Hero escrita por spyair


Capítulo 7
Querida indecisão


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Olha só quem voltou com mais um capítulo pra vocês!
Ele foi escrito com bastante carinho, então peguem leve comigo.
Nos vemos nas notas finais!



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Na noite do dia do Festival, Izuku e eu ficamos até tarde conversando em seu quarto. Ele me contou tudo. Desde o dia em que conheceu All Migth, quando o vilão do lodo o atacou, contou-me também sobre o por quê de ele precisar dominar o poder de All Migth tão apressadamente. All Migth possuía uma ferida que estava reduzindo o tempo de sua forma de herói, por isso precisava de um sucessor rapidamente. Ele me contou sobre todo o treinamento que teve que passar para receber o One For All, a Individualidade de All Migth, sobre o que havia feito no exame de admissão e sobre o que ele fez no incidente com os vilões, na USJ.

Quando nos demos conta já passava das duas da madrugada, então eu me despedi dele com um sorriso, sentindo que agora meu irmão e eu havíamos nos tornado realmente próximos.

***

Depois do festival, ganhamos alguns dias para nos recuperarmos de nossos ferimentos para então voltarmos ás aulas. Tivemos que ouvir vários e vários discursos da mamãe, afirmando que por mais que estivesse muito orgulhosa de nós, deveríamos tomar mais cuidado, porque esses torneios são perigosos e tudo mais. Andar na rua agora havia se tornado uma ótima atividade. Na manhã do dia seguinte ao torneio eu saí para comprar ovos e bacon para o café da manhã, e oito pessoas me pararam na fila do caixa para me parabenizar pelo meu desempenho no festival.

Na volta par casa, uma garotinha me chamou para dizer que quando crescesse ela iria querer ser uma heroína como eu. Ela me contou que havia acabado de despertar uma Individualidade que a permitia manipular água, e me contou que tentou usar a técnica de casulo que usei contra o Bakugou no gato dela. Talvez eu estivesse influenciando as crianças da maneira errada...

Ao fim dos dias livres, precisei voltar para a minha realidade. Escola.

O festival havia passado, provavelmente de agora em diante eles dessem um tempo nos “Lances de Heróis” e focassem em coisas totalmente normais de estudantes de ensino médio. Felizmente, eu estava redondamente enganada.

Como esperado da turma 1-A, havia muita conversa paralela antes da aula começar. Fazia um dia chuvoso e frio, como eles podiam estar tão animados assim?! Eu só conseguia pensar em como devia estar na minha cama quentinha e aconchegante uma hora dessas, mas estou sentada numa cadeira, cercada de um bando de idiotas exaltados. Okay, só alguns são idiotas.

Surpreendentemente não ouvimos uma repreensão de Iida quanto ao barulho antes do professor chegar, o que eu achei realmente estranho.

— Ohayō — a voz sonolenta de Aizawa Shouta preencheu a sala, fazendo todos os murmurinhos cessarem.

— Sensei, você está sem as bandagens! — notei, no entanto ele possuía uma cicatriz embaixo do olho, mas não diferia em grande coisa.

— Sim, aquela velha continuou com o tratamento. Mais importante, teremos uma aula especial hoje. Informações Heróicas. — avisou, coçando o olho direito.

Por favor, não seja sobre como heróis não devem destruir os encanamentos da escola!

— Codinomes. Vocês escolherão seus nomes de herói.

Nada de encanamento! Isso!

— Isso está relacionado ás seleções de heróis profissionais que eu mencionei outro dia — de fato ele havia comentado sobre isso ao final do Festival Esportivo, só não pensei que fosse ser tão cedo. — Aqui estão os nomes daqueles escolhidos — Aizawa-sensei apertou um botão em um controle que tinha em mãos e apareceu no quadro negro um gráfico de barras mostrando a relação de ofertas que cada herói havia oferecido para cada um de nós. A maioria havia sido direcionada á Todoroki e Bakugou, respectivamente; talvez os heróis tenham ficado com receio do estilo de luta explosivo de Bakugou

Que diferença enorme...

— Nii-san, você não recebeu nenhuma! — bati em seu braço de leve, uma careta no rosto. — Bem feito, que sabe você aprende a lição.

— Hanae, não precisa esfregar isso na minha cara pelo resto da minha vida... — Izuku gemeu.

Li o gráfico atentamente, buscando pelo meu nome. Surpreendentemente eu havia recebido seis ofertas.

— Independente de terem recebido ofertas ou não, todos vocês irão participar de estágios. Na USJ vocês tiveram uma luta contra vilões de verdade, mas ainda assim é importante ver de perto como um profissional trabalha. Enfim... Esses nomes de heróis serão temporários, mas se vocês não escolherem á serio...

— Terão que pagar o preço depois! — Midnight complementou, adentrando a sala de aula. Quase todo o ser do sexo masculino presente ali babou, alguma exceções, claro. — Vários dos nomes escolhidos por alunos acabam reconhecidos pela sociedade e acabam virando seus nomes como heróis profissionais.

— A Midnight irá checar se seus nomes estão bons, eu não faço esse tipo de coisa.

Aizawa-sensei simplesmente vestiu seu saco de dormir e deitou-se no chão, dois segundos depois estava dormindo. Entregaram uma plaquinha para cada um de nós escrever seu nome de herói, e aí estava a parte difícil.

Que diabos de nome eu escolho?!

Indecisão é um dos meus pontos fracos, muito fracos. Nada, nome algum me vinha á cabeça, então eu tentei me recordar alguns de meus heróis favoritos para tentar me inspirar. Comecei a vasculhar meus arquivos mentais sobre super heróis, buscando algum nome que pudesse me dar uma luz. Teria que ser algo relacionado à água, obviamente.

Nada, definitivamente eu não tinha ideia alguma.

— Certo, vamos começar apresentando os nomes daqueles que já estão prontos!

Como assim, apresentar?! Temos que apresentar?!

O primeiro a tomar coragem para ir foi, como já era esperado, Aoyama.

— Aqui vou eu... O herói que brilha, I Can Not Stop Twink Ling!

“Eu não consigo parar de brilhar”, sério?

Midnight fez algumas alterações na maneira em que estava escrito, pouco se importando se aquilo era uma frase.

— Então, serei a próxima! — Ashido se manifestou, saltitando até a frente da turma. — Nome de herói, Alien Queen! — Midnight a repreendeu, afirmando que ela não deveria fazer aquilo só pela parada do super ácido.

Já que os primeiros nomes foram bizarros, o clima ficou muito estranho, até que Asui levantou a mão, pedindo para ser a próxima. Vamos lá, coloque a gente no ritmo!

— Eu tenho isso em mente desde que estava no fundamental... Heróína da estação chuvosa, Froopy!

Isso sim é um bom nome!

A turma entoou um animado coral de "Froopy, Froopy", alegre por Asui ter nos colocado no ritmo.

Kirishima foi em seguida apresentar seu nome.

— Então, aqui vou eu! O Herói Resistente: Red Riot!

Ah, droga! Esse nome ficou muito legal!

— Oh, como Crimson Riot, certo? — Kirishima assentiu — Se você estiver carregando um nome que admira, isso virá com a mesma quantidade em pressão.

— Estou pronto para isso!

Kirishima maldito.

Após Kirishima, Jirou apresentou seu nome, depois Shoji, Sero, Ojirou, Ashido, Kaminari e Yaoyorozu, todos com nomes ótimos! Droga, por que só eu não consigo pensar num bom nome?! Ah, eu odeio indecisão!

Pense! Pense! Que nome alguém com Individualidade de água pode ter? O que é água? Água, água. Fluido necessário para a vida. Necessário para a vida... É isso!

Apanhei uma caneta e escrevi rapidamente aquele nome na placa que me havia sido entregue, erguendo a mão no ar ao acabar.

— Sensei, posso ser a próxima? — Midnight assentiu e eu tomei o lugar de Todoroki na frente da turma.

— Bem… Eu pensei em Vitale, a Heroína de Água.

— Simples e significativo, muito bom, Hanae-chan! — Midnight elogiou com um sorriso e eu voltei ao meu lugar, dando a vez para Bakugou, aliviada de ter livrado-me desse peso.

"Rei das Explosões Assassinas" é realmente o tipo de nome que Bakugou Katsuki escolheria, então eu não fiquei surpresa. Depois dele, foi a vez de Uraraka, depois Iida, que assim como Todoroki, havia escolhido o próprio nome. Após Iida, Izuku se levantou. Caminhou até a frente da turma, apresentando sua placa.

"Deku".

— Está falando sério, nii-san?

— Sim. Até pouco tempo atrás eu não gostava desse nome, mas alguém mudou o significado disso, e teve um enorme impacto em mim — direcionei meu olhar de Izuku pra Uraraka.

Tudo depende do quanto você quer comer alguém…

***

— Agora que todos escolheram seus nomes de heróis, vamos falar de estágios — Aizawa-sensei puxou uma pilha de papéis. — Eles durarão uma semana. Aqueles que tiveram ofertas receberão uma lista de opções para escolherem. Os que não tiveram ofertas receberão uma lista de quarenta agências ao redor do país que irão receber os nossos alunos. Cada uma delas tem diferentes especialidades, então escolham bem.

O restante da aula foi livre para que pudéssemos analisar as opções que tínhamos e começar a escolher. Era necessário preencher um formulário e entregar ao Aizawa-sensei em até dois dias. Juntei-me á Izuku e Uraraka nessa tarefa, já que Izuku tinha quarenta opções para se decidir e com seu pensamento analítico, aquilo demoraria o dia inteiro.

Como previsto, ao fim do dia ele ainda estava murmurando e agrupando agências.

— Vamos pra casa logo, nii-san. Ochako-chan vai conosco hoje, então se nos apressarmos podemos parar no… — minha frase morreu ao abrir a porta da sala de aula, onde All Migth estava parado em uma pose ridícula. — Nii-san, acho que é pra você — informei quando Izuku se juntou a nós. — Vamos à frente, okay? Até mais, All Migth — sorri acenando, meu braço entrelaçado com o de Uraraka. Uraraka imitou meu gesto, caminhando junto comigo.

O nosso trajeto foi tranquilo, conversamos amenidades na maioria do percurso, em geral sobre os estágios. Logo chegou a hora de nos separarmos, despedimo-nos e cada uma foi por uma direção.

Faltava pouco pra chegar até o prédio onde eu moro quando eu passei a refletir sobre para qual agência eu iria. Tinha recebido algumas ofertas de agências aqui perto, mas eu queria uma experiência nova. Quando eu me tornasse heroína não iria estar só em um lugar, por isso deveria me adequar aos diferentes tipos de lugares. E claro, eu queria conhecer heróis novos também.

— Cheguei! — anunciei, tirado meus calçados no genkan' e jogando minha mochila em um canto qualquer.

— Bem vinda — mamãe apareceu com um ferro de passar em mãos. — Ué, onde está seu irmão?

— Ah, ele teve que ficar na escola até mais tarde por que…

— Não me diga que ele arrumou confusão?!

— Quê? Não, mãe. Um professor pediu para conversar com ele, só isso.

Paranóica.

— Ah, menos mal.

No momento em que eu já estava colocando o pé dentro do meu quarto, minha mãe ralhou comigo, mandando-me voltar e guardar minha mochila. Bufei, dando meia volta.

***

Passei a maior parte da noite lendo e relendo a lista de heróis que haviam me oferecido um estágio, decidindo-me apenas depois do jantar.

— É, é isso aí! — sorri, apanhando uma caneta na escrivaninha. Comecei a preencher os tópicos do formulário um por um, lendo bem antes de escrever qualquer coisa. No penúltimo tópico era necessário uma informação que eu só poderia encontrar em minha carteira de identidade, que por sinal eu não estava encontrando de forma alguma. — Mãe, sabe onde está minha carteira de identidade?! — gritei, recebendo um "Na minha bolsa" como resposta.

Deixei o papel e a caneta em cima da cama e rumei para o quarto da minha mãe, encontrando sua bolsa pendurada num cabide. Vasculhei todo o interior da bolsa á procura do documento, deparando-me com ele dentro de um dos bolsos internos. Ao puxá-lo, alguns papéis caíram no chão. Praguejei, me ajoelhando para apanhar os papéis.

Alguns deles eu reconheci como contas e faturas, porém um me chamou a atenção. Era um bilhete. Tudo bem, eu não deveria lê-lo, deveria ser algo pessoal da minha mãe, mas minha curiosidade falou mais alto.

                "Por favor, se você a encontrou cuide dela. No momento eu não tenho condições de criá-la. Se eu sobreviver, em algum momento eu irei encontrá-la. A única coisa que peço é que você que a encontrou cuide dela como sua e lhe dê amor. Ela se chama Hanae".

Ao fim do bilhete, eu estava sem ar.

Aquilo era de um dos meus pais biológicos. Só podia ser. Obviamente havia sido escrito às pressas, e julgando pelo "se eu sobreviver"… Será que estava correndo risco de vida?

Decidida, guardei minha carteira de identidade dentro do bolso da minha calça e segurei firmemente o bilhete na mão, rumando para a cozinha, onde minha mãe ainda lavava o restante da louça do jantar.

— Okaa-chan, na noite que você me encontrou no beco havia mais alguém lá? — perguntei sem rodeios, e vendo que ela tentaria desviar o assunto, mostrei-lhe o bilhete.

— Onde encontrou isso?

— Na sua bolsa, quando fui pegar meu documento. Não importa, mãe! Me diga se havia mais alguém lá!

A mulher á minha frente negou com a cabeça, abaixando o olhar.

— E você sabe quem são meus pais biológicos? — tentei. Novamente ela negou, suspirei, sem esperança.

***

No dia seguinte entreguei meu formulário na sala dos professores, também descobri que Izuku havia recebido uma oferta de um tal Gran Torino. Nunca ouvi falar nesse herói, mas pelo que Izuku me disse ele havia sido professor de All Migth, então fiquei feliz pelo meu irmão.

O fim de semana passou rápido e logo já era hora de pegar o trem que me levaria pra para Shibuya, onde eu realizaria o meu estágio. A maioria do pessoal da minha sala estava na mesma estação de trem que Izuku e eu, então a parte do trajeto que passamos juntos foi divertida. Logo eu fui a única remanescente naquele trem, que me levou direto até Shibuya. Já no local, tive que andar algumas quadras até a agência de heróis que eu havia escolhido, meu uniforme da U.A se destacando na multidão de pessoas.

O alto edifício não foi difícil de encontrar, e logo na recepção avistei o herói que me orientaria no meu estágio.

Era um homem muito alto e musculoso, seus cabelos azuis se destacando em seu uniforme preto de super herói.

— Você deve ser a estagiária da U.A, certo? Midoriya Hanae... — ele conferiu em uma prancheta e eu concordei com a cabeça. — Vitale, bom nome. Bom, eu sou o herói profissional Hydro, muito prazer.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Comentem e façam a autorinha feliz!
'Genkan: Área de entrada tradicional para casas e prédios japoneses constituída de uma varanda, ou uma sala, com um tapete onde deve-se retirar os sapatos.
Vá além, PLUS ULTRA!



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