Hero escrita por spyair


Capítulo 6
Hora de lutar!


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna!
Aqui está mais um capítulo quentinho pra vocês, recheado de lutinhas e emoções.
Nos vemos nas notas finais!



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Uma eternidade foi o tempo que passei debaixo daquele gelo.
Fora esse pequeno incidente, tudo correu bem. Quando finalmente se livraram de todo o gelo as lutas recomeçaram. Izuku não demorou para voltar e se juntar á nós par assistir as lutas.
A luta de Iida com Hatsume Mei, uma garota do curso de suportes, foi bastante longa para falar a verdade. Ela fez propaganda de todo item de suporte que se possa imaginar, enquanto o pobre Iida corria de um lado para o outro feito bobo. Ao menos ela se rendeu no fim e deu a vitória ao Iida, não que ele tenha ficado contente de ganhar dessa forma. A vitória de Ashido sobre Aoyama foi magnífica. A garota derreteu com seu ácido não só o cinto de Aoyama, como também as calças, o que foi algo muito engraçado de se ver. Ashido Mina, eu te venero. Tokoyami também teve uma vitória fantástica, embora eu tenha tido pena de Yaoyorozu. A Individualidade de Tokoyami, a Dark Shadow, poderia ser a melhor de todas as Individualidades. Serve tanto para defesa como para ataque, e ele conseguiu empurrar Yaoyorozu para fora do ringue muito facilmente.
Logo havia chegado a minha vez. Eu lutaria contra Kirishima Eijiro.
— A próxima luta será... — Present Mic começou ao microfone — Endurecimento macho e passional, do curso de heróis, Kirishima Eijiro! — subi as escadas até o ringue calmamente, encarando meu oponente. — Versus... Aproveitadora e pavio curto, cuidado com ela, também do curso de heróis, Midoriya Hanae!
Aproveitadora? Sério? Não se pode mais pegar uma caroninha sem ser crucificada?
— Vou pegar leve com você, Midoriya-san — Kirishima sorriu para mim, alongando o braço esquerdo.
— Da mesma maneira que pegou leve no teste de aptidão? — provoquei, e ao ouvir um “Start!” do narrador, vi ele avançar contra mim.
Nesta luta, tanto eu quanto ele somos lutadores de curto alcance, a unica diferença é que ele luta para acertar, e eu para não ser acertada. O primeiro golpe foi um soco de esquerda, que eu consegui desviar por pouco, em seguida um chute na direita. Esse ele acertou, mas não causou impacto algum em meu tronco de água.
Aproveitando a abertura, pulei para cima dele com meu corpo todo feito em água. A água se espalhou ao colidir com seu rosto, mas eu me reconstituí por inteiro ao atravessá-lo, e por tás, desferi um chute em suas costas, apenas para empurrá-lo. Quando ele estava nessa forma, seu tempo de reação diminuía.
Ele logo se virou para me atacar novamente porém eu me esquivei com facilidade, aparentemente ele ainda estava atordoado pela água.
Será que ele engoliu alguma parte minha?!
Sem se afastar de mim, ele aplicou um segundo soco. Com isso eu transformei todo o meu corpo em água, formando uma poça de água no chão.
— Hã? Isso vale?! — ouvi-o indagar.
— Claro que vale — da poça, apenas minha cabeça se ergueu.
Rapidamente ele se abaixou para me socar, mas ele acabou apenas criando um buraco no cimento.
— Estou aqui, Kirishima-kun — brinquei, aparecendo na borda da poça. Novamente ele socou o chão, e assim se repetiu por três vezes até eu me cansar e solidificar meu corpo novamente enquanto Kirishima estava no chão.
Corri para o lado oposto do ringue, ficando á apenas meio metro de distancia do limite. Aquela luta estava quase no fim, eu soube disso quando Kirishima avançou mais uma vez contra mim com seu punho pronto, atingindo e atravessando meu peito. Velozmente agarrei as mangas de sua camiseta.
— Kirishima-kun, é muito deselegante atacar os seios de uma garota desse jeito — falei, segurando com firmeza a sua camiseta, apenas para em seguida puxá-lo por dentro de mim e empurrá-lo para fora do ringue.
— Kirishima Eijiro está fora do ringue! Midoriya Hanae avança para a próxima rodada! — declarou Midnight.

***

A luta de Bakugou contra Uraraka foi realmente uma luta cheia de altos e baixos. Minha amiga começou com um ataque rápido, e por um segundo pensei que ela fosse conseguir tocá-lo e ativar sua Individualidade, mas então começaram as explosões. Repetidas e barulhentas explosões impediam que os espectadores vissem muita coisa devido ás nuvens de fumaça que subiam. Pensei que tudo estava acabado, então Uraraka revelou seu plano drástico. A chuva de meteoros em seguida me fez acreditar em Uraraka novamente. Mas Bakugou repeliu tudo com uma única explosão. Em seguida Uraraka caiu. E a luta acabou.
Eu poderia ter sentido raiva de Bakugou por fazer aquilo á minha amiga, por não ter simplesmente jogado-a para fora do ringue, mas eu o entendi. Ele reconheceu a força de Uraraka, por isso foi cauteloso. Pena que seu modo de ser cauteloso é um pouco bruto.
Ele retornou para a arquibancada e Izuku se foi, em alguns minutos ele lutaria novamente, dessa vez contra Todoroki.
Ao início da luta, Todoroki lançou uma rajada de gelo, que foi defendida por Izuku com um único peteleco. Três golpes depois eu entendi por que All Might tinha esperanças nele.
Onde ele escondeu essa força monstruosa durante todos esses anos?!
Izuku já possuía quatro dedos quebrados, mas ele continuava a defender os ataques de Todoroki, porém Izuku deu uma abertura que Todoroki aproveitou para prendê-lo com seu gelo. Izuku, então, sacrificou seu braço. Aquilo causou um vendaval enorme que me fez pensar que Todoroki fosse ser jogado para fora do ringue, mas usando a mesma tática que usou desde o início da batalha, ele manteve uma parede de gelo atrás de si para impedir.
Cerrando os olhos, pude notar que alguns pontos do corpo de Todoroki possuíam finas camadas de gelo. Izuku defendeu um ataque novamente usando um dos dedos quebrados.
Ele está tentando destroçar os próprios dedos?!
“Para vencer... Para ser o melhor... Para ser o número um... Todos estão dando o seu melhor... E você quer vencer usando só metade da sua força?” foi o que pude ouvir Izuku falar para Todoroki.
Os ataques continuaram de ambos os lados, era perceptível a exaustão dos dois, mas nenhum deles parou. Nenhum deles deu descanso. Entretanto, foi quando Todoroki mostrou o poder de seu lado esquerdo, o fogo, que eu fiquei preocupada. Levantei-me de onde estava sentada, correndo desesperadamente pelas arquibancadas, ignorando os chamados de Iida e Uraraka. Eu tentava prestar atenção na luta enquanto corria, e a cada passo eu apenas ficava mais e mais nervosa.
Ele estava tentando se matar!
Todoroki já é muito poderoso sem usar as chamas, usando então, seria uma batalha até a morte. Desci as escadas direto até onde Cementos-sensei estava sentado prestando atenção na luta, que a cada segundo ficava ainda mais arriscada.
— Sensei! Sensei, pare essa luta! Está indo longe demais! — implorei, com lágrimas ameaçando cair dos olhos ao ver meu irmão correr de frente contra Todoroki, que possuía metade de seu corpo envolto em chamas e a outra metade congelada, pronto para atacar com todo o seu poder. Cementos apenas se mexeu, avaliando a situação. — SENSEI! — implorei mais alto, então ele finalmente se levantou, batendo as duas mãos no chão. No meio do ringue, altas paredes de ergueram, apenas para em seguida explodir com os impactos dos ataques dos dois garotos.
Longe demais, longe demais, aquilo havia ido longe demais!

***

— Nii-san! — chamei, preocupada, ao adentrar a enfermaria temporária da Recovery Girl. Avistar meu irmão deitado naquela maca com os dois braços enfaixados e a perna direita numa tala me fez querer batê-lo, mas ignorei esse sentimento e me dirigi á Recovery Girl. — Como está meu irmão?
— Muito mal... Os ossos do braço dele estão estraçalhados, precisarei fazer uma cirurgia para retirar os pedaços dos ossos e me certificar que eles não fiquem em suas juntas.
Cerrei os punhos, fechando os olhos com força.
— Izuku, apenas um aviso. Se você ousar fazer isso com você mesmo outra vez, vai ganhar mais do que alguns ossos quebrados, entendeu?! — ameacei, com lágrimas escapando dos olhos.
Izuku concordou tristemente, ele obviamente entendia a gravidade daquilo. Só então notei que havia outra pessoa na sala, um homem magricela e de rosto esquisito. O que diabos ele queria com Izuku?
— Com licença, senhor... Mas quem é você?
Vi Izuku trocar um olhar rápido com o homem, que acenou discretamente com a cabeça. No instante seguinte All Might estava na minha frente. Segurei meu próprio queixo para que ele não virasse água e fosse bater no chão.
— Hanae... Tem uma coisa que eu preciso te contar. — Izuku suspirou — Aqueles dez meses que eu passei treinando... Eu estava preparando meu corpo para receber a Individualidade do All Might. Eu fui abençoado com isso, ganhei uma Individualidade. E... Eu serei o próximo Símbolo da Paz, serei o maior herói de todos. Por isso eu precisava dizer ao mundo “Eu estou aqui”. Mas... Eu não posso ser o próximo Símbolo da Paz se não consigo salvar nem ao menos um amigo. Todoroki-kun parecia triste e... E eu tive que ajudá-lo. Me meti onde não devia, acabei assim, mas ele precisava de ajuda...
— Você é estúpido ou o quê? — cortei, a cabeça baixa para esconder as lágrimas que caiam. — Como diabos você pretende ser o próximo Símbolo da Paz se todas as vezes que usa a porra da Individualidade você acaba em uma maca, todo quebrado?! — gritei mais alto do que deveria. — Izuku, todo corpo tem um limite! Eu entendo que é uma grande responsabilidade... — direcionei meu olhar ao super-herói para do ali — Mas você não pode fazer isso com seu próprio corpo! Se você quiser ser o Símbolo da Paz, tem que ser com algo seu! Adaptar esse poder á você, ao seu corpo... E só então... Você irá conseguir ajudar todos que precisarem, idiota!
Tanto meu irmão quanto All Might ficaram quietos, Recovery Girl fingia não dar atenção para prepara os instrumentos que usaria na cirurgia. Funguei, limpando as lágrimas com o dorso da mão, então a enfermeira expulsou All Might e eu do cômodo, disse para esperarmos lá fora. Ao trancar a porta, me dirigi ao herói.
— Eu sei por que escolheu meu irmão... Ele sempre se mete onde não deve... Desde quando éramos crianças — passei a mão no braço, onde ainda jazia o corte do dia em que Izuku defendeu um garoto de Bakugou e eu acabei tendo que salvá-lo. — Quando ele ajudou Bakugou no ataque daquele vilão do lodo... Agora, com Todoroki... — suspirei. — Se meter onde não precisa é a base para ser um herói, não é?
— Exatamente, jovem garota Midoriya. Eu não poderia ter dito melhor do que você — All Might me mostrou o polegar, em um sinal de “legal”. — Não se preocupe, o jovem garoto Midoriya irá dominar esse poder da forma certa.
— Espero que sim... Bom, tenho que ir agora, preciso me preparar para a minha luta.
— Boa sorte, jovem garota Midoriya — All Might colocou a mão no meu ombro. — Concentre-se na luta, não fique com os pensamentos em seu irmão, dê o seu melhor!
— Pode deixar... — concordei sem muito entusiasmo, partindo para a sala de espera.

***

Em outro momento da minha vida, lutar contra Bakugou seria algo entusiasmante e excitante, mas hoje eu só queria notícias do meu irmão. Pouco me importava Bakugou. Foi com esse pensamento que eu subi o ringue, o olhar caído e os ombros tensos.
— A quarta e última luta da segunda rodada! Bakugou versus Midoriya! — Present Mic comunicou ao microfone. — Comecem!
Eu não movi um músculo. Conhecendo Bakugou como eu conhecia, fazer o primeiro movimento não me traria vantagem alguma, já que ele me manteria longe com as explosões. Percebendo que eu não ia me mover, ele proferiu com um sorriso cínico no rosto.
— O que foi, Água de Esgoto? Está com medo? — levantei o olhar para ele quando o garoto avançou contra mim. Previsivelmente, ele começou com um soco de esquerda, que eu naturalmente desviei, o que eu não esperava era que ele fosse colocar a mão atrás da minha cabeça, liberando uma explosão. Aquilo teria feito muito estrago se eu não houvesse me liquefeito. Não permiti que as gotículas de água fossem muito longe, fazendo-as voltar, mas antes que elas estivessem todas no lugar, Bakugou disparou novamente, dessa vez em minha barriga. Assim como na cabeça, já estava liquefeito antes mesmo de explodir, mas Bukugou não me deu descanso.
Continuou a explodir repetidas vezes, sem me dar tempo de me regenerar, espalhando minhas partes pelo ringue sem permitir que elas retornassem para que eu pudesse revidar. Concentrei-me. Aquilo seria mais difícil de fazer do que na batalha de cavalaria, devido ao cimento, mas era minha única saída. Atraí a água do encanamento para mim, visualizando o chão de cimento rachar para então uma grande quantidade de água escapar por aquela abertura. Ignorei os guinchos de Present Mic e da arquibancada, concentrando-me naquela água. Bakugou estava atrás de mim, explodindo minhas costas sem descanso. O que havia restado do meu corpo se fez água, espalhando-se pelo chão, e se juntado ás outras partes.
Bakugou notou a grande quantidade de água emergindo do chão e se colocou em posição de defesa, as mãos na frente do corpo. Aquela água passou por mim direto para meu oponente, recuado com o impacto de sua explosão, porém uma nova torrente de água jorrou bem debaixo ele, evolvendo-o como um casulo. Ergui-me em forma de gente, caminhando até ele. Encarei-o tentar quebrar o casulo com explosões, mas ele apenas fazia com que a água lá dentro se agitasse. Mantive ele lá dentro por uns dois minutos, quando o meu controle sobre toda aquela água já estava se perdendo, até que meu olhar se perdeu na arquibancada, encontrando Izuku. Uma felicidade invadiu meu corpo ao vê-lo bem, me assistindo. Mas essa felicidade foi uma brecha.
Bakugou havia conseguido colocar parte do seu corpo para fora do casulo, estendendo sua mão até mim, descarregando uma explosão mais forte do que as anteriores. Aquela fez com que toda a água do meu corpo se espalhasse em direções diferentes, e eu não consegui controlar a distância que as partículas chegaram como nas explosões anteriores. Refiz meu corpo sem notar onde eu estava de pé, o que foi meu erro fatal.
— Midoriya Hanae está fora do ringue! Bakugou avança para a próxima rodada!
Assim que Midnight anunciou, deixei o ringue ensopado em direção ás arquibancadas. Pouco me importei com o sorriso de escárnio estampado no rosto de Bakugou, ou alguns dos comentários dos heróis que eu consegui ouvir, eu só queria ver meu irmão.
— Nii-san! — corri até ele, que se levantou para falar comigo. — Como foi?
— A Recovery Girl me curou o suficiente para que eu pudesse andar e...
Ignorei sua fala, abraçando-o. Izuku soltou um gemido de dor, mas me abraçou de volta.
— Se me fizer ficar preocupada dessa forma de novo, eu te mato! — jurei, apontando o dedo para ele.
— O amor entre irmãos... — Uraraka sussurrou.
— Algo tão belo! — Iida bradou, entusiasmado.

***

— Todos os eventos dos primeiranistas desse ano terminaram! E agora, vamos começar a cerimônia de premiação! — um pódio se ergueu atrás de Midnight, revelando Tokoyami em terceiro lugar, Todoroki em segundo e Bakugou em primeiro. A luta final havia sido entre Todoroki e Bakugou, mas este se recusa a aceitar que venceu, pois Todoroki não usou as suas chamas, portanto ele não se considera um vencedor de verdade. Desde o fim da batalha ele está lutando contra, então tiveram que acorrentá-lo em um pilar, algemá-lo e amordaçá-lo.
— Bakugou, ás vezes você exagera um pouco... — sussurrei para mim mesma.
— Agora iremos entregar as medalhas! A entrega das medalhas irá ser feita, é claro, por esse homem!
Uma risada escandalosa soou, e do alto do estádio, All Might surgiu, aterrissando diante de nós num perfeito pouso de herói. Começando pelo terceiro lugar, ele entregou as medalhas. Disse palavras de incentivo á Tokoyami e Todoroki, abraçando ambos, e lutou um pouco para entregar a medalha para o Bakugou, que terminou com ela pendurada na boca.
— Estes foram os vencedores desta vez! Mas ouçam bem, qualquer um de vocês poderia estra nesse pódio! Compitam! Melhorem! E subam ainda mais! A próxima geração de heróis está brotando!


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Comentem, please!
Espero que tenha sido tão bom pra vocês de ler quanto foi para mim de escrever. O próximo já está quase pronto, posto ainda essa semana.
Vá além, PLUS ULTRA!



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