não, esse aqui é meu sobrinho Kouta. Kouta, vem cá. Vocês vão ficar juntos durante uma semana, pelo menos se apresente! — exigiu.

Izuku muito carismaticamente se abaixou para ficar da altura de Kouta, o garoto mal humorado, e cumprimentá-lo, porém recebeu um belo soco nas partes baixas. Apesar de ter sentido pena dele, prendi o riso. Sua cara foi hilária!

— Maldito! Por que fez isso?! — a tia do garoto ralhou.

— Não to afim de ficar de vadiagem com quem quer ser um herói.

Quantos anos ele tem?!

Pude notar um discreto sorrisinho de orgulho no rosto de Bakugou.

— Esse garoto parece com alguém que eu conheço... — comentei em alto e bom som.

— Está insinuando alguma coisa, maldita?! — vociferou, virando para mim.

— Retiro o que disse, Kouta é mais esperto.

— Chega de confusão — Aizawa-sensei interrompeu — Tirem suas coisas do ônibus, levem pro dormitório e depois vão para o refeitório jantar. Depois banho e dormir. O treinamento começa cedo amanhã.

Todos obedeceram as ordens do mais velho em uma velocidade absurda, já sentindo o cheiro de comida quentinha que emanava da cozinha. Após guardar minhas coisas, peguei minha comida e ocupei um lugar no refeitório, começando a saborear aquele manjar dos deuses. Era apenas arroz com peixe, mas tamanha era a minha fome que eu poderia comer sete pratos daquilo e não enjoaria. Depois do jantar me dirigi junto com o restante das garotas para as fontes termais. Era tudo que eu precisava depois de uma boa refeição.

A água quentinha e calma era de acalmar até mesmo a mais estressada das pessoas. Fui escorregando pelas pedras lisas até deixar apenas minha cabeça para fora d’água.

— Eu amo fontes termais — declarei, fechando os olhos.

— Isso está uma delícia — Yaoyorozu comentou também.

— Poderia ficar aqui para sempre — Uraraka sorriu, balançando seus pés na água e fazendo com que espirrasse água em meu rosto. A partir daí se iniciou uma mini guerra de água, que eu fui a vencedora, é claro.

— Isso não é justo, Hanae-chan! — Ashido protestou, tossindo água.

— Eu sou a rainha das fontes termais! — ri, ficando de pé. Ao fazer isso pude enxergar o alto da parede de madeira que separava as meninas dos meninos. Consegui ouvir gritos e protestos de Iida, em seguida um baque surdo. Concluí que Kouta, que havia sido colocado lá em cima para impedir que Mineta viesse nos espiar, tivesse acabado de empurrar a Encarnação do Desejo Sexual lá de cima. — Valeu aí, Kouta! — acenei para ele, chamando sua atenção. Sem pensar, ele olhou para trás encontrando nossos corpos nus com os olhos. Talvez isso tenha sido um erro, pois ele caiu para trás. — Ops...


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?!
Comentem, please!
O capítulo seguinte já está pronto, então depende de vocês eu postar logo ou não.
Vá além, PLUS ULTRA!



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